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o nosso recomeco (EM REVISAO) por nath.rodriguess

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Palavras: 4881
Acessos: 1506   |  Postado em: 26/01/2025

capitulo quarenta: o que está por vir

 

CAPÍTULO 40. O QUE ESTÁ POR VIR. 

O vídeo teve o efeito que eu esperava que tivesse. Depois da salva de palmas feitas pelos funcionários, Roberta fez um agradecimento geral ao setor. Ela me disse que iria passar o dia entre os diversos setores do escritório para conversar com alguns funcionários e sócios júniores. Ela havia recebido uma ligação do Conselho, mas ainda não havia dado retorno a eles. 

Bom, depois do pico de coragem, ela estava cagando para quem quer que fosse.

O vídeo também foi postado nas redes sociais do escritório, ou seja, eles estavam atrás dela pois, pelo menos, alguns dos 63 mil seguidores da conta do escritório no Instagram já deveriam ter visto. 

Eu também parei Roberta para tirar uma foto nossa, como se estivéssemos trabalhando. Postei um texto enorme no feed agradecendo pelo apoio e pela parceria, enaltecendo minha chefe com os melhores adjetivos do mundo. Marquei tanto a conta dela, quanto a do escritório. O Conselho deveria estar surtando nesse momento. Eles eram familiares de Proetti, um bando de puxa-saco e, por mais que ele tivesse feito um monte de merd*, ainda assim ficaram ao lado dele. 

Eu estava sentada na cadeira da minha sala, matando um pouco da saudade e ao mesmo tempo me acostumando com o novo ambiente. Por mais que eu não pudesse voltar a trabalhar aqui agora, eu sentia uma enorme saudade desse clima. Definitivamente, eu não conseguia me acostumar com o home office. 

Então, ouço três batidas na porta da minha sala. 

  Procuro logo qualquer arma possível a vista caso fosse outro ataque. Observo a estátua da deusa da justiça e digo um temeroso “entra”. Por sorte — ou por azar — era o Dr. Belchi Proetti, um dos Conselheiros. 

— Posso entrar, Dra Florence? — Perguntou ele, já cruzando a porta antes mesmo que eu respondesse, o corpo inclinado como se quisesse preencher todo o espaço e impor sua presença. Ele estava tentando me intimidar? 

— É claro, Dr. Belchi. No que posso ajudá-lo? — Digo, melhorando a minha postura e olhando fixamente nos seus olhos, em momento nenhum desviando o olhar. 

— Eu vi a foto que a senhorita postou em homenagem à Dra. Baldez. — Ele fala com um misto de tranquilidade e ironia ao mesmo tempo, o que já me deixa irritada.

— Sim, o que tem? — Respondi com uma calma forçada, ele mal tinha entrado aqui e eu já queria colocá-lo para fora a ponta pés. 

Ele avança mais um passo, colocando as mãos nas cadeiras que a Dra. Baldez havia passado para o meu escritório. Será que ele podia tirar as suas patas sujas de lobo em pele de cordeiro daqui? 

Parecia que ele queria marcar território. 

— Não sei se percebeu, mas o Conselho prefere uma postura... mais neutra de seus funcionários em situações como essa. Expor certas opiniões, especialmente sobre questões sensíveis, pode ser visto como... arriscado. — Ele arrastou as palavras, como se saboreasse cada sílaba, esperando para ver minha reação.

Eu soltei uma risada curta, fria, cruzei os braços e levantei-me da cadeira.

— E desde quando apoiar a minha chefe é considerado arriscado? Aliás, uma chefe que acabou de enfrentar um ataque pessoal e respondeu com coragem. Não vejo nada de neutro em se omitir diante disso, Dr. Belchi. Arriscado mesmo é ver a pessoa que carrega esse Grupo nas costas e seus aliados serem vítima de vários ataques, claramente feito por pessoas que estão contra nós e contra os princípios e valores que essa empresa possui e não fazer absolutamente nada para impedir.

Ele arregalou os olhos e me encarou, não esperava por aquela resposta. 

