• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • o nosso recomeco (EM REVISAO)
  • capitulo quarenta e dois: prazer e perigo

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,495
Palavras: 51,977,381
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entrelinhas da Diferença
    Entrelinhas da Diferença
    Por MalluBlues
  • A CUIDADORA
    A CUIDADORA
    Por Solitudine

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Matemática
    Matemática do Amor
    Por Marcela 19
  • Diga meu nome
    Diga meu nome
    Por Leticia Petra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

o nosso recomeco (EM REVISAO) por nath.rodriguess

Ver comentários: 2

Ver lista de capítulos

Palavras: 7645
Acessos: 1612   |  Postado em: 31/01/2025

capitulo quarenta e dois: prazer e perigo

 

CAPÍTULO QUARENTA E DOIS. PRAZER E PERIGO. 

POV FERNANDA

Eu estava tão assustada e tensa nessa última semana que havia adquirido uma crise de ansiedade horrível. Meus dias começavam arrastados e terminavam exaustivos. Desde quando aquela mensagem de texto chegou para Anna, a minha vida praticamente parou; tudo o que eu fazia era trabalhar, estudar, cuidar da casa e do meu relacionamento. Não havia espaço para respirar, para pensar.

À noite, eu mal dormia. Qualquer som me fazia despertar sobressaltada, como se algo terrível estivesse prestes a acontecer. Até o toque do celular, que antes não fazia diferença alguma, agora me fazia tremer.

Eu deveria estar amando compartilhar uma vida com a Anna, mas nessas condições de vida ou morte, era impossível ser totalmente feliz. Estava tudo desmoronando dentro de mim. Aquilo que eu sempre sonhei para nós duas estava caindo por terra. Eu me sentia vigiada o tempo todo com tantos seguranças. Havia perdido a privacidade, a minha vida, por causa de uma pessoa que, a qualquer custo, queria destruir Anna dentro daquele maldito escritório e, com isso, acabar comigo também.

A sensação que eu tinha era que tudo estava desmoronando ao meu redor, mas eu não sabia exatamente quando tudo começou a desmoronar dentro de mim mesma. Eu passava o dia todo... apática. Essa é a verdade. Eu parecia uma usuária de Sertralina.

Só que a minha apatia se tornou curiosidade quando eu a vi entrar pela porta da nossa casa. Aquela mulher alta, não feminina, tatuada e com braços enormes despertou uma deusa interior que eu não reconhecia há muito tempo.

Eu só podia estar louca mesmo.

Sem tirar seus óculos aviador, ela me cumprimentou. Eu a achei extremamente linda. Se eu fosse solteira, com certeza faria. E, no meio dessa minha confusão, ela apareceu como uma distração de todos aqueles problemas. Ela começou a puxar papo comigo e, quando eu ia ver, estávamos conversando há horas sem fim. Eu me odiava por isso, mas estava gostando dessa fuga de realidade. Ela claramente flertava comigo quando me olhava nos olhos ou quando dávamos risada de algo que ela falava, mas nem eu e nem ela havíamos passado do limite em nenhum momento. Porém, quando eu ia me deitar ao lado de Anna à noite, havia aquele sentimento de culpa.

Quando eu ficava sozinha em casa, ela me fazia companhia. Anna estava naquela rotina de escritório-delegacia-casa e, quando ela saía para fazer algo no escritório, eu me sentia muito pior, ficava me perguntando que horas ela ia voltar e se ela ia voltar viva. Mas não podia fazer com que ela ficasse em casa só comigo. Nossa bolha literalmente havia sido furada.

Eu sabia que estava errada. Não havia feito nada, mas o simples fato de não ter cortado o contato, já tinha magoado Anna o suficiente. E esse pensamento só me corroía ainda mais.

Depois da briga que tivemos, ela estava distante. Muito distante. Ela havia flagrado quando Maria Rosa fez uma comparação minha com a personagem do livro, Sofia. Nessa comparação, ela havia passado a mão no meu braço e me dado um sorriso. Ela me tocou e eu não esbocei reação. Eu não havia traído Anna e eu juro que isso não passou pela minha cabeça. Eu achei Maria Rosa atraente e só. 

Eu não aguentava mais aquilo dentro de mim. Eu estava confusa. Não confusa pelos sentimentos que eu tinha em relação à Anna, esses estavam claros e sempre estiveram. Aquela loira maravilhosa, inteligente, linda, gostosa e ciumenta, dos olhos cor de mel mais lindos e expressivos que eu já vi, era a mulher que fazia meu coração errar as batidas. 

Eu estava confusa com essa merd* toda acontecendo. Eu estava confusa pelo motivo de não ter mais uma vida e viver sempre sem saber como vai ser o amanhã — e se vou estar viva amanhã. 

Esse maldito maníaco ou abitolado não havia sido pego ainda e eu era a próxima vítima, ele deixou bem claro. Isso estava me enlouquecendo ao ponto de achar que sentir atração por outra pessoa ia fazer com que isso parasse. 

"E se eu fugisse? E se mudasse de emprego? E se eu fosse pra bem longe daqui?"

Eram perguntas que ecoavam sempre na minha cabeça. 

Suspiro com a garganta já querendo doer. Eu queria chorar, Anna ainda estava fria comigo, respondendo de forma curta, sem muito interesse em estender qualquer assunto. Mas, quando chegou do trabalho e me viu do lado de fora, na garagem, sentada em uma das cadeiras que tem aqui olhando pro nada, ela me olhou com um pouco mais de atenção.

— O que está fazendo aí? — perguntou sem rodeios, se aproximando de mim arqueando aquela sobrancelha perfeitamente delineada. Olhou para Tavares, o segurança, que estava por perto e deu um aceno de cabeça pra ele. Maria Rosa havia se afastado completamente de mim e eu dei graças a Deus por isso.

Não que Anna corresse algum risco, mas eu não a queria perto de mim mesmo. Minha vida com Anna já tinha problemas demais para arrumar mais um e acabar com o meu noivado. 

Engoli em seco quando ela perguntou. Eu podia mentir. Dizer que estava pegando um ar, que não tinha nada demais. Mas eu me conhecia, e eu conhecia a Anna. Ela sabia quando eu mentia.

— Não aguento mais isso. — Digo, com um fio de voz.

