Escolhas por anonimo2405
Novas Amizades
POV CRISTINA
- Vamos chegar atrasadas! Te falei pra começar a levar as coisas pro carro mais cedo Cris!
- Amor, você sempre fala que seu irmão é o que se atrasa mais todo ano. – Respondo com certo esforço, suspendendo as duas malas dos degraus da sala.
- Eu não tenho conta com meu irmão, se ele é enrolado não significa que temos que agir igual.
As malas estavam tão pesadas que eu me concentrei apenas na sensação de alivio quando pude colocar as rodinhas no chão e puxá-las até o carro. Minha noiva seguia bem atrás de mim com sus reclamações e checklists.
- Prontinho senhorita! Podemos ir! – Disse com entusiasmo fechando o porta-malas. Me virei e vi que ela me olhava de forma analítica com as mãos dentro dos bolsos de seu shorts jeans nada discreto.
- Que foi? – Me aproximei a fim de ganhar um beijo.
- Acho que você devia trocar de camisa. – Ela desviou do abraço, colocando a mão no meu peito.
Não entendi. Meu olhar não escondia minha confusão. Não havia nada demais na camiseta branca de alças finas que eu usava. Era uma manhã bem quente e ensolarada.
- Trocar de roupa? Como assim? Essa tá boa. – Falei tentando ignorar aquela bobagem e insisti no abraço.
- Cris, você sabe que eu não gosto quando você usa essas camisetas... – Ela fez uma pausa como se tentando escolher as palavras certas. Eu já tinha desistido do contato e olhava pra ela de forma surpresa e curiosa. - Eu prefiro que você pegue uma daquelas de botões.
- Mas por que isso agora? Tá calor, aquelas camisas são quentes. Vem, não era você que tava preocupada com atraso? Se a gente ficar enrolando assim aí é que vamos nos atrasar de verdade. – Falei com bom humor apesar de tudo. Me virei ir em direção a porta, mas dessa vez o contato aconteceu.
- Cris, vai lá amor, troca vai. Aquela que eu te dei no Ano Novo não é quente, é levinha. – Me abraçou, circulando meu pescoço. Aquela voz suave e doce me ganhava. Ela sabia disso e não escondia. Suspirei, envolvendo sua cintura.
- Certo. Vou lá trocar. – O sorriso perfeito se abria pra mim, mostrando as covinhas que me deixavam nas nuvens. – Dei um sorriso rápido, junto com um selinho e me afastei – Já volto.
- Tá na primeira porta do guarda-roupa, não demora. – Ouvi já na porta. Dei apenas joia com o polegar e entrei em casa novamente.
Voltei alguns minutos depois, ajeitando as mangas e a gola. Não achei que combinação de uma camisa social e um shorts jeans era tão bacana, mas enfim. Eu não era a melhor nesse quesito, então normalmente só obedecia. Tranquei a porta da frente e fui em direção ao carro.
- Huum. Agora sim, bem melhor. – Ela disse assim que entrei. Dei risada da sua expressão de felicidade por uma coisa tão boba.
- Ótimo, podemos ir agora? Não aguento mais de ansiedade. – Eu disse com uma certa agonia crescendo. Iria conhecer os avós dela pela primeira vez e se os pais dela já são conservadores, os avós devem ser ainda mais.
- Fica calma tá bom? Vai dar tudo certo. Mamãe já falou com eles, então é só chegar e agir normalmente. – Ela se aproximou, ajustando a gola e os primeiros botões. – Quer dizer, quase normalmente. – Ela parou e se aproximou mais.
- Eu sei. Nada de toques em excesso. – Me inclinei, deixando nossos rostos a poucos centímetros um do outro. Nossos hálitos já se chocavam e meu olhos eram hipnotizados por aquela boca rosada e bem desenhada.
- Muito bem, isso aí! – Deslizou suavemente seus lábios nos meus, que se entreabiram de imediato, mas logo minha boca estava sozinha novamente, para meu desgosto.
- Pronto, vamos. – Simplesmente sorriu de forma tranquila, se acomodando no banco, me deixando em transe por alguns segundos.
