capitulo trinta e dois: merry christmas
CAPÍTULO 32. MERRY CHRISTMAS
Finalmente era sábado — não que nós duas não tivéssemos dormido juntas a semana toda na minha casa — mas dois dias longe do trabalho e do ambiente estressante com a minha ruiva era reconfortante. Fernanda estava ao meu lado no banco do carona sendo a pior guia possível, ela errava o caminho do GPS, o que me fazia reclamar no ouvido dela, mas era apenas fingimento. Eu estava amando cada segundo.
Quando parávamos no sinal de trânsito, ela me dava a mão e eu entrelaçava nossos dedos, geralmente eu roubava um beijo dela até o sinal abrir – ou até o primeiro babaca buzinar. Com os dedos entrelaçados, eu engatei a primeira marcha e continuei dirigindo até o nosso destino: Praia de Grumari, no Recreio, aqui mesmo no Rio de Janeiro.
A paisagem da estrada era linda, Fernanda fazia vários vídeos e ainda por cima, alguns deles eram me zoando. Eu, como uma pessoa rabugenta que sou, dava o dedo médio pra ela. Ao chegar na praia, encontramos dificuldade em achar um lugar para estacionar, pois era um final de semana de quase 40º no Rio e a praia estava absolutamente cheia. Depois de muita luta, conseguimos. Fê me confessou que tinha muita vontade de conhecer essa praia, eu também nunca tinha vindo, então decidi trazer minha namorada para realizar suas vontades.
— Amor, olha que lindo! – Ela diz maravilhada com a praia e os quiosques ao redor, ver o sorriso da Fê depois de ver tanta dor em seu olhar trazia um conforto no meu coração.
— Quer ficar nos quiosques? – Pergunto
— Não, quero ficar na praia o dia todo. Explorar cada cantinho dela com você, vem!
Ela me puxa pela mão e descemos as escadas da praia entre sorrisos e brincadeiras. Meus pés afundam na areia e posso sentir o cheiro da maresia vindo de encontro às minhas narinas. O sol estava escaldante e a areia também estava, mas Fê parecia uma criança de 5 anos indo à praia pela primeira vez, não me importei e decidi curtir com ela. Chegamos à umas pedras que tinham logo no início da praia, era uma pedra alta, mas dava para subir tranquilamente.
Quando chegamos lá em cima, a brisa do vento bate forte no nosso rosto e sorrimos uma para outra. Era lindo. Puxo Fê para um beijo e ela retribui, abraço-a por trás e ficamos assim por alguns minutos.
— Eu amo os restaurantes caros que você me leva, mas isso aqui... – ela diz apontando para a paisagem ao nosso redor – Não tem preço.
Dou um sorriso pra ela, mostrando uma falsa indignação
— Ah, dona Fernanda... mas você nunca reclama do vinho que você bebe – digo sarcasticamente
— Acontece, Dra Florence, que eu amo vinho caro, amo andar no seu carro caro e amo os presentes caros que você me dá, mas se um dia você perder tudo isso, eu ainda vou estar com você. Te amo pelo que você é, não pelo que você tem. – Ela me dá um selinho
Puxo-a para um abraço forte. Sinto o vento batendo contra o nosso corpo daquela altura naquela pedra, sinto um arrepio, mas ignoro.
— Eu amo curtir as coisas simples da vida com você. – Dou um beijo no rosto dela – Te amo, monstrinha.
Ela dá um sorriso e me dá a mão para que a gente retorne lá para baixo, vamos caminhando de mãos dadas até chegarmos na faixa de areia. Estendemos nossa canga ali mesmo e Fê começa a tirar a roupa para ficar só de biquini. Eu observo seu corpo, suas curvas, as sardinhas que ela tem no colo e nas suas costas. Ela é toda linda.
— Não vai tirar a roupa? — ela pergunta
— Não, amor. Eu ainda sou muito insegura com meu corpo por conta da cicatriz. — Abaixo a cabeça e dou sorriso.
— Não precisa se sentir assim... seu corpo é lindo, cada detalhe dele é, inclusive sua cicatriz. – Ela sorri, fazendo um afago no meu rosto. — Para de besteira vai, loira.
Reviro os olhos, tomo coragem e tiro a blusa devagar, Fernanda me observa com devoção. Eu diria que, se ela pudesse, tirava um pedacinho de mim agora. Tiro o meu short, ficando apenas de biquíni. Sento-me ao seu lado e ela se inclina um pouquinho para pegar sua bolsa, mexe dentro dela e pega o protetor solar. Passa um pouco nas suas mãos e me faz deitar para passar na minha cicatriz. Olha, eu era muito sortuda. Ninguém jamais cuidou de mim dessa maneira.
— Tá bom, amor — disse ela, dando um beijo leve na minha cicatriz, um gesto que me pegou de surpresa. Eu abri os olhos, e ela sorriu. — Agora é sua vez de passar protetor em mim.
— Cuidado pra não relaxar demais — provoquei, sentando-me para pegar o frasco. Enquanto ela deitava na canga, reparei na expressão de pura paz em seu rosto.