Ela franziu o cenho, puxando a cadeira para sentar-se ao meu lado e me encarando com um olhar indecifrável. Os olhos cor de mel dela também estavam demonstrando exaustão.

Ela deveria estar mal pra caramba... por minha causa.

Ah, meu amor. 

Eu sou uma idiota. 

Respirei fundo. Eu sentia o nó se formando na garganta, decidi continuar e ser sincera.

— Eu… — Minha voz falhou, e eu precisei engolir em seco antes de continuar. — Não aguento mais seguranças, trabalho, escritório, ser ameaçada, não conseguir dormir, ter medo de tudo o tempo todo, dar sorrisos falsos, fingir para os meus pais que estou bem, quando na verdade, quero chorar no colo de mainha como se aquela Fernanda de 6 anos tivesse ralado o joelho. Eu não aguento mais também a sua distância — Disparo de uma vez.

— Eu sei que eu fiz algo errado, Anna. Eu sei que eu quebrei sua confiança e que você com certeza tem mil e um motivos pra me odiar, mas não me odeie. — Eu continuo, agora sem conseguir esconder e nem parar as lágrimas que insistiam em cair — Não me deixa sozinha mais do que já me sinto, vida. Por favor... eu não aguento mais dormir sem você me abraçando, me dando seus beijos na minha nuca, não aguento mais agarrar o monstrinho ao invés de você. Me perdoa, amor. — Escondo meu rosto com as mãos e tento limpar uma corisa que insistia em sair do meu nariz — Eu não te traí, eu não te traí. Eu não faria isso. Eu jamais faria isso, mas se você se sentiu assim, me perdoa. Eu não sei o que está acontecendo, eu não tô bem, eu não aguento mais.

O silêncio foi brutal.

Anna piscou algumas vezes, como se tentasse digerir o que tinha acabado de ouvir.

Ela continuou parada, seu olhar fixou em mim e os olhos dela marejaram também. Eu só queria me esconder. Era como se minhas palavras tivessem ficado no ar, penduradas, esperando uma resposta que nunca chegava.

Meu nervosismo estava gritando, olhava seu corpo para ver se esboçava alguma reação e nada. Seus olhos estavam vazios, se tornaram ainda mais distantes do que antes, quando ela olhou para o lado e encarou o nada.

Quando ela finalmente falou, a voz dela estava baixa, quase imperceptível.

— Vem cá... 

Ela estendeu os braços para mim e eu rapidamente me sentei no seu colo na cadeira, abracei-a imediatamente e deixei o choro se esvair. Que saudade dela. Do cheiro que ela tinha, das mãos suaves pousadas na minha cintura, do abraço apertado que ela está me dando agora...

— Eu… não sei o que dizer. — A frase era curta, mas ela estava tensa. Ela parou para me olhar, e por um momento, tive a sensação de que estava tentando decidir se ainda me amava ou não.

Eu me encolhi um pouco mais no seu colo, me sentindo como se o ambiente ao redor fosse frio, sem saída e aquele lugar que eu ocupava agora, espremida na pequena cadeira da garagem no colo dela, era uma bolha que me protegia. 

O que eu tinha feito? Como fui capaz de deixar as coisas chegarem a esse ponto?

— Eu sei que pra você talvez não tenha desculpa, Anna. Eu só… — Eu soltei o ar, sentindo a pressão no peito aumentar. Todo meu corpo tremia — Eu não sei o que fazer com tudo isso, e às vezes acho que fugir seria mais fácil do que lidar com tudo o que está acontecendo. Eu não quero perder você.

Ela colocou a mão direita no meu rosto e o acariciou, como se esperasse que eu falasse mais alguma coisa que a convencesse.

— Eu acabei te magoando que nem a outra fez. E eu jurei, eu prometi, que não ia fazer isso com você. 

Eu senti as lágrimas caindo do rosto dela também, ela estava extremamente vulnerável. 

— Maria Fernanda... não se compare. Por favor. Você não é nada parecida com ela — Ela pede — Você me ama? 

Sinto insegurança no seu tom de voz e decido de uma vez por todas acabar com aquilo. 

— É claro que eu te amo, meu amor. — A abraço com mais força — E por mais que a gente esteja passando por toda essa situação, eu ainda escolheria você mil vezes. Você é o meu amor, Anna. É com você que eu quero dividir a vida. Casar. Ter nosso filho ou filha. 

Anna ficou em silêncio por um momento, o rosto ainda perto do meu, a respiração pesada, como se estivesse tentando processar tudo o que eu havia dito. Ela continuava me abraçando, mas o aperto parecia um pouco mais solto agora, como se ela estivesse ainda dividida entre acreditar em mim e se proteger.

— Eu quero acreditar em você, Fernanda — a voz dela estava fraca — mas te ver a fim de outra pessoa me mata por dentro.

— Não estou a fim dela, eu não sei o que se passou pela minha cabeça. A achei atraente e só. Eu estava enfrentando algo dentro de mim que eu ainda não sei nomear. Eu queria fugir da realidade, mas eu nunca, nunca, nunca, em hipótese nenhuma, eu trairia você. Honestidade e sinceridade, lembra? 

Ela assente, respondendo minha pergunta. 

— Eu sei que não vai ser fácil — eu disse, com a voz quebrada, mas tentando manter a firmeza. — Sei que vai demorar um pouquinho e, talvez, eu nem mereça que você me perdoe agora, mas eu estou aqui. E vou estar sempre aqui, Anna. Eu não vou fugir de você, eu não vou me afastar. Eu escolho você, amor. Todos os dias. Minha noiva! 

Anna então me beijou, de forma suave, os lábios dela tocando os meus com uma calma que eu não esperava. Tinha todo o seu amor naquele beijo e, se por algum motivo, eu duvidei do que essa mulher sentia por mim um dia, eu havia me enganado. Naquele beijo, ela estava demonstrando que me amava. 

O beijo durou um pouco mais, nossas mãos se entrelaçaram no meio do beijo. Quando nos afastamos, nossos rostos ainda estavam próximos, a respiração entrecortada, mas dessa vez havia algo diferente. Ela parecia mais leve, como se o amor dela estivesse criando um espaço onde a dor que ela sentiu, pudesse se curar.