A viagem até o sítio levava em torno de duas horas, se o trânsito continuasse calmo, chegaríamos antes das 10h. O sol brilhava forte, mesmo com o ar ligado ainda fazia certo calor. Me arrependi novamente de ter trocado de blusa. Meus pensamentos foram tomados por acordes de violão. Só então me dei conta de que o som havia sido ligado.
E pra minha total suspeita, Despacito era a faixa escolhida. Os auto-falantes quase pulavam, eu não gostava de dirigir com o volume tão alto, mas ver a animação da minha passageira era tão contagiante que logo estava sorrindo, prestado atenção nela da forma que podia. Logo me lembrei do nosso primeiro beijo, no aniversário de uma amiga em comum. Era a música que tocava na hora.
Mais lembranças vieram. Sorri, pensando em como foi difícil conseguir conquista-la. E agora estava prestes a colocar nossa aliança definitiva. Vi de relance que tirava uma selfie nossa. Não podia olhar diretamente pro celular, mas dei meu melhor sorriso. Apesar do nervosismo. Não podia estar mais feliz.
Não demorou muito e a suavidade do asfalto foi substituída pelos tremores do chão de terra. Diminui a velocidade, era uma estrada apertada e cheia de curvas. O som continuava alto, mas agora um funk que eu não conhecia tocava. Eu odiava essas músicas, mas minha noiva adorava e quando viajávamos assim, a maior parte do tempo era esse tipo de música que eu ouvia.
- Amor, não acha melhor diminuir agora? Não fica estranho a gente chegar com esse som alto assim? – Eu praticamente gritava, sem me distrair da estrada.
- Não, falta um pouco ainda. Só terminar essa música e mais uma, aí eu abaixo.
Balancei a cabeça em desaprovação, o que com certeza não foi percebido por ela. Seguimos mais um pouco pela estrada um tanto esburacada e nos deparamos com uma porteira fechada. Parei o carro e ela diminuiu o som.
- Estamos chegando. – Ela disse, retocando a maquiagem e o cabelo no retrovisor interno.
Fiquei parada, olhando pra ela, que parecia não ter entendido a mensagem. Então, tive que ser mais clara.
- Você abre lá?
- Eu? Se eu for lá fora com essa poeira toda, meus chinelos de brancos vão ficar beges. E vai estragar minha unha.
Suspirei, mas nem tentei argumentar, iria perder de todo jeito. Meus chinelos eram vermelhos e eu não tinha pintado as unhas naquele dia, imaginava suas reinvidicações. Assim que abri a porta do carro uma lufada de ar quente invadiu meu rosto. Me apressei em abrir a cancela e voltar pro frescor da sombra.
Poucos minutos depois da porteira, o chão de terra foi substituído pela grama e alguns coqueiros passaram a nos acompanhar pelo trajeto. Após mais uma curva, avistamos a casa de dois andares, cercada por um muro de pedras acizentadas. Um último portão grande e branco nos separava da propriedade privada, já retirava meus cintos, mas vi duas crianças correndo. Não os conheci.
Notei minha mulher pegar sua bolsa do banco de trás, retirando dela minha carteira, pegando por último duas notas de dois reais.
- Dá pra eles e buzina quando passar. Eles ficam doidinhos. – Me entregou as notas, dando risada dos dois garotos, que não aparentavam ter mais do que 10 anos.
Fiz conforme foi dito. Abaixei os vidros e entreguei as notas as crianças, que esperavam próximas ao portão. DE fato, ambos pareciam ter ganhado uma bolada. Achei graça da inocência deles. Entrei devagar e buzinei no final. Pude acompanhar pelo retrovisor os meninos correndo atrás do carro, provavelmente ansiosos para contar a fortuna que receberam.
Parei próxima a dois carros, um Corolla preto e um Jeep Renegade vermelho, de frente a entrada principal. Não demorou e começaram a chegar os familiares da minha noiva, vindo nos receber. A primeira a chegar foi sua tia, seguida de uma mulher que eu não conhecia até então.
Segurei o nervosismo, olhei para o lado, mas a porta já estava sendo aberta e pude ouvir as recepções calorosas.