Passei o protetor em seus ombros e braços primeiro, tentando me concentrar na tarefa, mas a forma como ela fechava os olhos e suspirava toda vez que minhas mãos tocavam sua pele, principalmente seu bumbum, não ajudava muito. Decidi provocá-la:
— Tá gostando demais, hein? – digo com um sorriso sapeca nos lábios
Ela apenas dá um sorriso e desfaz o nó do seu biquini, deixando suas costas completamente nuas. Que perdição.
— Passa direitinho, amor. – Ela diz ironicamente, com o intuito de me provocar.
Engoli seco, tentando me concentrar na árdua tarefa de passar protetor solar no corpo da minha namorada. Assim que terminamos, ficamos ali, deitadas, aproveitando o calor do sol e a brisa refrescante. Fernanda começou a falar sobre as coisas que queria fazer naquele dia: nadar, explorar as pedras mais ao longe e, claro, provar alguma comida típica nos quiosques antes de irmos embora. Eu concordava com tudo, porque a verdade era que, a palavra final sempre seria dela.
— Loira, sabe o que eu tava pensando? — perguntou de repente, virando-se para mim com um sorriso curioso.
— Hum? Lá vem... — respondi, arqueando a sobrancelha.
— Você podia passar o Natal comigo e com a minha família, não é justo e nem bom você ficar sozinha.
— Amor, já conversamos sobre isso... – Tento fugir do assunto – Eu não estou no clima para festividades familiares.
— Eu sei, meu amor. – Ela diz, virando o rosto na minha direção enquanto suas costas pegam sol – Eu só queria passar o Natal com a minha namorada, que é minha família agora também.
Desviei o olhar para o céu por alguns segundos, tentando organizar meus pensamentos. Fernanda tinha razão, claro. Ela sempre tinha. Mas ainda era difícil encarar essa época do ano sem sentir o peso das ausências.
— Fê, eu prometo que vou pensar, tá? — respondi, sem muita firmeza.
Ela não insistiu, mas seu silêncio fez com que eu me sentisse confortável para dizer.
— É que... Natal nunca foi fácil para mim. Você sabe como é com minha família... ou melhor, como não é. — Suspirei, tentando não estragar o momento. — Mas eu sei que estar com você poderia mudar isso.
Fernanda se virou de lado, apoiando a cabeça na mão para me observar. Ela me olhou com compreensão, mas eu sei que ela estava torcendo para eu aceitar o convite.
— Anna... você não precisa enfrentar isso sozinha, sabe? — Ela disse, com a voz suave. — Eu tô aqui. E meu pai ainda quer provar que é o melhor churrasqueiro do mundo pra você. Eles sabem que voltamos, estão felizes. Eles gostam de você, vida.
Ri baixo, apesar do aperto no peito.
— Achei que seu pai não fosse com a minha cara – Digo sincera
— Ele gosta muito de você, quando disse para eles que terminamos e que não sabia se voltaríamos, meu pai ficou triste, não com vontade de te matar. — Fernanda sorriu.
Dou um suspiro longo, deitei perto de Fê e entrelacei nossos dedos. O calor do sol era reconfortante, mas o calor dela ali era tudo que eu precisava.
— Tá bom. Mas só porque seu pai vai precisar de uma segunda opinião sobre o churrasco.
— Isso! — Ela comemorou, batendo singelas palmas e rindo igual criança.
Depois disso, ficamos conversando aleatoriedades, até que ela se vira com os seios à mostra.
— Fernanda Alencar, o que tá fazendo? — minha voz saiu aguda, indignada
— Topless. — diz simplesmente, ainda dando de ombros
— Topless, Fernanda?! Topless? Aqui?
— Já viu mulher fazer topless que não seja em praia ou piscina? — ela ironiza
— Amor, não tem ninguém olhando. E se olhar, é natural. Eu tenho o que toda mulher tem.
Sério, eu não estava acreditando no que ela estava me dizendo.
— Eu tô olhando! — cruzo os braços, fechando meu cenho — Isso é mais do que suficiente.
Ela cai na risada, rindo tanto que chega a sair lágrimas dos olhos. Eu, continuo olhando pra ela e olhando para os lados indignada.
— Deixa de ser ciumenta, amor.
— Não é ciúme, é cuidado. Você é esse… esse… monumento e não quer que eu pire?
Ela riu.
— É ciúme sim. Anda, me ajuda a dar o nó no biquíni então, ciumenta.
— Admito que sou, até porque esse corpo aí é patrimônio exclusivo, não é cartão postal do Rio de Janeiro, não. — digo, já dando o nó no biquíni dela, me certificando que está bem amarrado.
— Tóxica! — rimos
Quando o sol começou a esquentar demais, decidimos correr para o mar. Ela me puxou pela mão e eu fui atrás, sem resistência. A água estava gelada, credo.
Eu a segurei pela cintura, puxando-a para mais perto, e ela passou os braços ao redor do meu pescoço.
— Tá feliz? — perguntei, olhando em seus olhos.
— Muito. E você?
— Não poderia estar melhor. Amo você, meu amor. – Dou um beijo rápido em seus lábios
🎅🏻🌲
Era Natal. 24 de dezembro. Eu estava há dias na casa de Fê e seus pais estavam sendo muito receptivos comigo, graças a Deus não tocaram em assunto dolorosos como família etc. Acredito que Fernanda deve tê-los avisado, pois essas perguntas eram comuns a se fazer quando você quer conhecer melhor a namorada da sua filha, mas em nenhum momento eles fizeram perguntas do tipo. Que bom.
