Capitulo 16
O celular vibrou na minha mão. O nome de Ana brilhava na tela como um aviso: Você não vai sair viva dessa conversa.
Respirei fundo e atendi.
“Finalmente, né, vagabunda?” Foi a primeira coisa que ouvi. “Eu já ia chamar reforço, achei que tinha sido abduzida ou pior… começado a estudar.”
Revirei os olhos. “Ana, eu preciso te contar uma coisa.”
Ela ficou em silêncio por um segundo, depois soltou um suspiro dramático. “Você está grávida?”
“QUÊ? Não!”
“Ah, bom. Mas se fosse, eu já tava pronta pra ser madrinha. Ia te julgar? Ia. Mas te apoiar? Também.”
Eu fechei os olhos, tentando me manter no foco. “Ana, é sério.”
Ela riu. “Tá, tá. Manda.”
Engoli em seco. “Eu fui atrás da Luisa.”
O silêncio veio primeiro. Depois, uma explosão de gargalhadas.
“VOCÊ O QUÊ?” Ela engasgou com a própria risada. “PELO AMOR DE DEUS, BIANCA! EU TÔ PASSANDO MAL, PORRA SIM, ME DIZ QUE COMEU ELA, OU… OU… OU QUE DEU PRA ELA, MEU SENHO NEM SEI O QUE EU FARIA PRIMEIRO, ME DIZ QUE TÁ COM MEU NUDE!.”
“Para de gritar, sua maluca!”
“VOCÊ FEZ SACANAGEM A PROFESSORA E QUER QUE EU FIQUE EM SILÊNCIO? VOCÊ PODE GEMER COMO UMA DOIDA E EU NÃO POSSO DAR UM GRITINHO?!” Ela continuava rindo, completamente fora de si. “A PROFESSORA, BIANCA! ISSO É UM SONHO? SE FOR NÃO ME ACORDA TÁ, NUNCA FUI TÃO FELIZ NA NOSSA VIDA!”
Eu bufei. “Ana, para!”
“Amiga, desculpe, mas isso aqui virou meu entretenimento pessoal.” Ela respirou fundo, tentando se acalmar. “Ok, mas agora fala sério. Como foi? Quem atacou quem? Ela te jogou na parede e te chamou de ordinária?”
Eu senti meu rosto esquentar. “Ana, cala a boca. Você precisa de tratamento, sabia? eu não sou ordinaria sua ordinária! E não há nada de parede, a gente… conversou .”
Ela fez um barulho de choque. “Puta merd*. Isso é meio chato, você sabe, né….Você está tão ferrada.”
“Eu sei.”
“Não, amiga. Você não sabe.” A voz dela ficou séria de repente. “Isso aqui é território proibido. Você sabe o que tá fazendo? Teve pelo menos uma coçadinha? um remember?”
“Eu acho que já foi tarde demais pra essa pergunta, a gente se beijou, acho que sei lá, tá confuso.”
Ana bufou. “E ela? A professora gostosa? Como que tá?”
Lembrei do jeito que Luisa me olhou, como se estivesse se segurando para não me puxar para perto. Do toque quente na minha cintura. Do jeito que ela cedeu.
“Ela tá lutando contra isso. Mas não consegue.”
Ana soltou um riso baixo. “Você vai acabar com a carreira dessa mulher.”
Eu pisquei. “Que horror, Ana!”
“Tô só dizendo! Já tô vendo o jornal: ‘Professora abandona a academia depois de perder a dignidade nos braços de uma aluna safada’.”
Revirei os olhos. “Você não presta.”
“E você não presta mais ainda é você que tá de saliência com a soberana de todo o mal e te toda a gostosura. Mas confesso que tô amando essa história. Continua.”
Eu respirei fundo, sabendo que aquilo estava longe de acabar.
“Acho que não tem mais volta.”
Ana ficou em silêncio por um segundo antes de soltar um riso. “Então, amiga… eu só tenho uma coisa pra te dizer.”
“O quê?”
“Se for pra f*der a vida, que seja gostoso.”
Eu soltei uma gargalhada, porque no fundo, era isso mesmo. O caos estava só começando.
Fim do capítulo
As postagens dos capítulos vão dar uma pausa do dia 12 até o dia 19.
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