POV ANDRESSA
Assim que paramos o carro e vi minha tia e minha prima vindo até nós, desci depressa. Fazia muito tempo em que não as via. Nos cumprimentamos com abraços e beijos, inclusive meus primos de segundo grau. Tinha os visto da última vez antes de começar a namorar a Cris.
Era bom reencontrar com eles. Esperei a Cris terminar de sair do carro, pra apresentá-la a minha tia Carmen, mãe dos meninos. Tia Vanda ela já conhecia. Assim que ela se aproximou, a puxei pela mão.
- Então tia Carmen, essa é a Cris. Mamãe já deve ter te falado um monte né. – Dei risada.
- Muito prazer. – Minha noiva foi a primeira, estendendo a mão direita.
- Mas gente, que vozeirão é esse? – Dei risada, sempre exagerada. – Se eu já me sentia baixinha perto do seu irmão, agora me sinto uma anã. Você deve ser maior que ele.
Assim que demos as mãos novamente, pude sentir seu nervosismo. Dei um aperto de leve.
- Ela tem 1,82 tia. Oficialmente a maior da casa. – Disse orgulhosa. Ninguém merece namorar alguém mais baixo.
Depois dessa apresentação um tanto mais demorada, minha tia Vanda foi a próxima, seguido dos meus primos, que agradeceram pela gorjeta. Antes de entrar, voltei no carro pra pegar minha bolsa, enquanto ela pegava nossa mala na traseira.
Assim que entramos, demos de cara com minha mãe, vindo da cozinha, secando as mãos em um pano de prato. Dei um abraço apertado nela.
- Cadê o pai?
- Lá fora, com seus tios, organizando a churrasqueira. – Em seguida foi até minha noiva. – Oi minha querida. Minha filha continua judiando de você hein. Como você tá?
Se cumprimentaram com um abraço saudoso.
- Boa tarde dona Elisa. Tudo ótimo, graças a Deus.
- E ainda com essa mania de me chamar de dona? – Minha mãe fingiu uma bronca. – Mas espera que vou chamar o Edimar pra te ajudar a levar a mala pra cima.
- Não mãe, que bobagem. A Cris leva, não tá pesada. – Intervi depressa.
Ela me olhou por alguns segundos, antes de confirmar.
- Claro, dá pra levar sim. Ela só é volumosa, mas não tá com peso não.
- Sei. Se conheço minha filha ela deve ter colocado o guarda-roupa todo aí. – Demos risada. Realmente ali tinhas roupas pra nós duas pra bem mais do que dois dias. – Se precisarem de alguma coisa estamos na cozinha. Filha, já troquei os forros de cama e deixei as toalhas limpas na primeira gaveta.
Agradecemos e enfim subimos pro andar de cima. Chegamos no quarto, no final do corredor. Era simples, uma cama de casal e uma cômoda próxima da porta que dava acesso a uma pequena varanda com vista pra parte de trás da casa, com uma mata pequena que circundava o sítio.
Me joguei na cama, com os braços abertos, sentindo uma sensação prazerosa. Observei a Cris ajeitar a mala num canto e veio na minha direção, se jogando por cima de mim. Logo, uma outra sensação começou a surgir.
- Nem vem. – Eu fazia manha, fingindo não querer mais daqueles beijos pelo pescoço. – Você sabe do combinado. – Eu já perdia meus dedos pelos seus cabelos.
- Eu sei, não esqueci. Mas estamos sozinhas. Nem um beijinho pode? – Ela me olhava tão de perto que podia ver meu reflexo nos seus olhos.
- Até parece que você quer só um beijinho. – Fiz graça, apertando sua bochecha, fazendo um biquinho em seus lábios.
- Vai ter confiar. – Ela se abaixou na tentativa de consumar seu desejo, mas fui mais rápida, apertando novamente suas bochechas com uma mão. – Um beijinho, ouviu?
