Não é dia de postar, mas.... surpresa!
Capítulo bônus pra vocês
capitulo quarenta e um: o peso da incerteza (BÃ?NUS)
CAPÍTULO 41. O PESO DA INCERTEZA.
Havia se passado duas semanas da ameaça feita à Fernanda e eu estava insuportavelmente cuidadosa com ela e isso vinha acarretando várias brigas entre nós. A segurança foi novamente reforçada aqui em casa, além de Robson e Murillo, contávamos com mais dois seguranças: Tavares e Maria Rosa.
Eles eram profissionais impecáveis, mas a presença constante deles só aumentava o desconforto dela.
“Eu não preciso de uma escolta, Anna”, ela resmungou certa noite, quando Tavares a acompanhou ao mercado
“É só um mercado, pelo amor de Deus.”
“— Você não entende, Fernanda! Não é só um mercado. Não é só qualquer coisa. Não depois do que aconteceu!” Eu já tinha dito isso tantas vezes que a frase parecia uma ladainha automática.
Ela iria explodir a qualquer momento, as olheiras em seu rosto denunciavam que ela estava dormindo menos que o normal, ela vivia trancada no escritório ora trabalhando, ora estudando pra Ordem. Ela também estava mais calada que o normal durante essa semana, o que me preocupava mais.
Já de manhã, quando levantei, encontrei-a tomando café na bancada da pia da cozinha. Ela já estava vestida para trabalhar, mas seu olhar estava perdido em algum ponto distante da janela.
— Bom dia... — Dou um cheiro no seu pescoço e ela se desvencilhou suavemente — Você dormiu bem?
— Não. Pesadelos constantes e você? — Ela olha pra mim com um olhar perdido, o cansaço estampado em sua face.
Meu coração apertou com o peso daquela frase.
— Mais ou menos. — Coloco o café na xícara e observo suas expressões antes de puxar uma cadeira para me sentar ao lado dela e continuar.
— Fernanda, você sabe que isso é temporário, né? Assim que a polícia identificar quem está por trás disso, tudo volta ao normal.
— E o que é o normal, Anna? Eu já nem sei mais.
Ela solta um suspiro e suas palavras me atingem. Eu queria falar a coisa certa pra ela, mas parecia que qualquer coisa que eu fosse dizer, só ia piorar ainda mais a situação.
Decido ter uma ideia de que talvez, possa animá-la. Mas não digo nada, apenas guardo na minha cabeça.
— Eu preciso ir ao escritório hoje, preciso apresentar Adriana à empresa e a Dra. Baldez. Você quer vir comigo?
— Se você fosse pra qualquer lugar, menos lá... eu aceitaria o convite. Mas não, obrigada. Eu prefiro trabalhar de casa.
Fez-se um silêncio desconfortável entre nós. Literalmente, chamá-la para ir ao local que a fazia ter crises de ansiedade foi uma bola fora. Ela precisava de espaço, mas deixá-la sozinha deixava meu coração apertadinho. Depois disso, me levantei, lavei minha xícara de café e peguei minha bolsa no sofá. Murillo já me aguardava no carro, mas antes de sair, lancei um último olhar à minha noiva. Ela continuava parada ali, na bancada da cozinha, encarando o nada.
Dou um suspiro longo e vou até ela, a abraço e ela me abraça de volta, um abraço apertado. Roço minha bochecha na dela e vou de encontro aos seus lábios, dando um beijo calmo e lento nela. Ela acaricia meu rosto e termina o beijo com um selinho demorado.
— Não demora, amor. — Ela pede
— Vou tentar não demorar, não quero ficar longe de você. — Dou um beijo carinhoso no queixo dela — Te amo.
— Também amo você.
— Qualquer coisa, me liga, tá? — arrisquei, hesitante.
Ela apenas assentiu, sem me olhar.
No caminho para o escritório, tentava me concentrar nas tarefas a serem feitas, que era discutir alguns processos com a Dra. Baldez e apresentá-la a Adriana. Porém, eu estava completamente distraída, tanto que pedi para Murillo dirigir o meu carro. A cada momento que passava longe ou perto da Fê, sentia que estava a perdendo.
Decido ligar para os seus pais no caminho e peço que eles vão até a minha casa para ficar um pouquinho com ela. Dona Débora disse que não podia, já que precisaria receber alguns fornecedores no restaurante, mas disse que o Sr Mauro estava a caminho e ainda ia levar o León. Isso aliviou meu coração um pouco, ela sentia falta dele.
Murillo, como era o segurança mais falante, tentou puxar um assunto:
— A Maria Rosa comentou que a casa está ainda mais protegida agora. Ela é bem treinada, até mais do que eu. Isso deve trazer mais tranquilidade pra vocês, não é? E ela é uma mulher, então Fernanda vai ficar um pouco mais à vontade.
— Na verdade, ela está mais desconfortável desde que Tavares e Maria Rosa chegaram.
Suspiro.
— Dê um tempo a ela, ela vai se acostumar — Ele diz, tentando me confortar, mas a verdade é que não queríamos nos acostumar.
Assenti com um sorriso curto.
Quando cheguei ao escritório, percebi que o clima ali também estava tenso. Desde que as ameaças começaram, a empresa vinha sendo vigiada de perto pela polícia, e a tensão estava nos olhares de todos.
Adriana já estava esperando na sala de reuniões. Ela parecia calma, mas quando cheguei eu senti que seus ombros tensionaram.
