A Detetive por Isis SM
Capitulo 61
Capítulo 61
Rubí
Minutos de tensão
Faltavam 27 minutos para o tempo que Kenji havia dado, Jason iria me querer desarmada então escondi uma faca em cada bota e as outras deixei a mostra, assim que resolvi me posicionar no portão principal para que ele me visse e me levasse até ele ouvi barulhos de tiros ao longe, voltei a me esconder e vi guardas indo até onde meus parceiros poderiam estar, praguejei e corri até eles, comecei alvejar um a um desviando a atenção deles para mim, corri e atirei derrubando mais alguns enquanto era alvejada por balas e me escondia atrás das construções.
_Rubí você está bem? – Ouvi a voz de González e fiquei aliviada.
_Estou e vocês? Arthur está bem? – Falei antes de atirar em mais alguns capangas, já estava ficando sem balas no fuzil me restava apenas mais dois pentes contando com o que eu acabava de trocar.
_Sim já chegamos no carro e vamos para o hospital, Arthur está assustado e choroso fora isso está bem. Por favor espere a ajuda chegar não se arrisque mais do que o necessário.
_Farei o possível, cuide dele e diga a Carolina que...
_Não vou dizer nada a ela, diga você mesma então trate de sair daí viva, vamos ficar longe do sinal então não me faça dar notícias ruins a ninguém. – González estava falando sério e eu não pude deixar de sorrir.
_Está bem, afinal estou devendo uma rodada de bebidas certo? Tire- o daqui Roberto e obrigada.
_Agradeça cuidando do meu porre. – Ri ao ouvir seu senso de humor mesmo em uma hora como aquela.
Tirei meu comunicador já que agora não serviria de nada e me preparei para mais tiros, corri atirando em direção ao galpão onde Dália estava levando alguns capangas no processo, senti o impacto antes de sentir a dor aguda na lateral do meu corpo eu havia sido atingida o que me fez cair ainda ofegando, me arrastei até uma parede sentindo a lateral do meu corpo doer o colete havia aguentado boa parte do impacto, mas ainda doía e se eu não tivesse quebrado nenhuma costela no mínimo iria ficar um belo hematoma. Tirei o colete e abri a jaqueta térmica ao levantar a blusa vi o hematoma roxo no que parecia ser o local das minhas costelas, mas a bala não ultrapassou o que era bom, voltei a fechar a jaqueta e respirei fundo sentindo uma fisgada, não parecia sério me levantei e nesse momento várias armas me fizeram estancar no lugar levantando as mãos.
Carolina
A noite havia chegado e com ela uma nevasca densa, Rubí havia me dito que sairia com Enzi e González atrás de uma pista, uma parte minha estava ansiosa e nervosa, mas a outra estava com medo e desejando que ela não tivesse ido. Havíamos chegado a poucas horas ao hospital onde Lisa permanecia em cirurgia e seu quadro não parecia ser bom, peguei café para mim e Luna que se mantinha em silêncio no canto da sala reservada para os familiares, minha chefe e mãe de Lisa estava na capela junto com a minha sogra rezando por todos enquanto eu via pela janela a neve caindo transformando a paisagem em um lindo cenário branco, Arthur amava a neve, a lembrança do meu menino me atingia como facadas no meu peito e sequei as lágrimas que ainda teimavam em cair.
_Carolina Harrison Campbel? – Uma enfermeira chamou na porta alertando Luna com sua chegada.
_Sou eu. – Estranhei terem me chamado e por um segundo milhares de imagens ruins atravessaram meus pensamentos.
_Acabamos de dar entrada com seu filho ele foi encaminhado a ala da pediatria poderia nos acompanhar?
