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o nosso recomeco (EM REVISAO) por nath.rodriguess

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Palavras: 6413
Acessos: 2017   |  Postado em: 16/01/2025

capitulo trinta e oito: fantasmas do passado

 

Naquela manhã, entrei na Proetti-Baldez - advogados associados em passos firmes. Eu estava de terno preto, postura autoritária e óculos escuros. Fernanda havia ficado em casa para terminar uma ação pauliana de um cliente importantíssimo. Ela havia entrado em call com Andressa duas vezes para tirar dúvidas, mas o que eu mais admirava nela é que ela não tinha vergonha de perguntar, se ela tinha dúvidas, ela tirava e se saía da melhor forma possível. Pois bem, eu sou uma noiva orgulhosa. Babo mesmo. 


Diana sorriu ao me ver assim que entrei no corredor do 14º andar. Minha mente estava um turbilhão. Ansiosa para saber sobre o interrogatório do suspeito, o que será que ele havia dito? 

— Anna, que bom que você veio. Sinto sua falta! — Diana se levantou para me dar um abraço, achei bonitinho da parte dela, mas é claro que eu não ia dizer. 

— Ao menos alguém sente a minha falta e não deseja me matar — Digo ironicamente e ela revira os olhos 

— A Dra. Baldez está te esperando, vou anunciar que você chegou. 

— Anunciar? Como assim? Vai tocar trompete pra anunciar a entrada da rainha, né? — Digo em tom zombeteiro. 

— Observe. 

Ela olha para os lados e vê que todos estão entretidos com seus trabalhos, e então, bate na porta da Dra. Baldez que solta um singelo "entra" lá de dentro. Era singelo, mas completamente audível. Quando entramos, ela faz uma reverência à ela e literalmente, me anuncia: 

— A rainha Anna de Arendelle. — Faz uma reverência a mim, sorrindo ironicamente 

— Frozen? Sério? — Debocho 

— Vocês querem me explicar o que está acontecendo? — Dra. Baldez nos interrompe, com a mão no rosto e balançando a cabeça negativamente. 

— É, Dra. Florence, explique-se. Eu tenho que voltar ao meu posto, fui. 

Ela sai rapidamente pela porta e me deixa com cara de tacho em frente à Dra. Baldez que dá um sorriso. 

— Por que eu tenho a sensação de que às vezes não sou dona de um escritório de advocacia e sim de uma escola de educação infantil? — Ela levanta as mãos em rendição e me avalia — É bom te ver sorrindo, Anna. À propósito, você está mais pra Elsa. 

Sorrimos.

Sento-me na cadeira extremamente confortável em frente à sua mesa, ajeito minha postura e encaro Roberta com ansiedade. Ela folheia alguns papéis na minha frente, destacando uma folha e colocando esta na minha frente. 

— Reconhece este homem? 

— Não. — Eu respondo em prontidão. Sou muito boa em lembrar fisionomia e caso tivesse visto, lembraria. 

— Esse é o homem que tentou te matar. Tem certeza que nunca o viu? 

— Absoluta. 

— Seria bom mostrar essa imagem à Fernanda, ela pode reconhecê-lo de algum lugar... — Ela pigarreia — Ele confessou. Se declarou culpado em cometer o crime, mas não por arquitetar o plano, ou seja, tem um mandante e ele não quis revelar. 

Franzi a testa. 

— Esse babaca disse alguma coisa que possa nos ajudar a identificar quem está por trás dessa merd* toda? Não é possível, não aguento mais. 

Dra. Baldez balançou a cabeça, a frustração clara em sua expressão.

— Apenas que o mandante é alguém que nos odeia profundamente, tanto a mim quanto a você. Alguém que está disposto a fazer qualquer coisa para nos tirar do caminho.

Apertei os punhos e balancei a perna, um sinal claro de que a bomba-relógio Florence ia explodir a qualquer momento. 

— A polícia tem algum suspeito? 

— Sim. Os principais nomes são Ralf, Proetti e Roberto. Mas existe a possibilidade de que mais pessoas dentro da empresa estejam envolvidas. Precisamos ter cuidado, Anna. Esse jogo ainda não acabou.

Assenti, mas sentindo o peso da responsabilidade sobre meus ombros. 

— Roberta, eu vou investigar por fora. Colocar detetive particular, não sei. Essa investigação está muito lenta, a polícia deu nomes óbvios: nossos inimigos. Mas quem me garante que são eles? Cadê o indício de autoria e de materialidade dessas pessoas? 

— Anna, ainda estão investigando e... — Interrompo

— E está demorando uma eternidade. Enquanto isso, eu estou presa na minha casa, minha noiva também, estamos trabalhando em home office, eu não posso ir na delegacia, eu não posso sair pra fórum, eu tive que mandar o Dr. Rodrigo no meu lugar outro dia no presídio... Eu tô presa e não gosto disso. 

— E você acha que eu também não estou presa? Eu só venho trabalhar, Anna. E venho com medo. Tirando isso, eu não saio mais de casa, eu tenho que andar com segurança para cima e para baixo e ainda correndo risco de sofrer um atentado aqui dentro. Acha que é fácil pra mim? — Ela olha nos meus olhos, um misto de raiva e frustração — Acha que está sendo fácil pra Renata perder a privacidade dela e a nossa com a casa cercada de seguranças, influenciando na nossa rotina? O único lugar que a gente pode ser nós mesmas? Eu tive que fazer com que a empresa de segurança assinasse um acordo de confidencialidade para não contar do nosso relacionamento pra ninguém. Não é fácil! — Suspira e abaixa o tom de voz — Não é fácil pra nenhuma de nós. Então, por favor, obedeça e espera. 

— Desculpa, eu só... tô surtando. Quero que as coisas voltem ao normal, Roberta. Quero que prendam logo quem está fazendo isso conosco. 

— Vão prender, minha querida. Em breve, eu espero. — Ela faz um afago nas minhas mãos e observa minha aliança, mudando completamente de assunto — Noiva, é? 

— Sim. — Dou um sorriso sincero e apaixonado — Noiva. Pelo menos ficar entocada na minha casa me trouxe uma coisa de bom, estamos cada vez melhores e decidimos elevar o nosso relacionamento. 

— Você é apaixonada pela ruiva, Anna. Qualquer um vê isso, basta ver como olha pra ela e ela não fica muito atrás, viu? Os olhinhos dela brilham quando está ao seu lado. Parabéns, estou muito feliz por você... Na verdade, por vocês. Sempre fiz muito gosto desse casal, mesmo sendo contra a política do escritório. — Piscou 

— E você e Renata? Conseguiram resolver as diferenças? — Pergunto 

— Ah, Anna... — Suspira — Esse negócio do atentado deixou nós duas mais próximas do que nunca. Ela... finalmente pareceu entender um pouco o motivo de eu esconder o nosso relacionamento, mas eu prometi à ela que assim que isso passasse, eu não iria mais escondê-la. Não tem motivo. É minha esposa, ninguém merece ficar trancado no armário. Vocês loiras tem um poder de convencer a gente do contrário, não sei o que é, mas ela sempre consegue o que quer. — Ela para e pensa um pouco — Você é assim com Fernanda também? Sempre consegue o que quer? 

Eu dou um sorriso, balançando a cabeça negativamente. 

— A última palavra é sempre da Fê, ela manda e desmanda na minha vida. Sou completamente cadelinha dessa mulher. 

Ela dá uma gargalhada, a última vez que a vi rindo assim foi naquele jantar em sua casa. 

— Realmente... Acho que sou cadelinha de Renata também. 

— Veja bem: só falta você usar coleirinha de dedo. — Digo, mostrando a minha para ela. 

— Eu tenho uma, mas fica em casa... não uso no escritório. Mas agora você me deu uma ideia, vou passar a usá-la aqui. — Ela sorri orgulhosa da ideia e olha para seu anelar esquerdo vazio.

XXXX

 

 

Quando cheguei em casa, percebi risadas vindas do nosso escritório, quando abro a porta dele me deparo com Andressa e Fernanda rindo de alguma coisa no computador. O clima estava leve e era bom Fê receber visita, ela andava muito sozinha comigo, sei que deveríamos nos acostumar com isso, até porque um dia vamos casar, mas eu não queria que ela se sentisse presa. Essa situação era irritante o suficiente pra mim e não queria que a situação a deixasse estressada também. 

— Oi, meu amor — Me inclino para beijar seus lábios 

— Oi, vida. — Ela estica os braços para me abraçar depois do beijo — Como foi lá? Alguma novidade?

— Sim e não. — Termino de abraçá-la e me viro para Andressa — E aí, bad bitch? Como você está? 

Demos um soquinho com as mãos, mas fomos interrompidas depois disso por Fernanda. 

— Ela tem novidades pra te contar, mas ela não aguentou e me contou primeiro — Fernanda ri encarando Andressa, que joga uma bolinha de papel nela. 

— Não me diga que está namorando com homem, não vou aceitar. — Cruzo os braços 

— Por qual motivo, Florence? — Andressa pergunta fingindo uma falsa irritação 

— Pelo motivo de ser esteticamente feio, você só combina com mulher. — Dou língua pra ela — Mas conte, o que aconteceu?

— Bom... eu me apaixonei. Eu tenho uma coisa pra te contar, Anna. Eu tenho passado mais tempo com Adriana, sabe, do caso de dupla maternidade. E... bem, como eu vou te explicar? Eu fui na casa dela para conhecer a Amanda, filha dela que é muito sua fã, inclusive. — Nesse momento sorrimos — E ela estava me mostrando a casa e... quando chegamos no quarto, bem... aconteceu. 

— Vocês trans*ram? — Pergunto espantada — Com Amanda em casa? Como assim? 

— Não! — Ela diz exasperadamente — Nós... nos beijamos. 

Ela dá um sorriso bobo. Soldada abatida, com certeza.  E continua a explicar como tudo aconteceu. 

— Depois do beijo eu fiquei mexida, claro. Mas eu não podia me envolver com uma cliente e... falei para ela que não queria mais vê-la a não ser para tratar de assuntos profissionais. 

— E depois disso, o que aconteceu? — Pergunto interessada

— Ela apareceu lá na empresa... Eu a levei para a sala de Fernanda para que a gente pudesse conversar melhor, já que estava vazia e o assunto era pessoal e... nos beijamos de novo. — Ela ruboriza — Ela disse que estava apaixonada por mim desde a primeira vez que me viu, aí ela me abraçou e eu senti, Anna. Eu finalmente senti aquele frio na barriga de novo. Aquele choque, aquela sensação de estar gostando de alguém e eu não sei como lidar com isso, como reagir. É assim mesmo?

— Sim, minha amiga. É assim mesmo — Eu e Fernanda nos olhamos e sorrimos em cumplicidade — Quando estou com Fê eu sinto que vou explodir de felicidade, ela chega perto e meu coração parece que vai sair pela boca. Eu ainda fico nervosa toda vez que ela se aproxima, mas a minha parte preferida é quando dormimos juntas. Quando eu durmo e acordo com ela agarrada na minha cintura, tudo faz sentido. É felicidade.

— Anna, disse pra ela que precisava pensar. O que você acha?

— Eu acho que se é o que te faz feliz, você deveria tentar. Mas tome cuidado, Andressa. Relacionamentos podem ser complicados, principalmente quando começam com sentimentos intensos. Ela tem uma ex que é mãe da filha dela, que é completamente louca e instável. Falando nisso, como está o andamento do caso?

— Essa louca não compareceu duas vezes à tentativa de conciliação que marcamos, provavelmente vamos ter que ir a Juízo, mas estou preparada e Fernanda está preparando uma ação de alimentos também, vai dar certo. — Ela para e fica pensativa — Ei, Anna. Adriana está precisando de um emprego, o seguro-desemprego dela está acabando e tem Amanda, a questão da guarda e tudo mais. Consegue indicá-la para algum amigo seu?

— Ela trabalha no quê mesmo? — Pergunto

— Ela trabalha na área de administração, ela fez faculdade. Acho que ela era do administrativo comercial de uma das lojas do Shopping da Gávea.

— Hmm... — Forço a cabeça para me lembrar de qualquer colega na área administrativa e minha cabeça dá um estalo — Já sei! Liga pra ela e veja se ela quer um emprego de Secretária Jurídica. Tem uma vaga em aberto.

— Aonde? — Andressa pergunta espantada

— Florence’s Office. — Dou um sorriso — Eu preciso de uma secretária e a Dra. Baldez já falou diversas vezes para contratar uma, mas eu não gosto do currículo de absolutamente ninguém que o RH me envia e estou enrolando ela faz dois meses. Se é para empregar alguém, que seja Adriana, quero ajudá-la e ajudar Amanda. Ela já está me cobrando há um tempão para contratar uma secretária, ela não gosta de dividir Diana com ninguém. Então eu vou ajudá-la e ela vai acabar me ajudando.

— Ótimo, Anna... mas você não está afastada do escritório? — Ela pergunta, preocupada em como vamos fazer acontecer.

— Sim, mas o que impede dela trabalhar? Eu preciso de alguém que organize minha agenda, que eu possa delegar minhas tarefas, eu estou com 30 casos nas minhas costas de uma vez, mais os clientes chatos que tenho que atender.

— Vou falar com ela, ela vai ficar aliviada. Eu tenho certeza.

— Pede pra ela me procurar amanhã às 9h aqui em casa, no escritório. Explica a situação para ela do atentado e diga que estou atendendo em casa por esse motivo. Conversamos pessoalmente sobre isso.

 

Andressa ligou para Adriana que ficou muito agradecida com a oportunidade e confirmou a presença amanhã às 9h. Fernanda ficou um pouquinho enciumada, mas dei um colo pra ela e ela ficou de boa. Logo, Andressa se despediu da gente pois tinha uma audiência marcada. Depois que ela saiu, Fernanda e eu nos dedicamos a arrumar a casa.

— Amor, preciso te mostrar uma coisa que a Dra. Baldez pediu para te mostrar. — Minha voz sai calma, mas sinto meu coração disparado enquanto mexo na bolsa, tentando localizar o envelope.

Fernanda, que estava lavando a louça, olha na minha direção.

— O que foi, amor? Você tá estranha.

Finalmente encontro a folha e a tiro de dentro da bolsa. O papel está levemente amassado pelas minhas mãos inquietas durante o caminho. Sento ao lado dela e estendo a foto, esperando a reação.

— Reconhece essa pessoa? — Pergunto, tentando manter minha expressão neutra.

Fernanda inclina a cabeça, pega a foto e franze o cenho quando olha a imagem. Sua expressão muda rapidamente, e ela assente devagar.
— Sim, eu conheço. Ele era entregador do restaurante próximo ao escritório. Foi entregar comida para mim várias vezes. — Seus olhos voltam para mim, dessa vez com desconfiança. — Por quê?

Respiro fundo antes de responder:
— Ele é o autor do crime.

— Você tem certeza disso? — Sua voz está baixa, quase sussurrada, está incrédula.

— Sim. A Dra. Baldez recebeu essa confirmação.

Fernanda se levanta abruptamente, começando a andar de um lado para o outro.
— Não pode ser... Ele parecia tão... gente boa. — Ela ri, mas é um riso de nervoso. — Ele sempre foi educado, sabe? Como alguém assim pode...

— É exatamente isso que torna tudo mais difícil de acreditar. — Digo, levantando-me e me aproximando dela. Seguro seus braços, fazendo-a parar. — Mas não há dúvidas, amor. Ele confessou.

Ela me encara, seus olhos azuis tão confusos.
— E agora? O que acontece?

— Ele entregou tudo para a polícia. Toda a operação, quem estava envolvido, os motivos... Mas ainda não sabemos quem está por trás disso. Ele não revelou o mandante.

Fernanda passa as mãos pelo rosto, soltando um suspiro pesado.
— Isso é tão surreal. Como alguém pode...

— Eu sei. — Interrompo, acariciando seus braços. — Você chegou a ter outro tipo de contato com ele que não fosse ele entregando comida? Ele chegou a te perguntar algo sobre rotina da firma e outras coisas?

— Não, nós nunca falamos sobre outras coisas. Ele era educado, sorridente, dava bom dia, boa tarde, nunca agiu de outra forma.

 — Eu também não consigo entender completamente. Talvez estivesse só estudando o terreno. Mas a boa notícia é que estamos cada vez mais perto de acabar com isso. Vou avisar à Dra. Baldez que você o reconheceu.

Ela balança a cabeça, mas vejo em seus olhos que ainda há algo a incomodando.
— Eu só queria que tudo isso acabasse logo, Anna. É demais...

— Vai acabar, amor. — Digo, puxando-a para um abraço apertado. — E quando acabar, a gente vai poder respirar em paz de novo. Prometo.

Ela se permite relaxar em meus braços, e ficamos assim por alguns minutos.

— Te amo. — Digo dando um beijo na sua cabeça

— Eu também te amo, amor. — Ela disse, se encolhendo no meu abraço.

 

XXXXXX

 

Bruna me ligou e disse que precisava conversar comigo, confesso que estou com um pouco de medo do que ela pode vir me contar. Quando ela veio aqui em casa no almoço com os pais de Fê, ela não havia comentado nada, geralmente ela sempre me chama no canto e solta a bomba, mas acredito que seja lá o que fosse, deve ter acontecido após esse episódio.

A campainha toca e eu corro para atendê-la, dou um abraço apertado, como sempre, nela e a rodopio no ar. Eu estava com tanta saudade de Bruna nesse tempo que estamos longe... sinto falta da minha amiga.

— Tem café nessa casa ou só tem comida quando Fernanda está? — Ela pergunta, implicando

— Claro que tem. — Dou de ombros — E quem disse que Fernanda não está em casa? Ela está no nosso escritório.

— Ah! Eu esqueci que você montou um escritório só para o seu amor estudar. Você é a última romântica, Anna. — Ela me dá um soquinho no ombro

— Eu sei, eu sei. — Digo entrando na cozinha e indo em direção à cafeteira. — Senta aí. Tem bolo também, minha noiva é muito prendada e fez um de limão que eu amo.

— Fernanda não sabe o monstro que está criando. — Ela sorri, balançando a cabeça negativamente

Enquanto eu colocava a fatia de bolo no prato para ela, Bruna parecia desconfortável, como se tivesse criando coragem para me dizer algo.

— Anna, preciso te contar algo que aconteceu ontem. Alessandra… ela me procurou. Disse que se arrependeu de tudo e quer retomar nosso relacionamento.

O quê?

— Pode repetir, por favor? Eu acho que não ouvi direito... — Disse, já fechando os olhos e apoiando os punhos na bancada da cozinha

— Alessandra me procurou. — Ela diz, receosa.

Parecia que o oxigênio da sala tinha acabado, fiquei totalmente sem ar nesse momento.

— Você só pode estar brincando... — Respiro fundo — Me conta isso direito.

— Calma, Anna. Eu não disse que aceitei.

— Mas também não disse que recusou! — rebati — Essa mulher não merece nem um segundo do seu tempo, Bruna.

— E-eu... não sei o que pensar, o que fazer, eu só sei que... eu vim conversar com você, pois é minha melhor amiga e eu não quero ter esse tipo de conversa com outra pessoa, você pode me ouvir? — Ela diz, com os olhos marejados e por mais que eu achasse um absurdo, algo no meu coração me disse para ouvi-la.

Ela continua.

— Não sei o que eu sinto, a Alessandra que eu conheci... A Alessandra com que eu trabalho há 3 anos, não é assim. Quando eu soube que ela fez aquilo com a Fernanda e quando eu vi o que ela fez com você no futebol, ela se tornou uma pessoa desconhecida. Eu não a conheci. Ela se arrependeu, Anna. Perder Fernanda foi a pior coisa que aconteceu com ela, ainda mais da forma que a perdeu.

— Depois de tudo que Alessandra fez com a Fernanda, você está sequer considerando isso? Não estou falando nem de mim, tá? Eu estou falando da Fê. Ela basicamente estuprou Fernanda. Você tem noção que a minha noiva tem um trauma ocasionado por ela? Por mais que não demonstre, eu sei que ainda dói.

 — Eu sei, Anna. Sei o que aconteceu e o que ela fez. Mas é difícil ignorar o fato de que a Alessandra agora… parece quebrada. Eu não sei se é genuíno, mas... ela me fez lembrar de como éramos antes de Fernanda e você aparecerem na vida dela.

— Bruna, escuta bem o que vou te dizer: se você quiser continuar na minha vida, espero que pense muito bem antes de tomar qualquer decisão.

Bruna se levantou, me encarando seriamente.

— Eu sei o que Alessandra fez foi errado, mas isso não te dá o direito de decidir com quem eu devo ou não me envolver. — O tom dela era carregado de raiva, algo raro vindo dela.

Senti um nó apertar na garganta.

— Não é sobre decidir por você, Bruna. É sobre te lembrar de quem ela é, do que ela fez! Você tem noção de como isso me atinge? Como isso atinge a Fernanda? — Meu tom subiu sem que eu percebesse, e senti o rosto esquentar.

Ela respirou fundo, cruzando os braços.

— Você acha que eu não sei? Acha que eu não pensei nisso antes de vir até aqui? Anna, eu estou tentando lidar com isso, e eu achei que você, de todas as pessoas, me ouviria sem me julgar.

— Eu estou te ouvindo, Bruna, mas como você quer que eu reaja? Quer que eu te apoie em algo que vai contra tudo que eu acredito? — Dei um passo para trás, sentindo como se o chão estivesse desabando. — Essa mulher destruiu pedaços da vida da minha noiva, e você está me pedindo compreensão?

Ela fechou os olhos por um momento, como se estivesse tentando conter a raiva.

— Não estou pedindo que você aceite nada, Anna. Só estou pedindo que você me respeite o suficiente para deixar eu tomar minhas próprias decisões. Eu sempre estive ao seu lado, até mesmo quando não concordava com suas escolhas. Você escolheu Beatriz diversas vezes. Agora, pela primeira vez, sou eu quem precisa de espaço para entender o que está acontecendo comigo.

Aquelas palavras acertaram como um soco. Bruna estava certa; ela sempre esteve comigo, mesmo nas piores fases da minha vida.

— Eu sei que sempre esteve ao meu lado, Bruna. — Minha voz vacilou, menos pelo orgulho e mais pelo turbilhão de sentimentos. — Mas isso aqui… isso é diferente. Eu não quero te perder, mas também não posso fingir que está tudo bem.

Ela descruzou os braços e abaixou a cabeça.

— Nem eu quero te perder, Anna. Mas não me peça para ignorar algo que está mexendo comigo.

O clima ficou pesadíssimo.

— Tá bom, Bruna. — Respirei fundo, passando a mão pelos cabelos. — Eu não vou te obrigar a nada, mas preciso te dizer que, se você seguir por esse caminho, talvez seja difícil para mim continuar como antes... não pelo que Alessandra fez comigo, mas pelo que ela fez com Fernanda. Tenho que proteger quem eu amo.

Ela assentiu lentamente, os olhos brilhando com uma tristeza que cortava meu coração.

— Eu só espero que um dia você entenda que o que eu sinto… não é tão simples quanto parece.

E com isso, ela pegou o café, deu um gole pequeno, se sentou novamente e continuou:

— Quando a gente se beijou a primeira vez, eu não vi a ex de Fernanda... eu nem sabia que ela era ex da Fê, acho que se eu soubesse eu nunca... — Ela fez uma pausa — Enfim. E depois você me contou daquilo, eu me senti horrível. Mas antes disso tudo acontecer, era apenas eu e ela. Era com ela que eu flertava, era ela que deixava meus sentimentos confusos, ela me deixava com ciúmes da ex que ela ainda dizia amar. Eu não fazia ideia quem era, mas eu teria um longo caminho pela frente pra tirar essa mulher do coração de Alê. E descobri, por coincidência, que essa mulher era a Fernanda.

Ela dá um sorriso amargo.

— Eu não estou te culpando, Bru — Puxo ela para um abraço — Acontece. Eu não estou implicando por ser ex de Fê e sim do que ela fez à minha noiva. — Pigarreio — Olha, qualquer pessoa que você se relacione, independente de quem seja, tá? — Faço questão de deixar bem claro — É muito bem-vinda na minha casa, na minha vida, nas nossas saídas, estar com a nossa galera... mas nessa situação, eu não vejo como podemos fazer isso.

— Eu sei. – Ela suspira.

— Não quero te perder — Confesso

— Não vai... só fica ao meu lado para que eu possa lidar com isso. Não se afasta de mim por causa dela, por causa do que eu sinto.

Os olhos de Bruna estão marejados e eu sinto que vou me partir por dentro.

— Eu não vou deixar, amiga. Eu só fico receosa por vocês duas. Você e a Fê são meus tesouros, minha família... eu só me preocupo com vocês. — Dou um beijo na testa dela — O que você sente por ela? Fala pra mim.

— Anna... — Ela suspira — Eu não sei explicar. Quando estamos juntas é... eu não tenho palavras. Tudo o que ela me mostrou até agora, tudo que eu senti, as noites que passamos juntas, os flertes nos corredores do trabalho... Tudo isso faz meu coração bater mais forte. Merda. Eu tô apaixonada, Anna. Eu tô muito apaixonada.

— Já pensou na possibilidade dela estar se aproximando de você por causa de Fernanda? — Pergunto, sendo sincera.

— Já... E perguntei isso a ela, ela me garantiu que não é isso. Ela quer... reatar comigo. Ela quer ficar comigo, ela disse que sente algo por mim também, mas...

Ela pausa a frase no meio e eu completo:

— Ainda é apaixonada pela Fê, entendi.

— Como eu faço para ela desapaixonar? Como Fernanda fez pra você esquecer a Bia? — Ela se mexe no sofá, frustrada. — Que ódio!

— Fernanda é mesmo apaixonante — Dou uma risada e ela joga uma colher em mim — Não tem mágica ou fórmula certa... Maria Fernanda chegou na minha vida de fininho, fez com que eu me apaixonasse e visse que eu ainda tinha uma chance, que não podia ficar me fechando para o amor. Quando eu parei de lutar, de resistir e dei uma chance não só pra ela, como pra mim também, tudo se encaixou. Eu descobri que me apaixonei por ela na nossa primeira troca de olhares, eu só não quis aceitar... eu ainda estava com Beatriz na cabeça, mas meu coração já estava batendo forte por Fernanda. Sempre foi ela.

— Eu sinto que, quando tô perto, o coração da Alê também bate forte — Ela sorri — Dá pra sentir quando tô deitada no peito dela.

— Bru, você também é apaixonante. Só não me apaixonei por você pela nossa amizade, por estar cega por Beatriz e porque você era absolutamente hetero.

— Você nunca quis me beijar? — Ela pergunta, se fingindo de ofendida

— Eca, não! — Digo fazendo cara de nojo e tacando uma colher nela

— Eu não sei o que Fernanda vê em você, sua ridícula. — Ela me aponta o dedo médio

— Enfia esse dedo no... — Não completo a frase, mas ela dá uma risada

— No seu, só se for! — Ela revira os olhos, mas continua sorrindo — Por falar nisso, eu posso te fazer uma pergunta? Eu tenho uma curiosidade tremenda sobre isso, mas eu fico com vergonha de perguntar.

Ela ruboriza, fecha os olhos e respira fundo, como se estivesse tomando coragem para perguntar...

— Se a Fê é ruiva em cima... lá embaixo também é?

— BRUNA! — Levanto em direção a sala e dou uma gargalhada, ela também me segue e quando chegamos até a sala, arremesso um travesseiro nela.

— Ei, me responde! — Ela pergunta entre risos, arremessando mais um travesseiro na minha direção

— Não, sua ridícula! Não vou responder! — Digo, balançando a cabeça em negação.

— Por favor! — Ela une as mãos, como se estivesse suplicando e arremessa novamente, errando.

— Sua mira é ridícula! — Digo em tom zombeteiro

Ela corre na minha direção e pula em cima de mim, me jogando no sofá, ameaçando me sufocar com o travesseiro

— Ah, é? — Ela aproxima ainda mais o travesseiro de mim, entre risos.

— Sim, Bruna. É ruiva sim. Não vou responder mais nada!

Ela sai de cima de mim e sorri vitoriosa. Vejo Murillo, o segurança, no corredor observando nossa interação e vejo um sorriso em seus lábios.

 

Já era noite quando Fê foi tomar banho e me deixou sozinha com meus pensamentos no quarto. Minha mente estava fervilhando com os últimos acontecimentos do dia: a confissão do autor do crime, as escolhas de Bruna e a dúvida se eu contava ou não para Fê sobre isso. É claro que eu precisava contar, eu não era louca de deixar minha noiva sem saber.

Entretanto, eu estava preocupada demais com Bruna. Eu não confiava em Alessandra e a mataria com uma mão se ela fizesse algum mal à minha amiga, mas por outro lado, eu teria que respeitar as escolhas da Bru. Céus, que confusão. Que rebuceteio do caralh*. Bruna não poderia ficar com Andressa? Seria mais fácil pra todo mundo.

O celular de Fernanda apita a notificação em cima da cabeceira e eu me inclino para ver de quem se tratava. Não que eu fosse louca ou algo assim, mas fiquei curiosa. Era uma mensagem da própria Alessandra. Um textão que não dava para ler pela barra de notificação, inclusive. Que raiva. Nosso relacionamento sempre tinha fantasmas do passado para nos assombrar. Reviro os olhos e coloco o celular na cabeceira, eu não ia invadir a privacidade dela, mesmo morrendo de curiosidade sobre o assunto.

Fernanda entra no quarto e sorri pra mim. Eu a vejo escolher uma roupa no armário e ela escolhe o menor short pra dormir possível.

— Sério? Esse short?

— Algum problema? — respondeu ela, despretensiosa, enquanto pegava uma camisa larga do Bon Jovi do lado do meu armário.

— Essa camisa tá velha, amor. — Eu digo

— Eu gosto. — Ela sorri sem se importar e se deita ao meu lado, pegando seu celular na cabeceira.

Meu coração dá um pequeno salto e eu tento não olhar o teor da mensagem, desviando meu olhar para o teto. Acredito que seja lá o que fosse, ela ia me contar, fiquei esperando-a acabar de ler e eu senti que ela começou a ficar mais vermelha que o normal, decidi intervir:

— Tudo bem aí? — perguntei, tentando parecer casual, mas sentindo meu estômago revirar.