— Pontual... Pronta para conhecer seu ambiente de trabalho?
— Sempre. — Ela sorri
Antes que eu pudesse apresentá-la, a porta se abriu e eu pude ver Andressa me olhando super sem graça.
— Desculpa, Anna. Achei que você ainda não tinha chegado e vim fazer companhia pra ela.
Reviro os olhos.
— Então, Dri... Está preparada pra sua vida virar um inferno? Pois trabalhar com Anna é assim.
Dou o dedo médio pra ela, como sempre. Adriana sorri meio abobalhada com o apelido, Andressa ainda tem a ousadia de dar um beijo na testa dela e se despedir.
— Bom trabalho, mo. — Andressa pisca pra ela e sai rapidamente, antes que eu jogue qualquer coisa que tenha por perto nela.
— Vamos lá? — Faço um gesto com a cabeça para sairmos da sala de reuniões.
Ela me segue até o corredor que dá acesso à minha sala e da Dra Baldez, apresento Diana pessoalmente a ela e as duas simpatizaram de cara, apresento minha sala a ela também, que fica surpresa com o tamanho.
— Uau, é aqui que você trabalha? — Ela diz, ainda distraída pela vista e pela sala que estava mais bonita do que já era
— É aqui sim. — Dou um sorriso — Depois do atentado, a Dra. Baldez cuidou pessoalmente para que tudo ficasse melhor do que era, ela realmente caprichou.
— Ela gosta bastante de você. — Constata — Fernanda não tem ciúmes?
— Não... — Dou um sorriso só de lembrar da minha ruiva — Ela sabe que Dra. Baldez me vê como uma filha, até chama o baby que ela e a esposa estão esperando de “meu irmãozinho”.
— Que demais, Anna. Quando vou conhecê-la?
— Agora... se ela estiver disponível. Vou verificar com Diana.
Diana pediu que fôssemos até a sala de Roberta e a apresentação foi rápida e objetiva, do jeito que Dra. Baldez gostava. Adriana se saiu muito bem, ela conseguiu conquistar a atenção da minha chefe com a postura profissional e direta dela.
Quando tudo terminou, eu a cumprimentei brevemente.
— Acho que vai se sair muito bem por aqui.
— Obrigada, Anna. — Ela fez uma pausa, me observando com um olhar curioso. — Mas você parece exausta. Está tudo bem?
Fiquei surpresa com a pergunta. Não esperava que Adriana, alguém que mal me conhecia, percebesse tão facilmente o peso que eu carregava.
— Eu tô... como podemos dizer? Administrando as coisas, como sempre. — Dou um sorriso fraco — Estou exausta mesmo.
Antes que ela pudesse dizer algo mais, Diana entrou apressada na sala.
— Anna, a polícia está aqui. Querem falar com você imediatamente.
Meu estômago revira.
Puta que pariu.
— Encontramos o suspeito responsável pelo envio da mensagem anônima. Ele faz parte do departamento de TI da empresa. Já está detido, e o restante da equipe foi levado para prestar depoimento.
A notícia me deixou dividida. Por um lado, era um alívio saber que a investigação estava avançando. Por outro, a descoberta de que alguém da empresa estava envolvido era mais um lembrete que não poderíamos confiar em ninguém ali.
— Vocês têm certeza? — perguntei, firme.
— Sim, as evidências são claras. Estamos analisando os computadores e cruzando informações. Agora é com a DRCI. (Delegacia de Repressão aos crimes de informática)
Agradeci pela atualização e me forcei a manter a compostura. Quando o inspetor foi embora, fiquei sozinha no corredor por alguns minutos, tentando processar tudo.
Peguei o celular e, sem pensar duas vezes, mandei uma mensagem para Fernanda:
"A polícia encontrou o responsável por vazar as informações de dentro. Vamos conversar quando eu chegar.”
Queria acreditar que isso a deixaria mais tranquila, mas uma parte de mim sabia que as coisas entre nós não seriam resolvidas tão facilmente.
Depois de enviar a mensagem, não esperei a resposta e guardei o celular no bolso, estava precisando alinhar algumas coisas com a Adriana, que já estava em seu posto na mesa da recepção que tinha em frente à minha sala. Ela e Diana estavam trabalhando lado a lado e estavam se conectando. Diana estava explicando algumas coisas pra ela, o que me deixou bem feliz saber que ela a estava recepcionando bem.
Permaneci em minha sala até o fim da tarde, lidando com questões pendentes e observando a movimentação tensa do escritório. Diana entrou algumas vezes com relatórios. Cada vez que ela entrava, parecia que eu ia ter um surto. Ao todo, foram 15 relatórios.
Dra. Baldez entrou na minha sala com um sorriso.
Lá vem.
— Vejo que está concentrada, atrapalho? — Ela pergunta, entrando com uma pasta na mão.
— Não, pode falar. — Digo, sem parar de digitar minhas anotações para a sustentação oral.
Ela se senta na sua ex-cadeira confortável e eu a olho de canto. Seu celular apita uma notificação e pelo sorriso extremamente bobo, deveria ser Renata mandando alguma mensagem, mas segundos depois, eu a vejo responder mordendo os lábios.
Ah, não.
Pego meus óculos de grau que odeio usar na bolsa e o ponho no rosto.