Uma mistura de alívio, felicidade e preocupação me invadiu e não sei com que forças consegui seguir a enfermeira, encontramos o pediatra no quarto examinando um Arthur de bico querendo chorar, vi que Gonzales estava ao seu lado, mas minha atenção foi apenas para o pequeno que me gritou assim que me viu, corri até ele e o abracei com todo amor que eu tinha, ele chorava agarrado a mim e eu falava com ele para acalmá-lo, ouvi o médico dizer que voltava em cinco minutos e apertei meu menino mais forte. Avaliei suas roupas imundas sua pele estava quente o que me chamou atenção imediatamente ele também tossia o que me preocupou, Arthur mal deixava que eu o olhasse so queria se enfiar em meu pescoço ainda em lágrimas, o ninei alisando suas costas até que ele se acalmasse.
_Está mais calmo? O médico precisa te examinar está bem, a mamãe não vai sair de perto de você. – falei acariciando seu cabelo e secando suas lágrimas, ele concordou e pedi que Gonzales que até então não havia dito nada fosse chamar o médico.
Arthur foi examinado e tiraram uma raio x para verificar seus pulmões a suspeita era de pneumonia, mas iriam esperar os resultados, enquanto isso lhe dei um banho e vesti o pijama infantil cedido pelo hospital, ele estava muito fraco depois que toda aquela adrenalina passou conseguimos perceber como ele estava abatido, havia perdido peso, sua febre ainda estava alta e precisaram o colocar no soro e medicá-lo, vê-lo sendo picado doeu meu coração, fiquei com ele até que adormecesse, como sua respiração estava prejudicada precisaram fazer nebulização e eu me prontifique a ajudar no processo enquanto velava seu sono.
Meu filho era tão pequeno e eu não imaginava o que ele tenha visto ou passado, conversei com o médico e ele me assegurou que Arthur estava a baixo do peso, com sintomas de desidratação e com princípio de pneumonia, não havia nenhuma lesão física o que era um bom sinal ele iria precisar ficar internado até que seu quadro melhorasse, mas tudo indicava que iria ficar bem. Assim que Arthur dormiu fui até Gonzalez que notei ter levado pontos no supercilio e tinha as mão direita enfaixada.
_Roberto cadê Rubí e Enzi? Perguntei procurando ao redor e senti meu peito apertar quando seu olhar desviou do meu.
_Ela não veio com a gente, eu a ajudei resgatar o menino, mas Dália ainda estava em poder daqueles merd*s e ela me mandou ir embora com ele, Enzi iria vir comigo, mas só garantiu que eu entrasse no carro e voltou para ajudá-la, me desculpa eu deveria ter ficado ou feito algo eu... – O homem desatou a chorar e o abracei em conforto tentando assimilar o que Rubí poderia estar sofrendo nas mãos dos bandidos.
_Ei Rubí é a mulher mais forte que já conheci ela vai ficar bem, obrigada por trazer meu filho eu nunca vou conseguir agradecer o suficiente. – Disse tentando acreditar em minhas próprias palavras, ele apenas acenou afirmativamente e se sentou arrasado.
_Onde estão minhas filhas?
Maitê chegou alarmada e eu sabia que teríamos uma longa noite, me aproximei de minha sogra e a fiz sentar para que eu contasse o que acabava de saber.
Rubí
Me desarmaram e me fizeram entrar no galpão onde Jason mantinha minha irmã amarrada ao seu lado, Dália arregalou os olhos ao me ver e me gritou tentando se soltar recebendo um tapa sonoro a fazendo cair, meu ódio subiu por minhas veias, mas antes que eu corresse ao seu socorro um dos guardas acertou a minha costela com o cabo do fuzil e eu perdi o folego, olhei para Jason e minha vontade era esfolá-lo vivo.
_Que reunião bonita, como eu amo ver você assim Rubí ajoelhada aos meus pés. – Jason brincava com a arma próxima a mim agachado em minha frente enquanto eu lutava para voltar a respirar normalmente.
_Porque você não me mata e deixa ela ir, é a mim que você quer. – O encarei me levantando sendo acompanhada de perto por seus guardas, pela falta de reação concluí que ele ainda não sabia que Arthur foi resgatado.
_E qual a graça disso? Por falar em graça vamos nos divertir, que a arena comece!