Ela parecia aérea, apenas concordou com a cabeça e seguiu com rapidez até minha boca. Como imaginei, não foi um simples beijinho. Sua língua era injetada com intensidade e profundidade. Nossas bocas se fundiram e eu mal conseguia movimentá-la, tamanha profundidade do beijo. Mas eu não tinha do que reclamar. Essa mulher tem os melhores beijos que eu já experimentei, os homens perdiam longe. Mas me preocupei com a porta destrancada. Cris já apertava minha coxa esquerda e eu agarrava seu cabelo, não era uma cena agradável para alguém de fora. Com uma mão, segurei novamente seu rosto. Tive que interromper o beijo, mesmo ainda tendo fôlego, apesar disso, mal conseguíamos respirar.
- Beijinho né? Pode guardar essa linguinha agora. Anda, a gente não pode demorar muito. – Empurrei ela de cima de mim, que caiu pro lado, na cama, ficando na mesma posição que eu inicialmente.
Fui até o espelho em cima da cômoda. Ajeitar a roupa e o cabelo, ainda bem que o batom não era escuro, do contrário teria manchado até o nariz. Dei uma olhada no shorts, era bem curto, mas valorizava minha bunda, então eu não trocaria.
POV CRISTINA
Depois de um beijo que me deixou desnorteada, me deitei um pouco pra voltar ao raciocínio. Vi ela se olhando no espelho. Seu corpo é tão lindo. Eu não era ciumenta a ponto de impedir que ela usasse alguma roupa, mas o shorts, estava realmente me incomodando.
- Amor, você não acha que esse short tá um pouquinho exagerado não? – Já estava sentada na beirada da cama.
- Eu achei no começo, mas olhando agora, até que tá normal. Ele aumenta minha bunda, olha só. Nossa, finalmente a academia tá dando resultado. Olha essas coxas.
Ela se vangloriava e eu só concordava, achando graça do seu jeito adolescente as vezes.
- Eu sei. Mas seus avós podem achar falta de respeito. Não? E tem seu pai também, seus tios.
- Cris, deixa de paranoia. Daqui a pouco meu irmão chega e a namorada dele só anda de biquini. Ninguém fala nada. Mas isso sim eu acho falta de respeito. Mas ele só namora piranha, então...
Reprovei aquelas palavras com a cabeça, mas deixei pra lá. Resolvi tentar mais um pouco.
- Eu sei, mas como você falou mais cedo, não temos que nos preocupar com eles, só fazer nossa parte. Isso que importa.
- Tá chega de enrolar, ainda nem vi meu pai. Vamos descer. – Ela amarrou os fios loiros num coque frouxo, me puxando pela mão, sem demonstrar qualquer interpretação pelo meu comentário, o que indicava fim da discussão pra mim.
Chegamos na área gourmet, onde o pai e os tios dela conversavam animadamente. As mulheres continuavam na cozinha e as crianças corriam em volta da piscina, já encharcados. Cumprimentei a todos, em especial um dos tios que eu ainda não conhecia, o pai dos garotos. Não ficamos muito tempo ali, voltamos pra cozinha.
- Ah finalmente, chegou nossa confeiteira. – Minha sogra comentou alto, fazendo minha noiva revirar os olhos.
- Não não não, pode lavando essas mãos. Sua avó não para de falar da torta de maçã da neta dela. – Dona Elisa a impediu de sentar numa das baquetas da ilha, o que não aconteceu comigo.
- Acho que a gente devia ter ficado lá fora. Pelo menos meu pai não me pede ajuda. Ele nem deixa eu chegar perto das carnes.
Demos risada pelo falso aborrecimento dela.
Observei sua caminhada até a geladeira, retirando uma sacola grande de maçãs. Olhou pra mim e deu uma piscadinha. Eu me derretia com cada gesto seu, mesmo sabendo o que viria pela frente. Não demorou muito e eu já estava com uma bacia de frutas ao meu lado, para serem descascadas.
- Então Cris, você trabalha na área financeira não é? - A pergunta veio da tia Carmen.
- Hã, sim. Trabalho como assistente de caixa no banco Itaú. – Pude ver sua expressão de surpresa e admiração.
- Por pouco tempo tia! Logo ela vai ser gerente e futuramente a presidente. Ela é incrível. – Minha mulher se gabava, o que me deixava sem graça. Mas eram de fato meus horizontes pra minha carreira.