Estava ajudando a Dona Débora, mãe da Fê, com a ceia de Natal. Ou pelo menos tentando, pois eu era péssima na cozinha, então estava responsável por picar coisas e lavar a louça. Fernanda se divertia com aquilo e sempre que tinha a oportunidade de zombar de mim, fazia. Porém, eu estava amando tudo isso. A família dela era muito acolhedora, seus pais respeitavam e aceitavam a sexualidade dela com uma facilidade incrível. O amor que eles tinham pela filha era maior do que qualquer tipo de preconceito.
— Dona Débora, posso lhe fazer uma pergunta? – Digo, enquanto passo a esponja de lavar louça no prato
— Claro, Anna. O que quer saber? – Ela responde, parando de fritar a rabanada para me olhar.
— Como foi pra você e pro Sr Mauro a questão da sexualidade da Fê? – Pergunto, sem hesitar.
Ela sorri. Não um sorriso irônico, mas um sorriso acolhedor.
— Não tem questão. Nós percebemos antes mesmo dela, a chamamos para conversar, mas ela não queria se abrir. Até que anos depois ela se apaixonou pela primeira vez, devia ter uns 14 anos. Aí ela chamou o pai pra conversar.
Lancei um olhar surpreso pra ela. Geralmente, sempre chamamos as mães pra conversar. Ou no meu caso, não chamamos.
— Ela sempre teve mais cumplicidade com o pai – Levantou as mãos em rendição – E ele conversou com ela, explicou várias coisas, depois conversamos os três. – Fez uma pausa e continuou – Ela não sabia dizer se era lésbica ou bissexual, falei que não tinha problema, que nós a amávamos e que não ia ser um detalhe que iria mudar isso.
Sinto um misto de alívio e tristeza. Tristeza por eu nunca ter tido um acolhimento desses: de amor, de carinho, de proteção. E alívio pela minha namorada nunca ter passado situações de preconceito de quem a ama incondicionalmente: seus pais.
— Anna... agora sou eu quem quer te fazer uma pergunta, eu posso? — Dona Débora pergunta e meu corpo tensiona, mas balanço a cabeça afirmativamente enquanto tento empilhar uma panela no escorredor de louças.
— Se encher a Anna de perguntas, ela só volta nessa casa ano que vem.
Fernanda nos interrompe como se fosse a mulher maravilha salvando a Ilha de Themyscira. O olhar que ela lança para mim é um olhar de cumplicidade, ela sorri e me puxa por trás, me dando um selinho. Fico ruborizada por ela estar fazendo isso na frente da sua mãe, mas Dona Débora dá de ombros e parece não se importar com o nosso gesto de carinho. Uau, estou em casa.
— Fernanda, já embrulhou o presente do seu pai? – Ela lembra
— Tudo certo, mãe. – Ela dá um beijo na bochecha da mãe
— Sai, eu não sei onde você colocou essa boca – Dona Débora diz, limpando o beijo em tom jocoso
— Se eu te falar onde ela estava hoje de manhã, a senhora não imaginaria. – Fernanda diz, já fechando os olhos com medo da reação da mãe
Meu rosto esquentou, por um momento eu queria ser um avestruz para enfiar a minha cara no chão e nunca mais sair, mas ao ver Dona Débora pegando o pano de prato que estava em seu ombro para bater na Fê e as duas rindo juntas da piada absolutamente sem graça dela, consigo dar um sorriso tímido.
— Você me respeite, Maria Fernanda! – Ela diz, ainda rindo do que Fernanda disse
Eu estava amando estar naquele seio familiar onde tudo era leve. Não havia comentários maldosos, nem silêncios constrangedores, apenas o riso fácil e o amor. Algo que eu nunca soube que desejava tanto, até aquele momento.
O pai de Fernanda estava na churrasqueira, decidi ir até ele para ajudá-lo. Eu não tinha mais medo dele, eu o achava excêntrico e achava incrível o quanto Fernanda havia puxado além do seu ruivo, as suas feições.
Ele era o típico “pai sem camisa”, que não gostava de pagar ninguém para fazer afazeres domésticos ou manutenções. Ele mesmo fazia. Pelo que Fê me contou, ele era funcionário público do setor de administração, mas largou tudo quando sua esposa, Dona Débora, teve a brilhante ideia de reabrir o restaurante da família, na Zona Oeste do Rio. Era um homem admirável, tinha por volta de 62 anos, seus cabelos eram lisos e ruivos, olhos azuis um pouco mais escuros do que os da Fê. Era gordinho, mas não tinha vergonha alguma disso, ele vivia dizendo que era um gordo orgulhoso de sua barriga, em suas palavras: “Um homem sem barriga é um homem sem história”. E eu morria de rir quando ele falava isso.
— Doutora Anna, venha cá e me ajude com a linguiça.
Ele me olha com um sorriso largo, como se soubesse exatamente como me deixar corada com esses assuntos de duplo sentido. Eu estava me acostumando com o seu humor ácido, mas ainda sentia uma pontinha de constrangimento. Ele nunca havia sido ríspido comigo, somente avisou diversas vezes que se eu magoasse a filha dele, iria me matar, mas não levei a ameaça a sério. Rio com esse pensamento, mas o Seu Mauro sempre era muito simpático, parecia que nada o abalava, acho que ele era uma daquelas pessoas que se o Titanic está afundando, ele vai tocar violino.