Assim que ele anunciou os capangas se aglomeraram ao me redor enquanto Jason levantava minha irmã e a colocava ao lado dele com uma arma apontada para ela, trinquei meus dentes e pensava em uma saída, mesmo que ainda tivesse duas facas comigo se eu acertasse Jason isso poderia ser nossa sentença de morte, onde diabos Kenji estava que não chegava.
Eu olhava ao redor e pelo que parecia ele iria me fazer lutar com seus brutamontes com a ideia de me fazer apanhar até a morte, eu não sabia que ele me odiava tanto. Com um gesto uma mulher que eu não havia visto se aproximou do centro com os punhos cerrados, sua cara cheia de cicatrizes e seus braços fortes me indicavam que ela sabia bater e bem.
_Jason sei que me culpa pela morte do seu pai, mas isso já é loucura. – Falei olhando para ele que apenas fechou a cara.
_ Ou luta ou eu juro que arranco os membros de sua irmã até não sobrar nada para você enterrar. -Disse gritando.
A mulher aceitou a deixa para vir em minha direção sua postura era de lutas de rua não havia técnica, me esquivei com facilidade e com uma rasteira a derrubei, ela apenas se levantou e veio ao me encontro com socos rápidos, desviei a acertando na boca do estômago e em seu rosto a fazendo recuar, tirei meu casaco térmico para ganha mobilidade me movimentei para ficar na postura de Karatê apenas me movendo nas pontas dos pés para frente e para trás para confundir o adversário e me dar flexibilidade para o próximo golpe, a mulher veio para cima cega de ódio eu apenas girei meu corpo a acertando com um chute a derrubando desacordada ouvi sussurros de espanto ao redor.
_Menos um quem é o próximo? – Encarei o círculo de onde começaram vir um atrás do outro acredito que eu os tenha irritado, eu e minha boca grande.
Se eu esperava que eles iriam lutar de forma limpa eu estava enganada, derrubei uns que não acordaram e outros tive que quebrar e deslocar membros ou usá-los como escudo sendo agredidos por seus próprios colegas, mas não pude desviar de todos, acertaram meu rosto várias vezes e focaram em minha costela, o difícil foi me livrar dos armados com facas e barras de ferro, uns não se contiveram e tentar atirar em mim, mas acabavam acertando seus colegas. Derrotei um a um até sobrar um grandalhão careca e sua cara sem expressão me fez engolir em seco, eu estava exausta e machucada aos poucos eu sentia meu rosto latejar e o gosto de sangue na boca me fazia cuspir saliva avermelhada eu não aguentaria muito tempo com ele, o homem se aproximava lentamente como se não tivesse pressa em me machucar e seu olhar prometia mais que isso tentei acertá-lo diversas vezes, mas parecia que ele não sentia meus socos e chutes, recebi um soco na boca do estômago e um no rosto que me fez cair cuspindo sangue quase desmaiando, não sei como não perdi um dente ou a consciência, todo meu corpo doía e me forcei a levantar eu sabia que meu olho estava inchando e sangue escorria por cima dele, certeza que abri meu supercílio, me coloquei de pé sorrindo cuspi o sangue que se acumulava na boca eu não iria conseguir apenas desmaiar aquele cara mal tinha forças para me manter de pé então a única alternativa era matá-lo. Pela visão periférica eu via mais gente se posicionando, minha irmã chorava e tinha a arma apontada para sua cabeça enquanto Jason parecia se deliciar, se Kenji não chegasse logo eu não sei se conseguiria salvar Dália nem se eu sobreviveria, não, eu tinha que conseguir salvá-la, arrumei a postura sentindo o incomodo nas costelas, limpei o sangue de meu rosto e mudei a postura de lutar apertando mais os punhos agitei os braços rapidamente para aquecer os músculos e aliviar a tensão neles já doloridos, encarei o homem se agigantando a minha frente.
_É só isso? Eu posso fazer isso a noite toda, não deu nem para me aquecer. – Meu sorriso e minha postura de luta pareceram irritá-lo e desestabilizá-lo era tudo o que eu precisava.
