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  • capitulo quarenta e quatro (penúltimo): refúgio em você.

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o nosso recomeco (EM REVISAO) por nath.rodriguess

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Palavras: 8723
Acessos: 1634   |  Postado em: 12/02/2025

capitulo quarenta e quatro (penúltimo): refúgio em você.

 

POV ANNA

               A louca da Cecília havia surpreendido até o delegado, que ficou incrédulo com o meu depoimento. Após a oitiva das testemunhas e da sábia habilidade jurídica da Dra. Baldez e ter passado horas na delegacia, finalmente pude chegar em casa e tomar um banho. Pedi que a Fê me esperasse em casa, eu não gostava dela nesses ambientes — embora presídios e delegacias fossem quase como minha segunda casa.

               Quando cheguei, um cheirinho gostoso se espalhava no ar. Caminhei até a cozinha para ver o que Maria Fernanda estava aprontando, acabei a surpreendendo quando a abracei por trás, dando um beijo na curvatura do seu pescoço. Ela estava de costas, mas pude notar que sorriu quando inclinou sua cabeça para trás para que eu pudesse dar mais beijos naquele local. Pude observá-la fechar os olhos, ficamos parada em silêncio por alguns segundos, apenas nos sentindo.

               Ela se vira na minha direção e me dá um selinho demorado.

               — Acabou, meu amor. — Ela diz sorrindo, pegando meu rosto com as duas mãos

               — Sim, vida. Acabou. — Pego nas suas mãos e as beijo, posso observar seu sorriso, mas o que me encanta mesmo é as safiras azuis mais lindas que eu já vi. Elas estavam com um brilho... diferente.

               — Vai tomar seu banho, teve muitas emoções por hoje. — Ela manda, como sempre, eu obedeço.

               — O que você está cozinhando de bom aí? — Digo, já abrindo a tampa da panela

               — Vaza, Florence. Banho! — Ela repreende, logo após dar leve tapa na minha mão.

               Quando chego no banheiro, sinto uma paz indescritível. Eu estava em casa, livre de qualquer ameaça, sem aquele medo, aquela incerteza que tomava conta de mim. Cecília estava no hospital, mas havia um policial militar tomando conta dela. Ela estava algemada em seu leito. Olha, eu não queria nem pensar no que teria acontecido se essa louca não fosse detida ou se isso se estendesse por mais tempo. Dr. Proetti foi avisado do que aconteceu e quando chegou na delegacia e descobriu que era sua esposa que estava por trás dos ataques, se viu desesperado. Ele realmente não parecia saber de nada ou soube disfarçar muito bem. Pediu mil desculpas à Roberta e a mim. Ela engoliu a seco as desculpas, pois ainda não havia o perdoado por ter desviado dinheiro da empresa. É, ela sabia dar o desprezo. Ela foi gélida com ele.

               Céus, como eu queria uma banheira para relaxar agora. Se o meu banheiro não fosse tão pequeno... É, a minha casa não era muito grande, tinha uma garagem e um pequeno jardim, uma suíte e um quarto que antes era da bagunça, mas que agora fiz de escritório. Nunca pensei que eu pudesse casar um dia. Sempre achei que seria aquela sapatão velha que adota um gato. Agora eu tinha uma noiva, um gato e planos de ter um bebê. Se ela queria ser mãe, eu gostaria de fazer o possível para realizar o sonho do meu amor.

               Embora a temperatura no RJ esteja quente, eu preciso relaxar. Coloco o chuveiro no morno e começo a remoer os últimos meses: minha ex voltou pra minha vida depois de anos, sofri, desencanei, me apaixonei pela ruiva dos olhos azuis mais lindos que eu já vi, minha ex se declarou pra mim, o marido  que é amigo do meu ex-chefe descobriu que a gente teve um caso, ele quase quis me matar, quase fui demitida, minha mãe morreu, meu pai meio que morreu em vida pra mim por puro preconceito e agora... tentaram me matar novamente. Saldo positivo: não morri em nenhum momento. Foram muitas ameaças e tentativas de assassinato do ano passado pra cá.

Fê havia me confessado que não tinha interesse em permanecer na empresa e queria trilhar seu próprio caminho de forma autônoma, mas... e eu? Gostaria de permanecer? Desde quando entrei lá, não me imagino saindo. Porém, depois de tudo que aconteceu, vejo meu futuro como incerto. Suspiro. Tenho que conversar com a minha noiva sobre essas coisas, ela sempre tem as melhores palavras pra me dizer.

Coloco uma roupa leve e desço para a cozinha, a mesa do jantar está posta e Fernanda estava me esperando com um sorriso. Ela me abraça e beija minha testa, dizendo que vai tomar um banho e me deixa só. Vou até a miniadega e tiro um vinho de lá, um dos preferidos dela. A gente estava comemorando que acabou nossa saga de sofrimento e de ficarmos confinadas em casa, mas precisávamos conversar sobre nosso futuro.

Fico perdida nos meus pensamentos encarando a mesa posta diante de mim. Será que tinha acabado mesmo? Ou será que Cecília tinha uma outra pessoa nesse jogo com ela? Meus pensamentos fervilham a todo momento. O delegado me garantiu que, pelo andar das investigações, eram apenas as pessoas que foram presas que estavam em complô com a corna moribunda, também liguei para o meu detetive particular que me assegurou o mesmo. Pedi aos seguranças que ficassem de plantão essa semana aqui em casa, só para garantir. A verdade é que eu sentia medo de não conseguir ter um futuro, logo agora que eu estou tão feliz.

— No que está pensando?

Fernanda retorna e eu nem percebo, mas quando noto sua presença, meu coração acelera como na nossa primeira troca de olhares. Ela está com um vestido solto no corpo, azul, que nem os seus olhos. Ele era curtinho e despojado, a coisa mais linda do mundo. Ela estava descalça e tinha uma expressão preocupada.

— Anna?

Ela pergunta novamente.

— Quer casar comigo? — Faço aquela pergunta novamente, meus olhos fixos nos seus... Queria ouvir de novo. Queria que ela dissesse que ficaríamos bem.

— Sim, meu amor. Quantas vezes preciso dizer pra você acreditar? — Ela envolve minha cintura e tira uma mecha de cabelo minha do meu rosto.

— Você é a noiva mais linda desse mundo. — Meus olhos marejam, acho que eu estava muito apaixonada e sensível com tudo que estava acontecendo, até mais abalada que ela mesma.

— Tá tudo bem, amor? — Sua feição é de preocupação novamente e seus olhos azuis encontram os meus cor de mel. Ela me dá um abraço apertado e eu me deixo envolver.

Ficamos novamente em silêncio por alguns segundos, aquele silêncio de conforto. Enquanto ela fazia carinho nos meus cabelos, eu deixava algumas lágrimas rolarem. Não eram lágrimas de tristeza, eram lágrimas de alívio, misturadas com... ansiedade. Eu sentia meu coração acelerado e Fernanda também, ela me apertava cada vez mais no seu abraço e reafirmava o tempo inteiro: “Estou aqui.”