Eu não era perfeita, eu estava longe da perfeição. Sentir crush por alguém mesmo estando em um relacionamento não havia problema nenhum pra mim, mas pra ela tinha. Ela era extremamente ciumenta e, além disso, ela passou por muita coisa relacionada à traição vindas do relacionamento com Bia. Eu deveria cuidar e ser responsável afetivamente com a minha noiva. 

Anna olhou nos meus olhos, com a expressão mais suave que eu já vi nela, e eu percebi que, apesar da confusão e das cicatrizes, ela ainda estava ali, ao meu lado.

— Eu... não sei se vou conseguir esquecer o que aconteceu, Fernanda, mas eu vou tentar. 

— Eu não te traí. — Reafirmo 

— Eu sei. — Ela admite e meus ombros relaxam — Porém, não quer dizer que doa menos. Saber que a minha noiva tem atração por alguém. E que esse alguém está 24h por dia conosco e quase tirou você de mim — os olhos dela marejam, novamente.

— Psiu... Não ia acontecer. Não ia. E ninguém, absolutamente ninguém, vai me tirar de você. Eu sou sua, Anna. Eu sou sua desde o primeiro dia que eu pisei naquele maldito escritório. Você foi a melhor coisa que me aconteceu desde quando fui trabalhar ali. Eu amei você desde o primeiro momento. Sabe esse coração batendo forte aqui agora? 

Pego a mão dela e ponho em meu peito esquerdo.

— Ele só pertence a você. É pra você quem me entrego de corpo e alma. Eu não vou te deixar, Anna — Asseguro — E peço, por favor, que não me deixe também.

— Não vou. — Ela olha nos meus olhos — Vamos tentar esquecer, passar por isso juntas... Já não basta o que está acontecendo, não quero mais ficar distante.

Eu sorri, mesmo que um pouco emocionada, porque sabia que isso era o mais próximo de uma segunda chance que ela poderia me dar. E eu iria agarrar essa chance com todas as forças.

— A gente vai. Um passo de cada vez. Vamos passar por isso juntas. E sempre vou te lembrar que você é a mulher que eu escolhi. — Apertei-a ainda mais contra mim, sentindo a necessidade de marcar aquele momento, de selá-lo de alguma forma.

Ela encostou a testa na minha, com um sorriso tímido, e, pela primeira vez em semanas, eu senti que tudo ficaria bem. Que talvez o caminho fosse tortuoso e difícil, mas nós duas estávamos dispostas a percorrê-lo.

— Eu te amo. — Ela sussurrou, ainda com os olhos fechados, como se estivesse se entregando completamente.

— Eu também te amo, Anna. Sempre vai ser você.


⚖❤

No dia seguinte, eu estava trabalhando em home office, fazendo duas reclamações trabalhistas para o chato do Roberto. Não era meu setor, mas ele havia me pedido para dar uma ajuda em Direito e Processo do Trabalho. Eu estava um pouco enferrujada, tendo que pesquisar muito, mas eu acreditava fielmente que eu ia conseguir fazer. 

Anna chegou pra trabalhar em sua mesa. Eu achava incrível o quanto ela se vestia extremamente formal para trabalhar home office, enquanto eu só tinha uma camisola e um sonho. Ela estava tão linda. 

— Bom dia, amor. — Ela murmurou contra minha testa antes de se afastar.

Eu sorri, sem desviar os olhos da tela.

— Bom dia, minha noiva.

Pude ouvir o riso baixo de Anna enquanto ela pegava uma xícara de café no nosso cantinho do café que eu montei no escritório. O som dos saltos dela ecoando no chão contrastava com minha absoluta preguiça de parecer minimamente profissional.

— Você precisa de ajuda com isso? — Ela perguntou, se apoiando na mesa ao meu lado, espiando meu trabalho. 

— Não, vida. Acho que consigo fazer, só estou um pouco enferrujada nessa área. — Respondi, fazendo uma careta para a tela do notebook.

Anna arqueou uma sobrancelha, me dando uma xícara de café.

— Você quer que eu ligue para o Roberto e peça para ele parar de te explorar?

Soltei uma risada.

— Ah, por favor, faça isso. Se possível, inclua na reclamação que ele é insuportável.

— Infelizmente, isso não é argumento jurídico válido. — Ela rebateu, divertida.

Revirei os olhos e soltei um suspiro cansado.

— Vou voltar para a reclamação. Você tem reunião com cliente agora? 

Anna se inclinou, sussurrando perto do meu ouvido.

— Não, mas se você precisar de uma pausa... eu estou aqui.

Ela passa a mão pelo meu seio, que se enrijece sob o tecido fino de cetim da camisola. 

Soltei o ar devagar, sentindo meu corpo responder ao toque dela de imediato.

— Anna… — minha voz saiu mais como um suspiro do que um protesto.

Ela sorriu de lado, os olhos brilhando com diversão e desejo.

— O que foi, amor? Te desconcentrei do trabalho?

Revirei os olhos, tentando manter o foco na tela, mas a proximidade dela, o cheiro do perfume misturado ao café e, principalmente, a mão explorando meu corpo tornavam impossível qualquer pensamento racional.

— Você é terrível.

— E você adora...

Ela rebateu, inclinando-se para beijar minha mandíbula, descendo até meu pescoço.

Minha respiração ficou entrecortada. Eu deveria mesmo terminar essas petições. Mas, naquele momento, parecia muito mais interessante ceder à tentação.

Larguei a caneta que segurava e girei a cadeira, puxando Anna pela gravata que ela insistia em usar, mesmo trabalhando em casa.

— Fecha a porta, Dra. Florence. Acho que vou aceitar essa pausa.

Ela tira os saltos e vai correndo em direção à porta, trancando-a em seguida. Eu dou um sorriso da pressa dela. Antes dessa ameaça ridícula começar, estávamos insaciáveis. Não sei se isso era normal para um casal que foi morar junto recentemente, mas eu já não conseguia ficar sem dar pra ela por mais de dois dias. 

Anna voltou rapidamente, os olhos brilhando de expectativa. Ela parou na minha frente e puxou a cadeira, me forçando a olhá-la nos olhos.

— Você não tem ideia do quanto eu senti falta disso. — Ela sussurrou, passando os dedos pela minha coxa, subindo devagar pelo tecido fino da camisola.

Engoli em seco, sentindo o arrepio percorrer minha pele.