— Vai continuar com essa cara aí de quem não sabe o que é uma churrasqueira? – Ele sorri pra mim e eu fico ainda mais vermelha.
Afinal, ele parecia se divertir justamente com minha falta de jeito em algumas coisas. Como se fosse um convite para eu me despir da minha formalidade, se é que isso fosse possível.
— Anna, preciso te perguntar uma coisa. – Ele diz agora, em um tom de seriedade. Não sei se ele vai fazer uma piada ou se ele vai me matar com o garfo trinchante.
— Pode falar – Evito encará-lo, realmente estava apreensiva com a pergunta
— Por qual motivo você e Fernanda terminaram? Sei que estão bem agora, mas minha filha ficou muito triste, perdeu o brilho e só se concentrou em trabalho. Eu nunca vi Fernanda trabalhar tanto em duas semanas, ela trabalhava feito louca e eu achei que ela ia ter um troço.
Quando abri a boca pra falar, ele resolveu me interromper.
— Olha, Anna... Fernanda é muito sensível. Ela se faz de forte, mas não é. No dia que você mandou os chocolates pra ela e aquele bicho estranho, ela chorou feito um bebê. Ela me disse que era a tpm e o trabalho, mas não era só isso. Minha filha te ama, já assumiu isso pra mim, pra mãe e acho até que a torcida do Vasco da Gama sabe disso.
— Eu tinha uns problemas do passado mal resolvidos, mas que já foram sanados. Depois disso, me abri para Fernanda e conversamos, abandonamos as mágoas e resolvemos continuar nosso namoro de onde paramos. Eu também a amo, o Senhor pode ter certeza disso, eu ainda não sei a dimensão do meu amor por ela e talvez nem tenha dimensão. – Eu sorri – Ela é a mulher da minha vida, eu não tenho dúvidas. E quero ser a melhor pessoa do mundo pra ela.
Ele se calou por um instante, balançando a cabeça enquanto mexia nas linguiças na grelha. Parecia processar minhas palavras, como se quisesse ter certeza de que eu realmente entendia a responsabilidade que vinha com o amor de Fernanda.
— Bom, se você já sabe disso, não tem desculpa pra errar de novo, né? – Ele disse com um sorriso irônico e me advertindo
Eu ri, tentando aliviar a tensão que ainda pairava no ar.
— Não tem mesmo, senhor. Pode confiar.
Ele me olhou por um momento mais longo, os olhos azuis um pouco mais suaves agora, antes de virar o rosto para a churrasqueira.
— Fernanda sempre teve bom gosto. Acho que ela puxou isso da mãe.
— Tenho certeza disso – respondi, sentindo o calor no rosto novamente, mas dessa vez, acompanhado de um certo orgulho.
🎁🎄
Subi com Fernanda para nos arrumar, já eram 19h e a outra parte da família dela chegaria para a ceia, que na verdade, o pai dela havia transformado em um grande churrasco. Estou observando Fê escolher sua roupa, ela comprou um vestido vermelho que destacava sua sensualidade natural. Não era curto, mas de um tamanho ideal. Estava louca para vê-lo com ele.
Enquanto ela tomava banho, decidi pegar o presente dela de Natal e deixá-lo em cima da cama. Eu havia escolhido uma taça de vinho e personalizei com a frase “só uma tacinha.”, era a cara dela. Uma frase irônica, pois ela amava vinho, nunca conseguia ficar em uma taça só.
Quando ela retornou ao quarto só de toalha, viu a caixa em cima da cama e a olhou com curiosidade.
— Seu presente de Natal. Decidi comprar algo pra você usar hoje – Eu sorri, pegando no seu queixo e dando um selinho nela – Vou tomar banho, fui.
Peguei a toalha e saí do quarto rapidamente, deixando-a sozinha com o presente. Durante o banho, enquanto a água quente caía sob o meu corpo, vim fazendo um checklist na minha cabeça de todas as coisas que eu passei por esse ano e que deveria me livrar de todos os sentimentos ruins. Também fiz um checklist das coisas boas e decidi que ia guardá-las no meu coração para transformar as coisas boas em melhores ainda. O Natal anos atrás era só uma data, com Fernanda ele voltou a ter significado. Eu estava com o coração cheio de alegria.
Volto para o quarto e Fernanda está sentada na ponta da cama, já vestida, com a taça na mão. Ela estava deslumbrantemente linda, o vestido vermelho moldava seu corpo de uma maneira que só pode ter sido feito sob medida. Dou um sorriso para ela e ela me presenteia com outro sorriso, ela vem na minha direção e me abraça.
— Eu amei o presente, meu amor. Você sempre acerta nos presentes, como pode? Você está me deixando mal-acostumada – Diz falando pertinho do meu pescoço, o que vai me causando arrepios.
Dou um sorriso enquanto deslizo as mãos por suas costas, sentindo a textura do tecido e a curva do seu corpo.
— Eu te conheço, Doutora Maria Fernanda. – Respondi com um tom de brincadeira, mas era a verdade.