Quando meus pequenos soluços se acalmaram, ela puxou a cadeira para que eu pudesse sentar e eu estranhei esse gesto, geralmente era eu quem fazia isso por ela. Fê percebeu meu ponto de interrogação na testa e disse: “— Hoje sou eu quem vai cuidar de você.”

Ela põe o prato principal na mesa. Era macarrão ao molho branco com bacon e brócolis. O cheiro estava divino. Fernanda tinha muito bom gosto pra cozinhar e eu amava quando ela se aventurava na cozinha assim. Ela se senta ao meu lado e serve o vinho que eu havia escolhido. Eu observo cada movimento dela, desde a forma como segura a garrafa até como ajeita uma mecha do cabelo ruivo atrás da orelha.

— Espero que esteja bom. — Ela diz, me lançando um sorriso enquanto pega os talheres.

— Tenho certeza de que está perfeito. — Respondo, segurando sua mão por um instante antes de começarmos a comer. Meu coração parece que ainda não voltou ao ritmo normal, mas, pela primeira vez em muito tempo, sinto que estou onde deveria estar.

Damos a primeira garfada juntas e fecho os olhos por um instante, saboreando o tempero suave do molho misturado com o crocante do bacon. Fernanda me observa com expectativa.

— Está maravilhoso, meu amor. — Elogio, vendo seu sorriso se alargar.

— Modéstia parte, eu arrasei — Agora foi a vez do meu sorriso se alargar, ela estava andando muito comigo, estava ficando até convencida.

Ela bebe um gole do vinho antes de continuar:

— Você tem certeza de que está bem, Anna? Desde que chegou, parece... distante. Não que eu não goste de ver você me pedindo em casamento várias vezes. — Ela brinca, tentando aliviar o peso da conversa.

Solto um suspiro, rodando a taça entre os dedos antes de responder:

— Acho que estou processando tudo. É como se o meu corpo finalmente tivesse entendido que acabou, que a gente pode respirar. Mas, ao mesmo tempo, fico com medo. Medo de não conseguir viver esse futuro que tanto queremos. — Confesso, sem desviar o olhar do vinho.

MaFe segura minha mão com delicadeza, apertando meus dedo indicador e médio de leve.

— Eu entendo, amor. Mas você sobreviveu a tudo isso. A gente sobreviveu. E vamos continuar juntas. — Sua voz é firme, cheia de convicção.

— Você sempre sabe o que dizer né, monstrinha? — Murmuro, levando sua mão até meus lábios e depositando um beijo ali.

— Só estou dizendo a verdade. — Ela sorri e, dessa vez, é um sorriso que me aquece por dentro.

Os olhos eram lindos, o cabelo maravilhoso, mas o sorriso dela... Ah, esse era perfeito.

Nosso jantar seguiu com conversas leves, entre fofocas e risadas da forma com que León tentava subir na mesa para roubar comida. Ele havia ganhado uma nova personalidade desde que chegou aqui: gato ladrão. No fim, quando terminamos o vinho e lavamos a louça, minha noiva me puxa pela mão e me leva para a sala. Ela liga uma música baixa no soundbar e me envolve pela cintura, logo reconheço seus primeiros acordes: era encanthed, da Taylor Swift. Literalmente era a playlist do meu relacionamento. Quando ela confessou o que sentia, lá no início, ela dizia estar encantada por mim. Já era amor antes que nós duas percebêssemos.

— Dança comigo. — Ela pede, e eu obedeço sem hesitar.

A melodia preenche o ambiente, e nós nos movemos devagar, como se tivéssemos todo o tempo do mundo. Meus olhos se fecham por um momento, apenas sentindo sua presença, seu cheiro, o ritmo de sua respiração.

— Eu te amo, Anna. E eu nunca vou a lugar nenhum. — Ela sussurra contra a minha pele.

Meus braços apertam sua cintura com mais força. Ali, envolvida por ela, pela segurança que seus braços me dão, finalmente permito que meu coração desacelere. Pela primeira vez em meses, sinto que estou em casa. Nossa casa.

Depois de terminarmos de dançar, deitamos no tapete felpudo da sala e ficamos olhando para o teto. Nossas pernas estavam entrelaçadas e minhas mãos estavam na altura do meu peito, tentando iniciar a conversa que eu queria ter sobre o futuro com ela.

— Eu não sei o que vou fazer daqui pra frente... — Começo a introduzir o assunto, mas suspiro em seguida — Quer dizer, eu estou confusa em relação ao trabalho.

— Você quer sair? — Ela pergunta, direcionando seu olhar pra mim

— Eu não sei, linda. Está um mar de confusão aqui dentro de mim... Eu não quero trabalhar com medo, sei lá.

— Amor, acabou. Você pode voltar... Nós podemos voltar. — Ela faz um afago no meu rosto

— Não tenho mais clima pra voltar. Eu... acho que não quero voltar. — Olho em sua direção, com olhar perdido

— Amor, você não precisa decidir isso agora. Tira um tempo, respira… e a gente pensa juntas no que for melhor pra você.

Solto um suspiro trêmulo e meus olhos marejam, de novo. Desvio o meu olhar pro teto. Droga, não quero ser fraca. Meu peito ainda pesa, como se tivesse um halter de 10kg em cima dele. Deixo uma lágrima cair e rapidamente a enxugo, Fernanda impede meu movimento e me puxa para um abraço.

— Amor... meu amor. Você não precisa ser forte comigo. Você vai ser minha mulher, Anna. Se não puder conversar o que sente comigo, que relacionamento teremos, vida?

—  E se eu nunca mais quiser advogar?

Fernanda não hesita.

— Então não advoga. Muda de área ou então... advoga em outra área. Você não precisa se prender a algo que não te faz bem. — Ela entrelaça nossos dedos e aperta minha mão levemente. — O que importa é você estar feliz.

— Não é a área, é o escritório. Eu não sei se volto, amor. Não sei se quero.

Parte de mim sente culpa por sequer considerar abandonar tudo pelo que trabalhei tanto. Mas, ao mesmo tempo, a ideia de continuar fingindo que nada aconteceu me sufoca.

— Eu só… sinto que estou perdida.

— E eu estou aqui, lembra? — Ela sorri de leve e leva minha mão até os lábios, deixando um beijo suave ali. — Não precisa ter todas as respostas agora, meu amor. Só me deixa segurar sua mão enquanto você encontra o caminho.

Fecho os olhos por um instante e deixo que o peso do momento se dissolva no carinho dela. Talvez eu ainda não saiba o que fazer… mas sei que não estou sozinha.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, nossas mãos ainda entrelaçadas. O calor da pele dela contra a minha era a única coisa que me mantinha aquecida. Então, Fernanda suspira e vira o rosto para me encarar.

— Sabe, eu também ando pensando muito no meu futuro. — Sua voz é suave, mas carrega uma firmeza que só Fernanda poderia ter.