— Vou até colocar meu óculos, porque não tô acreditando nisso. Você saiu da sala da presidência e veio aqui na minha só pra responder um nude? — pergunto direta, em tom zombeteiro
— Passa lá no RH que eles vão te dar uma surpresinha. — Ela diz, ironicamente.
Dou um sorriso e balanço a cabeça negativamente.
— Fala, Roberta. — sorri
— Vim te fazer um convite, mas já que não quer... — Ela dá de ombros
Faço uma cara de entediada pra ela e ela volta a sua postura séria.
— Ok. Eu vim te convidar para participar de um tribunal do júri comigo, eu quero que pegue experiências com crimes dolosos contra a vida. Quero que você atue junto comigo nessas questões.
— Eu estava pensando em fazer uma pós mesmo, mas não sabia se era esse o seu plano pra mim aqui, então preferi aguardar.
— Faça sua pós em penal e processo, continue estudando e trabalhando como você faz e seu futuro aqui estará garantido.
Pensei em Fernanda nesse momento, em como ela queria pedir demissão.
— Posso te perguntar uma coisa? — Digo, tentando organizar meus pensamentos para falar delicadamente sobre Fê.
Ela assentiu, me olhando com atenção.
— Fernanda quer desistir, tentar advocacia autônoma. Ela não se sente mais bem aqui, depois de todos esses ataques... — Suspiro — Ela não é como nós duas, que gosta de poder, essas coisas. Ela quer ter uma vida e uma carreira tranquila.
— Quer um conselho, Anna? — Ela se ajeita na cadeira e joga seus cabelos pra trás e continua — Se ela quer tranquilidade, dê a ela. Nem todos têm a mesma ambição, nem os mesmos sonhos, e isso não significa que ela é menos capaz ou menos apaixonada pelo que faz. Eu mesma vejo o potencial que ela tem, mesmo sendo assistente jurídica, ela é quase uma advogada... tanto quanto você. O importante é que você esteja ao lado dela, independente do caminho que ela escolher. E, às vezes, dar espaço é a maior prova de amor que podemos oferecer.
— Mas e se ela quiser desistir... de tudo, até de mim? — Minha voz saiu mais baixa do que eu esperava, eu estava insegura e com medo de perdê-la. O simples pensamento disso fazia meu peito doer. — Ela está tão distante... tão frágil.
Roberta me olhou com um semblante compreensivo, mas firme.
— Anna, lembra quando você me aconselhou sobre Renata? É a mesma coisa. Não estamos passando por algo fácil e o amor é feito de escolhas diárias, tanto as nossas quanto as do outro. O que vocês têm é forte, a química é notável a quilômetros de distância... vocês duas são lindas juntas e sabe o que eu percebo? É que se amam. Porém, Anna, você precisa confiar nela. Amar também é abrir mão de ter o controle da situação sempre. Não controle Fernanda, deixe-a extravasar o que sente, mesmo que briguem.
Fiquei em silêncio, digerindo suas palavras. Ela tinha razão, claro. Eu precisava confiar mais na Fernanda e menos no medo de perdê-la. Mas isso não tornava a tarefa mais fácil.
Roberta mudou de assunto, talvez para aliviar a tensão.
— Mas agora... sobre o júri, vai querer participar? É uma oportunidade de ouro, Anna.
— Quero sim. — Respondi sem hesitar. Meu futuro profissional era importante, e mesmo em meio ao caos, eu não podia negligenciá-lo.
— Ótimo. Vou mandar os detalhes depois. Agora, vou te deixar em paz para terminar seus quinze mil relatórios. — Ela riu, se levantando.
— É bom mesmo. Minha chefe é muito exigente. — Sorri, sentindo-me um pouco mais leve depois da conversa.
Quando Roberta saiu da minha sala, olhei para o relógio. Já estava quase na hora de ir para casa. Peguei meu celular e vi que Fernanda tinha respondido minha mensagem:
"Vou esperar você. Te amo."
Aquela resposta simples trouxe um alívio imediato. Peguei minhas coisas, absolutamente doida para meter o pé pra casa. Mandei os arquivos para o meu na minha lista de “amanhã resolvo isso”. Me despedi de Adriana e Diana, fui direto para o carro com Murillo. Durante o caminho de volta, fiquei pensando em como vou abordar Fê. Como vou contar que a polícia prendeu mais um, essa novela já estava me dando no saco.
Chegando em casa, vi que o carro do pai dela ainda estava estacionado na frente. Entrei e encontrei Fernanda sentada no sofá com León no colo, enquanto o Sr. Mauro estava ao lado, rindo de algo que ela dizia. Aquela cena era exatamente o que eu precisava ver para lembrar por que eu estava lutando tanto para proteger nosso mundo.
— Anna, já chegou? — Fernanda olhou para mim com um sorriso
— Cheguei. — Respondi, deixando minha bolsa no cabideiro e indo até ela. Dei um beijo em sua testa e acariciei seu rosto.
Cumprimentei Seu Mauro com um aperto de mão e um sorriso. Pedi licença a eles, pois ia tomar um banho. Precisava de uma ducha para tirar esse peso de cima de mim.
Quando retornei à sala, Seu Mauro já tinha ido embora, mas uma presença me chamou atenção. Maria Rosa estava na sala, conversando com Fernanda, que segurava um livro nas mãos. Eu nunca havia visto ela com aquele livro. Parei para observar as duas e vi que a intimidade era notória.