— Você nem está mais brava comigo né, amor? — Minha voz saiu arrastada, provocativa.

Cedo demais?

Ela puxou minha cintura, me fazendo levantar, e colou nossos corpos, sua respiração quente contra minha boca.

O beijo de Anna era profundo e intenso. Seus lábios capturaram os meus, e qualquer vestígio de estresse foi substituído por puro desejo.

Anna deslizou as mãos pela minha cintura, puxando-me para mais perto. Meus dedos começaram a desatar o nó da gravata dela, enquanto ela passava as mãos sem cerimônia na minha bunda, levantando minha camisola.

Quando finalmente consegui desatar o nó da gravata dela, a retirei e fui abrindo os botões da sua camisa branca impecavelmente passada, sentindo a textura da sua pele quente por baixo.

Ela deslizou as mãos para as alças do tecido que eu vestia, empurrando-as com precisão até que meus seios estivessem expostos. O ar frio do escritório foi substituído pelo calor das mãos dela, que agora exploravam meu corpo sem pressa, ela era uma delícia.

— Brava não é a palavra... — Ela responde tardiamente à minha provocação, mas naquele momento, percebi que não era tardio. Ela estava respondendo, com gestos. Ela queria me enlouquecer. — mas eu quero te mostrar porque você me escolheu em primeiro lugar. 

Ela me ergueu e me colocou sobre a mesa, um arrepio percorreu meu corpo ao entrar em contato com o vidro frio. A posição deixou meus seios à altura do rosto dela, e Anna não perdeu tempo, tomando um dos biquinhos entre os lábios e sugando com intensidade. Meu corpo se arqueou instintivamente, buscando mais.

— Deita na mesa. 

Obedeço.

Porr*, ela ia acabar comigo. 

Sua expressão era extremamente vingativa e eu sabia que, quando Anna queria ser má... ela era. 

Sua mão deslizou pela minha coxa, afastando ainda mais minhas pernas enquanto seus dedos subiam lentamente pela minha pele quente. Eu já estava tão entregue que quase implorei por mais, mas o olhar dela, fixo no meu, me dizia para esperar.

Ela sabia exatamente como me provocar. Minha respiração já estava pesada, e minhas mãos procuraram apoio na beira da mesa, apertando o vidro com força enquanto meu corpo pedia por mais contato. 

Ela aproveitou para tirar o resto de roupa que havia ali, inclusive minha calcinha, mas não cedeu ao desejo de imediato. Eu soltei um gemido baixo, sentindo cada nervo do meu corpo em alerta. Seus dedos polegar e indicador estão brincando com a minha bocet*, ela fazia movimento de pinça no meu clit*ris e nos meus grandes lábios, fazendo com que eu ficasse encharcada. 

— Você está tão molhada... — ela murmurou, a voz baixa e rouca — Aposto que aquela mulher jamais te deixaria assim. 

Porr*, não deixaria mesmo.

Decidi respondê-la naquele momento. 

— É claro que não... você fez tão gostoso na nossa primeira vez, que quando a gente estava trans*ndo, eu te chamei de amor pra não falar “te amo”. 

Essa resposta foi a ruína dela. 

Quando eu a chamei de amor pela primeira vez, com ela consciente, foi na nossa primeira trans*.

Anna congelou por um segundo, os olhos faiscando entre desejo e surpresa. Seus dedos, que até então me torturavam com movimentos precisos, apertaram minha coxa com mais força.

— Você me chamou de amor… por que queria dizer que me amava? — A voz dela saiu baixa, mas intensa.

Eu sorri, mordendo o lábio, o corpo já implorando por mais contato.

— Queria, sim.

Não tive tempo de ver a reação completa. Anna se inclinou sobre mim, os lábios tomaram os meus com urgência, enquanto sua mão finalmente me deu o que eu queria. Eu gemi contra a boca dela, sentindo a forma certeira com que ela me tocava, sem hesitação, sem dúvidas.

— Eu queria te fazer goz*r devagar… — Ela sussurrou contra meus lábios. — mas agora, eu quero te ouvir gem*r que nem uma putinha. 

E, naquele momento, eu soube que não tinha escapatória.

Eu estava fodida.

Literalmente.

Meu corpo estava em chamas, e o som abafado de sua boca na minha era quase o suficiente para me fazer perder o controle. Quando ela inseriu mais um dedo, e logo depois mais um, em movimentos ritmados e profundos, minha cabeça caiu para trás, e os gemidos ficaram impossíveis de conter.

— Isso... não para, amor. — implorei, minha voz entrecortada.

Ela sorriu contra mim, satisfeita com o efeito que estava causando. Sua outra mão apertava minha cintura, mantendo-me firme na posição enquanto continuava a me levar cada vez mais alto. Meu corpo inteiro estava tensionado, a cada segundo mais próximo do clímax.

Anna para os movimentos e eu quase protesto, quando ela me dá os dedos dela para eu ch*par um por um. Ela solta uma risada maliciosa, quase sádica e dispara: 

— Você gosta de uma sacanagem, né? 

Ela começa a retirar o restante de sua roupa com desdém, como se aquele corpo e aquela barriga definida não me causassem uma quebra completa de autocontrole. 

Depois de tirar a sua roupa e eu perder o restante da minha sanidade, ela se deita sob o meu corpo – ainda deitado na mesa – e começa a me foder de novo. Ela me fodia e me beijava a todo tempo. 

— É disso que você gosta? De ser fodida assim? 

Ela intensifica seus movimentos, mordendo meu lábio inferior e falando palavras de baixo calão. Os objetos da mesa caem, mas não nos importamos. Eu aproveitava para explorar seus seios, massageando-os e colocando seu biquinho entre os dedos. Tento levantar, mas ela me impede e escala meu corpo, de forma que seu sex* fique bem pertinho do meu rosto.

Que visão do paraíso.

Anna coloca seu sex* de encontro à minha face, apoiando os joelhos no vidro da mesa, enquanto puxa suavemente meus cabelos para que minha boca tenha mais contato com sua bocet* molhada. Se eu estava molhada naquele momento, Anna estava... eu não sei como definir. 

Suas mãos puxavam meu cabelo no ritmo que ela queria, guiando cada movimento da minha língua, e eu me esforçava para dar tudo de mim. Seus gemidos baixos e ofegantes pareciam uma música da Carol Biazin que com certeza vou colocar na nossa playlist depois. Seus gemidos estavam me instigando a ir mais fundo, a fazê-la perder o controle que ela tanto gostava de exercer sobre mim.

— Como você me ch*pa gostoso, Fernanda... — Anna murmurava, sua voz embargada pelo prazer.

Seus quadris se movimentavam, pressionando-se contra minha boca com mais intensidade, e eu a segurava pelas coxas, sentindo sua pele quente e macia sob a minha língua. O vidro frio não era nada comparado ao calor que emanava de nós duas, criando uma sensação que me deixava ainda mais eletrizada, quando sinto seus dedos brincando com meu clit*ris também. Eu segurava suas nádegas que me deixavam absolutamente louca e dava alguns tapas nela. Iria ficar vermelho e dane-se se ela ia ficar puta por isso. 

Relatividade... eu amava isso no nosso relacionamento. Eu amava Anna entregue pra mim. Ela era um mulherão, uma delícia. Não à toa que me apaixonei no momento em que seus olhos cruzaram com os meus. 

Ela para de sentar na minha cara e volta para sua posição inicial em cima de mim, volta a ch*par meus seios, passando a língua pelo meu bico, pelo meu colo, pelo meu pescoço e pelos meus lábios, até chegar em um beijo onde ela consegue sentir o seu próprio gosto e acho que é isso que põe mais lenha na fogueira. 

Começo a passar as mãos em suas coxas e ela segura meus braços e os segura acima da minha cabeça, me olha com malícia e levanta um pouco o corpo, dá uma última olhada em meus olhos antes de levantar minha perna e nos encaixar em uma tesoura perfeita. Sinto seu clit*ris roçando no meu e entro em êxtase, meus gemidos ecoam pelo escritório e os dela também. 

Fodam-se os seguranças, se eles iriam ouvir, que se dane. 

 Eu queria dar pra ela até eu perder meu último fio de sanidade.

— Que gostosa, continua caralh*... — Tento falar baixinho, mas não consigo controlar mais as minhas emoções. 

— Se eu continuar, eu não vou parar mais. Tem certeza? – Ela diz, colocando um dedo nos meus lábios e o ch*po, não tirando os olhos dela, fazendo com que essa atitude mostre o quanto eu tenho certeza. 

Com um gesto firme e decidido, ela fica de joelhos na mesa e me puxa com um movimento ágil, fazendo meu corpo arquear e minhas pernas subirem até ficarem posicionadas ao redor de seu pescoço. Eu as envolvo ali, entrelaçando-as com força, enquanto suas mãos firmes seguram minha cintura, arqueando meu corpo ainda mais para ela. Meu peito sobe e desce em um ritmo acelerado, e a vulnerabilidade crua da posição me faz arder por dentro. Porr*, eu estava completamente entregue, exposta a ela de todas as formas possíveis. 

Esse era o sex* de vingança dela? 

Eu deveria provocá-la mais vezes.

Ela me lança um olhar predatório, cheio de malícia, como se quisesse me mostrar que eu tinha desafiado a pessoa errada. Sem tirar seus olhos dos meus, Anna abaixa o rosto, e o calor de sua língua desliza por mim, começando pela entrada úmida e subindo lentamente até o clit*ris, fazendo com que meu corpo arqueasse automaticamente. A forma como ela se entrega a cada movimento me deixa completamente rendida, meu corpo se derretendo todo pra ela.

Em um gesto que me deixa sem ar, ela segura minhas nádegas com firmeza, expondo-me ainda mais, e inclina a cabeça de forma que sua língua explore o limite entre a entrada do meu ânus e a minha bocet* pulsante. Ela faz um movimento ousado e fluido, lambendo da entrada do meu cuzinho até minha bocet* que já estava completamente ensopada. O choque de prazer é tanto que quase grito, minha mente girando com a intensidade do momento.

Eu sempre disse para Anna que esse tipo de coisa exigia confiança, que ela teria que conquistar. Mas, naquele momento, com minha pele fervendo e meu corpo inteiro implorando por mais, como eu poderia negar? Ela conquistou. E mereceu. Cada movimento de sua língua me fazia querer entregar não só meu corpo, mas minha alma a ela, de bandeja e sem hesitação.

Ela demora mais um pouco com seus movimentos lá, bem naquele local, passando a língua para cima e para baixo e às vezes em movimentos circulares. Eu não vou implorar, eu não posso implorar. 

Ela desce da mesa e eu fecho as minhas pernas. Anna me dá a mão para que eu levante e eu juro que estou com elas bambas e eu nem cheguei a goz*r ainda. A Doutora parecia querer testar os meus limites e ela sabia fazer isso com maestria. Ela me vira de costas apoiada na mesa, me deixando de quatro, com o bumbum empinadinho pra ela, que não se faz de rogada e dá um tapa nele. Surpresa, eu dou um grito com um meio sorriso, ela olha pra mim e eu vejo seus olhos cor de mel com um brilho desconhecido.

— Que safadinha... — Ela sussurra, ao notar que depois do tapa minha bocet* ficou mais ensopada do que já estava — Eu acho que posso te dar mais do que isso. 

Ela se posiciona atrás de mim, e, no instante em que seus lábios tocam minhas costas nuas, um arrepio percorre minha espinha como uma corrente elétrica. Seus beijos são lentos, quase reverentes, e, a cada toque, sinto como se ela estivesse lendo a linguagem secreta da minha pele. Meu coração acelera, e um calor crescente toma conta de mim, não só pelo desejo, mas pela intimidade do momento.

Ela continua com os beijinhos e meu coração derrete. A gente tinha uma conexão incrível, eu estava desprotegida e vulnerável naquele momento.

— Você é tão linda assim — Anna murmura contra minha pele, a voz rouca e carregada de uma sinceridade que me desmonta.

Sua mão retorna às minhas nádegas, agora traçando círculos lentos, como se ela estivesse marcando território, preparando o terreno para algo que só ela sabe. Ela está me torturando, mas eu não ia pedir.

— Fê... — Sua voz chega baixa, quase um sussurro, mas cheia de intenção.

— Hmm... — Murmuro de volta, dou uma risada breve e viro o pescoço para encará-la, sabendo exatamente o que ela está prestes a pedir, mas incapaz de evitar a expectativa que queima dentro de mim.