Viro o rosto para olhá-la, esperando que continue.

— Eu já tinha te falado sobre isso antes, mas… acho que , quando eu passar na prova, vai estar na hora de eu sair da empresa. — Ela morde o lábio, pensativa. — Quero construir algo meu, ser dona do meu próprio caminho.

— Então você vai abrir mesmo seu próprio escritório? — Dou um sorriso, acariciando seus cabelos

— Sim. — Ela sorri, um brilho diferente nos olhos. — Quero focar em Direito Civil, atender meus próprios clientes, fazer as coisas do meu jeito.

Sinto meu coração acelerar de orgulho ao ver a paixão na voz dela. Era isso que eu amava em Fernanda: sua determinação, sua coragem de ir atrás do que queria.

— Eu sempre soube que você seria uma advogada brilhante, independente de onde estivesse. — Aperto sua mão, passando meu polegar suavemente por sua pele. — E você já pensou em como vai fazer isso acontecer?

— Já comecei a pesquisar sobre abrir um escritório pequeno. Algo só meu, sem chefe pra mandar no que eu faço. — Ela solta uma risada leve. — Estou com trauma de Roberto. Quero construir isso do zero, com meus próprios méritos.

— Você vai conseguir. — Digo sem hesitar. — E eu vou estar do seu lado, o tempo todo, meu amor.

— Te amo, minha noiva. — Ela diz e me puxa para um abraço apertado — Eu amo falar isso pra todo mundo... que sou sua. Sua noiva, seu amor. Metade daquele escritório me odeia por isso — Ela ri — Todo mundo tirou um pedacinho seu, mas a melhor parte de você... eu quem ganhei.

Ela coloca a mão no lado esquerdo do meu peito, para simbolizar que ela estava falando do meu coração e continua:

— Eu... Ah, Anna. Embora você tenha um temperamento difícil lá fora, é tão bom ter a Anna que cuida, que é carinhosa, que faz as minhas vontades, que abre a porta do carro pra mim, que faz café da manhã e leva na cama ou leva na minha mesa quando eu estou trabalhando... É tão bom ser a noiva da Anna que me pega no colo quando estou sem forças depois da gente fazer amor. É tão bom confiar, me entregar, sem reservas, pois eu sei que você vai respeitar os meus limites. Eu já disse que tenho muito orgulho da mulher que você é? Do quanto você suportou isso tudo nos últimos meses e ainda está aqui, de pé? Eu amo você, Anna. Eu te amo muito.

Minha garganta se fecha e sinto meu peito apertar de emoção. Eu nunca fui boa com palavras como ela, nunca soube expressar meus sentimentos dessa forma tão bonita e sincera, mas Fernanda sempre soube me decifrar. Sempre soube enxergar além da minha casca grossa.

Engulo em seco, tentando processar tudo o que ela disse, mas tudo o que consigo fazer é puxá-la ainda mais para perto. Enterro o rosto no seu pescoço, sentindo seu cheiro, seu calor.

— Você fala assim e eu fico sem saber o que responder... — murmuro contra sua pele, minha voz embargada.

— Não precisa responder, amor. — Ela sorri, acariciando meus cabelos. — Só precisa sentir.

E eu sentia. Sentia tudo.

Aperto seu corpo contra o meu e fecho os olhos, respirando fundo. Quando volto a encará-la, sua expressão está cheia de ternura.

— Eu te amo, minha noiva. — Minha voz sai um pouco rouca, carregada de emoção. — Amo cada detalhe seu, cada palavra que sai dessa sua boca linda. Amo quando você me desafia, quando me provoca. Amo quando você sorri para mim depois de um dia difícil e faz tudo valer a pena. Amo quando você se joga nos meus braços sem medo.

Ela sorri, os olhos azuis brilhando com intensidade.

Nossos lábios se encontram, e o beijo é calmo, doce, cheio de promessas silenciosas. Quando nos afastamos, encostamos as testas uma na outra, respirando juntas.

Ela fecha os olhos e sorri, e naquele momento, tenho certeza de que, independente do que acontecesse, nós encontraríamos nosso caminho. Juntas.

Parte superior do formulárioXXXXXXXXsdssslksls   Parte inferior do formulário

Seis meses depois, muita coisa havia mudado. Algumas feridas começaram a cicatrizar, outras apenas se transformaram em cicatrizes permanentes. Mas a vida seguia, e nós estávamos aprendendo a lidar.

Cecília nunca chegou a ver seu julgamento final. Morreu na prisão antes mesmo do trânsito em julgado do processo. Houve quem dissesse que foi um acerto de contas, outros, que foi o câncer. Algumas companheiras de cela afirmaram que foi um suicídio. Para mim, pouco importava. Era apenas um nome do passado que eu preferia deixar enterrado.

Adriana entra na minha sala enquanto converso com Andressa para me entregar a cópia de um documento do cliente. Eu sabia que era apenas uma desculpa dela para vê-la, mas dei de ombros. As duas estavam insuportavelmente apaixonadas, mas o que me confortava, era que Amanda, nossa pequena, tinha se dado muito bem com a namorada da mãe, se bem que uma vez ela deu uma vacilada falando que queria que a Tia Anna namorasse a mãe dela. Eu ri nessa hora, Adriana queria cavar um buraco no chão e Andressa fingiu indignação, mas seguimos entre risadas naquele dia.

Eu tinha colocado Amanda em uma escolinha de futebol, ela tinha talento e eu queria muito fazer isso por ela. Às terças eu quase não podia ir prestigiá-la, mas quase todos os sábados eu ia. Depois do treino dela, eu e Fernanda a levávamos para tomar sorvete. Adriana e Andressa aproveitavam para namorar... elas pareciam Fê e eu no início do relacionamento: dois coelhos.

Andressa e Fernanda conseguiram êxito no processo de Adriana contra a ex, pela guarda compartilhada de Amanda. O que me deixou mais orgulhosa foi que Andressa só assinava as petições, mas foi Fernanda quem cuidou de todo o processo. Eu era uma noiva muito apaixonada sim.

Depois que Adriana sai, Andressa me olha como quem lembrasse de algo, como se tivesse dado um estalo na sua cabeça.

— Anna... Anna! Fofoca!

 Ela estranhamente bate na minha mesa como se estivesse rufando tambores, jogo uma bolinha de papel nela que a pega no ar.

— Fala logo, bicha. — Digo revirando os olhos

— Só por conta da bolinha de papel não contarei. — Ela cruza os braços, fingindo irritação, mas não consegue se segurar e começa a falar:

— Ralf foi demitido! — Ela começa a bater palmas euforicamente

— Não! Mentira? — Coloco as mãos na boca, surpresa — Me conta isso direito.

— Menina, foi assim: ele cometeu um erro ENORME, fez a empresa de um cliente perder um contrato de 1 milhão. E após isso, o cliente deixou a firma. Dizem que a Dra. Baldez está possessa, ela não te contou nada?

Balanço a cabeça negativamente, mas consigo imaginar a raiva de Roberta ao perder o cliente e dinheiro. Ela odiava perder dinheiro, deve ter comido o cu de Roberto para demitir Ralf.

— Ele foi desligado sem fazer muito barulho, mas soube que ele já está na firma concorrente, lambendo o saco de um dos advogados de lá. Eu tenho um amigo da faculdade que trabalha nesse escritório, ele me contou que entrou um rapaz puxa-saco e perguntei o nome, ele me confirmou que era Ralf mesmo.

— Mas olha só que coisa, né? — Andressa continua, cruzando os braços com um sorrisinho de deboche. — O homem saiu daqui queimado, mas já arranjou outro canto pra puxar saco. Impressionante.

Reviro os olhos, soltando um suspiro.
— Ele sempre foi um parasita. Grudou no Proetti e no Roberto porque via oportunidade, agora grudou em outro. É questão de tempo até fazer merd* lá também. Advogado medíocre.

Andressa assente, ainda se divertindo com a fofoca. Mas antes que ela possa continuar, minha porta se abre sem cerimônia, e minha noiva entra com aquele jeito leve e cheio de autoridade ao mesmo tempo.

— O que foi que eu ouvi sobre o Ralf? — Fernanda pergunta, arqueando uma sobrancelha.

Andressa sorri de canto, cruzando os braços.
— Ah, eu amo que minha fofoca corre rápido!

Fernanda caminha até mim, se apoiando na lateral da mesa.
— Você ficou sabendo que ele foi demitido?

— Fiquei sabendo agora mesmo. — Respondo, inclinando a cabeça. — Mas tô surpresa. O Roberto deve ter engolido muito um sapo enorme antes de finalmente mandar ele embora.

Fernanda solta um suspiro e cruza os braços.
— Pois é. E quer saber? Já foi tarde. Só me pergunto se a Dra. Baldez não ficou puta com isso.

Balancei  a cabeça positivamente.
— Ficou sim, ela odeia perder cliente e dinheiro, ainda mais agora. Porém, não tinha como segurar. Ele ferrou um cliente importante. Acho que se ela pudesse, já tinha demitido esse imbecil antes. Ela nunca gostou dele, ainda mais quando soube que ele vivia ameaçando meu cargo aqui dentro.

Fernanda sorri, satisfeita.
— Bom, agora só falta Roberto seguir o mesmo caminho, né?

Sorrio, puxando minha noiva pela cintura para que ela fique mais perto de mim.
— Você adoraria ver isso, né, monstrinha?

— E você não? — Ela rebate, me lançando aquele olhar divertido.

Andressa revira os olhos.
— Ai, gente, pelo amor de Deus, eu vou embora antes que vocês comecem a trocar olhares apaixonados. Já deu por hoje.

Fernanda ri e assente, enquanto eu apenas mando um beijo no ar para Andressa, que finge pegar e esmagar na mão antes de sair da sala.

Assim que ficamos sozinhas, minha noiva solta um longo suspiro e se acomoda no sofá da minha sala.

— Você tá com aquela cara. — Digo, observando-a.

— Que cara?

— A cara de quem tá prestes a me contar algo que eu não vou gostar.

Ela sorri de canto e me puxa pela mão para sentar ao lado dela.

— A Bruna me mandou mensagem agora há pouco, ela perguntou se você não quer ir visitá-la em Araruama por causa de Alessandra.

— Fê, eu não gosto... — Ela me interrompe

— Anna. — Suspira — Eu também não me sinto confortável, mas é sua irmã. Sua única família. Vamos esse final de semana?

— Maria Fernanda... — Coloco as duas mãos no rosto e balanço a cabeça negativamente

— Por favor, vai, loira. Bruna tá morrendo de saudade de você. E eu sei que você também está morrendo de saudade dela.

Quase quis matar Bruna quando ela deixou tudo para trás aqui no Rio de Janeiro e foi morar em Araruama com Alessandra, que havia passado em um concurso e não pensava em voltar tão cedo. Nossas conversas agora aconteciam por chamadas de vídeo, e, apesar da saudade, eu sabia que ela estava feliz. Isso era o que importava. Mas eu continuava odiando aquele projeto de piu-piu. Ops, namorada dela.

— Ok, Fê. Mas que aquela... — Fernanda me censura com o olhar — pessoa fique bem longe de você.

Ela me abraça, orgulhosa da minha escolha.

— Nós já resolvemos tudo o que tinha pra ser resolvido. E eu não tenho interesse algum em ficar perto dela também, ciumenta. — Ela me dá um beijo rápido nos lábios — Deixa eu ir, pois eu tenho que encontrar um cliente no fórum daqui a pouco.

Essa era Fernanda... minha noiva. Meu amor. Ela conseguia me convencer a fazer tudo, como pode? Não é à toa que ela mandava e desmandava no nosso relacionamento e na minha vida. A palavra final sempre era: “Sim, Fernanda.”

Foi com essa determinação, capacidade, altruísmo, inteligência, que ela passou na OAB. Ela pegou a carteira tinha um mês, mas já advogava na área cível. A Dra. Baldez fez uma proposta para ela ficar como associada por 1 ano e ela não teve como recusar, mas sua mente fervilhava de ideias sobre seguir carreira solo. Eu via no brilho dos seus olhos que a independência a chamava. E eu, como sempre, apoiaria qualquer decisão dela.

Ela contou a ideia de abrir um escritório para os seus pais e eles venderam um apartamento que eles tinham em Cabo Frio para ajudá-la, mas é claro que ela não sabia disso. Sr. Mauro pediu para que eu visse um ponto comercial que estivesse vendendo e, então, escolhi em Irajá, no mesmo bairro dos seus pais. Ficava bem pertinho do metrô, escolhi estrategicamente para que ela pudesse vê-los com frequência. Seus pais ficaram radiantes, o pai dela me agradeceu e abraçou muito, dando um dos abraços de ursos que ele costuma dar nela. O escritório da Fê estava em obra e de vez em quando eu passava lá para acompanhar.

Ligo para o ramal de Adriana, que me atende prontamente.

— Oi, Doutora. Pode falar.

— Adriana, traz dois cafés do Starbucks pra mim? Um pra mim e um pra Dra Baldez, por favor. Tenho uma reunião com ela daqui a pouco e preciso urgentemente do meu pretinho, meu nível de cafeína está no pé. O dela é caramelo macchiato, duplo e sem chantilly, o meu você já sabe qual é.

— Certo, Anna. Precisa de mais alguma coisa?

— Não, obrigada.

Meia hora depois, Adriana entra na minha sala com os cafés e um sorriso discreto.

— Aqui está, Doutora. O seu e o da Dra. Baldez.

— Obrigada, Adriana. Pode avisar que estou indo para a sala dela?

— Claro.

Pego meu café e saio, com a nossa sala lado a lado não demoro a chegar. Ela já está à minha espera, sentada atrás da mesa impecável, o olhar afiado como sempre. Ao me ver, aponta para a cadeira à sua frente.

— Sente-se, Anna.

Faço o que ela pede, deixando o café dela sobre a mesa.

— Caramelo macchiato, sem chantilly, do jeito que você gosta.

Inclino a cabeça, analisando-a.

— Você está bem? Parece... exausta.

Dra. Baldez solta uma risada breve, esfregando os olhos.

— Renata está na fase final da gestação. — Ela diz, com a voz carregada de um cansaço misturado com um tom divertido. — Ontem, às duas da manhã, ela decidiu que precisava desesperadamente de sorvete de flocos.

Seguro o riso.

— E você foi buscar?

— Claro que fui. — Ela revira os olhos, bebendo mais um gole do café. — Mas quando cheguei com o sorvete, Renata começou a brigar comigo, dizendo que o bebê ia nascer com cara de sorvete.

Dessa vez, não consigo segurar a risada.

— Eu sei que não deveria rir, mas... isso é hilário.

— Não ria. Eu estava tentando convencê-la de que isso não fazia sentido enquanto ela me acusava de não levar a gravidez dela a sério.

— E onde você encontrou o sorvete?

— Eu fui em tudo quanto é lugar e não achava, achei em um posto de conveniência na Avenida Brasil, já iam dar 4h da manhã.

— Você levou a gravidez dela posto de conveniência, isso deveria contar pontos.

Ela solta um suspiro dramático.

— Eu mereço uma medalha.

Ainda sorrindo, balanço a cabeça.

— Pelo menos, se o bebê nascer com cara de sorvete, será de flocos. É um clássico.

— Exato. — Ela apoia os cotovelos na mesa. — Mas voltando ao assunto sério... Como você está segurando essa tempestade?

Cruzo as pernas e respiro fundo, segurando o copo com um pouco mais de força do que o necessário.

— Já passei por tempestades piores, Dra. Baldez. — Digo, me referindo ao que passamos meses atrás.

— Sei que já passou. Mas essa está tomando proporções maiores do que esperávamos.

Puxo o celular do bolso e abro uma das manchetes recentes.

"A advogada que defende o indefensável. Até onde vai a sede por prestígio?"

Reviro os olhos e bloqueio a tela antes de jogá-lo sobre a mesa.

Eu nesses últimos meses me afundei no trabalho. Eu não queria continuar mais, mas Roberta foi bem incisiva que precisava de mim ao seu lado. Quase me implorou pra ficar, eu juro que, quando falei para Dra. Baldez que estava pensando em rescindir meu contrato de trabalho, vi os olhos dela marejarem. Porém, naquele momento, minha atenção estava voltada para um caso que mexeu com todo o país: a defesa de uma mãe acusada de ser conivente com a morte do próprio filho, morto pelo pai. O julgamento foi um espetáculo à parte. Eu fui massacrada pela opinião pública, atacada por colegas da profissão, chamada de tudo que era nome por ter aceitado representar uma mulher que, segundo a mídia, era um monstro. Mas eu sabia da verdade.

— A imprensa quer sangue. E alguns advogados estão aproveitando a oportunidade para me atacar publicamente.

— O que já era esperado. — Ela entrelaça os dedos sobre a mesa. — Mas você não está sozinha nisso. A ABACRIM emitiu uma nota de apoio a você há pouco.

Ergo as sobrancelhas, surpresa.

— Não sabia disso.

— Pois agora sabe. E mais: o escritório também emitiu uma nota oficial. Publicamos há vinte minutos nas nossas redes sociais, reforçando que estamos ao seu lado e condenando o linchamento público que você está sofrendo.

Minha garganta aperta por um momento. Trabalhei tanto para conquistar respeito dentro do Grupo Proetti-Baldez, e agora, com todo o barulho ao meu redor, ver esse suporte me atinge de um jeito inesperado.

Ah, sem falar que, Roberta havia retirado o nome do Proetti do grupo. Foi uma luta contra o conselho, mas ela havia lutado até o fim. Agora o escritório se chamava “Grupo Baldez – Advocacia Especializada”.

— Obrigada por isso.

— Você não precisa me agradecer. Você é uma das melhores advogadas que temos, Anna. Não deixaria ninguém te destruir.

Seu tom é firme, sem espaço para dúvidas.

— Mas ainda temos um problema. — Ela continua. — A imprensa quer falar com você. Várias emissoras pediram entrevistas.

Solto um suspiro, massageando a têmpora.

— E você quer que eu aceite alguma?

— Quero que você pense bem antes de recusar. — Ela apoia os cotovelos sobre a mesa. — Se você não se posicionar, eles vão continuar ditando a narrativa.

— Eu não sou de fugir de embates, Roberta, mas qualquer coisa que eu disser pode ser distorcida.

— Exatamente por isso que vamos preparar um posicionamento estratégico. Eu já entrei em contato com uma assessoria de imprensa para te ajudar nisso.

— Você acha que isso vai amenizar a situação?

Ela solta um riso curto.

— Não. Mas pode mudar a forma como as pessoas olham para você.

Fico em silêncio por alguns segundos, ponderando.

— Vou pensar.

Ela assente.

— Faça isso. E enquanto pensa, continue firme. Você sabe que está fazendo seu trabalho.

Bebo um gole do meu café, sentindo o peso daquela conversa.

— Eu sei. Só preciso lembrar isso para mim mesma o tempo todo.

Dra. Baldez sorri de canto.

— Então comece agora.

Dra. Baldez me observa por um momento, como se tentasse avaliar o que está passando pela minha cabeça. Em seguida, abre uma pasta sobre a mesa e desliza alguns papéis na minha direção.

— Esses são alguns dos ataques mais agressivos que recebemos nos últimos dias. — Ela diz, enquanto folheio rapidamente as impressões. Manchetes distorcidas, colunas de opinião me chamando de oportunista, comentários insinuando que aceitei esse caso por ambição.

— Já vi alguns desses.

— E há mais. Advogados renomados têm se posicionado contra você, dizendo que sua defesa é uma afronta à classe. Alguns clientes do escritório demonstraram preocupação.

Seguro um suspiro.

— Algum deles pediu para me afastarem de seus casos?

— Nenhum. Por enquanto, é só um incômodo velado.

— E você? Está incomodada com essa repercussão?

Dra. Baldez solta um riso baixo e descruza os braços.

— Se eu fosse me preocupar com cada escândalo, não teria chegado onde estou.

Isso não responde exatamente à minha pergunta, mas me dá uma pista do que ela realmente pensa.

— Esse caso é maior do que você imaginava quando aceitou. — Ela continua. — E isso significa que ou você o enfrenta de cabeça erguida, ou deixa que ele destrua sua reputação.

— Nunca fui de recuar.

— Então prove isso. Vamos estruturar um posicionamento e, quando você se sentir pronta, agendamos uma coletiva de imprensa.