Minhas palavras saíram mais confiantes do que eu me sentia e pareceu funcionar, uma rápida olhada em Jason e vi quando ele foi abordado por alguem e sua expressão mudou, algo tinha acontecido pois ele mandou levarem minha irmã, Dália se desesperava gritando meu nome enquanto Jason sorria. Ouvi tiros do lado de fora e barulho de luta e essa pequena distração quase me fez levar outro golpe, desviei algumas vezes, agachei tirando uma faca da bota e enterrei em sua coxa, o cara gritou segurando a faca e a arrancando com raiva a jogando longe.
“Esse cara não era humano não é possível”
Ele veio em minha direção como se fosse dar um chute alto, girei meu corpo em um chute voador comum no taekwondo o acertando em cheio no rosto, nós dois caímos e senti todo o meu corpo doer no impacto, ele parecia desnorteado e tentava se levantar é claro que aquele golpe não o derrubaria, talvez se eu não tivesse tão cansada, me levantei ofegante peguei a faca sobressalente indo em sua direção quando ele se apoiou para levantar, usei todo meu ódio para chutar seu rosto, mas ele foi mais rápido e desviou se levantando logo em seguida.
“Mas esse cara não morre? Não posso mais perder tempo aqui”
Segurei a faca mais forte e esperei que ele me atacasse para que ficasse próxima o suficiente, girei a faca na mão direita e bloqueei o golpe com o braço esquerdo, cortei seu braço de baixo para cima na altura da axila girei e cortei a parte interna de sua coxa, os dois cortes foram fundos o suficiente para que o sangue corresse rápido o deixando confuso e cada vez mais fraco. Cambaleei exausta o vendo desabar de joelhos, mas seu sofrimento acabou quando a faca foi enterrada em seu pescoço.
_O que está esperando imbecil atira nela! – Ouvi Jason gritar para o seu guarda enquanto ele fugia.
Olhei rápido e seu capanga se posicionava para atirar os outros ou tinham fugido ou estavam caídos mortos ou inconscientes e ainda havia aqueles que foram dar reforço ao que estava acontecendo lá fora, fui mais rápida e atirei minha última faca o acertando em cheio na testa, eu havia mirado no peito, mas quem é que estava contando os pontos, não é? Peguei minha pistola e as munições com o um dos capangas mortos e sentindo o ar faltando tentei correr para alcançar Jason que saia do galpão.
_Jason! Solta ela ou juro por Deus que te mato, não me faça fazer isso sua mãe não merece isso. – Eu apontava arma para Jason que segurava Dália como refém.
_Rubí!
Enzi ao contrário do que eu pensava não tinha ido embora com González, ao ver que eu tinha companhia Jason atirou contra Enzi enquanto outros dois caras tentavam puxar Dália para um carro, mas minha irmã não facilitou a vida deles me dando a chance de atirar nos dois a deixando livre para correr em minha direção Enzi ainda trocava tiros com os capangas enquanto Dália conseguia me alcançar.
_Dália abaixa! – Gritei a segurando e a protegendo dos tiros, ao que parece mais gente se aproximava nos encurralando.
_Rubí como vamos sair daqui?
_Vamos dar um jeito, estamos juntas vai dar tudo certo, mas preciso que fique escondida até tudo se resolver, você está ferida? Eles te tocaram? – Eu tentava acalmar minha irmã que tremia.
Antes que ela pudesse me responder onde estávamos foi atingido e precisei deixá-la escondida e voltara para onde Enzi estava. Nesse momento um carro preto estacionou e um homem alto pálido e de olhar frio saiu do carro juntos com outros homens armados, eu apontava a arma para Jason, mas ciente que eu estava cercada, minha irmã olhava tudo com terror e eu não sabia mais o que fazer o frio gelava meus ossos fazendo meus ferimentos doerem tanto que precisava trancar os dentes para evitar gritar.
