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HERDEIRO DA VINGANCA por Naahdrigues

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Palavras: 3241
Acessos: 643   |  Postado em: 13/12/2024

CAPÍTULO V

 

O carro deslizou suavemente pelo longo caminho de pedras que levava à entrada principal da mansão de Pilar Venture. Kiara, encostada na janela, ficou boquiaberta ao ver a magnitude do lugar. O jardim era deslumbrante, com flores de todas as cores, arbustos perfeitamente podados e uma fonte no centro que parecia saída de um conto de fadas. Por um momento, ela se perguntou se estava em uma chácara ou em um palácio.

 

Quando o carro parou aos pés dos degraus da escada, Kiara viu uma senhora de cabelos grisalhos bem presos e um sorriso acolhedor no rosto. Vestindo um uniforme impecável, a governanta aguardava pacientemente. Assim que Kiara saiu do carro, a mulher aproximou-se com um ar maternal.

 

— Seja bem-vinda, senhorita Kiara. Sou dona Maria, a governanta da casa. Se precisar de algo, estarei à disposição. — A voz era gentil, mas cheia de calor.

 

Kiara tentou sorrir, mas o peso da situação era evidente em sua expressão. Dona Maria notou de imediato.

 

— Não se preocupe, querida. Sei que é difícil estar longe de casa, mas prometo que farei o possível para que se sinta confortável aqui. — A mulher colocou uma mão leve no ombro de Kiara, tentando tranquilizá-la.

 

A jovem apenas assentiu, ainda um pouco atordoada com tudo aquilo. Enquanto dona Maria a guiava para dentro da mansão, Kiara olhou mais uma vez para o jardim, pensando que, apesar de toda a beleza ao redor, aquele lugar ainda parecia uma prisão.

 

Enquanto caminhavam pelo imenso corredor da mansão, Dona Maria seguia ao lado de Kiara, notando o olhar distante da jovem, que observava tudo com uma mistura de admiração e desconforto. O silêncio era quebrado apenas pelo som dos passos ecoando no chão de mármore.

 

— É uma casa grande, não é? — Dona Maria comentou com um sorriso gentil, tentando iniciar uma conversa.

 

— É enorme... — Kiara respondeu, a voz quase um sussurro. — Nunca vi algo assim.

 

Dona Maria assentiu, compreendendo o impacto que aquilo poderia ter em alguém que, claramente, não queria estar ali.

 

— Sei que pode parecer assustador no início, mas com o tempo você se acostuma. — A governanta olhou para Kiara com ternura. — E saiba que, dentro desta casa, você não está sozinha.

 

Kiara olhou para ela, surpresa com o tom acolhedor.

 

— Obrigada, dona Maria. Mas... — Ela hesitou. — Eu nem sei por que estou aqui. Tudo parece... fora de controle.

 

A governanta parou em frente à porta do quarto e virou-se para encarar Kiara com suavidade.

 

— Às vezes, a vida nos coloca em situações difíceis, querida. Mas o mais importante é como enfrentamos esses momentos. — Ela tocou de leve o braço da jovem. — Você tem força, eu vejo isso nos seus olhos.

 

Kiara desviou o olhar, sentindo-se vulnerável.

 

— Eu só queria estar com a minha família... com o meu pai no hospital.

 

Dona Maria suspirou, compreendendo o peso das palavras.

 

— Pilar tem maneiras rígidas de lidar com as coisas, mas ela não faz nada sem motivo. — Sua voz era firme, mas carinhosa. — Confie em si mesma, e não se deixe abater. Se precisar de alguém para conversar, estarei aqui.

 

Kiara forçou um pequeno sorriso, sentindo, pela primeira vez desde que chegou, um fio de conforto.

 

— Obrigada, dona Maria. Isso significa muito.

 

A governanta sorriu, abrindo a porta do quarto.

 

— Agora, descanse um pouco. Este quarto é seu, e espero que se sinta em casa. Se precisar de algo, basta me chamar.

 

Kiara entrou no quarto, olhando ao redor. Sentiu um nó na garganta, mas o olhar acolhedor de dona Maria a fez se sentir um pouco menos sozinha.

 

Cada detalhe parecia ter sido cuidadosamente pensado: a cama king-size impecavelmente arrumada, os móveis de luxo, e a luz suave que entrava pela ampla janela. Ela caminhou devagar, absorvendo tudo, até que seus olhos pousaram em uma porta entreaberta. Curiosa, aproximou-se e, ao abri-la, ficou boquiaberta.

 

— Meu Deus... — murmurou, incrédula, ao ver o closet. Era imenso, com prateleiras e araras cheias de roupas de grife, sapatos alinhados em ordem perfeita, e bolsas que ela sabia valerem pequenas fortunas. — Isso... isso é inacreditável!