Assinto lentamente, sentindo o peso da responsabilidade se acomodar sobre meus ombros.

— Eu aceito a coletiva. Mas quero ter certeza de que estou preparada para ela.

— É o que eu esperava ouvir.

Fecho a pasta com as impressões e a deslizo de volta para a mesa.

— Mais alguma coisa que eu precise saber?

Ela hesita por um segundo antes de responder.

— Sim. Recebemos um e-mail anônimo esta manhã.

Minhas sobrancelhas se erguem.

— Sobre o caso?

— Ainda estamos verificando a veracidade das informações, mas o remetente afirma ter provas de que há interesses políticos por trás da acusação.

Meu coração dá um salto.

— Você acha que é confiável?

— Não sabemos ainda. Mas já mandei nossa equipe investigar.

Minhas mãos se fecham em punhos sobre a mesa.

— Se for verdade... isso muda tudo.

— Sim, muda. Mas não podemos agir precipitadamente. Até termos provas concretas, seu foco deve ser se manter firme e controlar a narrativa.

Engulo em seco e assinto.

— Entendido.

Dra. Baldez me encara por mais alguns segundos antes de soltar um suspiro.

— Anna... — Seu tom agora tem um resquício de algo mais pessoal. — Você não precisa lidar com tudo sozinha, tá? Eu estou aqui.

Minhas costas se enrijecem.

— Eu sei.

Mas sei que, no fim das contas, sou eu quem vai estar diante das câmeras. Eu quem vou precisar justificar minhas escolhas para um público que já decidiu me condenar.

E, por mais que eu tenha o apoio do escritório, no campo de batalha, sou eu quem está na linha de frente.

— Eu vou segurar esse problema, Dra. Baldez. Com muita técnica, fatos e provas.

Ela apenas assente, como se soubesse que qualquer tentativa de suavizar minha postura seria inútil.

— Ótimo. Porque ela ainda está longe de acabar.

Estou fazendo os últimos apontamentos para a sessão do júri de semana que vem, quando olho para o relógio e vejo que meu horário acabou. Graças a Deus, finalmente posso respirar. Troco algumas mensagens com Fê, que diz que está me aguardando no estacionamento. Me despeço de Adriana e finalmente saio do escritório.

Minha noiva está encostada no meu carro com os braços cruzados, observando o movimento ao redor. Assim que me vê, abre um meio sorriso, mas sei que está tentando medir meu humor antes de qualquer coisa.

Entramos no carro e seguimos para casa, mas no meio do caminho, desvio a rota.

— Não vamos pra casa? — Fernanda pergunta, arqueando a sobrancelha.

— Pensei em comer no japonês. O mesmo onde te pedi em namoro.

Ela me observa por um segundo, antes de soltar um suspiro leve.

— É uma tentativa de resgatar boas memórias depois de um dia de merd*?

Sorrio de canto.

— Pode ser.

— Eu topo.

O restaurante está movimentado, mas conseguimos uma mesa mais reservada. O ambiente ainda me traz lembranças do dia em que, no meio de uma tentativa de reconquistar Fernanda, descobri que não queria mais viver sem ela ao meu lado. A nossa foto nesse dia ainda era a foto de fundo da tela do meu celular.

Fê percebe que meu olhar vagueia e apoia a mão sobre a minha, apertando de leve.

— Você está segurando muita coisa sozinha, amor.

— Eu sei.

— Você pode dividir comigo.

— Eu sei, Fernanda. — Respiro fundo, tentando aliviar o peso na minha voz. — Mas agora eu só quero comer.

Ela assente, entendendo o recado, e começamos a falar sobre outras coisas enquanto esperamos os pratos chegarem.

— Amor, quando a gente finalmente casar... — Introduzo o assunto — Você vai querer se mudar para uma casa maior?

— Deixa eu estabilizar minha carreira primeiro, amor — Ela ri, mas está nervosa com o assunto

Arqueio a sobrancelha e uma insegurança começa a tomar conta de mim.

— Você não quer mais casar comigo? — Pergunto, aflita.

— Não! — Ela diz exasperadamente — É claro que não é isso, vida.

Ela segura minha mão, passando o dedo pela minha aliança.

— Eu quero pensar na minha carreira primeiro, eu ainda tô começando e seria bom eu ter um pouco mais de estabilidade para que a gente possa realizar os nossos sonhos.

Abaixo a cabeça nesse momento, ainda insegura, mas eu tinha que entendê-la. Murmuro um “hmm” e coloco o sushi na boca, tentando a manter ocupada para não ter que respondê-la, mas meu coração pesa nesse momento.

— Amor... amor meu. — Ela coloca a mão em meu queixo e levanta minha cabeça suavemente, me fazendo olhar pra ela — Como que você consegue enfrentar o Brasil, a mídia, seus colegas de profissão te atacando, mas não consegue enfrentar que a sua noiva está te pedindo um tempinho para ela dar jeito na vida dela?

— Porque eu quero poder te chamar de minha esposa. É pedir muito? — Suspiro

— Anna, eu moro com você. Somos praticamente isso. — Ela sorri — Eu já sou sua mulher.

Com a voz rouca, nessa última frase, ela me provoca. Passando suas pernas nas minhas, por baixo da mesa. Sinto um arrepio nas pernas e meu sex* começa a dar sinais de excitação.

Ela percebe como ficou o meu semblante e sorri de lado. Safada. Ela sabia como me ganhar, como me conquistar. Fernanda sabia como me deixar totalmente na dela.

Na televisão do restaurante, o jornal começa a exibir detalhes sobre o meu caso. Imagens minhas no julgamento, manchetes sensacionalistas, comentários de "especialistas" me atacando de forma velada. Aos poucos, sinto o burburinho se espalhar.

Algumas pessoas cochicham entre si, outras olham diretamente para mim. Uma mulher na mesa ao lado me encara por tempo demais antes de dizer algo ao acompanhante, e então ambos se voltam na minha direção. Fernanda percebe o movimento e estreita os olhos.

— Quer ir embora? — Ela pergunta baixo.

Eu poderia. Mas não vou.

— Não. Então eu continuo. Pego os hashis, como se nada estivesse acontecendo, e saboreio meu sushi como se não estivesse sendo julgada por um restaurante inteiro.

Fernanda me acompanha, mas está claramente tensa, pronta para intervir se necessário.

É quando uma voz familiar interrompe o momento.

— Anna?

Levanto os olhos e encontro Beatriz parada ao lado da nossa mesa. Mas dessa vez, ela não está sozinha.

Ao lado dela, uma mulher de cabelos curtos e olhos castanhos segura sua mão com naturalidade. A cena me causa um leve estranhamento, mas logo percebo que Beatriz parece… bem. Diferente da última vez em que nos encontramos.

— Beatriz, como vai? — Sou cordial, mas olho de canto para Fernanda e seu semblante estava sério.