— Só estou sugerindo que tenha cuidado, Dra. Florence. Ser leal a uma pessoa é uma coisa, mas se comprometer com uma postura que pode desagradar os "de cima"... bem, isso pode trazer consequências indesejadas.

— Obrigada pelo aviso. Vou me lembrar dele quando estiver escrevendo minha próxima homenagem. — Sorri, desta vez um sorriso gelado e preciso. — O Senhor por acaso já deu o seu recado? Eu só respondo à minha superior, Doutora Roberta Baldez. Qualquer coisa que eu venha a fazer que não seja do agrado dela, ela me falará imediatamente e eu estarei pronta para cumprir suas ordens. Sugiro que se tiver algo a reclamar, reclame diretamente com a minha superior, está bem? 

— Dra. Baldez tolera muita coisa de você. Desde um namoro com uma funcionária, como ter um caso com a mulher de um cliente. Não venha falar em valores, Dra. Florence. Não tem moral para citar sobre.

— Maria Fernanda não é minha namorada, é minha noiva. Vamos nos casar em breve, mas agradeço pela preocupação com a minha vida pessoal. — Respondo, carregando cada palavra de ironia. — Quanto ao suposto "caso com a mulher de um cliente", sim, eu cometi um erro. E fui penalizada por ele, cumpri as consequências de meus atos. O que não posso dizer sobre certas pessoas que preferem atacar, enquanto suas próprias mãos estão sujas. Aliás, qual é a posição do Conselho sobre isso, Dr. Belchi?

— O conselho não é o foco dessa conversa e sim seu comportamento. 

— Ah, entendi. — Ando ao redor dele por alguns segundos, como se estivesse analisando um espetáculo ridículo. — A minha vida pessoal é o foco do Conselho. Porém, quando a gente aponta para os erros de vocês, o assunto muda, né? Incrível como a lógica de vocês funciona.

— Não nos provoque, Dra. Florence. — Ele se contrai, mesmo com a sua fala. 

— Ou o que? — Devolvo.

— Não se esqueça de que seu lugar aqui não está garantido, Dra. Florence. Não importa o quanto a Dra. Baldez a proteja.

Dei um passo na direção dele, o suficiente para que ele sentisse a intensidade do meu olhar.

— Meu lugar aqui, Dr. Belchi, não depende de proteção, mas do meu trabalho. Um trabalho que sustenta este escritório, mesmo quando pessoas como o senhor fazem de tudo para desestabilizá-lo. E se alguém aqui está preocupado em manter o próprio lugar, sugiro que olhe no espelho.

Ele recuou, dando um passo para trás.

— Nem eu e nem Dra. Baldez vamos a lugar nenhum. — Digo, me impondo de uma forma que me fazia crescer de tamanho. Eu estava grandona, não havia um pingo de medo em mim. 

— Tenha um bom dia, Dra. Florence. — Ele disse, a voz mais baixa, como se precisasse se retirar antes que perdesse completamente o controle.

— Para o senhor também.

 Respondi com um sorriso afiado, o levando até a porta e dando graças a Deus, literalmente levantando as mãos para os céus, quando ele finalmente foi embora. 

Resolvi ir até a sala de Roberta para contar o que tinha acontecido e ela estava lá com Renata ainda. Quando entrei, pude flagrá-la alisando a barriga da esposa e conversando com o bebê. 

— Desculpa atrapalhar o momento de vocês. — Digo, ruborizada 

— Você não atrapalha, Anna. — Renata responde e eu dou um sorriso pra ela.

— Aconteceu alguma coisa? — Dra. Baldez me pergunta como se já tivesse sacado no minuto que eu entrei aqui.

— O Dr. Belchi foi na minha sala me questionar sobre o post que eu fiz apoiando você — Digo, me sentando de frente para ela.

Roberta arqueia uma das sobrancelhas e me serve um pouco de whisky, olho para os lados para ver se Fernanda está próximo, mas vejo que não. Eu havia prometido reduzir o consumo de Whisky, pois eu literalmente bebia um pouco todo santo dia. 

Como se lesse meus pensamentos, a Dra. Baldez simplesmente diz: 

— Fique tranquila, Fernanda não vai te matar se você beber uma dose hoje. Eu me responsabilizo — Elas riem, como se eu fosse um livro de piadas de uma velha banca de jornal do centro da cidade.

Reviro os olhos, já levando o copo à boca, mas mantendo minha postura séria.

— Ele veio me questionar e ameaçou minha posição na empresa. Disse que você não vai ficar aqui pra sempre, portanto, eu deveria tomar cuidado. 

— Ele te ameaçou? O que você disse? — Ela pergunta em tom de preocupação, ajeitando seus óculos e sua postura para ouvir sobre aquela conversa tão importante. 

— Perguntei o que o conselho estava fazendo a respeito dos ataques que estão ocorrendo e agradeci por tomarem conta da minha vida pessoal. Mencionaram meu relacionamento com Fernanda e o que aconteceu com Beatriz. 

— Essa situação da Beatriz te manchou, foi uma merd* pra limpar sua imagem. Roberto queria a sua cabeça, mas não por ser seu superior e sim por ser amigo do cliente. Consegui contornar com muito custo. — Ela admite, em tom de repreensão. 

Dra. Baldez não se conforma até hoje por eu ter sido tão... burra? Bem, essa era a palavra. Só que ela não a usaria. 

— Foi um erro meu, eu admito. — Digo, encostando o copo de whisky na mesa, sem beber mais. — Mas isso não dá a ele o direito de me intimidar ou tentar jogar o Conselho contra mim.

— Não, não dá. — Roberta responde, o tom de voz firme. Ela apoia os cotovelos na mesa, entrelaçando os dedos como se estivesse calculando o próximo passo. — E quanto ao Conselho, eles estão tentando ganhar terreno. Sabem que a posição deles está ameaçada com todas essas mudanças. Não se preocupe, Anna. Eu vou cuidar disso.

— Eles sabem que não podem te derrubar, Roberta. E sabem que Anna é uma peça-chave para a sua liderança. Por isso estão atacando vocês. — Renata diz, colocando uma mão no ombro de Roberta, dando um toque suave.

Dou um leve sorriso para Renata, agradecendo silenciosamente pela força que ela sempre oferece, mesmo que de forma discreta.

— Você fez bem em responder como respondeu. — Roberta volta a me encarar, a expressão séria, mas ela estava orgulhosa pra cacete. — Só quero que tome cuidado. O Conselho está pressionando porque sabem que estamos no caminho certo, e isso incomoda. A polícia está em cima também.

— Pode deixar. Se querem uma guerra, eu estou pronta. — Respondo com determinação, mas a verdade é que eu estava torcendo para essa guerra de poder terminar logo. 

Roberta percebe. Ela desliza a garrafa de whisky para o lado e se levanta, ajeitando os óculos. 

— Nada de guerra. Vamos ser estratégicas. Deixe o resto comigo, está bem? Você já tem muito em suas mãos.

Eu assinto, tentando relaxar um pouco.

— Ah, Dra. Baldez... Ficará feliz em saber que contratei uma secretária. 

Roberta ergue a sobrancelha com humor: 

— Renata, veja pra mim se está chovendo lá fora. Se não estiver, pega o guarda-chuva no carro porque com certeza cairá uma tempestade hoje — Ela sorri, o tom verdadeiramente alegre — Que bom que vai deixar Diana em paz. 

— Falando em Diana, passei tudo pra ela. Quando Adriana puder começar, ela vai me avisar. 

Roberta solta um suspiro aliviado, mas não perde a chance de alfinetar.

— Espero que a Adriana seja paciente. Trabalhar com você não é pra qualquer um. 

Dou uma risada, fuzilando-a falsamente com o olhar.

 — Vou fingir que não ouvi isso.

— E, por favor… — ela continua, com um meio sorriso. — Avise a Fernanda que fui eu quem te ofereceu o whisky. Não quero ser culpada por brigas no seu noivado.

Solto uma risada, finalmente. 

— Pode deixar, Dra. Baldez. Vou dizer que foi tudo ideia sua.

— Ótimo. Agora vá. E se Belchi aparecer novamente, me avise. Ele vai ter que lidar comigo, não com você.

Saio da sala dela com uma sensação estranha. Uma sensação de alívio e exaustão. Caminho pelos corredores, me sentindo grata e ao mesmo tempo pesada. Grata por ter pessoas incríveis ao meu lado, mas pesada pois estou sempre em batalha com alguém.

Às vezes eu não queria ser a mulher-maravilha o tempo todo. Às vezes eu só... queria ser a Anna. A noiva de Fernanda. A jogadora de futebol nas horas vagas. A que toca violão para aliviar quando está melancólica. 

Ao entrar no elevador, me pego pensando em Fernanda e no quanto gostaria de vê-la agora. Ela é meu ponto de paz em meio a todo esse caos. 

Vou até o 12º andar, que é o seu setor. Presumo que ela está lá matando a saudade da sua sala, quando o elevador se abre eu vejo um grande embate entre ela e Ralf. E para o azar dela, todos pararam para assistir, inclusive Roberto.

— Acha que chegará a ser advogada um dia? — Ele dá uma maldita gargalhada irônica — Você não chega nem aos pés da sua namoradinha. Vai ser sempre uma assistente, no máximo... uma correspondente de cartório.

Vê-lo humilhando minha noiva daquela forma fez meu sangue ferver, eu ia me meter, mas Fernanda ao me ver e ver o meu olhar feroz, fez um gesto para mim ficar onde eu estava. 

Eu queria voar no pescoço dele, mas o gesto de Fernanda foi claro. Ela queria lidar com aquilo sozinha. E, mesmo contra tudo dentro de mim, eu respeitei.

— Sabe qual é a diferença entre você e eu, Ralf? — Ela começou, a voz firme e carregada de uma calma que me arrepiou. — Eu trabalho. Eu estudo. Eu corro atrás. E você? Vive às sombras de alguém. Sempre esperando que as oportunidades caiam no seu colo. Talvez por isso nunca vai sair do lugar. Deve ser por isso que a minha NOIVA foi promovida primeiro que você. 

Ralf estreitou os olhos, a arrogância ainda presente, mas era visível que as palavras dela o atingiram.

— Você acha que tem moral para falar comigo? Eu já sou advogado. Você é só uma assistente!

— Por enquanto. — Fernanda sorriu de lado, a confiança exalando dela. — Mas enquanto você perde tempo tentando humilhar os outros, eu estou construindo o meu caminho. E acredite, Ralf, quando eu chegar lá, não vai ser porque pisei em ninguém. Vai ser porque eu mereci.

Os colegas ao redor murmuraram, alguns até rindo discretamente do jeito que ela o colocou no lugar. Roberto parecia observar tudo com interesse, mas não se pronunciou. Maldito.

Eu sorri, orgulhosa, mesmo que meu sangue ainda estivesse fervendo. Ela estava se defendendo, se mostrando inabalável diante daquele idiota. Ela era a pessoa mais doce que eu conheci, mas não tente pisar no calo dela. Ela era elegante, discreta, pisava sem perder a classe.

— Bom, se terminamos aqui, tenho trabalho a fazer. — Fernanda disse, ignorando completamente a reação de Ralf, que agora parecia uma camisinha furada.

Ela caminhou até mim, a postura impecável, e eu a encarei com admiração.

— Vem, Anna. — Ela disse, passando por mim e segurando minha mão de forma discreta. — Não vou deixar ele estragar o meu dia.

E lá estava minha Fernanda. Meu ponto de paz, mostrando que podia enfrentar qualquer tempestade. Sem ajuda. Sem ninguém.

Entramos no elevador e ela finalmente pode respirar, entrelacei nossas mãos e beijei a sua, mostrando todo o meu amor e todo meu apoio naquele momento.

— Me leva pra casa, amor. Por favor. Esse lugar é tóxico demais. — Ela diz, visivelmente incomodada.

Aperto imediatamente o botão do estacionamento e espero o elevador chegar ao subsolo ao som de uma música de fundo completamente irritante. 

Sério, quem era o DJ do elevador? Sempre músicas péssimas.

Quando as portas do elevador se abriram, Fernanda saiu do seu momento de “sensibilidade” e voltou a manter uma expressão neutra. Caminhamos até o meu carro, que estava estacionado próximo ao carro de Murillo, nosso segurança.

— Dra Florence, a Dra Baldez me avisou que seu carro estaria de volta. Quer que o dirija? — Ele perguntou, visivelmente inocente

— Não, Murillo. Obrigada. Eu mesma dirijo, estou com saudades do meu carro. — Sorri, acariciando-o — Você pode nos guiar até em casa com o outro.

Ele assentiu, enquanto eu abro a porta do carro pra ela, como sempre havia sido. Ela dá um sorriso largo, o primeiro sincero naquele dia. Dou a volta no veículo e sinto o cheiro de carro novo.

Pisei na embreagem, saí com a primeira marcha e fui acelerando o carro aos poucos, para sair daquele local cuja energia estava tão pesada. Quando finalmente cruzamos o portão de saída do estacionamento, ela respirou fundo. 

— Quer que eu abra os vidros? 

Ela balança a cabeça em negativa, logo põe sua mão esquerda na minha perna e seguimos viagem. Ela liga o som e na rádio carioca de música popular brasileira, está tocando justamente “homem-aranha”, do Jorge Vercillo. 

Ela dá um risinho nasal e balança a cabeça negativamente. Quando uso as mãos para engatar a segunda marcha, ela toca sua mão na minha e o toque dela me dá um arrepiozinho gostoso. Incrível o que o amor faz com a gente. 

Quando chegamos em casa, estaciono na minha garagem e ela não espera eu abrir a porta do carro pra ela. Claramente ela não está bem, por conta da discussão que teve com aquele animal. Apesar de tê-lo destruído com classe, estamos falando de Maria Fernanda, e é claro que ela estava no meio de uma crise de ansiedade. Desci do carro com calma, para poder dar o espaço necessário que ela precisava. 

Coloquei as chaves em cima da mesinha da sala, olhei ao redor e Fê não estava por perto, caminho até o quarto e vejo que o banheiro está com as luzes acesas e posso ouvir o barulho do chuveiro sendo ligado. 

Me aproximo da porta do banheiro, hesitando por um momento. Droga. Não quero invadir o espaço dela, mas também não quero deixá-la sozinha, preciso estar por perto de alguma forma. Ouço o som da água caindo e então, decido bater na porta.

— Fê? — Minha voz é suave — Posso entrar, amor?

O barulho da água diminui por um instante, e então ouço a resposta dela: 

— Pode entrar, Anna.

Abro a porta devagar, encontrando-a tomando um banho quentinho. Os cabelos soltos e a pele molhada brilhando sob a luz do banheiro. Ela é linda, mas a expressão no seu rosto não coincide com a sua beleza no momento. Ela está tensa, com a expressão de choro e eu só quero embalar o meu amor nos meus braços e protegê-la do mundo.

Tiro minha roupa rapidamente e sem dizer uma palavra, me aproximo dela deixando que a água morna caia sob o meu corpo também. Passo minhas mãos gentilmente pelo seu braço, sentindo a tensão ali. Ela fecha os olhos e respira pesadamente. 

— Me deixa cuidar de você... — Digo, com a minha voz cheia de suavidade e cautela. 

Fernanda abre os olhos e olha fixamente pra mim, ela assentiu lentamente e eu a envolvo em meus braços, pressionando sua cabeça contra o meu peito. Tudo que eu mais quero agora é que ela sinta o quanto eu a amo e que não vou deixá-la sozinha. 

Sinto uma coisa diferente cair no meu colo e posso perceber que ela está chorando. Ela estava deixando a tensão de um dia ir embora junto com a água. Sinto que o coração dela também está batendo forte e suas mãos estão trêmulas, é uma crise de ansiedade daquelas.

— Eu tô aqui, meu amor. Já vai passar. — Digo, apertando mais ela em meus braços e dando um beijo no topo da sua cabeça. 