 

Dona Maria, que a observava da porta, sorriu levemente.

 

— Gostou? — perguntou, com o tom acolhedor de sempre.

 

Kiara virou-se, os olhos ainda cheios de espanto. — De quem... de quem é tudo isso? — perguntou, a voz trêmula.

 

Dona Maria deu alguns passos em direção a ela. — É seu, querida. A senhora Pilar mandou preparar tudo especialmente para você.

 

Kiara arregalou ainda mais os olhos. — Meu? — balbuciou, quase sem acreditar. — Por quê? Eu... eu não pedi nada disso.

 

Dona Maria sorriu com ternura. — Pilar é uma mulher de gestos grandiosos. Quando ela decide cuidar de alguém, faz isso à sua maneira. — Ela fez uma pausa, observando a expressão confusa de Kiara. — Pode parecer estranho, mas ela quer que você se sinta confortável aqui... ou, talvez, que você compreenda o tipo de mundo que está prestes a conhecer.

 

Kiara passou os dedos delicadamente por um dos vestidos, sentindo o tecido fino. — Não faz sentido... — sussurrou, quase para si mesma. — Ela mal me conhece.

 

Dona Maria assentiu. — Às vezes, Pilar enxerga além do que demonstramos. — Ela colocou a mão no ombro da jovem. — Não se sinta pressionada. Essas coisas materiais não definem quem você é. Use o que quiser, quando quiser. O mais importante é você se sentir bem.

 

Kiara suspirou, sentindo um misto de gratidão e desconforto. — Obrigada, dona Maria. Não sei o que pensar.

 

A governanta apertou o ombro dela com carinho. — Não se preocupe, minha menina. Dê tempo ao tempo. — E, com um sorriso caloroso, completou: — Vou deixar você à vontade. Se precisar de qualquer coisa, é só me chamar.

 

Kiara assentiu, observando a mulher sair do quarto. Voltou a olhar para o closet, ainda tentando processar tudo aquilo. Um turbilhão de emoções a envolvia, mas, no fundo, algo lhe dizia que a convivência com Pilar Venture seria mais complicada do que imaginava.

 

Quando Pilar adentrou o prédio imponente da VS Dealership, um silêncio sepulcral tomou conta do ambiente. Todos os funcionários trocaram olhares nervosos, o pânico evidente em cada rosto. A fama dela a precedia: rude, autoritária, e implacável. O som de seus saltos ecoava no mármore do saguão, cada passo soando como um aviso de tempestade iminente. Ninguém ousava cruzar seu caminho.

 

Naquela tarde, a tensão se intensificou quando Pilar encontrou Nicolle aguardando no lobby. Nicolle era uma das suas várias companhias casuais, mas entre todas, talvez fosse a mais persistente. Vestida em um elegante vestido vermelho que realçava suas curvas, a pele mulata reluzia sob a iluminação do saguão, e os olhos de Nicolle brilhavam com uma mistura de determinação e mágoa.

 

Pilar ergueu a sobrancelha, claramente irritada pela surpresa. Ela detestava ser seguida ou, pior, contrariada. O controle era sua marca registrada, e qualquer tentativa de desafiá-la era recebida com frieza.

 

— O que você está fazendo aqui? — a voz de Pilar cortou o ar, fria como gelo, enquanto cruzava os braços, o olhar afiado como uma lâmina.

 

Nicolle deu um passo à frente, a voz carregada de emoção.

 

— Precisamos conversar, Pilar. — A vulnerabilidade em seu tom era palpável. — Você não pode simplesmente me tratar como descartável.

 

Pilar inclinou a cabeça, um sorriso sarcástico curvando seus lábios.

 

— E o que você espera? Que eu minta? Que finja sentimentos que não existem? — Sua voz pingava veneno. — Já te disse: você é boa na cama, Nicolle. Mas é só isso.

 

Os olhos de Nicolle se encheram de lágrimas, que ela lutava para conter. Sentia-se humilhada, mas sua paixão por Pilar a impedia de recuar.

 

— Eu te amo! — Sua voz tremia, mas sua determinação não cedia. — Sei que, no fundo, você sente algo por mim. Esse casamento com a Kiara é só por interesse, Pilar. Eu posso te dar algo real. Eu posso te dar amor.

 

Pilar bufou, impaciente, aproximando-se perigosamente. Seus olhos penetravam os de Nicolle, o rosto a milímetros do dela.

 

— Amor? — Sua voz era quase um sussurro, carregada de desprezo. — Eu não quero amor, Nicolle. Quero poder. Quero controle. Kiara vai me dar isso. Ela é a chave para um império que você nem pode imaginar. E você? — Seus olhos a percorreram de cima a baixo. — Você é apenas entretenimento.