— Estou bem e você, Fernanda? Como vai? — Ela pergunta à Fê, que responde forçadamente

— Bem.

Fernanda mantém a expressão neutra, mas consigo sentir a tensão em seu corpo.

— Essa é a minha namorada. Camila.

Camila nos dá um “Oi” geral e cordial, mas arqueio a sobrancelha quando ela olha para mim com um olhar diferente.

Beatriz então me encara por um momento, como se estivesse escolhendo bem suas palavras antes de falar.

— Tenho acompanhado o caso pela TV. Sei que não está sendo fácil, mas estou torcendo por você, Anna. Ignore os comentários, você sabe quem é.

A sinceridade no tom dela me pega desprevenida.

Que bom que ela torcia por mim, eu também torcia muito por ela. Que sua vida desse certo e ela encontrasse um rumo.

Parece que agora ela encontrou algo que a faz feliz.

E talvez, finalmente, tenha me esquecido de vez.

Aleluia.

— Obrigada, Beatriz.

Ela sorri de volta antes de seguir com Camila para uma mesa próxima.

Fernanda solta um longo suspiro e volta a encarar seu sushi.

— Essa cidade não é grande o bastante pra gente, aparentemente.

Solto um riso baixo e volto a comer.

— Não mesmo.

Mas, dessa vez, a presença de Beatriz não me incomoda.

O que me incomoda mesmo é o julgamento que continua a pairar no ar.

E saber que, enquanto esse caso não acabasse, eu ia ser julgada junto com ele.

 

Após o jantar, dei as chaves do carro na mão de Fernanda — ultimamente ela anda dirigindo bastante meu carro e ela fala para todo mundo que essa é a maior prova de amor que já dei à ela — seguimos para casa em silêncio. Não é um silêncio desconfortável, mas um cheio de significados. Fernanda me conhece bem o suficiente para saber que estou digerindo tudo — o olhar das pessoas no restaurante, as manchetes cruéis, o peso da profissão.

Quando estacionamos na garagem, ela desliga o motor e vira o rosto para mim, me observando no escuro do carro.

— Você está bem? — pergunta, baixinho.

Fecho os olhos por um instante, respiro fundo.

— Sim. Só cansada.

Ela assente, mas não parece convencida.

— Você foi incrível lá dentro, sabia? Fingiu que nada daquilo te afetava.

Solto uma risada nasal.

— É, sou ótima nisso. Fingir que nada me afeta.

Fernanda aperta meu joelho de leve, um carinho silencioso.

— Mas me afeta, Fê. — Admito, enfim, olhando para ela. — Me incomoda saber que tem gente torcendo contra, principalmente colegas de profissão, me julgando sem saber de nada.

— E me incomoda ver você passando por isso sozinha. — A voz dela sai carregada de frustração. — Eu queria poder te proteger desse mundo podre.

— Você já faz mais do que imagina.

Fernanda desvia o olhar por um instante e suspira, como se quisesse dizer algo, mas hesitasse. Então, finalmente, fala:

— Se um dia ficar pesado demais, amor... se tudo isso sufocar você, eu posso ser sua rota de fuga, sabia?

Minha expressão suaviza, e um pequeno sorriso surge.

— Você já é, amor. Sempre foi.

Ela sorri de volta e, antes que eu possa dizer qualquer outra coisa, aproxima-se e me beija. Diferente dos beijos provocativos do restaurante, esse tem um gosto diferente: o gosto de lar, de porto seguro.

E, naquele momento, eu decido que, por mais que o mundo lá fora me julgue, aqui dentro, nos braços de Fernanda, nada mais importa.

— Quer ver Bruna esse final de semana e fugir de tudo isso? A gente aluga um airbnb próximo da casa delas, se te deixar mais confortável — Ela pergunta, preocupada com o meu estado de espírito.

Na verdade, ela estava preocupada em eu não cometer um homicídio contra Alessandra pra descarregar tudo isso.

Assinto com a cabeça.

— Está bem.

Tomamos um banho juntas e fomos para a cama, eu estava com uma camisa larga do batman e ela com uma camisa velha branca social minha e de calcinha. Observei a cena dela passando creme nas pernas para dormir e lembrei quando ela tentou me seduzir no restaurante para me convencer a esperar mais um pouco o casamento.

Ela percebe meu olhar sobre ela e sorri, balançando a cabeça negativamente.

— No que você está pensando? — Ela pergunta

— Que eu tenho uma noiva que vai me enrolar até eu ficar velhinha. — Reviro os olhos

— Você está muito tensa, Doutora Florence.

Ela diz, se aproximando da cama e prendendo o cabelo em um coque.

— Deixa eu te relaxar.

Ela sobe por cima de mim e me dá um beijo profundo, intenso. Enquanto sua língua se perde na minha, vou passando a mão por todo o seu corpo e começo a tentar retirar a sua camisa, mas ela me impede.

— Uma massagem, Anna. Foi isso que eu pensei.

Solto um suspiro frustrado e tiro minha blusa para que ela possa fazer a massagem. Deito de costas pra ela, mas posso ver um sorriso travesso em seus lábios.

Fernanda espalha um pouco de óleo nas mãos e começa deslizando os dedos pela minha nuca, apertando de leve os pontos tensos. Solto um suspiro longo, sentindo o alívio imediato se espalhar pelo meu corpo.

— Você realmente deveria fazer isso profissionalmente. — Murmuro, de olhos fechados.

— E largar minha promissora carreira? — Ela brinca, a voz suave. — Não posso desperdiçar meu talento.

Sorrio de lado, mas qualquer tentativa de resposta se desfaz quando ela desce as mãos pelos meus ombros, pressionando os músculos rígidos. Minha pele arrepia com o toque firme, e eu me entrego completamente.

— Você fica linda assim... — Fernanda sussurra, inclinando-se para deixar um beijo demorado na minha nuca. — Relaxada.

O calor do seu corpo contra minhas costas é quase uma tortura. Minhas mãos se fecham ao lado do travesseiro quando ela desce os toques pela minha coluna, os polegares traçando círculos lentos e preguiçosos, descendo perigosamente perto da curva da minha cintura.

— Você disse massagem. — Resmungo, sem fôlego.

Ela ri, deslizando os lábios até a minha orelha.

— Eu ainda estou massageando...

Seus dedos descem um pouco mais, e eu já sei onde isso vai dar. Meu corpo todo já sabe.

E, sinceramente? Não tem um único pedaço de mim que queira parar.

Fernanda desliza os dedos lentamente pela curva da minha cintura, fazendo pequenos círculos que me arrepiam inteira. Meu corpo já está reagindo a cada toque dela, e eu sei que essa massagem já deixou de ser inocente há algum tempo.

— Você está tão tensa, amor… — Ela murmura contra a minha pele, os lábios deixando beijos suaves ao longo da minha coluna.

Minhas mãos apertam o lençol, e solto um suspiro pesado quando ela desliza as mãos mais para baixo, traçando um caminho preguiçoso até minha cintura.