O que vejo me faz perder o fôlego. Anna, com os olhos brilhando de luxúria, desliza o dedo indicador entre os lábios, ch*pando-o lentamente enquanto mantém o olhar preso ao meu. 

Céus, aquele olhar. 

Aqueles olhos cor de mel são puro fogo, uma promessa descarada de que não há limites entre nós. Meu corpo inteiro treme, e sei que, naquele momento, não tinha mais volta. Ela ia pedir. 

— Dá seu cuzinho pra mim? — Ela pergunta, a voz baixa, quase um gemido que faz meu corpo estremecer. Antes que eu consiga responder, ela joga os cabelos para trás com uma sensualidade natural, o gesto tão sexy que quase me desfaz.

Nós não estávamos fazendo amor. Estávamos nos devorando, queimando juntas em uma intensidade tão crua que tornava impossível distinguir onde eu terminava e ela começava.

— Sim... — Sussurro, a voz entrecortada pelo desejo, enquanto empino minha bunda em direção a ela, me oferecendo sem reservas.

Anna não hesita. Seus dedos firmes tocam minha pele de maneira que é ao mesmo tempo delicada e dominadora. Quando ela insere um dedo devagar no meu ânus, sinto um pequeno desconforto inicial, uma mistura de dor e prazer que faz meu corpo se contrair brevemente. Meu fôlego fica preso na garganta, mas, antes que qualquer insegurança tome conta, ela para, deixando o dedo repousar ali, enquanto seus olhos atentos observam cada nuance das minhas expressões.

— Relaxa, amor... Se você se sentir desconfortável, eu paro. Ok? — Ela diz, a voz tão suave e carinhosa que é como se estivesse me embalando, enquanto acaricia minhas costas com a mão desocupada.

Como eu sou apaixonada nessa mulher. 

Uma onda de calor me envolve, e aquela sensação inicial de desconforto dá lugar a um prazer inebriante, algo que me faz perder qualquer noção de autocontrole.

Apoio os cotovelos na mesa, buscando um ponto de equilíbrio enquanto ela se posiciona atrás de mim. Sinto o olhar dela queimando minha pele, percorrendo cada curva, cada detalhe do meu corpo. Nunca em minha vida me senti tão vulnerável e, ao mesmo tempo, tão intensamente desejada. É como se ela estivesse me vendo de um jeito que nem eu mesma sabia ser possível.

— Você não tem ideia do quanto você fica gostosa nessa posição... — Anna sussurra, a voz rouca, antes de pressionar beijos quentes na base da minha coluna.

Seus lábios descem devagar, enquanto o dedo dela começa a se mover com uma lentidão que me enlouquece. É como se ela estivesse me estudando, cada gemido, cada estremecer do meu corpo.

— Caralh*, amor... — Gemo, o som escapando dos meus lábios sem controle.

Ela sorri contra minha pele, um sorriso que posso sentir mesmo sem vê-la, e intensifica os movimentos. Cada gesto dela é preciso, como se ela soubesse exatamente onde e como me levar ao limite.

— Se toca pra mim, vai... — O pedido sai quase como um gemido, mas ela também tira a mão das minhas costas e acaricia seu sex*. Ela está se deliciando em me observar, e isso me faz perder qualquer resquício de timidez.

Atendo ao pedido sem hesitar. Minha mão desce até minha bocet*, e o toque em minha pele molhada me faz gem*r baixinho, quase num sussurro, mas alto o suficiente para que ela ouça. Meus dedos se movem lentamente, acompanhando o ritmo do dedo dela dentro de mim. 

— Tão apertadinha… Nossa. — Anna murmura, os olhos famintos nunca desviando de mim. 

Eu a observo também. O jeito como ela toca o próprio corpo é hipnotizante, quase um convite mudo para que eu me perca ainda mais. Seus movimentos são firmes e cadenciados, como se ela estivesse em sintonia perfeita comigo. Meu peito sobe e desce em respirações rápidas, enquanto o prazer em ondas ameaça me arrastar.

— Anna... — Gemo o nome dela, minha voz era puro desejo.

Os movimentos dela dentro do meu cuzinho aumentam, mais profundos e intensos, enquanto ela se inclina um pouco mais, o corpo curvado sobre mim como se quisesse me envolver completamente. A intensidade do momento me toma por inteira, e tudo o que posso pensar é no quanto essa mulher me faz sentir amada, desejada, como se cada toque dela fosse uma promessa de algo maior.

Era ela. 

Não tinha dúvidas.

— Você é minha... só minha... — Ela diz, e a profundidade em sua voz faz meu coração disparar.

Meus movimentos se tornam mais rápidos, eu me tocava e estava tão molhada, que meus dedos estavam deslizando fácil. 

— Anna... você me deixa louca. — Murmuro entre gemidos, minha cabeça tombando para trás enquanto me entrego completamente a ela. Eu estava cada vez mais ficando mais molhada.

Então acontece. 

Meu corpo inteiro treme, cada músculo contraído numa explosão de sensações. Uma onda de prazer me toma de forma avassaladora, diferente de tudo que já senti antes. Solto um gemido alto, quase um grito, como se precisasse libertar tudo o que estava dentro de mim.

Esguicho.

Sinto o líquido quente e abundante sair de mim, enquanto tremores violentos percorrem meu corpo em espasmos intensos e incontroláveis. É avassalador, quase surreal. Porr*, Anna. O que você fez comigo?

Olho para baixo e vejo o rastro do meu prazer — o líquido escorrendo pela mesa e também nela. Anna retira o dedo de mim com delicadeza, e apesar de sentir um leve ardor, não é nada que apague o êxtase que ainda pulsa dentro de mim.

Seus olhos cor de mel brilham com uma intensidade que me deixa vulnerável. Ela me segura com firmeza, mas ao mesmo tempo com um cuidado incrível, me virando de frente e me colocando sentada na mesa. Suas mãos tocam meu rosto como se eu fosse uma obra de arte.

— Amor, desculpa... — Minha voz sai baixa, meio trêmula, enquanto sinto meu rosto corar. — Te sujei inteira...

