Capitulo 5
A noite avançava lentamente, e Gabriela, Fernanda e Ricardo continuavam imersos nas pilhas de relatórios sobre Costa, espalhadas pela mesa da delegacia. A investigação, que antes parecia promissora, agora tomava um rumo cada vez mais intrincado. Gabriela sentia a pressão crescendo — não apenas por ser responsável por uma parte importante do caso, mas também pelas incógnitas que surgiam a cada nova descoberta.
— Vamos nos concentrar no que temos até agora. Costa tem conexões profundas, e precisamos entender a rede dele. — Ricardo, sempre pragmático, apontava para o gráfico das conexões, que parecia uma teia crescente à medida que mais nomes e rostos se adicionavam à investigação.
Fernanda, com sua energia característica, não parava de mexer nos papéis enquanto fazia comentários rápidos.
— Se Costa for o que estamos imaginando, essas conexões vão nos levar a algo muito maior.
Foi quando Hugo entrou na sala, interrompendo o silêncio com uma expressão carregada de preocupação. Ele parecia mais tenso do que o normal, o que imediatamente captou a atenção de todos.
— Temos um problema. — Ele disse, o tom grave fazendo com que todos se silenciassem. — Costa não é apenas um elo local em uma rede de crimes. As investigações apontam que ele tem conexões com pessoas de fora da cidade, pessoas muito mais perigosas do que imaginávamos.
— O que está acontecendo, chefe? — Lucas, que havia chegado mais cedo, perguntou, a preocupação evidente em sua voz.
Hugo olhou para ele, e sua tensão era palpável.
— Estamos lidando com algo muito maior do que pensávamos. Costa não é só um traficante de armas local. Ele está envolvido com gente grande, pessoas muito influentes. O advogado dele conseguiu um habeas corpus.
O impacto das palavras de Hugo foi imediato. Um silêncio pesado se espalhou pela sala, enquanto todos tentavam processar a situação. Gabriela sentia o nó apertar no peito — a investigação que estavam conduzindo estava se esvaindo, e a Polícia Federal agora tomaria a frente. A sensação de impotência era inevitável.
— Isso não faz sentido. — Ricardo foi o primeiro a quebrar o silêncio. — Pegamos Costa em flagrante, com um arsenal de armas, e agora ele é solto por causa de um habeas corpus? Algo está muito errado nisso.
Neste momento, Olívia entrou na sala, sem dar explicações. Sua postura era ainda mais rígida do que o normal, e seus olhos estavam frios, como se carregassem um segredo não revelado.
— O caso Costa agora é da Polícia Federal. — Sua voz, autoritária, cortou a tensão no ar. — As ordens vêm de cima. Não podemos mais fazer nada.
A equipe ficou em silêncio, a frustração e a perplexidade tomando conta de cada um. O que significava essa ordem vinda de "cima"? Quem estava por trás dela? E por que Costa, que estava claramente envolvido com algo muito maior, estava sendo protegido?
Gabriela sentiu uma pontada no estômago. A confiança que tinha em Olívia começava a se dissolver, dando lugar a uma sensação de desconfiança. Algo estava errado, e as peças não se encaixavam. A investigação estava sendo manipulada de alguma maneira, e ela sabia que não podia deixar isso passar.
— Mas e nós? — Fernanda perguntou, tentando mascarar a frustração com um tom irônico. — Vamos só assistir enquanto a Polícia Federal pega tudo?
Olívia a encarou com um olhar gélido, mas respondeu de forma neutra.
— Não temos escolha. A ordem já foi dada. — Ela fez uma pausa, olhando para todos. — Sei que é difícil de engolir, mas o foco agora é outro. Vamos pra Casa, Já está tarde.
Olívia saiu da sala com a mesma postura imperturbável, deixando a equipe em um estado de confusão e frustração.
Fim do capítulo
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