— Hã? — Ela levantou os olhos rapidamente, como se tivesse sido pega no flagra. — Sim... quer dizer, é só a Alessandra falando umas coisas.

O tom dela era leve, mas havia algo ali que não parecia certo. Eu me sentei um pouco mais reta, cruzando os braços.
— E o que exatamente "umas coisas" quer dizer?

Ela desviou o olhar, mordendo de leve o lábio inferior.

— Eu não sei... só... depois eu te explico, tá?

Meu coração apertou com a resposta vaga, mas assenti, sabendo que pressioná-la só pioraria as coisas.

Comecei a repetir um mantra em minha cabeça:  

Eu não estou com ciúmes.

Eu não estou com ciúmes.

De repente, algumas lágrimas caem do seu rosto e eu sinto que preciso acolhê-la.

— Sei que você não quer me contar agora, mas eu posso ao menos abraçar minha noiva enquanto ela chora por algo que não faço ideia do que seja, mas que estarei aqui para o que ela precisar? — Pergunto

— Meu amor, você é perfeita... — Ela se aninha em meus braços e eu começo a fazer um singelo cafuné em seus cabelos enquanto ela responde a mensagem da ex.

Depois disso, ela se vira pra mim e pergunta:

— Você não tem ciúme de mim?

— Eu quase morro de ciúme de você, Fernanda. — Digo sincera

— E por que não surtou quando disse que era ela? — Ela pergunta, limpando algumas lágrimas.

— Primeiro porque eu te amo, segundo porque eu me garanto, terceiro porque vocês têm uma história que precisa, mais do que nunca, de um ponto final.

— Quem disse que não teve ponto final? — Ela me questiona, franzindo a testa

— Pra ela não teve, amor. Ela continua apaixonada por você. — Dou um meio sorriso

— Você está tendo compaixão? — Ela me olha, incrédula.

— Bruna esteve aqui hoje e... me contou algumas coisas, desabafou comigo sobre Alessandra

— O quê?!

Ela sai do meu colo rapidamente e me olha com curiosidade e preocupação, nesse momento eu precisava escolher as palavras certas.

— Fê... as duas estão envolvidas. Bruna está apaixonada, Alessandra pediu pra voltar com ela.

— E ela veio aqui pedir a sua bênção? — Ela pergunta ironicamente, se levantando e andando de um lado para o outro

— Calma, amor. Deixa eu acabar de falar.

— Anna! — Ela para no meio do quarto e respira — Alessandra acabou de me mandar um textão dizendo que me ama, que não me esqueceu, que se arrepende por tudo... mas que quer seguir em frente, só que doeu tanto ler essas palavras, doeu tanto. Eu voltei naquele maldito dia, quando ela simplesmente não conseguiu escutar a palavra “Não”. Sabe quanto tempo demorei para me relacionar com outra pessoa? Eu vou te dizer: muito tempo. Sabe quanto eu demorei pra me curar de algo que eu me culpava?

Interrompo-a e ando na direção dela.

— Mas você não tem culpa alguma, meu amor. Você não tem culpa e nunca terá.

Ela piscou, as lágrimas ameaçando cair novamente, e por um momento, parecia que algo dentro dela começava a ceder.

— Racionalmente eu sei disso... agora. — Ela suspirou, passando a mão pelo rosto — Mas você sabe como é? Essa voz dentro da gente que nos sabota?

Ela põe as mãos na cabeça e continua.

— Dizendo... sei lá, que poderia ter sido diferente se você tivesse feito diferente?

Assenti, meu coração apertando ao vê-la sofrer daquela maneira.

— Sei exatamente como é, Fê. — Respondi com sinceridade. — Mas você é mais forte que essa voz. Você se reconstruiu, amor. E eu... eu quero estar aqui pra te lembrar disso sempre que precisar.

Ela me olhou, seus olhos agora brilhando não apenas com lágrimas, mas com algo mais: amor, alívio, talvez?

— Você tem ideia do quanto significa pra mim ouvir isso de você? — Sua voz quebrou um pouco, e ela deixou escapar um suspiro pesado.

— Acho que sim. — Sorri de leve, puxando-a para mais perto e envolvendo-a em um abraço apertado.

Ela encostou a cabeça no meu ombro, o corpo relaxando aos poucos contra o meu.

— Anna, eu amo você. — Ela sussurrou contra a minha pele

— E eu amo você. Mais do que tudo, Fê. E se eu puder ser uma muralha para ninguém mais te machucar, eu vou ser.  

Ficamos assim por alguns minutos, em silêncio, apenas sentindo a presença uma da outra. Até que ela se afastou um pouco, o olhar agora mais tranquilo, embora ainda carregado de emoção.

— E Bruna? O que exatamente ela te disse? — Fernanda perguntou, sua curiosidade retornando.

Eu suspirei, sabendo que aquele assunto precisava ser abordado com cuidado.