Ué, ela não estava tensa com todos esses seguranças aqui? Maria Rosa era especial, pelo visto.
Paro para observá-la melhor. Ela deveria ter uns 32 anos, era morena, seu corpo era absolutamente de quem malhava, seus braços grandes e fortes mostravam isso. Era tatuada, cabelos pretos, os olhos também eram e, além de tudo, tinha uma postura parecida com a de Alessandra. A arma na cintura e o fone para comunicação com a equipe era só um charme a mais. Do jeitinho que Fernanda gostava.
“O ciúme não tava batendo, tava dando porr*da.”
Ela não tinha uma casa para vigiar? Uma ronda pra fazer?
Arqueio a sobrancelha, elas não haviam notado minha presença. Estavam tão entretidas no assunto do livro, dando altas gargalhadas. Pareciam bem íntimas.
Maria Rosa passou a mão devagar pelo braço de Fernanda, que olhou para ela. As duas ficaram em silêncio nesse momento e foi nessa hora que decidi fazer algum barulho para chamar atenção.
Fernanda, que estava estática, se assustou nesse momento e olhou para mim como se eu fosse sua mãe descobrindo que estava fazendo algo de errado. Cheguei com cara de poucos amigos, mas fui extremamente educada com as duas — até mais do que mereciam.
— Boa noite.
Foi o que eu consegui dizer, mas soou como uma ordem de comando. Eu estava sendo educada, mas querendo fuzilar essa segurança de merd*.
Sai de perto da minha mulher agora, porr*.
A segurança se virou imediatamente na minha direção, ela estava me analisando de cima a baixo, com um olhar firme, mas não estava perdendo sua postura profissional. Já minha amada noiva, por sua vez, parecia ter sido pega no flagra.
— Oi, amor. — Fernanda respondeu rápido, tentando soar casual, mas o tom vacilante a entregou. Ela colocou o livro de lado, como se precisasse criar espaço entre ela e Maria Rosa.
A segurança abriu um sorriso de canto, mas era aquele tipo de sorriso que me irritava. Tinha algo de desafiador ali, como se ela soubesse exatamente o que estava acontecendo dentro da minha cabeça.
Não era paranóia, ela estava dando em cima da minha mulher sim.
E Fernanda estava gostando disso.
— A gente estava conversando... sobre o livro. — Disse Maria Rosa, casual, enquanto ajeitava o fone no ouvido.
— Qual livro? — Pergunto à Fernanda, ignorando completamente a mulher.
— Ela não é a minha tia. — Ela levanta o livro para me mostrar a capa.
Respiro fundo e decido mudar de assunto.
— E seu pai? Foi tudo bem? — Pergunto
— Ele já foi... ficou a tarde toda comigo, me fez companhia e depois a Maria Rosa ficou por aqui, não fiquei sozinha.
— Ah, ok. — Digo já querendo surtar — Boa noite. Eu vou para o escritório, tenho alguns relatórios para fazer.
Me retiro, já que eu estava sobrando mesmo. Fernanda realmente estava dando mole pra ela? Eu tinha que confiar na minha noiva, mas eu simplesmente não conseguia deixar essa confiança sobressair, pois o ciúme estava me corroendo por dentro, tampando meus olhos e esse era um lado meu que não aparecia há muito tempo.
Céus, me mande razão e não emoção, por favor.
Entro no escritório e ponho os meus fones de ouvido, começo a ouvir uma música para relaxar antes de começar a redigir o 8º relatório, de 15. Dra. Baldez queria todos para amanhã à tarde. Ela me deu um prazo curto, mas eu conseguia cumprir, por isso que ela me designou. Ela queria acompanhar meu trabalho de perto, saber como ia cada caso e qual estratégia eu utilizaria em cada um deles.
O som de “Nero Forte”, do Sipknot, tocava de forma ensurdecedora nos meus fones e eu batia com tanta força os dedos no meu teclado para digitar, que meu corpo estava todo tenso e eu não havia percebido. Queria muito encher minha garrafa d’água, mas correr o risco de encontrar aquela mulher no corredor da minha própria casa me fazia querer cavar um buraco no chão de ódio.
Sinto meus fones serem retirados e eu já ia protestar, quando vi a feição de Fernanda na minha direção. Ela já havia colocado sua roupa de dormir, estava linda em uma camisola de cetim com estampa de cereja. Seus cabelos pareciam ter sido escovados, ela estava... perfeita.
Mas eu estava muito brava para externar isso, então preferi ficar calada.
— Vai trabalhar até tarde? — Ela pergunta, se colocando na minha frente e puxando meus braços para abraçá-la. — Vem deitar comigo.
Abraço sem vontade, confesso. Eu estou muito... magoada (?). Essa seria a palavra? Não sei...
Ela tocou meu braço suavemente, mas eu me afastei um pouco, lembrei daquela mulher passando a mão no braço dela e ela com zero reação. Quer dizer, ela teve uma reação. Eu estava tentando manter o controle, mas, por dentro, sentia meu sangue ferver.
— Acho que sim, mas acho que até então prefere a companhia da sua amiga do que a minha.
— Anna, ela é Maria Rosa, da equipe de segurança. — Fernanda disse, como se eu não tivesse entendido quem ela era. — Ela só estava me fazendo companhia enquanto meu pai estava aqui.