- É, esse é objetivo de quase todo mundo lá. – Dei uma risada tímida.
- Olha, só posso te dar os parabéns e sucesso na sua jornada. Imagino que não deva ser fácil. Ter que lidar com tantos números não é pra qualquer pessoa. – Eu ouvia tudo e tentava agradecer, mesmo morrendo de vergonha. Por sorte tinha algo pra me concentrar.
- Quem horas eles chegam mãe? – Minha noiva já começava a misturar a massa no espaço de mármore ao meu lado.
- Depois do almoço. Teve um atraso no voo por causa da chuva em Joinvile.
- E Rogério? Amor, pica um pouco menor tá?
Recebi a instrução positivamente e continuei colocando os pedaços menores na bacia com água e gelo.
- Deve chegar daqui a pouco. – Minha sogra e sua irmã estavam cuidando dos ingredientes do vinagrete.
- Ele tá com a mesma menina? – Minha noiva deu uma risada do comentário da tia que pareceu ter desagrado a mãe.
- Nada Carmem! Já não sei o que falar com o Rogério! Nunca concordei com esse troca troca de mulher que ele arruma, mas vai falar. Que ainda acha ruim e a gente que tá errada. Então nem falo mais nada. Só torço pra que dessa vez seja uma moça ajuizada, porque ele mesmo não tem juízo nenhum.
- A outra andava de biquini, essa é capaz de andar é pelada mesmo. Parece que só vai na zona procurar namorada.
- Andressa. – Chamei sua atenção na mesma hora, discretamente, mas parecia não me ouvir, dando risada da própria fala. As outras mulheres balançam a cabeça negativamente e voltam a cortar os vegetais.
- Você parece ser bem caseira. Ela é quietinha né Dressa? Não estamos te assustando não é minha querida?
Eu devia ter ficado mais vermelha que o pimentão na mão da minha sogra, ainda mais com toda a tenção voltada pra mim naquele breve momento.
- Ela é mais quieta sim tia. Todo mundo fala a mesma coisa, que ela é mais séria. – Ainda bem que minha mulher sabia da minha timidez pra momentos assim e me salvava. Dei uma piscadinha pra ela, que retribuiu com um beijinho voador, que sempre acertava em cheio meu coração.
Depois de ficar com os dedos enrugados de tanto descascar maçã, finalmente a torta estava pronta. Fiquei impressionada com a organização das duas mais velhas. A torta já estava assando e todas as coisas lavadas e arrumadas. Bem diferente da criaturinha loira que mal prestava atenção nos degraus enquanto mexia no celular. Era uma bagunça total pra fazer um pão na chapa. E quem arrumava tudo na maioria das vezes quem arrumava era eu.
Meu sogro, os meninos e o pai foram buscar os avós da Andressa na rodoviária. A casa estava num silêncio quase total, se não fossem pelos passarinhos que sempre apareciam. Estávamos deitadas, eu morrendo de sono pra falar a verdade, queria tirar um cochilo. Minha noiva continuava discutindo com alguma coisa no celular.
Estava quase pegando no sono quando escuto uma buzina, repetidas vezes. Logo também identifiquei alguma música que me pareceu ser da Ivete Sangalo.
- Ih chegou o furacão. Vem mor.
Um furacão loiro também passou por mim, me levando de todo jeito pela mão. Sem escolhas, saí calcando os chinelos de qualquer maneira.
- Andressa espera! Que correria é essa? – Questionei sendo praticamente puxada escada abaixo.
- Quero ver a trouxa que meu irmão tá pegando agora.
Revirei os olhos. Torcia pra não acontecer nenhum constrangimento. Amo a Andressa, mas não concordo com muitas atitudes dela.
Chegamos na entrada da casa e o som agora era nítido. Alguma música do Raça negra que eu não sei o nome. O Palio com um vinho metálico na pintura e as rodas cromadas, muito rebaixado, até demais pensei estava bem diferente do que já conheci daquele carro. Porém minha surpresa não foi com o carro que mais pareceu de vídeo game, mas sim com a pessoa que vi caminhando logo atrás.
- Não é possível!
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Sem comentários
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook: