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Corações Entrelaçados por Scrafeno

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Palavras: 1507
Acessos: 959   |  Postado em: 10/01/2025

Capitulo 15

 

Meus passos eram lentos ao passar pela enorme porta de entrada do hospital. Tudo ao meu redor parecia em câmera lenta, como se os relógios tivessem parado de girar. Andava no automático, caminhando devagar, tentando controlar minha respiração, mas mal me sentia viva. Minha vida parecia uma longa jornada marcada pela dor. 

Eu observava Larissa como se estivesse fora de mim, presa numa névoa de dor e culpa. Ela estava sentada na pequena sala de espera do hospital, com os ombros caídos, o rosto escondido nas mãos. Os soluços vinham abafados, mas cada som parecia uma faca cravando ainda mais fundo no meu peito. 

Larissa parecia tão frágil naquele momento, como uma boneca de porcelana prestes a se partir. Os cabelos bagunçados caíam sobre o rosto, e a maquiagem, que provavelmente havia sido feita às pressas, estava borrada pelas lágrimas. As mãos dela tremiam enquanto agarrava com força o lenço descartável, já amassado e úmido. 

- Eu já sei - me sentei ao seu lado, e ela me olhou, como se confirmasse. 

- Ela se foi. 

Notei os olhos inchados dela, vermelhos, como se o choro tivesse durado horas. Mas o que mais me tocou foi o olhar perdido quando Larissa ergueu a cabeça e tentou respirar fundo. Era um vazio profundo, um abismo de tristeza que eu conhecia, mas não sabia como consolá-la. 

Os ombros de Larissa subiam e desciam descontroladamente, num misto de dor e exaustão. Havia algo quase infantil na forma como ela chorava, como se, naquele momento, toda a fachada adulta tivesse caído e restasse apenas uma menina assustada, que acabara de perder sua mãe. 

O silêncio entre nós era pesado, mas eu sabia que não era apenas o luto que pesava no ar. Era também o que não fora dito, o que foi deixado para trás. Enquanto Larissa chorava, minha própria garganta apertava, mas eu não chorava. Não ainda. Eu apenas assistia, como se estivesse distante da cena, sem saber como preencher aquele espaço vazio. 

A visão de Larissa era um espelho que refletia o que eu tentava evitar. O sofrimento explícito da minha irmã era o que eu temia enfrentar em mim mesma. Cada lágrima de Larissa parecia ecoar uma culpa que eu não conseguia nomear, mas que crescia como uma sombra em meu peito. 

Eu não sabia o que sentir. Olhei para um ponto específico do chão. Ao meu redor, o som das pessoas parecia abafado, mas dentro de mim o silêncio era ensurdecedor. A notícia acabara de chegar: minha mãe havia partido. Sete anos sem uma palavra trocada, e agora, não havia mais tempo para nenhuma. 

Olhei para o relógio na parede. Marcava 22h00. Não fazia diferença. O tempo, para mim, parecia congelado, como se o mundo inteiro tivesse parado para observar o vazio que se abria dentro de meu peito. 

Fui chamada aqui, mas cheguei tarde demais, como sempre. Como nos últimos sete anos. A diferença agora é que não há mais chances. Não há mais outra visita, outra ligação ou outra tentativa de reaproximação. Tudo o que eu tenho são memórias e arrependimentos. 

Será que ela sabia? Sabia o quanto eu esperava pelo momento certo para procurá-la? O quanto, no fundo, eu queria ouvir sua voz de novo, sentir seu abraço? Eu repetia para mim mesma que ainda havia tempo. Sempre me convencia de que poderia ligar amanhã, ou no mês seguinte, ou no Natal. Mas amanhã nunca chegou. 

Com os olhos marejados, senti o peso da culpa invadir cada célula do meu corpo. Não havia mais como fugir dela. 

Eu sei que errei. Sei que o silêncio foi uma escolha minha. Eu poderia ter insistido. Não sei se ela me perdoaria, mas queria que ela soubesse que nunca deixei de amá-la, mesmo quando parecia o contrário. Eu estava com tanta raiva. Raiva de coisas que, agora, parecem tão pequenas diante da sua ausência. 

Quando discutimos pela última vez, achei que estava certa. Achei que precisava me proteger. Mas ao me afastar dela, e aceitar seu afastamento, do que eu estava me protegendo? De quem? Eu perdi tanto, e agora vejo que fui minha própria inimiga. 

Pressionei as mãos contra o rosto. Sentia-me dividida entre a dor de perder minha mãe e a dor de não ter feito o suficiente enquanto ela estava viva. 

O relógio agora marcava 22h40. Era estranho como o tempo continuava avançando, impassível. 