— Eu sei quem ela é. — ´Ponho uma caneta na boca, mordendo de nervoso — Mas achei que o trabalho dela fosse garantir nossa segurança, não ser companhia para leituras no sofá.
— Não seja grosseira. — Ela diz, ríspida. — Você está agindo como uma adolescente ciumenta!
— E você estava agindo como o quê? — Retruquei, sentindo meu autocontrole ir pra puta que pariu. — Porque, pelo que eu vi, a Maria Rosa estava bem confortável lá contigo e você não parecia muito preocupada em manter limites!
Fernanda abriu a boca para responder, mas parou. Respirou fundo, claramente tentando evitar uma briga maior. Ela sabia que meu temperamento não era dos melhores.
— Você está exagerando, Anna. — Disse, cruzando os braços. — Ela só estava sendo gentil. Acha mesmo que eu vou te trocar por alguém? Por favor, né?
— Não é isso, Fernanda! — Minhas mãos estavam cerradas em punhos. — É sobre você estar... distante. E aí, quando chego, vejo você com ela, rindo como se não tivesse nenhuma preocupação no mundo. Enquanto eu... — Pausei, sentindo a voz falhar. — Enquanto eu faço de tudo pra te proteger, pra garantir que a gente fique bem...
— Eu não quero que você me proteja, Anna. — Disse finalmente, em um tom baixo. — Eu quero que você confie em mim. Porque, sem confiança, o que a gente tem?
— O que você sentiu quando a pele dela tocou a sua? — Pergunto, na lata. — Sentiu algo diferente? Pois não esboçou reação.
— Fiquei surpresa, Anna. Acredito que ela não tenha feito isso por maldade e se fez, dane-se. Eu sou sua, meu Deus do céu!
— Quando ela te deu o livro? — Faço outra pergunta
— Hoje, Anna. Ela viu que eu não estava bem, me deu algo que pudesse me distrair.
— Um romance sáfico? — Dou um risinho nasal irônico, balançando a cabeça negativamente — Que presente legal para dar pra noiva de uma cliente.
Ela respira fundo, acho que mais de três vezes. Porém, eu não consigo mesmo controlar minha língua.
— Anna... — Ela se senta no meu colo e eu não sei se quero esse contato — Olha pra mim.
Nossos olhares se cruzam, seu azul brilhante com o meu mel que nesse momento, parecia estar pegando fogo de tão brava que eu estava.
— Tem alguém lá fora, que quer muito nos destruir. Você vai deixar? Isso vai começar com brigas entre nós?
Abro a boca para falar algo, mas ela me interrompe.
— Se você não gostou da nossa interação, você tem todo o direito de não gostar. Mas não tem o direito de dizer que eu agi como sei lá o que. Agi como? Como uma piranha, é isso?
— Não foi isso que eu quis dizer. Em momento nenhum disse isso — Me defendo.
— Mas você disse. Então era como o que?
— Você parecia estar gostando. — Digo o que eu achei, sincera.
— Porr*, sério? Gostando? — Ela se altera, seu tom era de incredulidade — Então é isso que você pensa de mim, Anna? Que eu fico flertando com qualquer pessoa que me dá um pouco de atenção? Que tipo de relação você acha que a gente tem?
— Eu não disse isso! — Retruquei, já arrependida de como as palavras soaram. — Só... foi o que pareceu, tá bom? Foi o que eu senti. Eu te vi lá, confortável com ela, e eu fiquei com ciúmes. Foi isso.
— Com ciúmes? — Ela arqueou uma sobrancelha, quase debochada. — Isso é muito mais do que ciúmes, Anna. É desconfiança. E sabe o que mais me machuca? Não é a Maria Rosa, nem o que você acha que viu. É você não confiar em mim, não acreditar que eu sou cem por cento sua.
— Eu confio em você! — Argumentei, mas a insegurança no meu tom me traiu. — Só... não confio nela. Eu não gosto dela.
— Você acha que ela tem alguma chance comigo? — Fernanda perguntou, aproximando-se novamente. Sua expressão era séria, mas havia uma certa suavidade ali, como se ela quisesse que eu entendesse algo que estava nas entrelinhas. — Porque, se acha, então o problema não é ela. É a gente.
— Ela faz o seu tipo.
— Anna Florence! Chega. Eu não sou obrigada — Ela levanta do meu colo, exasperada.
— Olha, eu vou dormir. — Disse, finalmente. — Se quiser continuar nesse ritmo de brigar com fantasmas enquanto eu tento segurar a barra sozinha, tudo bem. Mas eu tô cansada, Anna.
Ela virou-se para sair do escritório, mas, antes de alcançar a porta, olhou por cima do ombro, seu olhar azul agora mais frio.
— Você diz que me ama, mas amar também é confiar. Então me avisa quando estiver pronta para isso.
E, com isso, ela saiu, deixando-me sozinha no escritório, cercada pela música abafada nos fones e pela bagunça da minha própria mente. Eu estava realmente viajando? Levando a parada a sério demais? Eu vi. E sei o que eu vi. Não era paranóia, não podia ser.
Meu ciúme vinha do medo, da insegurança... Será que isso era um reflexo das minhas próprias questões, das minhas cicatrizes antigas e então eu estava transferindo tudo isso para ela?
Mas eu vi.
Fechei os olhos e deixei a cabeça tombar para trás, sentindo um nó se formar na garganta. Eu precisava resolver isso.