— Fernanda… — Tento avisar, mas minha voz sai falha, entregue.

Ela sorri contra minha pele e desliza para cima novamente, inclinando-se até seu corpo cobrir o meu por completo. O calor dela me envolve, e sinto sua respiração pesada no meu ouvido.

— O que foi, doutora Florence? — A voz dela sai arrastada, pura provocação.

Reviro os olhos, mas sei que ela não vê. O que eu vejo, no entanto, é a forma como as mãos dela exploram minha pele com um toque preguiçoso, me mantendo presa entre o desejo e a espera.

— Você quer que eu continue? — Ela sussurra, mordendo levemente o lóbulo da minha orelha.

Minha respiração falha. Fernanda sabia exatamente como me torturar, como me deixar à mercê dela sem precisar de muito.

Sem conseguir responder de imediato, viro o rosto para o lado e encontro seu olhar escuro, carregado de intenção.

— Não seja cínica. — Respondo, minha voz mais rouca do que gostaria.

Ela ri baixinho, divertida com meu estado, e desliza uma das mãos para debaixo de mim, puxando meu quadril contra o dela.

— Então me diz… O que você quer, amor?

Eu poderia fingir que ainda tinha algum controle da situação. Mas, com Fernanda, isso nunca durava muito tempo.

Ela realmente amava ter o controle sobre mim. Nosso relacionamento era mútuo, relatividade. Eu amava isso. Mais uma das inexplicáveis experiências que Fernanda me fez provar.

A afasto um pouco, somente para me virar para ela e ver seus olhos azuis encarando os meus cor de mel.

— Eu quero que você ch*pe a minha bocet* todinha e quero relaxar na sua boca.

Fernanda sorri, mordendo o lábio de leve, os olhos ganhando um brilho intenso diante da minha entrega. Ela adorava quando eu dizia exatamente o que queria, sem rodeios.

— Sua boca é suja, doutora Florence… — Ela murmura, deslizando as mãos pelas minhas coxas enquanto se acomoda entre elas. — E eu adoro isso.

Ela puxa minha calcinha sem cerimônia, já sentindo o quanto eu estava molhada naquele momento. Quando ela passa a língua debaixo para cima, começando pela minha entrada, meu corpo arqueia com seu toque.

— O que você quer mesmo, amor? — Ela provoca, novamente.

— Me ch*pa, amor. Me ch*pa, por favor. — Imploro pelo toque dela, pelo contato, pela língua dela em mim.

Ela imediatamente me obedece e suga meu clit*ris, como se estivesse beijando a minha boca.

Porr*.

Ela continua seu movimento lentamente, e em seguida, começa com movimentos circulares. O seu toque vai me deixando cada vez mais molhada e eu coloco as mãos nos meus seios, brincando com meus biquinhos. O jeito que sua língua trabalha em mim, alternando entre ch*pões e movimentos circulares, faz meu peito subir e descer.

— Isso, amor… — Ela murmura contra mim, a vibração da sua voz me fazendo gem*r alto.

Meus dedos se perdem nos fios ruivos dela, guiando-a para que não pare, para que continue me levando ao limite. Meu corpo responde a cada toque, a cada sugada intensa que ela dá no meu clit*ris, e sinto meu prazer crescendo, se acumulando de forma insuportável.

— Você é tão gostosa, Anna… — Fernanda desliza dois dedos para dentro de mim sem aviso, me fazendo arfar. Ela sorri contra minha pele, satisfeita com minha reação. — Gem* pra mim, vai. Seu gemido me deixa toda molhada lá embaixo...

Como ela sabe onde exatamente me tocar para que eu fique louca desse jeito? Eu não sei. Ela sabe como me desmontar, como me fazer implorar por mais.

— Me fode, Fernanda. Fode a sua mulher, fode.

Fernanda aumenta o ritmo ao escutar minhas palavras, ch*pando meu clit*ris ao mesmo tempo em que seus dedos me preenchem. A pressão dentro de mim cresce, até que um gemido alto sai da minha garganta e eu atinjo o ápice do meu prazer ao toque dela.

Ela continua por mais alguns segundos, prolongando meu prazer, antes de subir pelo meu corpo e capturar meus lábios nos dela. O gosto do meu gozo ainda está em sua boca, e eu gemo contra sua língua, puxando-a para mais perto.

— Relaxou, doutora Florence? — Ela sussurra, divertida.

Sorrio, ofegante, e puxo Fernanda para deitar sobre mim.

— Você é terrível.

Ela ri, satisfeita, e beija meu pescoço.

— E você ama isso.

Não posso discordar.

Ela continua deitada por cima de mim, fazendo carinho passando os dedos pela minha barriga, enquanto eu retribuía passando a mão em seus cabelos. Depois dessa trans*... digo, “massagem” de Fê, eu fecho os meus olhos e respiro fundo, meu corpo finalmente relaxando e eu tentando manter minha mente no nosso momento. A minha noiva, com a calma de quem conhece todos os medos que habitam em mim, me abraça de forma protetora.

Naquele momento, nada importava. Ela era meu alicerce, meu chão, meu lar... Nada mais importa se ela estiver ao meu lado em qualquer circunstância.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Meninas, estamos oficialmente na reta final! Esse é o penúltimo capítulo de O Nosso Recomeço e, sinceramente, meu coração já aperta só de pensar em dar adeus a Anna e Fernanda. 

Já adianto que não pretendo fazer uma segunda temporada, mas isso não significa que eu vá resistir totalmente... Nada me impede de soltar alguns contos aleatórios ao longo do ano só para matar a saudade — porque, convenhamos, o hot das duas pega fogo hahahaha

Depois dessa história, vou dar uma pausa na escrita para focar em projetos pessoais e começar a me preparar para um novo desafio: um livro de suspense (mas sáfico, é claro!) que pretendo escrever no próximo ano.

O último capítulo sai domingo e, apesar de ter me estendido mais do que planejava, cada linha foi escrita com muito amor e carinho para vocês. Também pretendo revisar a história, quem sabe para transformá-la em um livro físico ou lançá-la na Amazon no futuro.

Obrigada por todo apoio e carinho ao longo dessa jornada! Nos vemos domingo para o grande final de #MaNa. <3 


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Comentários para 44 - capitulo quarenta e quatro (penúltimo): refúgio em você.:
Mmila
Mmila

Em: 14/02/2025

Parte inicial do capítulo, só tensão....

Anna, depois da tempestade, tem mais tempestade, mas vem a bonança no final.

A segunda parte, dois corações em sintonia.... amei.

E vamos para o (coração apertado aqui) final.

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HelOliveira
HelOliveira

Em: 13/02/2025

Anna não tem paz coitada, mas a Fernanda sabe como faze-la relaxar, e que entrega super gostosa...

Coração já ficou apertado, mas vamos para o final


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 13/02/2025 Autora da história
Ossos do ofício. A profissão da bichinha não deixa ela ter paz um momento.


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