Estávamos uma de frente para outra, ela aproximou seus lábios dos meus e me beijou. Um beijo suave, lento, para que eu pudesse sentir o quanto ela precisava de mim naquele momento. 

Depois que finalizamos o beijo, a virei e peguei o sabonete, passando em seu corpo branquinho. A última vez que pegamos sol foi ano passado, antes do natal, no dia que fomos à praia. Seu quase bronzeado já havia sumido. 

— Eu amava a marquinha de biquíni que ficava aqui. — Beijei próximo a curvatura do seu pescoço, onde ficava a marquinha e ela inclinou a cabeça aumentando o acesso. MaFê deu um sorriso que iluminou o momento e me deu um selinho. 

— E como você consegue ficar ainda mais linda assim... — A abraço por trás e afasto seus cabelos, distribuindo beijinhos por toda sua nuca. Posso notar que ela está sorrindo e continuo ensaboando ela, passando o sabonete pela sua barriga, perna, colo, seios e bumbum...

Deus, ela é tão linda.

Cada movimento, cada toque, parece deixar cada vez mais claro o quanto confiamos uma na outra, como se cada gesto fosse uma forma de mostrar a ela o quanto me importo com seu bem-estar e de certa maneira, essa era a linguagem do meu amor. Minha ruiva vai se entregando cada vez aos toques, sua respiração vai se tornando mais calma, mais controlada, porém, ainda há um resquício de tremor em suas mãos. 

Ela se vira, de frente pra mim, e agora é ela quem toma a iniciativa. Seus dedos deslizam pela minha cintura, vai em direção à minha coluna em um toque suave. É como se ela estivesse me dizendo, sem palavras, que também estava ali pra mim. 

Meu coração fica acelerado com seu movimento e a sensação de me entregar pra Maria Fernanda me faz esquecer tudo ao meu redor: empresa, seguranças, ataques, processos... tudo se foi e só restou nós duas ali, na nossa bolha. No nosso momento. 

Ela me beija novamente, de uma forma mais intensa. Um beijo profundo, seus lábios mordendo os meus. Eu a puxo mais pra perto, como se o mundo fosse acabar se quebrássemos o nosso contato. 

Meus dedos vão em direção ao seu clit*ris e se apertam contra o seu botãozinho rígido, explorando cada centímetro enquanto seus dedos também estão em contato com o meu sex*. Ela também me toca, me sente, como se estivesse precisando se ancorar em mim. Não é apenas um momento de prazer; é um processo de cura para ela. E talvez pra mim também seja. 

Ela aumenta o ritmo das carícias em movimentos circulares e eu abro um pouco mais as pernas para que possa receber mais um pouco da sensação que ela me causava. Ela solta um gemido porque eu também não paro de tocá-la nem por um segundo, a puxo mais para perto de mim e já sinto o orgasmo vindo, ela aperta seu corpo contra o meu e sinto suas pernas tremerem, também. Goz*mos juntas da forma mais maravilhosa possível.

— Eu te amo, meu amor — digo entre nossos beijos, quase um sussurro — Sempre vou estar aqui com você.

Ela responde com um sorriso, a expressão mais tranquila agora, os olhos brilhando com algo mais suave do que o cansaço de antes.


⚖❤


Estávamos no quarto, assistindo a um filme. Eu com a cabeça encostada na barriga dela, enquanto ela me fazia um cafuné gostoso. O carinho dela era perfeito, suas pequenas unhas passavam pela minha nuca me dando uma sensação anestesiante. Não resisti e beijei sua barriga, sentindo a suavidade da pele dela.

— Você sabia que um dia, quando eu for mãe... — Fernanda começou a dizer, sua voz suave e cheia de uma sinceridade que me pegou de surpresa. — Eu quero ser a melhor mãe do mundo… e eu quero que você faça parte disso.

Quê?

Olhei para Fernanda, surpresa. Surpresa pela intensidade que ela acabou de dizer isso. Ela parecia tão... vulnerável, tão aberta. Não pude deixar de dar um sorriso ao perceber o quanto ela estava confessando algo que tinha vontade, algo que estava se passando dentro dela. 