_Parece que não estão tendo um bom dia, mas felizmente eu não vim por vocês, agora cadê o menino tenho que entregá-lo! - O homem me ignorou e se virou para Jason que parecia desnorteado e sussurrou algo a ele, imagino que havia descoberto que Arthur já estava a quilômetros de lá.
_Você o que? Como uma simples policial conseguiu tirar uma criança debaixo do seu nariz seu estupido! – Ele parecia furioso.
Meu ódio por Mônica não tinha mais tamanho, eu sabia que aquele era alguem pago para levar Arthur até ela, mas meu foco era na minha irmã tudo aconteceu muito rápido ouvimos gritos seguidos de barulho de carros chegando e tiros, Jason tentou se proteger atrás do carro assim como os outros homens com ele, voltei para perto de Dália a protegendo e a puxando para traz de um dos carros que estavam próximos, desamarrei seus pulsos e a puxei para uma abraço sorrindo e com lágrimas nos olhos.
_Você está bem? Está ferida? – Falei rápido enquanto o tiroteio rolava.
_Estou bem ... Rubí foi horrível, mas eu sabia que você viria nos salvar, Arthur ele precisa de ajuda... – Dália chorava e tentava se levantar para talvez voltar para onde ela estava com Arthur, mas a impedi e a fiz focar no que eu ia dizer.
_González já o levou embora agora acabou, vamos para casa. – Falei um pouco sem ar e tremendo com o frio ela apenas me abraçou chorando e mesmo quase desmaiando com a dor que seu abraço me fez sentir não a larguei.
Ouvimos quando Kenji falou que o local estava cercado que eram para largar as armas e deitarem no chão, aos poucos os barulhos de tiros cessaram, respirei aliviada quando o vi passar pelo galpão nos encontrando atras do carro, sorri ao vê-lo chegar com uma jaqueta térmica e os paramédico virem em minha direção.
_Não! Primeiro ela eu estou bem. _ Não deu tempo de falar nada com Kenji pois me virei para onde Jason estava sendo algemado encostado no carro. _Soltem ele!
Meu tom de voz era tão imperativo que os agentes nem contestaram, mas olharam para Kenji com medo de serem repreendidos, Jason não entendeu nada, mas ao me ver chegar empalideceu. Apertei meu punho com tanta força que meu dedos doeram me aproximei rápido o acertando em cheio com toda minha raiva, o rapaz caiu cuspindo sangue, lhe dei espaço para levantar e o deixei vir para cima de mim, havia um ódio cego em seus olhos ele me acertou um soco do lado esquerdo que mal me tirou do lugar e o acertei no estômago e seguida de uma joelhada no nariz que o fez cair manchando a neve com seu sangue.
_Vamos seu merd* covarde, você não me odeia tanto ao ponto de ameaçar dois inocentes? – Gritei enquanto ele se apoiava nos braços e joelhos tentado levantar-se.
O chutei nas costelas o fazendo deitar de costas na neve sem ar, agarrei seu colarinho o socando com toda força que me restava. _Seu pai teria nojo do homem que se tornou - O soquei novamente- Ele te ensinou tudo e você cuspiu nas memórias dele – meu soco foi forte e preciso que inchou seu olho na mesma hora - Ele foi a melhor pessoa que já conheci, foi o pai que eu precisava – mais um soco- Meu mentor e amigo e jamais deixarei que manche a memória dele assim seu merdinha. O arrastei pelos cabelos sem me importar com a plateia que me olhava sem interferir.
_Está vendo aquele muro ali? Foi ali que ele se jogou em uma bala para me proteger porque eu cometi um erro que custou a vida dele e eu nunca vou me perdoar por isso, mas a única coisa que ele pensou era em fazer o que era certo e a última coisa que ele disse foi que amava você e sua mãe e eu não precisava ter dito isso a você porque seu merd*, ele dizia isso para vocês todos os dias! -Eu gritava com todo ódio, cansaço e dor que eu sentia.