Mas a pergunta que ecoava na minha cabeça era: eu conseguiria?
Depois que Fernanda saiu, desliguei a música, pois ela estava se fundindo com a bagunça que a minha cabeça estava naquele momento. Precisava de ar, de paz, de silêncio.
Meus olhos ardiam, mas eu recusei me render às lágrimas. Não agora. Peguei a caneta que estava mordendo e a joguei de lado, frustrada com a bagunça dentro da minha cabeça. Eu não queria ser essa pessoa — a ciumenta, a insegura. Mas... e se ela estivesse certa? E se o problema fosse eu?
Passei as mãos pelo rosto, tentando organizar meus pensamentos. Não adiantava só lamentar. Eu precisava entender por que estava tão reativa, por que eu me sentia ameaçada por uma situação que, talvez, nem fosse tão significativa assim.
Eu sabia que tinha exagerado. Sabia que estava deixando meu ciúme se transformar em algo feio e descontrolado. Mas, ao mesmo tempo, era impossível ignorar a maldita sensação que tomou conta de mim desde o momento em que vi Maria Rosa ali, tão perto de Fernanda.
Tão perto do meu amor.
Ela não era inocente. A segurança queria mais do que proteger minha noiva, queria tomá-la para si. E se Fernanda a quisesse também?
Porr*, eu vi. Acho que ela queria também.
A forma como Maria Rosa olhava pra minha ruiva me deixava puta. Sapatão é uma raça desgraçada e eu não estava afim de perder minha noiva pra essa mulher.
Nem pra ninguém.
Ainda assim, o que importava agora não era o que eu vi, mas o que Fernanda sentiu. E ela estava certa. Sem confiança, o que restava para nós?
Levanto-me e vou em direção à janela da sala, eu precisava de ar. Não aguentava mais ficar ali, com minha mente girando e as vozes falando na minha cabeça. Era enlouquecedor.
A Rua Haddock Lobo, onde eu morava, era uma das mais movimentadas da Tijuca, ver os carros indo e vindo naquele momento, me deu um pouco mais de tranquilidade e logo senti minha mente clareando as ideias.
Fernanda havia aceitado ser minha noiva.
Ia casar comigo.
Não desistiu de mim quando eu estava botando tudo a perder dentro e fora do nosso relacionamento.
Ela não ia me trocar pela mulher que garantia nossa segurança, por mais que essa mulher desse em cima dela e ela sentisse atração. Ou ia?
Quando estamos em relacionamento com alguém, podemos ser fiéis, mas não cegos. Será que ela se sentiu atraída?
Eu tinha que confiar no nosso amor.
Eu estava sentindo o vento frio da noite bater no meu rosto e eu sabia que não podia deixar isso assim. Amanhã, de alguma forma, eu teria que corrigir isso. Não só por ela, mas por nós. E, acima de tudo, por mim. Preciso me desculpar pela fala imbecil que tive.
Mas agora... tudo o que eu queria era ir para o quarto, me deitar ao lado dela e tentar encontrar algum tipo de paz.
Tomei coragem e caminhei até o quarto, com passos lentos e hesitantes, como se precisasse ganhar coragem a cada passo que eu dava. Eu precisava encarar a minha monstrinha e ao menos, me desculpar pelas palavras ruins.
Quando cheguei, vi Fernanda deitada, de costas para a porta. Sua respiração estava calma, mas eu sabia que ela não estava dormindo. Fiquei ali por um momento, olhando para ela, tentando reunir as palavras certas. Como eu ia dizer?
Deitei ao lado dela, mantendo um pouco de distância, porque não queria invadir o espaço dela sem permissão.
— Fernanda... — sussurrei, com a voz ainda trêmula.
Ela não respondeu, mas seu corpo ficou tenso, como se estivesse esperando o que eu diria a seguir.
— Me desculpa... por favor. Eu... eu tô arrependida pelo que eu disse, você não merecia escutar aquilo mesmo.
Dou um suspiro e continuo.
— Eu não sei o que está acontecendo com a gente essa semana, mas... precisamos ficar juntas. Ser fortes juntas.
Ela virou-se devagar, seus olhos azuis encontrando os meus na meia luz do quarto.
— Eu só quero que você confie em mim, Anna. Só isso.
Seus olhos estavam vermelhos, ela havia chorado.
— Me desculpa, meu amor... me desculpa.
Eu a abraço forte e ela me abraça também, mas ela não consegue parar de chorar com a cabeça escondida na curvatura do meu pescoço.
— Amor, eu te devo desculpas também... eu não sei o que está acontecendo mesmo.
Abro os meus olhos nesse momento. O que ela quis dizer com isso? Mantenho o silêncio e espero pela explicação, mas ela não vem.
— Você se sentiu atraída... é isso? — Tento arriscar
Fernanda ficou em silêncio por alguns segundos, hesitante. Como se estivesse pensando na melhor maneira para me responder. Eu sentia ela me olhando, talvez em algum conflito interno. E eu, com o meu também. Esperando ansiosamente pela resposta.
— Eu achei, sim, que ela é bonita — confessou, olhando nos meus olhos com uma calma que contrastava com a agitação que eu sentia no peito. — A Maria Rosa tem algo nela, é inegável. Mas... — Ela pausou, como se quisesse escolher bem as palavras. — Eu sou leal a você, Anna. E essa lealdade não vai mudar só porque alguém é atraente. Eu sou sua, e você é minha. Isso não muda, mesmo quando eu vejo outras pessoas e reconheço que são bonitas.
