Capitulo 17
POV Luisa
Luisa sentou-se no banco do jardim da faculdade e passou a mão pelos cabelos, soltando um suspiro pesado. O café na sua mão já estava frio, mas ela nem se importava.
“Eu tô fodida.”
Mariana, sentada ao lado dela, mexia no celular sem dar muita atenção.
“Luisa, você tá sempre fodida. O que mudou agora?”
Luisa fechou os olhos, respirando fundo.
“Bianca.”
Mariana parou de mexer no celular e virou o rosto devagar, arqueando a sobrancelha.
“O que tem a novinha?”
O silêncio de Luísa disse tudo.
Mariana arregalou os olhos.
“Não. Não. NÃO. Você tá de sacanagem comigo. Você fez? Você finalmente pegou sua novinha? Diz que não fez isso, Luísa! Ou... ou… ou melhor, diz que sim, diz que finalmente pegou a menina, olhou, sorriu e lançou um mandioca no bombril!”
Luísa olhou para a frente, evitando encarar a amiga.
“Primeiro, você é ridícula. ‘Mandioca no bombril’? Que porr* é essa? E segundo, eu não queria que acontecesse.”
“AI, MEU DEUS.” Mariana largou o celular no colo e colocou as mãos na cabeça. “Você BEIJOU ELA? OU, ME DIZ QUE… VOCÊ SABE! ”
Luisa revirou os olhos.
“Ela que me beijou.”
“Isso é semântica, idiota.” Mariana respondeu, sorrindo debochada e fazendo um movimento de mãos.
Luísa não respondeu, mas o jeito que apertou o copo de café já era resposta o suficiente.
“Luisa, porr*!” Mariana sussurrou, olhando ao redor para garantir que ninguém estava ouvindo. “Você sabe o que isso significa? Você não só ultrapassou a linha, você meteu fogo nela e dançou em cima das cinzas!”
Luísa riu sem humor.
“Obrigada pela dramatização, Mari, você tá super ajudando.”
“Dramatização?” Mariana colocou a mão no peito, fingindo choque. “Amiga, eu tô quase chamando um advogado pra você, uma hora você vai precisar mesmo.”
Luisa esfregou as têmporas, sentindo a dor de cabeça aumentando.
“Foi um erro.”
“Foi?” Mariana estreitou os olhos. “Porque você não tá parecendo arrependida. Tá parecendo alguém que quer fazer merd* de novo.”
O silêncio.
Mariana suspirou.
“Eu sabia. Você tá fodida mesmo. Porr*, eu sabia que não era só atração.”
Luisa finalmente olhou para a amiga.
“Eu tentei resistir.”
“Ah, claro.” Mariana bufou. “O problema é que, quando a gente quer resistir de verdade, a gente consegue. Você não queria resistir, você queria um motivo pra se entregar.”
Luisa apertou os lábios, sem conseguir rebater.
Mariana continuou, cruzando os braços.
“Agora me diz: ela sabe no que tá se metendo?”
Luisa soltou um riso amargo.
“Bianca acha que sabe de tudo.”
Mariana balançou a cabeça.
“E você? O que vai fazer agora?”
Luísa passou as mãos pelo rosto.
“Mari, eu juro, eu tô tentando ser racional. Mas quando eu olho pra ela, eu…”
Ela parou, sem saber como terminar a frase.
Mariana a encarou por um momento antes de soltar um longo suspiro.
“Lu, você é minha amiga e eu te amo, mas você tem um histórico terrível de tomar decisões de merd* quando tá emocionalmente envolvida.”
“Obrigada pela confiança.”
“Não é confiança, é estatística.” Mariana riu, mas seu olhar era sério. “Se for só desejo, corta isso agora. Mas se for mais que isso… você está disposta a pagar o preço?”
Luísa ficou em silêncio. Ela queria dizer que sim, que conseguiria controlar a situação. Mas Mariana a conhecia bem demais para aceitar uma mentira.
A verdade era simples: ela já tinha perdido o controle há muito tempo.
E isso a assustava mais do que qualquer consequência.
Mariana sorriu e segurou as mãos de Luísa.
“Não importa, eu tô aqui, tá?”
Ela apertou os dedos da amiga e piscou.
“Eu vou te apoiar, mesmo que você se torne uma velha tarada, sugar mommy… Só nada de me arrastar pra cervejada sábado à tarde, tá? Não vai rolar. Nunca!”
Luisa soltou uma risada fraca, e os olhos brilharam com uma lágrima teimosa.
“Mas você era a rainha das cervejadas, não tá afim de rever sua coroa, periguete?”
Fim do capítulo
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