Anna apenas sorri e me envolve em um abraço. Não é qualquer abraço — é um daqueles que te fazem sentir segura, amada, inteira. Suas mãos percorrem minhas costas, me mantendo firmemente contra ela.

— Desculpa pelo quê? — Ela murmura em meu ouvido, a voz carregada de carinho. — Por ter tido um squirt de prazer?

Dou uma risada sem jeito, mas ela segura meu rosto novamente, forçando-me a olhar em seus olhos.

— Fê, eu me sinto privilegiada por testar seus limites. Por fazer você sentir algo tão intenso assim.

Suas palavras têm tanto amor que meus olhos marejam. Ela me beija com suavidade, e é como se todo aquele momento de paixão se transformasse em algo ainda mais profundo, algo que transcende apenas o físico.

— Eu te amo tanto... — Sussurro, encostando minha testa na dela.

— E eu amo tudo em você. — Anna responde, sua voz baixa e carregada de sinceridade.

— Acho que essa foi a melhor pausa do trabalho que eu já tive. — Sorrio, o cansaço ainda nos meus ossos, mas um sorriso satisfeito no rosto.

Escuto o som da sua risada suave e ela me beija na testa antes de se afastar para pegar nossas roupas espalhadas pelo escritório. Ela coloca tudo em cima da mesa, seus movimentos tranquilos e seguros, como se o tempo ali tivesse desacelerado, só para nós duas.

— Vamos para a cama? — Ela pergunta com um sorriso tímido

— Sim... 

Tento levantar, mas minhas pernas não respondem como deveriam. O corpo ainda treme levemente, como se as sensações intensas de antes não tivessem se dissipado por completo. Estou acabada, mas com uma vontade enorme de sentir tudo de novo, mais uma vez, por mais que minha mente me diga o contrário.

— Senta de novo na mesa, vida. — Ela diz, tão fofa. 

Obedeço, meu corpo ainda um pouco desnorteado. Ela fica de frente para mim, seus olhos calorosos me observando, e em um movimento suave, pega meus braços e os coloca ao redor de seu pescoço. Meu coração acelera. Não acredito que ela vai fazer isso, mas um sorriso se forma nos meus lábios. Depois, ela faz o mesmo com as minhas pernas, envolvendo-as ao redor da sua cintura com uma naturalidade que me deixa sem palavras.

Ela me pega no colo com uma facilidade impressionante, como se eu fosse um simples brinquedo de pelúcia, um daqueles gigantes de shopping. Dou uma risada e um gritinho quando ela me levanta, a sensação de ser cuidada, protegida, era indescritível.

— Se segura pra não cair. — Ela sorri, e vejo um brilho de diversão nos seus olhos, o que faz meu coração disparar.

Ela me leva até o quarto, seu passo firme e determinado, mas sinto uma leve dificuldade em abrir a porta. No entanto, ela é a Anna — incrível em tudo o que faz — e consegue, me colocando delicadamente na cama. Ela ajeita os travesseiros, alisando-os como se eu fosse uma rainha e quisesse me garantir o máximo de conforto possível.

— Está melhor assim? — Pergunta, seu olhar suave, mas atento, sempre querendo saber se estou bem.

Eu só consigo sorrir e me afundar nos travesseiros, sentindo a suavidade do lençol contra a minha pele e a segurança de estar ali, com ela. A cama nunca pareceu tão acolhedora. 

— Tenho que voltar pra reclamação — dou um sorriso fraco

— Descansa um pouquinho, daqui a pouco te chamo. Deve estar exausta — Ela me dá um sorriso malicioso e eu a agarro, apertando o corpo dela no meu, dando um selinho.

Ela ri contra os meus lábios, o som suave e satisfeito. Ela se ajeita do meu ladinho, na cama, sem pressa. Seus dedos deslizam lentamente sob o meu braço, desenhando traços invisíveis na minha pele.

— Você acha que eles ouviram? — Ela pergunta, se referindo aos seguranças.

— Com certeza. — Ruborizo — Não vou sair desse quarto por um mês, que vergonha, amor! Porém... preciso trabalhar.

— É bom que certas pessoas saibam que você é minha... e muito bem comida, por sinal. — Ela diz, despretensiosamente do jeito ‘Anna’ de ser. — Você realmente acha que vai conseguir trabalhar agora? — Ela pergunta, a voz carregada de diversão.

— Anna! — A repreendo, sorrindo quando ela se refere implicitamente à Maria Rosa — Eu preciso trabalhar. — Tento soar convicta, mas a verdade é que o cansaço pesa sobre mim, e a presença dela torna qualquer responsabilidade que eu tenha algo que eu posso deixar pra depois.

Então, ela se inclina, seus lábios roçando os meus de forma preguiçosa e provocante. É um beijo lento, diferente da urgência de antes, mas igualmente intenso. Meu coração aperta com a profundidade daquele toque.

— Só mais cinco minutinhos. — Murmuro contra a boca dela, já me rendendo.

— Eu sabia. — Ela sorri contra meus lábios e se ajeita melhor ao meu lado, me puxando para seu peito. Sua mão desliza lentamente pelos meus cabelos, fazendo carinho de um jeito que me faz suspirar.

Ela estava nua e eu também, ela havia me trazido para cá no colo assim, sem se importar se tinha gente circulando pela casa. 

É um momento de calmaria, um refúgio antes que o mundo lá fora nos exija novamente.

Mas, inevitavelmente, a realidade se infiltra na bolha que criamos. Meu celular vibra na mesa de cabeceira, e eu sei que é um lembrete de que tenho coisas a fazer. Anna suspira contra meu cabelo, como se soubesse exatamente o que aquilo significa.

— Acho que seu tempo extra acabou, Doutora Fernanda. — Ela murmura, sua voz carregada de falsa lamentação.

Resmungo, escondendo meu rosto no pescoço dela por um instante antes de finalmente criar coragem para me afastar. Sentada na cama, passo as mãos pelos cabelos, tentando me recompor.

Anna se apoia nos cotovelos, me observando com um olhar que me aquece por dentro.

— Vou preparar um café reforçado pra você. — Ela diz, levantando-se antes que eu possa protestar. — E nem adianta dizer que não precisa, porque você vai precisar de energia depois do que aconteceu lá. — Acrescenta, piscando para mim antes de vestir o hobbie e sair do quarto.