_Não tinha um dia que ele não se gabava do filho brilhante que tinha! - O virei para olhar em sua cara mais uma vez, Jason chorava e se engasgava em seu sangue. _Você não merece o pai que teve, não passa de um lixo vendido, espero que de onde ele esteja não possa ver o tipo de ser humano que você se tornou.
O larguei onde ele estava e sem reagir Jason foi algemado e conduzido ao camburão. Aceitei a jaqueta a colocando com dificuldade, voltei para onde Kenji estava perto de Dália que se ficou assustada com toda a cena não disse nada, apenas encostou as cabeça em meu ombro quando a abracei de lado eu estava exausta. _Porque demorou tanto perdeu toda a diversão falei para Kenji sorrindo e respirando o mais profundamente que eu conseguia.
_Gosto de chegadas dramáticas, me desculpe tivemos empecilhos fora a estrada que está péssima para essas bandas, mas quase que não precisou de ajuda eu vi o caras lá dentro você é o que uma super-heroína disfarçada? – Brincou andando ao meu lado.
_Só quando se trata da minha família. – Ri, mas meu sorriso se perdeu ao lembrar de Mônica. _ O que houve com a Mônica?
_Ainda estamos atras dela, mas não se preocupe já estamos de olho no avião particular dela graça a Mirella e já temos gente em todas as rotas, ela não tem para onde ir. – Kenji abriu a porta do carro para que Dália e eu entrássemos, de longe vi Enzi sendo atendido, mas ele parecia bem.
_Quando a prenderem quero poder conversar com ela se não for pedir muito. – Enzi me encarou pelo retrovisor e negou com a cabeça desacreditado.
_Olha eu vou ter que fazer um belo relatório para explicar sua presença nessa operação viu, lembrando que se Terry te denunciar você pode ser presa por deixar ele parecendo uma batata amassada. – Kenji parecia se divertir com a ideia.
_Tecnicamente eu posso ser presa por porte de armas fora do cumprimento do dever, violência excessiva, descumprimento de afastamento entre outras questões, então não me importo eu deveria era responder pelo assassinato daquela mulher porque é tudo o que eu quero é acabar com ela. – A cada balanço do carro eu via estrelas com a dor em minhas costelas, mas me mantive firme.
_Quanto a sua situação na polícia, seu afastamento foi revogado com a prisão de Terry foi por isso que demorei tanto precisava oficializar que você estava em cumprimento do seu dever aqui, você não merece passar por tudo isso e ainda responder como se a criminosa fosse você não acha? – Kenji sorriu e tirou um peso dos meus ombros.
_Não sei como te agradecer, de verdade! – Falei sentindo o alívio me preencher.
_Ela está mais para super-heroína do que criminosa, obrigada senhor – Dália agarrou em meu braço e parecia querer voltar a chorar.
_Eu que agradeço, a você e a Lisa, sem vocês eu não teria conseguido provas para prender a atual líder de uma das famílias mais criminosas e escorregadias que já tive que lidar.
Ao mencionar Lisa meu coração apertou, eu não tinha notícias dela desde que saí do hospital mais cedo e confesso que não tive como pensar em nada durante o resto do dia até agora, eu não queria pensar no pior e me forcei a pensar positivo, abracei Dália que ainda tremia ao meu lado, não sei se de medo, frio ou os dois, minha família teriam boas horas de terapia pela frente, agora que a adrenalina passava eu sentia como se cada músculo e ossos do meu corpo tivessem sido esfarelado, colado e destruído de novo, tudo doía deitei no colo de Dália para tentar esticar o corpo e aliviar o peso nas costelas enquanto seguíamos pela estrada silenciosa.
Chegamos ao hospital e fomos direto para ala médica onde descobri que estava com duas costelas quebradas e meu ombro havia tido uma luxação então precisei ter as costelas enfaixadas e usar uma tipoia para não sobrecarregar o ombro, comparado ao meu rosto as costelas e o ombro estavam ótimos, levei cinco pontos no supercílio e precisaram drenar e suturar algo na maçã do meu rosto, meu olho direito estava roxo e tão inchado que não o abria fiquei preocupada de perder a visão dele pela gravidade da lesão, meu lábio também havia sido cortado e estava inchado, eu tinha levado uma bela surra os remédios para dor iriam ter que bastar. Assim que a médica acabou de me remendar eu me levantei para ir até a pediatria onde sabia que Arthur estava, mas as portas do quarto foram abertas na hora e meus olhos encararam Carolina que não sabia se ria ou se chorava até vir me abraçar.
