Capitulo 28
Gabriela caminhava pela delegacia, com a mente ainda ocupada pelas trocas de mensagens. O celular em suas mãos parecia mais quente do que deveria, e ela não conseguia afastar a sensação crescente de que algo estava mudando entre ela e Olívia. A cada passo, ela tentava focar, tentar colocar os pensamentos no lugar, mas a tensão parecia se arrastar atrás dela, uma sombra invisível que a seguia. Ela precisava de um momento para se acalmar.
A delegacia estava mais silenciosa do que o normal, todos estavam ocupados com suas tarefas. A cozinha ficava no fundo do corredor, o aroma de café fresquinho pairando no ar. Quando Gabriela chegou perto da porta, sentiu uma mão firme a puxar pelo braço, interrompendo seu caminho. Ela mal teve tempo de reagir antes de ser puxada para uma sala próxima, onde a luz era mais baixa, e as sombras criavam um ambiente mais fechado e íntimo.
Era Olívia.
O toque no braço, a pressão de sua mão, e o olhar fixo de Olívia fizeram Gabriela parar por um segundo, o choque de ser puxada de surpresa misturado com a sensação de algo que ela já sabia estar por vir. Olívia a empurrou gentilmente para dentro da sala e fechou a porta atrás delas. O som abafado do mundo exterior desapareceu instantaneamente. Gabriela sentiu a respiração ficar mais pesada, a energia elétrica no ar disparando.
"Pensando em alguém, Gabriela?", Olívia disse, a voz mais baixa do que o normal, com uma leve provocação no tom. Ela avançou, seu corpo quase pressionando o de Gabriela contra a parede da sala. O espaço entre elas ficou cada vez menor, e a proximidade começou a se tornar opressiva, mas também excitante.
Gabriela tentou falar, mas as palavras ficaram presas em sua garganta. Olívia, com sua habilidade de sempre, a fez perder a capacidade de raciocínio. Foi quando Olívia levantou o rosto de Gabriela com uma mão e a puxou para um beijo. O toque dos lábios foi suave no começo, como uma promessa, mas logo a intensidade cresceu. Gabriela sentiu os lábios de Olívia se pressionando com mais força contra os seus, e a força que ela tentava controlar, a energia entre elas, se liberou de uma só vez. O beijo se aprofundou, uma troca urgente, uma mistura de desejo reprimido e necessidade de quebrar todas as barreiras.
O sabor do beijo, a intensidade de cada movimento, fez Gabriela se perder. Suas mãos foram para o pescoço de Olívia, puxando-a mais para si, querendo sentir mais, querendo que a pressão aumentasse. As mãos de Olívia estavam por toda parte, explorando sem pressa, mas com uma urgência silenciosa. Quando Gabriela sentiu Olívia morder seu pescoso, a sensação percorreu sua espinha, e o corpo dela reagiu de forma que nem ela sabia que era capaz.
"Não tenho coragem, né, gatinha?" Olívia murmurou, a voz baixa e cheia de cumplicidade. Ela sorriu contra os lábios de Gabriela, um sorriso desafiador e provocador. Gabriela sentiu um calafrio. Olívia sabia exatamente o que estava fazendo.
"Diz pra mim... Isso é o que você queria?" Olívia perguntou, sua respiração ofegante, os olhos fixos em Gabriela, como se estivesse esperando uma resposta que fosse mais do que apenas palavras. Era uma pergunta, mas também uma afirmação.
Gabriela olhou diretamente para os olhos de Olívia, sua mão subindo para a nuca dela, prendendo-a ali, firme. "Não... eu queria com mais força." Ela respondeu, a voz firme e carregada de um desejo que ela mal entendia, mas que sentia com toda a sua intensidade.
Olívia a puxou novamente para outro beijo, mais profundo, mais intenso, como se nenhuma palavra fosse suficiente para descrever o que estava acontecendo entre elas. Os corpos se pressionavam um contra o outro, os corações batendo em um ritmo frenético, e tudo ao redor desaparecia. Era como se o mundo, a delegacia, os casos, tudo ficasse distante, porque naquele momento, não havia nada mais importante do que aquilo, do que a conexão selvagem e inevitável que se formava entre elas.
O beijo se transformou em algo mais, e não tentaram mais entender ou controlar. Elas se entregaram, sem mais palavras, apenas um desejo que as consumia.
Fim do capítulo
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