A verdade é que eu não sabia lidar com ela. Minha mãe era tão forte, tão obstinada, tão cheia de certezas. E eu, tão cheia de dúvidas. Queria que ela visse as coisas do meu jeito, mas acho que nunca entendi que ela tinha suas razões, suas feridas. 

Eu sei que ela também queria me proteger, mesmo quando suas palavras me feriam. Sei que, no fundo, tudo o que fez foi por amor. E talvez eu tenha demorado demais para perceber isso. Talvez só agora, nesse vazio, eu consiga entender que seu jeito de amar era diferente do meu, mas não menos verdadeiro. 

Pensei no rosto da minha mãe, nas rugas que apareciam ao redor de seus olhos quando ela sorria, na forma como ela enrolava os cabelos com os dedos enquanto falava. Pensei nos natais em que a casa cheirava a bolo de laranja, nas brigas sobre o futuro, nas noites em que ela me segurava nos braços quando eu era criança e tinha pesadelos. 

Eu espero, do fundo do meu coração, que onde quer que ela esteja, ela saiba o quanto eu a amo. E que, apesar de tudo, ela sempre foi e sempre será minha mãe. 

Larissa me segurou enquanto eu pensava em tudo e me sentia cada vez mais culpada. Era hora de ir, mesmo que já passasse das 00h30. 

Nós ficamos ali por tanto tempo, como se aquilo fosse trazê-la de volta. Mas a única coisa que me trouxe foi a certeza de que, mais uma vez, eu perdi. 

- Preciso avisar ao papai. Você vai comigo? - eu queria dizer que não, que não poderia entrar naquela casa, mas balancei a cabeça confirmando. 

Nós ficamos ali por vários minutos, e eu não havia derramado uma lágrima sequer. Tomei Larissa pela mão, passei seu braço pelo meu ombro e a abracei. Puxei sua bolsa com minha mão livre, levando-a até o meu carro. 

Larissa estava calada, mas suas lágrimas não paravam de cair. Eu não conseguia encará-la, não queria que ela iniciasse alguma briga. Não era o momento. 

Parei em frente à casa dos meus pais, olhando pelo vidro do lado do passageiro. A parede branca e cinza, o número da casa em preto, e dali pude notar uma movimentação de pessoas pela janela. 

- A Patrícia também está aí. Se não quiser ir, tudo bem. Posso fazer isso sozinha. - Larissa realmente estava muito chateada, e eu a entendia. 

- Vou com você. - Desliguei o carro, virei a chave e encarei aquela casa. Desci pela porta, e Larissa fez o mesmo. 

Nós andamos devagar até a porta enorme de madeira. Mas antes mesmo que chegássemos em frente à porta, ela foi aberta por minha tia, que me olhou dos pés à cabeça, sem entender o motivo da minha presença. 

- O que vocês...? - ela não precisou terminar. Larissa se jogou nos braços de Patrícia, que a agarrou como se fosse uma criança indefesa, puxando-a para dentro, me deixando estática. 

Respirei pausadamente e empurrei a porta de leve, que já estava quase se fechando. Coloquei meus pés naquela casa e admirei o lugar. Realmente, aquele ambiente era lindo, tinha o mesmo cheiro, e não fazia nem um minuto que eu estava ali, mas já sentia toda aquela sensação de nostalgia. 

Os vasos de plantas pareciam os mesmos, a pequena rachadura no teto, bem próxima da luminária, não existia mais. As cores vivas da casa não coincidiam com o barulho de choro que inundava meus ouvidos. 

Caminhei rapidamente em direção ao som que ouvia até ver meu pai, me encarando com os olhos cheios de lágrimas. 

- Vem aqui, Helena. - A voz do meu pai ecoava pela casa, com um timbre potente que combinava exatamente com ele. 

Mesmo estando debilitado na cadeira de rodas, ele ainda estava lindo. O cabelo cortado, a barba branca bem feita, e estava muito bem vestido com uma camisa polo e os óculos de grau presos entre os botões da gola. 

Apesar de estar chorando, ele me puxou pela mão assim que me aproximei e me abraçou como se fosse o último abraço de sua vida. Mas a verdade é que aquele era o primeiro abraço em muitos anos. 

- Eu te amo, minha filha. - Ouvir aquelas palavras dele fez com que toda a mágoa e aquele sentimento indefinido que eu não sabia como definir se esvaíssem pelos meus olhos. 

Me ajoelhei para que pudéssemos nos abraçar melhor. As mãos dele se juntaram nas minhas costas, me apertando, quase me deixando sem respirar, como se, de alguma forma, ele quisesse me prender ali, prender a mim. 

- Me desculpa, filha, desculpa por ter me afastado. 

 

Fim do capítulo


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