— Ela veio até aqui desabafar. Me disse que está confusa, que Alessandra mexe com ela, mas que ao mesmo tempo está com medo de se machucar. Ela pediu minha opinião, e eu... bem, primeiro fui contra e depois ela me fez enxergar de outro ângulo e eu só disse que apoiaria o que ela decidisse.

Fernanda arqueou uma sobrancelha, cruzando os braços.

— Só isso?

— Só isso. — Confirmei, segurando seu olhar. — Mas acho que Alessandra ainda tem muita coisa pra resolver com o próprio passado antes de tentar qualquer coisa com Bruna.

Ela balançou a cabeça, como se tentasse processar tudo.

— Eu não quero Alessandra perto de mim. — Fernanda comentou, com um suspiro. — Não entendo como depois de tudo a Bruna...

Ela olhou para mim e se calou, provavelmente por estar falando da minha melhor amiga.

— Ei. — Sorri, tocando seu rosto de leve. — Você pode falar, você pode sentir. Eu compartilho a mesma opinião que você, mas eu tenho que ficar ao lado dela. Ela já fez muito por mim em relação à Bia.

— Tudo bem. — Ela respondeu, se aninhando mais ao meu corpo.

Dou um beijo no topo de sua cabeça e continuo fazendo carinho em seus cabelos, enquanto o silêncio confortante preenche o quarto. Ela estava se acalmando aos poucos.

— Vamos fazer um trato? — Sugeri, minha voz baixa e tranquila.

Ela ergueu o rosto, me encarando com olhos curiosos.

— Que tipo de trato?

— Que eu vou sempre ser o seu porto seguro, e você será o meu. Quando qualquer fantasma do passado tentar nos assombrar, a gente resolve. Juntas.

Dou o dedinho mindinho pra ela, que entrelaça no meu.

Fernanda abriu um pequeno sorriso, o tipo que aquece o coração.

— Isso já é algo que fazemos, meu amor. Desde a nossa última conversa. — Ela respondeu, sua voz mais suave agora. — Mas gosto de ouvir você dizer.

— Então vou repetir todos os dias, se for preciso. — Acariciei sua bochecha com o polegar, sentindo-a relaxar ainda mais.

Ela me abraçou novamente, como se quisesse se perder naquele momento de paz.

— Eu te amo, Anna. Não importa quem ou o que tente nos atrapalhar, ninguém vai mudar isso.

— Eu te amo, Maria Fernanda. Eu vou te proteger sempre.

Ficamos ali, deitadinhas, olhando para o teto sem dizer uma palavra. Silêncio de conforto.

— Está com sono? — Perguntei, sorrindo ao perceber que ela estava quase cochilando.

— Um pouco. — Ela admitiu, a voz já carregada de cansaço. — Mas não quero dormir ainda. Quero aproveitar mais um pouco com você.

— Pode dormir, meu amor. — Dei um beijo em sua testa. — E eu vou estar aqui... hoje, amanhã, depois e depois. — Beijo seus lábios a cada palavra

Ela deu um sorriso e assentiu, permitindo-se, enfim, adormecer em meus braços. Enquanto observava Fernanda dormir, senti uma onda de determinação tomar conta de mim. O passado poderia tentar interferir, mas eu sabia que nosso presente era forte o suficiente para resistir.

E, mais importante, nosso futuro era algo que construiríamos juntas, dia após dia.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Gente, tudo bom com vocês?

Eu não sei se esse capítulo ficou tão legal, pois eu estava com bloqueio criativo essa semana. 

Queria deixar um link do drive onde eu coloco as imagens de como eu imagino os personagens. Então, será que vocês imaginam como eu imagino? Eu ainda não atualizei tudo ainda, mas acho importante vocês conhecerem pelo menos a Anna e a Fê. 

Preparadas?

https://drive.google.com/drive/folders/1yLrCVSkOS4a2k_CNyEOeizyQw-_GeYXw?usp=drive_link 

Me contem o que acharam =) 


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Comentários para 38 - capitulo trinta e oito: fantasmas do passado:
Lea
Lea

Em: 18/01/2025

Bruna fazendo uma pergunta dessas,em meio a uma conversa séria. Kkk


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 21/01/2025 Autora da história
A Bruna é um amor KKKKKKKK gente, eu só não postei ainda pq tive uns problemas, mas na quinta eu posto, prometo.



Lea

Lea Em: 22/01/2025
Nath a prioridade é sua família (Que é muito linda). Nós esperamos,sem problema!



nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 25/01/2025 Autora da história
Você é muito fofaaaaa


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Dan_ny
Dan_ny

Em: 18/01/2025

Achei muito bom o capítulo. Nossa elas são como eu imaginava, adoro quando vcs fazem isso de colocar referência de como as personagens são,muitas vezes fico curiosa kkk


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 18/01/2025 Autora da história
Hahahaha hoje atualizo o drive para vocês conhecerem alguns outros personagens


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HelOliveira
HelOliveira

Em: 16/01/2025

Bruna só vai arrumar pra cabeça, eu não nessa Alessandra e concordo com a Fernanda quero ela bem longe do nosso casal...

Quantos as adorei, eu imaginava elas +ou- assim tb


nath.rodriguess

nath.rodriguess Em: 18/01/2025 Autora da história
Elas são fofinhas juntas, né? Uns amores.


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