— Você... quer ser mãe? — Perguntei, um pouco hesitante, já imaginando o que viria em seguida.

Fernanda olhou para o teto, como se estivesse ponderando, e então, com um leve sorriso nos lábios, respondeu:

— Sempre sonhei com isso. Mas... Desde que te encontrei, Anna, esse desejo só cresceu. Mas queria saber, você... tem esse desejo também?

Respiro fundo. Como vou falar pra ela que isso nunca passou pela minha cabeça? Eu sempre estava focada no trabalho, nas minhas ambições, nas minhas trans*s casuais para afastar a dor de um coração partido que uma família minha parecia algo tão... distante. Tão fora de alcance. Olha, eu nunca me vi casando com alguém. Sempre achei o tipo de pessoa que não era amável. Nunca me vi estando com alguém que pudesse me dar isso. Sem falar que a minha família nunca foi exemplo para que eu tentasse construir uma.

Entretanto, hoje, quando olho para a ruiva dos olhos mais lindos que eu já vi na minha vida, tudo isso mudou. Ela era tudo o que eu jamais imaginei que precisaria. Parecia que eu estava esperando ela aparecer para tudo na minha vida mudar e se encaixar. 

— Nunca pensei sobre isso... — Confessei, passando os dedos pela barriga dela — Eu nunca me imaginei casando com alguém, pra ser sincera. Minha família também nunca foi muito exemplo. Mas, amor... Por você eu faço qualquer coisa. Se é um desejo seu, uma vontade sua, é minha também. 

Ela sorriu, um misto de suavidade e alegria. Seus olhos azuis brilhavam com uma felicidade que me fazia sentir cada vez mais segura com a minha decisão. Ela colocou a minha mão na barriga dela.

— Não é um plano pra agora, mas daqui há uns... cinco anos, talvez? — Ela franze a testa esperando uma confirmação minha e eu assinto — Eu quero muito um baby com você. Depois de passar na OAB, eu vou pedir demissão da Proetti-Baldez. 

Olho espantada pela bomba que ela acabou de me jogar. 

Como assim?

Ela percebe minha expressão e trata de explicar: 

— Não aguento mais esse jogo de poder. Vou ser advogada autônoma, trabalhar com coisas que eu realmente acredito, fazer minha pós em direito civil... eu tenho tantos planos pra minha carreira… Eu decidi isso no banho, acredita? — Ela sorri, tímida — Na verdade, eu já havia pensado sobre isso desde que essa perseguição começou. Eu só estava tomando coragem pra te falar. 

Ela faz uma pausa e meus olhos estão fixos nos seus, então ela continua: 

— Amor... o mais importante de tudo, é estar ao seu lado. Eu quero construir uma família com você. Te dar uma família. Você merece tanto... você merece se curar de tudo que você sofreu e eu sei que você vai dar muito amor ao nosso filho, assim como você me dá. Eu te amo, Anna. Eu te amo desde a nossa primeira troca de olhares. Como eu quis você pra mim, meu amor... 

Ela faz um carinho no meu rosto, e nesse momento, eu deixo uma lágrima cair. O olhar que eu lanço pra minha noiva agora é de pura admiração. Ela era uma mulher forte, muito determinada e cheia de coragem. Aquela conversa não era embaraçosa, nós estávamos conversando sobre nosso futuro. Era mais do que eu podia imaginar. Em um gesto de carinho, comecei a distribuir vários beijinhos na sua barriga, como se já estivesse imaginando ela grávida, com um sorriso radiante, depois do nosso casamento. 

— Eu não mereço ser tão amada assim... — Me aninho no seu corpo e finalmente, deixo o choro tomar conta de mim. Era um choro de felicidade, um choro de êxtase, de que enfim, eu era amada por alguém sem medos, sem amarras. 

— Vai ser tão maravilhoso, Fê. Eu me imagino... — Comecei, quase perdida em um sonho acordada. — Te vendo grávida, cuidando de você, fazendo tudo por nossa família. Vai ser perfeito.