Eu sorrio sozinha, meu coração leve, e me permito mais um minuto na cama antes de finalmente voltar para a realidade.

O sorriso relaxado some instantaneamente do meu rosto quando pego o celular. O peito aperta, um frio gélido percorre minha espinha. Minhas mãos tremem levemente enquanto abro a conversa de um número desconhecido. Diversas imagens surgem na tela, uma após a outra, como golpes certeiros na minha tranquilidade.

São fotos minhas e da Anna. Na garagem. Ontem.

Meu coração dispara. Quem estava ali? Quem nos viu? Como eu não percebi que estávamos sendo observadas?

— Fê? — A voz de Anna me chama de volta, mas soa distante, como se eu estivesse debaixo d’água.

Engulo em seco, os olhos presos na tela. As imagens mostram claramente o momento em que estou sentada no colo de Anna, quando nos beijamos. Cada detalhe está ali, congelado e registrado por alguém que queria nossa ruína. 

Estava perto, muito perto.

Merda!

Quando esse pesadelo vai parar?

Anna se aproxima, percebendo minha mudança de expressão. Ela franze o cenho e toca meu braço, sua preocupação evidente.

— O que foi? — Sua voz agora está mais firme.

Eu hesito por um segundo, mas então viro a tela para ela.

O olhar de Anna endurece assim que vê as fotos. Seu maxilar se contrai, e um climão fica entre nós. Consigo sentir a onda de raiva crescendo dentro dela. Seus dedos apertam a borda do celular com força, como se pudesse esmagar as provas da invasão à nossa privacidade.

— Quem enviou isso? — Ela pergunta, a voz baixa, perigosa.

— Número desconhecido. Sem nenhuma mensagem, só as imagens. — Minha garganta está seca. O desconforto de ser vigiada é sufocante. 

Primeiro, a ameaça. Depois, alguém é preso. Agora, mais uma prova de que tem muita gente envolvida. Parecia uma quadrilha que não ia descansar enquanto não conseguia fazer das nossas vidas um inferno. 

Anna solta um suspiro tenso, passando a mão pelos cabelos loiros, claramente buscando alguma solução imediata.

— Isso já passou de todos os limites. Vamos descobrir quem está por trás disso. — Seu tom é decidido, frio, quase ameaçador.

— A gente precisa agir antes que isso piore. — Minha voz sai firme, mas por dentro eu estou apavorada.

Anna me puxa para um abraço apertado. Mesmo tensa, seu calor me dá algum alívio. Entretanto, nossa realidade é cruel.

Estamos sendo observadas. Querem me pegar e agora precisamos descobrir quem está nos caçando. 

— Isso não vai ficar assim. — Ela quase rosna, nem parece a minha Anna carinhosa de alguns minutos atrás.

— A gente precisa ser mais rápida que eles. — Minha voz saiu firme, mas minhas mãos ainda tremiam.

Ela me olhou por um instante, como se estivesse decidindo se deveria me poupar ou me envolver mais ainda naquela loucura. Mas não havia mais volta. Estávamos juntas nisso, até o fim.

— Vamos descobrir quem está por trás disso. — Anna disse, enfim. Seu tom não deixava espaço para dúvidas.

Se eles pensavam que iriam me deixar com medo e nos derrubar, estavam enganados. Eu estava cansada dessa situação e a vontade que eu tinha de isso acabar, era maior que o meu medo naquele momento. 

Eu tinha Anna ao meu lado, nosso amor e foda-se que ia ser perigoso. 

 

Se queriam guerra, agora teriam.


 

Fim do capítulo

Notas finais:

Meus amores, vocês gostaram do capítulo? 

Esse hot estava escrito há dois meses, mas eu deixei pro final, como o último hot da história. Gostaram? Ou melhor: fariam? 

A briga da Anna e da Fê foi necessária para deixar o hot mais intenso. Foi um "sexo de vingança", como MaFe mesmo disse. 

Eu queria ter mais sexo de vingança como esses no meu relacionamento kkkkkkk faz tempo que eu não faço uma m3rd4 (amor, se você tiver lendo isso, não me mata) 

Sei que vocês estão curiosas quanto ao mandante de tudo e as pessoas envolvidas, mas vou revelá-las apenas no Capítulo 44. 

Se vocês quiserem ver o tesão que eh a Anna de gravata, atualizei o drive com a foto: O Nosso Recomeço - Google Drive

A autora é muito apaixonada nessa mulher sim hahaha 

Beijos, até domingo =) 

Obs: ontem não postei pq tirei um tempinho com meu filho, ser mãe moderna eh jogar free fire até de madrugada com a cria rs 

Fui! 


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 42 - capitulo quarenta e dois: prazer e perigo :
HelOliveira
HelOliveira

Em: 02/02/2025

Estava curiosa só hoje tive tempo tempo de ler, mas esse capítulo foi maravilhoso não só pelo sexo perfeito, mas toda cumplicidade, confiança e entrega entre elas.

Nesse momento a Fê nem lembra quem é Maria Rosa...

Mas a realidade voltou e a ameaça esta mais perto do que imaginavam....vamos aguardar os próximos passos da nossas meninas..

Parabéns autora pelo capítulo 


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 09/02/2025 Autora da história
ain, muito obrigadaaaaa
vcs me inspiram demais a continuar!
gratidão


Responder

[Faça o login para poder comentar]

Lea
Lea

Em: 01/02/2025

Se essa mesa falasse...Que mesa forte...O escritório, agora foi inaugurado...

Amei a cumplicidade da cena, é muito bom quanto existe esse tipo de conexão.

Faz um bom tempo que não sei o que é isso,mas, quando ambos querem e sentem-se confortáveis, é muito bom.

 

 

Esses bandidos estão dando uma canseira.

 

Obs: apesar do cansaço do dia a dia,nossos pequenos merecem MUITA atenção. Criar conexões desde pequenos!

Boa noite, Nath!


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 01/02/2025 Autora da história
Essa conexão não é só tesão, é amor também... Eu amo escrever as cenas hots delas (por mais que seja a parte mais difícil da escrita), pq elas tem essa coisa muito forte entre as duas.

Esses bandidos também estão me dando uma canseira, nos próximos capítulos eles serão revelados kkkkkk

Obs: ele está muito carente esses dias, mas a volta às aulas está chegando hahaha


Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web