Ela se afastou ligeiramente, levantando a taça na altura dos olhos, admirando a frase gravada com um brilho divertido nos olhos.
— "Só uma tacinha." Você me conhece bem demais, hein? – Ela riu, mas havia um toque de emoção na sua voz. – Eu realmente não consigo ficar só em uma.
— Eu sei. – Dou de ombros, rindo com ela. – Mas, além disso, achei que combinaríamos bem. Você com a taça e eu tentando te acompanhar.
— Você que tenta me embebedar, Anna Florence. Mas vou confessar que, amo beber vinho enquanto conversamos coisas aleatórias sobre a vida. Amo acabar com os vinhos da sua mini adega.
— Por falar nisso, temos que comprar mais. Dessa vez preciso de ajuda para escolhê-los. – Pisco
— Será um prazer. – Ela pisca de volta – Mais uma vez: obrigada, meu amor!
— Você já agradeceu, sabia? Mais uma vez e vou começar a cobrar! – Retruco
Coloquei uma roupa mais despojada, eu não estava a fim de ser a “Dra Florence” hoje, queria ser apenas... a Anna. Decidi colocar um short jeans, um cropped vermelho e uma camisa social branca aberta, um vans branco no pé e tudo certo. Estar com Fernanda e sua família era finalmente me desprender da fantasia de advogada guerreira, pronta para enfrentar qualquer problema, para ser apenas a “namorada da Fernanda”. E eu confesso que estava amando isso tudo. Naquele momento, eu não era a advogada em ascensão, eu era a mulher que estava aprendendo a se permitir ser cuidada e amar sem reservas.
Descemos as escadas de mãos dadas e a outra parte da sua família já havia chegado. As tias e tios de Fernanda eram a típica família tradicional brasileira – o tiozão do pavê – que era irmão do seu pai, uma senhora de meia idade com a voz de “Derby”, um primo hetero top de camisa polo, sapatênis e bermuda tactel, uma funkeira sem noção que a todo momento coloca um funk que desmoraliza a família e... espera. Aquela ali eu conheço.
Não sei de onde nos conhecemos, nem sei seu nome, mas eu já beijei aquela boca. Para minha surpresa, ela arregala os olhos ao me ver e sorri maliciosamente na minha direção, achei até que fosse paranóia, mas quando ela me olhou daquele jeito, a memória voltou como um flash. Aquilo era um problema e ele estava sorrindo para mim.
Olhei para Fernanda que conversava displicentemente com o primo hetero top. Essa não.
— Olha quem está aqui... Dra Florence!
Ela me abraça calorosamente e eu fico sem ação. Fernanda interrompeu a conversa com o primo e se virou para nós. Seu olhar, antes tranquilo, agora era de pura análise da situação. Os lábios se apertaram, e o arqueado da sobrancelha era o sinal clássico dela: ciúme à vista.
Merda.
Se ciúme fosse combustível, a minha ruiva com certeza era mais rápida que Ayrton Senna. A velocidade com que Fernanda vinha na nossa direção, me fez com que eu desse uma risada de nervoso pela comparação.
— Você não mudou nada, hein? – Ela comentou, apertando meu ombro com familiaridade demais. Ela se vira para Fernanda, que se pôs ao meu lado nesse momento. – Oi, Nandinha. Como vai? Dra Florence é sua amiga? Não sabia.
— Na verdade, Nathália, é minha namorada. – Fernanda diz com o resto de paciência que tem e, por outro lado, já parecia pronta para mandar a moça para Marte – Vocês se conhecem de onde? – Ela pergunta, olhando para ela e depois para mim.
— Ops. O Roger tá me chamando ali... – Olha e acena para o primo, que a olha sem entender nada – Já vou! – Ela finge que ele a está chamando e sai praticamente correndo.
Quando ela está em uma distância segura para não morrer, Fernanda anda de braços dados comigo e me puxa em direção a um lugar desconhecido. Ela vai beliscando meu braço e eu vou sentindo dor e rindo ao mesmo tempo, me divertindo com o ciúme dela.
— Gosta de brincar com fogo, Florence? – Ela diz, ironicamente. – De onde conhece Nathália?
Meu riso vai se desfazendo aos poucos quando percebo que a pergunta foi séria. Respiro fundo para contar a verdade para ela.
— Uma vez eu estava em um bar na lapa com uns amigos, depois do expediente, ela também estava lá... deve ter mais ou menos 2 anos isso. – Me encarreguei de deixar bem claro quanto tempo fazia – E começamos a conversar, o papo dela era bom, o clima também, daí... Ficamos.
— Se lembra até do “papo bom” dela? – Diz, me fuzilando com os olhos
— Não, amor. Não é isso. – Ela me belisca de novo – Ai! Me deixa falar...
— Se explica, Anna. Você está se enrolando muito, anda – Ela pressiona com cara de poucos amigos
— Ok, o que quer que te explique? – Pigarreio, já nervosa.
— Dormiu com ela? – Ela pergunta, na lata.
— Dormir não é a palavra...
— Grrrrrh! Eu te odeio, Anna Florence! – Diz e vai se afastando
Corro atrás dela e a pego pelo braço, dando um abraço e tentando segurar meu riso.