Fernanda tocou meu rosto com suavidade e, com um sorriso travesso, disse:

— Eu quero uma filha loirinha, com olhos cor de mel, como os seus. Vai ser nossa mistura perfeita.

Não consegui evitar mais as lágrimas. A ideia de sermos mães, de termos uma filha ou filho que refletisse tanto de nós duas, era algo tão profundo, tão forte... Eu nunca imaginaria que seria possível sentir algo tão bonito.

Nós ficamos ali, em silêncio, apenas trocando olhares e sorrisos. A ideia de uma família com Fernanda, de um futuro juntas, tornou-se real, palpável, e, acima de tudo, cheia de amor. Eu sabia que, com ela, qualquer coisa seria possível. 

Para conhecer o amor de verdade, eu tive que ir até o fundo do poço. Toda ideia de amor que eu tinha era irreal, até Fernanda aparecer. Meu amor, minha noiva, meu alicerce. Com ela, era tudo mais bonito. 

Eu a abraço de conchinha, pondo a mão no seu ventre e fazendo carinho, ela sorri e sinto que as lágrimas estão caindo de seu rosto, também. Estávamos felizes. No meio do caos, ela me deu mais um motivo pra sorrir, pra viver. 

Eu enfrentaria tudo o que fosse necessário para sermos felizes. Nem que eu tivesse que morrer...

Foi nesse momento que meu celular vibrou, e uma mensagem de um número desconhecido apareceu na tela. As palavras cravaram um gelo na minha espinha:

'Acha mesmo que vai conseguir proteger quem você ama? Sua noivinha já está nas minhas mãos. Ela é a próxima.’ 

Senti meu coração acelerar enquanto olhava para Fernanda, ainda tranquila nos meus braços, alheia ao turbilhão que parecia prestes a nos engolir.

O caos estava longe de acabar.


 

Fim do capítulo

Notas finais:

DO MIN GOU hahahahaha

Eu não falei que ia postar domingo? 

O que acharam do capítulo? Escrevi tudo no sábado, que loucura! Minha criatividade voltou e eu só tenho a agradecer a minha esposa pela cena do chuveiro nesse capítulo. Obrigada, meu amor! Obrigada por ser inspiração para as minhas cenas, muitas delas que contém nesse livro, são nossas. Principalmente as hots UAHAUHAUAHAU 

Gente, capítulo de quinta está pegando fogo. Aguardem muito babado, confusão e gritaria. 

E o nosso drive está quase completo! Tem novas fotinhas lá de como eu imagino os personagens. Faltam poucos. Não esqueçam de me dizer o que acharam, se é como vocês imaginam, essas coisas.

Segue o link: O Nosso Recomeço - Google Drive

Até quinta, meus amores! =) 


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Comentários para 40 - capitulo quarenta: o que está por vir:
HelOliveira
HelOliveira

Em: 27/01/2025

Aí meu Deus mais problemas, nosso casa não tem paz, aguenta coração que as emoções são fortes


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 27/01/2025 Autora da história
hahahahaha essas meninas não tem um dia de paz, isso eh praga de ex


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Socorro
Socorro

Em: 26/01/2025

Afff .... pelo seu comentário abaixo é melhor eu ficar quieta kkkkk

la vem sofrimento e angústia 

 


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 26/01/2025 Autora da história
vcs estão muito nervosas, se acalmem kkkkkkkkkkkkkkk



nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 26/01/2025 Autora da história
vcs estão muito nervosas, se acalmem kkkkkkkkkkkkkkk


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Dan_ny
Dan_ny

Em: 26/01/2025

O Ralf eu imaginava ele mais feio, não sei se e implicância da minha parte kkkkk


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 26/01/2025 Autora da história
KKKKKKKKKKKKKK melhor comentário


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Mmila
Mmila

Em: 26/01/2025

Eita que agora vem: tiro, por.... e bomba.

Mas não pode atingir nossos casais, por favor.

 


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 26/01/2025 Autora da história
Vai atingir de certa forma, sim. Se não, não teria graça kkkkkkk olha eu dando spoiler



Mmila

Mmila Em: 26/01/2025
Né!


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