Capitulo 19
A equipe entrou rapidamente no hospital, seguindo para a sala de emergência onde o paciente com ferimento a bala estava sendo atendido. Gabriela sentia a tensão no ar, algo comum antes de uma investigação, mas havia algo diferente naquele dia. Talvez o calor abafado ou o desconforto crescente entre ela e Olívia, algo que ainda não conseguia identificar.
Logo, elas encontraram a mãe de Isabelle, Dra. Eleanor, com as mãos ocupadas em um prontuário. Sua postura calma e focada, típica de uma profissional experiente, sempre atenta ao que acontecia ao seu redor. Ao lado dela, estava a jovem Dra. Rafaela, uma médica recém-formada, mas com um sorriso largo e uma confiança que não passava despercebida. Ela fixou os olhos em Olívia assim que elas entraram, um brilho de interesse evidente que Gabriela percebeu imediatamente.
"Olívia, que surpresa vê-la aqui," Dra. Rafaela disse com um sorriso sutil, mas de notável intensidade. Seus olhos estavam claramente focados em Olívia, e sua postura parecia mais relaxada, como se a presença da policial a energizasse.
Lucas, percebendo o clima, não perdeu a chance. "Olha só, Rafaela, acho que você está mais interessada na Olívia do que no ferido," ele provocou com um sorriso malicioso, virando-se para Gabriela. "Você percebeu isso, Fernanda? Acho que a Dra. Rafaela tem uma queda pela nossa amiga," completou, rindo.
Gabriela tentou disfarçar o incômodo que sentia se formando dentro de si, mas Olívia, sempre imperturbável, fez uma careta e respondeu com ironia: "Isso é só imaginação do Lucas. Ele adora fazer piada." Mas o olhar da Dra. Rafaela não mentia; ela estava claramente interessada em Olívia.
Gabriela não conseguiu ignorar o desconforto enquanto caminhava lado a lado com Olívia pelos corredores do hospital, indo em direção à sala da Dra. Eleanor, no andar superior. O ciúme que começou como uma pequena pontada foi crescendo, até que ela não aguentou. "Ah, então você me beija, e depois fica de lero-lero com a médica. Tá certo isso, Olívia?" Gabriela disse com um tom provocante, mais para aliviar a tensão do que para realmente questionar.
Olívia sorriu, maliciosa. "Espera aí, foi você que me beijou, não o contrário," respondeu, com um tom desafiador claro. "Na verdade, você abusou de mim."
"Abusei de você? Eu te beijei de volta, foi mais por pena, sabia?" Gabriela disse, quase sem pensar, e o sorriso de Olívia se alargou.
"Ah é? Então, se eu te beijar agora, você não vai me beijar de volta, né?" Olívia provocou, se aproximando lentamente de Gabriela.
Gabriela, com o coração disparado, deu um passo à frente. "Eu não acredito que você está sugerindo isso," ela disse, mas o desejo era claro no ar. "Mas... talvez... vá lá, me beije então."
Com um sorriso de pura satisfação, Olívia tomou a iniciativa e puxou Gabriela para uma sala vazia no corredor. A puxou mais para perto, e seus lábios se encontraram novamente com uma intensidade que Gabriela não esperava. Era como um jogo perigoso e divertido, mas ao mesmo tempo, uma explosão de sentimentos que ela não sabia que tinha.
O toque suave de Olívia rapidamente se transformou em algo mais urgente, algo que falava de desejo reprimido e tensão acumulada. Gabriela sentiu o calor de Olívia em cada parte de seu corpo. As mãos de Olívia, ágeis e firmes, viajaram para o rosto de Gabriela, pressionando mais intensamente, enquanto as dela se enterraram na parte de trás do pescoço de Olívia, puxando-a ainda mais para perto. O beijo foi profundo, quente, uma troca de energia crua que queimava os lábios de Gabriela e fazia sua respiração acelerar.
Cada toque parecia marcado, cada movimento entre elas deixava o ambiente mais carregado de tensão. Gabriela sentia as mãos de Olívia em suas costas, segurando-a com firmeza, enquanto seu próprio corpo se entregava ao beijo, àquela conexão inesperada e avassaladora. O sabor de Olívia, a mistura de perfume e suor, a pressão de seus lábios contra os dela... tudo isso fez Gabriela perder um pouco a noção do que estava acontecendo.
Quando finalmente se afastaram, ambas ofegantes, Olívia soltou uma risada baixa e satisfeita. "Ainda bem que você não ia me beijar," ela disse, o sorriso malicioso ainda nos lábios.
Gabriela, com a respiração ainda irregular, olhou para Olívia com um misto de confusão e desejo. "Você beija tão mal, é deplorável, sabia?" ela disse, meio sem saber se deveria se arrepender da brincadeira.
Olívia balançou a cabeça com um sorriso travesso. "De novo, então? Talvez se a gente praticar mais, melhore, sabe? Sou muito perfeccionista, e você é uma policial, seu trabalho é ajudar, né?" ela disse, com uma provocação clara.
Gabriela não teve tempo de responder antes que Olívia a puxasse novamente para um beijo, mais intenso do que o anterior, sem deixar espaço para dúvidas. Seus corpos se encontraram de novo, sem reservas, e dessa vez foi um beijo que não apenas explorava, mas consumia.
O beijo foi intenso, como se o mundo ao redor tivesse desaparecido. O hospital, as investigações, o caos das vidas que tocavam aquelas paredes, tudo ficou distante. O que restou foi apenas o calor entre elas, o choque de suas respirações se misturando em um único espaço apertado. Cada toque, cada movimento de Olívia parecia ter o poder de derreter as barreiras que Gabriela tinha construído para se proteger. Era uma força magnética que, por mais que ela tentasse resistir, a puxava de volta a cada vez mais fundo.
O ar parecia mais denso, carregado com a tensão que agora vibrava entre elas.
Fim do capítulo
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