_Ai, ai, mi amor devagar. – Precisei reclamar mesmo que quisesse ela grudada comigo, mas agora rir doía.
_Desculpa amor, meu Deus o que fizeram com você... Eu não sei o que dizer amor olha como você está machucada. – As palavras saiam em soluços pelas lágrimas doloridas, elas eram de alívio e dor por tudo que passamos.
_Ei eu estou bem não foi a primeira surra que tomei, mas se acha que estou mal deveria ver como os caras ficaram e sua ex vai precisar de plástica quando eu a pegar assim como Jason. – Sorri ao lembrar da surra que dei nele e ainda sentia que foi pouco, enxuguei suas lágrimas e a aconcheguei no meu ombro bom a acalmando e selamos nossos lábio devagar. _ Acabou mi amor, vai ficar tudo bem agora.
_Acho que nunca vou poder agradecer por ter resgatado o meu... quer dizer, nosso menino eu tive tanto medo de perder vocês que eu nem sei como ainda tenho lágrimas. – Disse agarrada a mim e trinquei os dentes pela fisgada, mas não quis afastá-la nós duas precisávamos daquele momento.
_Eu faria tudo de novo pela minha família. – A encarei juntando nossas testas e sentindo seu cheiro e calor. Eu amo vocês mais que a minha vida mi amor.
_Eu te amo tanto Rubí que não cabe em mim. – Sussurrou me fazendo fechar o olho.
Selamos nosso lábios e precisei reclamar novamente, e rimos com a minha fragilidade, ouvi batidas na porta e minha mãe estava lá parada me encarando como se não soubesse o que dizer ou fazer, Carolina sussurrou que iria ver como Dália estava e incentivou minha mãe a entrar.
_Mamá eu... –
Não tive tempo para terminar a frase minha mãe caminhou até mim e percebi que chorava e aquilo me deixou sem reação ela me pegou delicadamente trazendo minha cabeça para perto do seu peito como se eu fosse de vidro e minha única reação foi abraçá-la o mais forte que meu corpo permitia, depositei naquele abraço anos de afastamento, saudade, pesar e amor, por um momento eu não era mais a detetive Rubí e sim a pequena Bibí que amava aquele colo e seu conforto.
_Desculpe mi hija, me desculpe eu não sei o que eu faria se perdesse vocês duas, mas obrigada por se arriscar e salvar sua irmã eu nunca poderei agradecer o suficiente por você ser exatamente quem é. - Ela me afastou para olhar em meus olhos e secar meu rosto prestando atenção em cada traço e machucado que a fazia chorar mais ainda. _ Eu tenho muito orgulho da mulher que você se tornou e eu a amo mais que a minha vida, sabe disso, não sabe?
_Sí mamá, me desculpe por ser tão teimosa. -Falei fungando.
_Você tem a quem puxar, mas eu ainda odeio seu trabalho, mas sei que é a melhor no que faz e isso sempre me orgulhou muito minha pequena arteira. – Rimos de meu apelido e nos abraçamos por mais um tempo enfim tudo tinha acabado.
Fim do capítulo
Eu amei escrever esse capitulo!!!
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Lea
Em: 03/01/2025
Estou igual a Carolina, não sei se choro ou se rio.
Quanta tensão, adrenalina,medo de a qualquer momento eles matassem a Dália,e/ou a Rubí,o Enzi.
Rubí tem os melhores amigos de uma vida toda.
Mônica ainda vai conseguir fugir, espero que não.
E a Mirella,a garota merece muito ser reconhecida por tudo que fez. Ela foi muito heroína.
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