— Me solta, Anna! – Fernanda fica fazendo força pra se soltar, mas eu a seguro tão forte que ela vê que é inútil tentar se soltar daquela forma, então ela envolve suas mãos em volta do meu pescoço e olha nos meus olhos, furiosa.
— Amor... a gente teve um lance, já passou, é passado. Você quer o que? Detalhes de uma noite insignificante? O que importa pra mim é a minha namorada. É com ela que venho dormindo todos os dias... – Vou levando-a mais para trás, em direção à garagem, sem que nossos corpos se soltem – É ela quem realiza meus desejos... – Dou um beijo no pescoço dela, ela suspira – É ela que está com um vestido extremamente lindo essa noite que eu estou louca pra tirar – Mordo o lóbulo da sua orelha e a sento em cima de uma mesa que tem algumas ferramentas do seu pai.
— Não sei se eu te beijo ou se te mato, Anna. – Ela revira os olhos
— Ah, Doutora Fernanda... Garanto que beijar minha boca é bem melhor que ser acusada de feminicídio. E convenhamos, você nem merece essa pena... Se eu só sei amar você – Dou um selinho em seus lábios – Só tenho olhos pra você – Dou um beijo em seu nariz – E... só quero comer você. Agora.
Ela me puxa pela camisa, me dando um beijo cheio de volúpia... a garagem escura, o clima, sua família em peso no quintal e dentro da casa dela faz com que tudo o que estamos sentindo fique mais gostoso. O risco de sermos pegas, o perigo, o escondido... tudo aquilo contribuía para que ela aprofundasse o beijo e eu apertasse a sua cintura, descendo minhas mãos pelo seu maldito vestido.
— Não temos muito tempo... Só me come, Anna.
Cada som vindo de fora era um lembrete de onde estávamos. O perigo de sermos flagradas só fazia o desejo parecer mais urgente, mais incontrolável. As risadas pareciam distantes e o estalo da carne na grelha misturado com o som de “Justify My Love – Madonna”, só fazia com que eu sentisse mais vontade de tê-la.. Não sei quem foi o velho assanhado que colocou essa música, mas eu tenho que agradecer a ele, pois criou o clima perfeito.
— Você está jogando muito pesado, Doutora. – Murmurei contra os lábios dela, enquanto suas unhas deslizavam pela minha nuca. – Vai me fazer perder a cabeça.
Olho para os lados rapidamente e não vejo ninguém. É o momento perfeito para fazer o que Fernanda estava me pedindo... digo, me implorando.
Meus dedos vão até o meio das suas pernas e sinto o tecido rendado da sua calcinha.
— Calcinha de renda? Queria dar pra mim a noite toda, só estava esperando a oportunidade?
— Você acha mesmo que eu ia deixar passar? Me conhece pouco se acha que não planejei isso.
Meus dedos traçaram o caminho da renda delicada enquanto eu sussurrava perto do seu ouvido:
— Que feio, Dra Alencar... Calcinha de renda pra me provocar? – Apertei levemente sua cintura, fazendo-a arfar. – Estou impressionada com o seu nível de estratégia.
Ela soltou um riso abafado, entre um suspiro e outro, enquanto se inclinava para o meu pescoço, depositando ali uma trilha de beijos quentes.
— Não me subestime, Florence. Quando quero algo, eu consigo... E, agora, só quero você.
Ela estava me desafiando e eu estava gostando disso. Continuei deslizando minha mão por baixo do vestido, puxando a renda para o lado, enquanto a outra mão mantinha-a firmemente contra a mesa. Meu olhar não se desviou do dela nem por um segundo.
— É bom mesmo... porque eu não sei resistir a você.
Ela soltou um gemido baixo, mordeu o lábio e agarrou meus ombros, puxando-me ainda mais para perto.
— Rápido, Anna...
A urgência na voz dela aumentou meu próprio desejo. Puxei sua calcinha para o lado e minhas mãos encontraram o calor entre as pernas dela, e comecei a provocá-la com movimentos lentos e calculados, enquanto observava cada reação que provocava.
Ela arqueou as costas e apertou ainda mais as mãos na minha nuca, ofegante.
— Mais rápido.
— Não. Você me provoca, agora aguenta. – Meu sorriso era quase cruel, mas a forma como ela revirou os olhos me disse que estava adorando.
Eu intensifiquei os movimentos, até que os gemidos dela começaram a sair entrecortados, abafados por meus lábios que buscavam os dela para silenciá-la. A música ao fundo ditava o ritmo do nosso momento.
Ela estava querendo gem*r alto, do jeito Fernanda de ser. Não podia deixar ou seríamos descobertas. Dei meu pescoço para ela morder e suas mãos estavam apertando minha cintura. Isso não ia segurá-la por muito tempo, então eu tinha que fazer com maestria.
— Não deixa marcado... Se controla. – Digo, no intuito de alertá-la.
Ela estava tão molhada que meus dedos entravam e saíam de dentro dela com facilidade, por um momento seus olhos encontraram os meus e ela me dá um beijo faminto. Quando terminamos de nos beijar – ou melhor, de nos comer durante o beijo – Digo sussurrando no ouvido dela:
— Quis te foder no primeiro momento que te vi com esse vestido.
— Anna, porr*. Eu vou...