Um soco doeria menos.
Ela achava a tal atraente. E minha insegurança começou a tomar conta, eu já não estava mais brava, estava... triste. Eu esperava que ela ia me dizer algo mais reconfortante, algo que me fizesse sentir, sei lá... que eu não tinha nada a temer. Mas, ao invés disso, a ideia dela achar outras pessoas atraentes — ainda mais alguém que estava na nossa casa 24h por dia, me atingiu de uma tal maneira...
— Então, você acha que ela é atraente? — Perguntei, a voz mais baixa do que eu queria. Eu me sentia vulnerável, exposta, e as palavras saíam mais fracas do que eu gostaria de admitir.
Pego o cobertor e me cubro mais um pouco, como se quisesse me proteger de algo. Fernanda se virou, seus olhos azuis encontrando os meus com uma mistura de arrependimento e honestidade.
— Eu nunca disse que a atração por outra pessoa significava algo a mais, Anna. Mas... eu também não sou cega. Eu posso achar alguém atraente e ainda assim ser fiel a você, ainda assim amar você. Não é sobre não perceber os outros, é sobre escolher você.
Ah, claro.
“Eu te amo, Anna. Mas a minha bocet* pisca só de olhar pra ela.”
Era isso que a minha fucking cabeça entendia.
Ela estava sendo sincera, mas suas palavras acabaram apenas ampliando a insegurança que já estava dentro de mim.
— Você acha que eu sou só sua, mas... e Maria Rosa? — Perguntei, sentindo um nó na garganta. — O que ela representa para você? O que ela significa? Eu sei que você se sente atraída, mas não é só isso. É o que ela oferece, o que ela faz para ganhar a sua atenção, e eu...
Fernanda suspirou e me olhou com uma expressão que misturava compreensão e uma pontada de culpa. Ela se aproximou devagar, com as mãos estendidas, e eu, instintivamente, recuei um pouco.
— Eu sei que você tem medo, e eu entendo isso. Mas, por favor, não fique assim. Eu cometi um erro também. Eu me deixei levar pelo ambiente, pela pressão. Por tudo o que aconteceu entre nós. Eu deveria ter sido mais atenta ao que você sentia. Eu não queria te magoar, Anna. Eu prometo que vou ser mais cuidadosa.
Isso não está certo. Ou eu que sou careta demais?
— Eu queria que você fosse mais cuidadosa com nós — falei, sem conseguir conter a dor na minha voz. — Não é só a Maria Rosa, Fernanda. Não é só o que eu vi. É sobre você perceber o quanto isso me afeta. Eu também tenho medos. E me sinto tão insegura. Eu sei que você não queria me magoar, mas a sensação de ser substituível... dói.
MaFê fechou os olhos por um instante e suspirou, como se ela também estivesse lidando com algo dentro dela que ela não sabia como me dizer. Ela então se aproximou mais uma vez, e dessa vez, quando me abraçou, o gesto não foi só de conforto, mas de uma busca por uma resposta que nem ela mesma tinha. E eu não queria aquele contato.
— Você não é substituível, meu amor. — Ela acaricia o meu rosto e eu fecho os olhos, ainda escutando o que ela tem a dizer — Ninguém vai me tirar de você. Eu sei que eu errei em não ter dito não, em não tê-la cortado. Não posso mudar o que aconteceu, mas posso tentar ser melhor pra você, pra nós.
— O que está acontecendo com você? — Pergunto, meio zonza com aquela conversa.
— Eu não sei, amor. Eu não sei.
Eu queria tanto que as coisas fossem mais simples, que meu ciúme e minhas inseguranças não fossem um peso constante, mas, ao mesmo tempo, eu não podia ignorar o que sentia.
Ela me abraçou e começou a chorar novamente, não sei o que estava acontecendo com ela, mas eu sabia o que estava acontecendo comigo.
— Eu preciso de tempo, Fernanda — falei, minha voz trêmula. — Tempo para processar tudo isso.
— Amor, por favor... não faz isso.
Ela me segurou com mais força, quase implorando com os olhos, mas eu sabia que essa luta interna só eu poderia resolver. Não era sobre quem estava certa ou errada. Era sobre o que eu precisava para, finalmente, sentir que poderia confiar de novo.
Outro dia, ela queria um filho, queria uma família. Hoje, ela me confessa que sentiu atração por outra pessoa.
Tempo.
Eu precisava de tempo pra entender.
— Eu preciso de tempo, Fernanda. Só isso.
Ela me olhou, eu não conseguia ler a sua expressão, mas não era raiva, tristeza, ou algo do tipo. Era... não sei definir. Não estou reconhecendo essa versão da Fernanda, mas foi algo que eu, aliás, nós, arriscamos: nos conhecer dentro do nosso quase casamento.
Era essa a consequência de se emocionar demais e antecipar as coisas?
Quando ela se afastou um pouco, eu me senti mais só do que nunca, era muito estranho não dormir de conchinha com ela, mas talvez fosse isso que eu precisava — um tempo para manter minha cabeça no lugar.
Eu só não sabia se, ao dar esse tempo, estaria finalmente conseguindo recuperar algo entre nós ou se estava, de fato, deixando tudo escapar.
Fim do capítulo
Gente....