Ela não conseguiu completar a frase. Quando finalmente senti seu corpo se render, ela apertou minha nuca com força e segurou o fôlego por um instante, antes de soltar um suspiro longo e satisfeito.
— Agora eu definitivamente te amo mais do que o normal – murmurou com um sorriso malicioso, enquanto me olhava, ainda tentando recuperar o ar.
Ouvimos passos se aproximando. Arrumei o vestido dela em um movimento rápido e me virei, tentando parecer o mais inocente possível.
— Anna? Fernanda? Vocês estão aí? – Era a voz do tio do pavê.
Fernanda olhou para mim com os olhos arregalados e as bochechas coradas, tentando não rir enquanto ajeitava os cabelos.
— Estamos sim! Só... procurando uma chave que caiu aqui na garagem! – Respondi, tentando soar convincente.
O tio apareceu na porta, olhou para nós duas e arqueou a sobrancelha.
— Chave, hein? Bom, quando acharem, venham comer. A carne já está no ponto.
Assim que ele saiu, Fernanda começou a rir baixinho, me abraçando pelos ombros.
— Você é louca, Anna Florence.
— E você adora, Maria Fernanda.
Nos entreolhamos por um momento antes de sairmos de mãos dadas, tentando parecer que nada havia acontecido. Mas a chama entre nós ainda ardia, mais forte do que nunca.
Eram quase meia-noite, a sala estava iluminadas pelos pisca-pisca da árvore de Natal. A família de Fernanda ria alto, eles eram animados demais. Tinha duas crianças correndo ao redor da casa, mas tudo isso parecia muito distante pra mim, eu só conseguia prestar atenção nela ao meu lado, segurando minha mão.
Claro, desde que Nathália começou a me rondar, ela não saiu mais de perto de mim. Ciumenta gostosa. Mal ela sabia que não corria risco algum, meu coração era dela. Não existia a mínima possibilidade de eu querer outra pessoa. Ela me completava, aliás, me transbordava.
Quando finalmente marcou meia-noite, os abraços e felicitações começaram. Fê pegou dois presentes que estavam na árvore de Natal e me puxou para a varanda.
— Feliz Natal, meu amor. – Ela sussurrou, virando-se pra mim, seus lábios sorriam enquanto suas mãos me estendiam o presente. — Foi difícil escolher algo para uma mulher que tem tudo... mas é de coração.
— Minha vida, não precisava! – Eu sorrio, achando o gesto e o nervosismo dela a coisa mais linda do mundo.
Abro o presente, que estava meio pesado e me deparo com um toca-discos. Tinha entrada USB, Bluetooth, fazia gravação... além de claro, o principal – entrada para vinil. Era perfeito! Era uma vitrola perfeita, tinha formato de uma maleta, era preta, bem moderna.
— Uma vitrola? Não acredito! – Digo eufórica – Amor, você... Nossa!
— Eu sei que você ama música, mas… eu quis te dar algo bem especial, sei que você também gosta de coisas retrô.
— Eu sempre quis algo assim, mas eu nunca pensei em comprar. Eu vou colocar no meu escritório! – Digo emocionada
— E eu fiz mais uma coisa... – Nesse momento, ela fica ruborizada – Abre o segundo presente, amor.
— Segura pra mim? – Digo, colocando a vitrola em suas mãos enquanto pego o segundo embrulho.
Ela coloca o objeto em cima de uma mesa na varanda para me observar abrindo o segundo presente. Tentava disfarçar seu nervosismo, mas estava com um sorriso tímido no rosto. Nem parece aquela mulher que estava me dando na garagem do seu pai horas atrás.
— Vamos lá, amor.. Não morda o presente, desembrulha direitinho — Fernanda brincou, tentando aliviar a tensão.
Dei uma risada baixa, desfazendo o laço com calma, quase matando Fernanda do coração com a minha lentidão. O papel começou a se soltar, revelando um vinil dentro de uma capa personalizada. Meus olhos se arregalaram ao ver nossa foto estampada ali, era uma que tiramos no dia que dei o anel de compromisso à ela.
Estávamos sentadas na almofada do restaurante japonês, ela havia colocado o celular em cima da mesa e tirado uma foto nossa. Ela praticamente no meu colo enquanto nossos rostos estão colados bem próximos, sorrindo uma pra outra. Acima da imagem, em uma fonte delicada, lia-se: "O Nosso Recomeço".
Eu fiquei sem palavras por um momento, meus dados traçaram o título na capa e olhei para Fê com os olhos cheio d’água.
— Fernanda... isso... isso é perfeito. — Minha estava embargada. Eu não estava conseguindo nem falar. — Você fez isso? Pensou nisso?
Fernanda deu um sorriso, meio envergonhada, mas cheia de orgulho.
— Eu queria que você tivesse algo que fosse só nosso. Eu gostaria que fosse o primeiro disco que você escutasse... Cada música aqui me lembra de nós. E o título... bem, achei que combinava com tudo o que estamos vivendo.
Eu ri, emocionada. Coloquei o vinil na mesa antes de me inclinar para abraçar a minha namorada com força. Quando nos afastamos, meus olhos estavam fixos nos dela.
— Não tenho palavras. Você sempre sabe como me surpreender. Obrigada, meu amor.