HAHAHAHAHAA
Surpresa!
Eu não aguentei esperar até quinta, então trouxe o capítulo fresquinho para vocês, considerem como um bônus.
Eu sei que vocês vão me odiar como se eu fosse o último discípulo de Bolsonaro na terra, mas foi um capítulo MUITO necessário e no final da história vocês saberão o porquê.
Eu quero saber a opinião de vocês sobre a pauta da discussão entre Anna e Fernanda: ter atração por outra pessoa é considerado traição? vocês ficariam inseguras?
E eu também fiz menção à uma história muito querida aqui no site do lettera, que eu amo demais, virou uma das minhas leituras de conforto: "Ela não é a minha tia". Só leiam, garanto que será a leitura comfort de vocês também!
Para quem tem curiosidade em saber como é a Maria Rosa, crush da Fê, atualizei o nosso drive e vocês podem encontrar a foto dela lá.
Link: O Nosso Recomeço - Google Drive
Gratidão amores, até quinta!
Não me matem! ksksksksk
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HelOliveira
Em: 29/01/2025
Autora adoro um bônus, mas veio com uma pancada junto...
Mas falando sério eu acho normal sentir atração por outra pessoa, afinal estamos vivas.....mas...acho que a Mafê deixou ir um pouco longe que chegou a afetar a relação delas, mas creio que tudo pode ser conversado e resolvido, vai depender da maturidade das nossas meninas....elas se amam isso é fato...
E surgiu mais um fato novo, pegaram a pessoa responsável pela mensagem, espero que isso leve ao responsável..
Até o proximo
nath.rodriguess
Em: 29/01/2025
Autora da história
Eu vou deixar vocês curiosos até o capítulo 44 sobre quem é o mandante desses crimes hahaha
Vou confessar, também, que o capítulo 42 está com 17 páginas e 7582 palavras até agora (ainda não finalizei), estou sinceramente pensando em dividir em parte 1 e parte 2, morro de medo de ficar algo cansativo pra vocês.
Vocês leriam algo muito longo? Ou seria melhor dividir?
Dúvida cruel.
HelOliveira
Em: 29/01/2025
Vou falar por mim, adoro capitulo longo, fico completamente envolvida
nath.rodriguess
Em: 30/01/2025
Autora da história
Então não vou dividir, vou deixar longo mesmo hahaha quero nem ver o último capítulo...
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Mmila
Em: 28/01/2025
Não acredito!!!!!!!!!!
Na reta final essa situação. Acorda Maria Fernanda. Quem procura acha.
Anna, tô contigo, aí não. Chegar em casa e ver essa situação, não dá.
nath.rodriguess
Em: 28/01/2025
Autora da história
Que vacilo, né?
Vamos ver como elas vão lidar com essa situação daqui pra frente
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Dan_ny
Em: 28/01/2025
Que capítulo top viu, e se a Anna não tivesse chegado ? Acho que teria rolado algo viu. Adorei o bônus.
nath.rodriguess
Em: 28/01/2025
Autora da história
Será?
Que bom que vocês gostaram do bônus, fiz com muito carinho e com uma dorzinha no coração de criar um conflito, mas vai ser extremamente necessário.
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Mmila
Em: 28/01/2025
Não acredito!!!!!!!!!!
Na reta final essa situação. Acorda Maria Fernanda. Quem procura acha.
Anna, tô contigo, aí não. Chegar em casa e ver essa situação, não dá.
nath.rodriguess
Em: 28/01/2025
Autora da história
Quem vacilou agora foi MaFe, né? Imagina você chegar em casa e encontrar sua noiva flertando com a segurança?
Você acha que foi traição da parte dela?
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Socorro
Em: 28/01/2025
Sério Autora, !????
traição nessa altura do campeonato!??
não gostei ???????? nada haver .. perdeu a graça e smp assim aff
smp amei essa historia esse capítulo sem sei o que dizer o melhor eu sei prefiro ficar calada .. totalmente nda haver ..
tristeza
nath.rodriguess
Em: 28/01/2025
Autora da história
Eu não sabia que vocês iam se revoltar tão rápido KKKKKK na minha visão de autora, não foi traição.
Mas é um capítulo necessário, vocês entenderão mais pra frente.
Socorro
Em: 28/01/2025
Desculpa autora ,
Claro que foi .. pedi o encanto … sério mesmo kkkkkkk
Bom , volto no final .. se me recuperar… essa abordagem não faz sentido nenhum kkkkk desculpa
nath.rodriguess
Em: 28/01/2025
Autora da história
Eu entendo que esse capítulo tenha causado um impacto negativo e até revoltado algumas de vocês, mas faz parte do processo de construção da história. Eu fiz algumas escolhas durante a construção de "O Nosso Recomeço" e todas elas tem um propósito e, claro, nem sempre é fácil ler algo que não gostaríamos que acontecesse. Tudo será desenvolvido e explicado nos próximos capítulos.
Sobre a Fernanda, eu sei que ela parece perfeita muitas vezes, mas ela, assim como a Anna, também está sujeita a errar. As personagens são humanas, com suas falhas e acertos, e isso é algo que quero explorar para mostrar o crescimento delas nesse finalzinho da trama.
Espero que você possa dar uma chance para ver como tudo se desenrola. Ah! Queria agradecer por você se importar tanto com a história e compartilhar sua opinião, isso é muito, muito, muito importante pra mim!
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