Ela acariciou o meu rosto, sorrindo.
— Feliz Natal, Anna Florence. Que essa seja a nossa trilha sonora para muitos natais juntas.
Segurei seu rosto com as duas mãos, me aproximando devagar até nossos lábios se encontrarem em um beijo terno, carregado de promessas e amor. Quando finalizamos nosso beijo com um selinho, disse à ela:
— Eu te amo, Maria Fernanda. Você não tem noção da dimensão do meu amor por você...
— Eu também te amo, minha Anna.
Ela me abraça e ficamos ali quietinhas vendo os fogos do natal, só sentindo uma outra. Papai Noel foi generoso comigo e me deu o maior presente que alguém poderia dar. Começo a olhar ao redor e perceber que a iluminação da árvore de Natal, o cheiro das velas, o calor do corpo de Fernanda no meu... Tudo isso me fez entender, de uma vez por todas, que o maior presente que eu poderia receber não era a vitrola, nem o vinil com nossa foto, mas o simples fato de ter minha ruiva ao meu lado. Sua voz dizendo que me ama era a minha trilha sonora, o meu equilíbrio e a razão de eu saber, finalmente, o que era o amor em sua verdadeiro.
Fim do capítulo
Meus amores, esse capítulo eu passei literalmente o dia todo escrevendo. Comecei a escrevê-lo 13h da tarde do dia 25 e estou postando ele 02h15 da manhã do dia 26. Escrevi e reescrevi várias vezes pensando se ia ficar bom para vocês, acho que nunca fui tão exigente com um capítulo, pois era um capítulo especial.
Eu não havia planejado fazer a parte do Natal, foi uma ideia que surgiu de última hora, isso chamamos de "escritora jardineira", que vai descobrindo a história junto com os personagens. Dessa vez eu realmente não fiz um planejamento para escrever, coisa que sempre faço.
Gostaria de agradecer também à Tagi, que me ajudou a escolher a música ideal para o momento do s3x0 na garagem, mesmo sem saber que seria algo ligado à história. Muito obrigada pelas sugestões que você me deu, ouvi cada uma, mas a música da Madonna realmente combinou mais com o momento, ouvi diversas vezes enquanto escrevia e, bom... deu no que deu.
Feliz Natal, meus amores! Muito obrigada por cada comentário aqui no site, às vezes deixo aberta a caixinha de perguntas no instagram para vocês perguntarem o que quiserem, não fiquem com vergonha, eu realmente amo responder as perguntas e amo quando vocês interagem comigo, isso me faz crescer como pessoa e como escritora.
Queria agradecer tbm à minha sogra, que quando eu disse que precisava de um nome de uma personagem fogosa, ela sugeriu: "Coloca Náthally", que é o meu nome. Hahaha, daí surgiu a personagem "Nathália". Não ia colocar meu nome diretamente na história, essa história já tem nomes reais demais pro meu gosto. KKKKKK
Dúvidas ou curiosidades?
Perguntem na caixinha do Insta, vou deixá-la aberta hoje.
Beijos, vocês são fod@s
Instagram: @rodriguesnathh
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HelOliveira
Em: 26/12/2024
Que presente maravilhoso, o capítulo ficou mais que perfeito, amei do começo ao fim, as meninas mereciam esses momentos.
Obrigada autora por mais esse carinho
nath.rodriguess
Em: 26/12/2024
Autora da história
Que alegria vocês comentando!
Obrigada vocês por acompanharem, vcs são DMS!
nath.rodriguess
Em: 26/12/2024
Autora da história
Que alegria vocês comentando!
Obrigada vocês por acompanharem, vcs são DMS!
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Mmila
Em: 26/12/2024
Que presentão o nosso de Natal esse capítulo maravilhoso!!!!!!!!
Parabéns autora pela escrita, que tenha tido um iluminado Natal de brilhantes ideias.
Amei esses momentos únicos de Anna X Fernanda. Um alívio para o coração da Anna esses momentos com a família da Fê.
nath.rodriguess
Em: 26/12/2024
Autora da história
Ahhhh, que bom que gostou! Foi um desafio escrevê-lo. Obrigada pelos elogios, eu queria criar algo da Anna e da Fê que fosse fora do ambiente de trabalho, quando elas estão começando a descobrir e explorar mais o relacionamento delas.
Apesar do escritório ser o cenário principal, resolvi sair um pouco desse nicho para trazer novidades.
nath.rodriguess
Em: 26/12/2024
Autora da história
Ahhhh, que bom que gostou! Foi um desafio escrevê-lo. Obrigada pelos elogios, eu queria criar algo da Anna e da Fê que fosse fora do ambiente de trabalho, quando elas estão começando a descobrir e explorar mais o relacionamento delas.
Apesar do escritório ser o cenário principal, resolvi sair um pouco desse nicho para trazer novidades.
nath.rodriguess
Em: 26/12/2024
Autora da história
Ahhhh, que bom que gostou! Foi um desafio escrevê-lo. Obrigada pelos elogios, eu queria criar algo da Anna e da Fê que fosse fora do ambiente de trabalho, quando elas estão começando a descobrir e explorar mais o relacionamento delas.
Apesar do escritório ser o cenário principal, resolvi sair um pouco desse nicho para trazer novidades.
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