 

A humilhação transbordou em Nicolle. Em um impulso desesperado, levantou a mão para dar um tapa em Pilar, mas a executiva, com reflexos afiados, segurou seu pulso no ar, apertando-o com firmeza.

 

— Cuidado, Nicolle. — A voz de Pilar baixou, tornando-se uma ameaça velada. — Você não quer entrar em guerra comigo.

 

Ela soltou o pulso da mulher, dando-lhe um olhar de desprezo final antes de se afastar. Dirigiu-se ao elevador com passos decididos, sem olhar para trás, como se Nicolle não passasse de uma sombra sem importância.

 

Nicolle ficou ali, paralisada, o coração pesado. Sentia-se como um objeto descartado, uma marionete cujos fios haviam sido cortados. Mas, em meio à dor, uma centelha de desafio surgiu em seus olhos. Ela ainda não havia desistido — não completamente. Pilar podia pensar que tinha o controle, mas a batalha estava longe de terminar.

 

Pilar atravessou a recepção com a mesma imponência de sempre. O salto de seus sapatos ecoava pelo hall, e os olhos determinados por trás dos óculos escuros não deixavam margem para dúvidas: Pilar Venture estava no comando. A secretária caminhava apressada ao seu lado, atualizando-a sobre os acontecimentos da manhã.

 

— Senhora Venture, tivemos algumas solicitações de clientes importantes que já foram encaminhadas, e o senhor Ricardo está aguardando para tratar da transição. Todos já estão na sala de reuniões — informou a secretária, quase sem fôlego.

 

Pilar assentiu brevemente. — Ótimo. Vamos acabar com isso de uma vez.

 

Ao abrir as portas da sala de reuniões, um silêncio respeitoso se instaurou. Todos se levantaram levemente, demonstrando respeito. Pilar fez uma varredura pelo ambiente com seu olhar afiado, o poder transbordando de cada gesto.

 

— Boa tarde — cumprimentou, com um tom firme, enquanto tomava seu lugar na cabeceira da mesa.

 

A reunião começou de imediato. As discussões giraram em torno do rombo financeiro deixado por Alceu, o que exigia uma reestruturação urgente. Pilar conduzia tudo com uma firmeza implacável.

 

— Ricardo será o novo responsável pelo setor — anunciou, sem rodeios. — Confio que saberá lidar com a situação e recuperar a estabilidade que foi comprometida.

 

Após a reunião, Pilar se retirou, acompanhada de Bianca. Ambas seguiram até o amplo escritório da CEO. Ao entrar, Pilar finalmente relaxou os ombros, soltando um suspiro. Bianca, que a conhecia há anos, observava-a com um sorriso discreto.

 

— E então, Pilar? — começou Bianca, com um tom curioso. — Como foi o reencontro com a fugitiva em Milão? — brincou, referindo-se a Kiara.

 

Pilar removeu os óculos escuros, colocando-os sobre a mesa, e esfregou as têmporas com os dedos. — Um desastre, como você pode imaginar — respondeu, o tom seco, mas com um brilho oculto nos olhos. — Ela é teimosa... mas isso não me surpreende.

 

Bianca sorriu, sentando-se à frente da amiga. — Você sempre gostou de desafios. E essa garota... parece ser um dos maiores.

 

Pilar encarou-a por um momento, antes de responder: — Não é só teimosia. Ela tem uma força que me intriga. Apesar de tudo, fugiu para escapar de mim. Uma tola! — Fez uma pausa, pensativa. — Ela ainda não percebe o quanto está envolvida nisso tudo.

 

Bianca inclinou a cabeça, observando a amiga. — E você? O que pretende com ela?

 

Pilar arqueou uma sobrancelha. — Usar... Proteger .... Moldar... e fazer com que ela seja a minha encubadora. — respondeu, com um leve sorriso enigmático. — Ainda não decidi direito.

 

Bianca riu baixinho. — Você é impossível. Só espero que saiba no que está se metendo.

 

Pilar encarou o horizonte pela grande janela do escritório. — Eu sempre sei, Bianca. Sempre sei.

 

Pilar ajeitou-se em sua cadeira de couro, cruzando as pernas e olhando fixamente para Bianca, que folheava alguns documentos em sua frente. Com um toque de impaciência, Pilar ajustou o relógio em seu pulso e lançou a pergunta:

 

— E o contrato que solicitei pelo telefone? — Sua voz soou controlada, mas havia um tom de urgência subjacente.

 

Bianca levantou os olhos, surpresa pela mudança repentina de assunto, e respondeu com cautela: — Estou finalizando os detalhes, Pilar. Mas... você tem certeza de que quer ir adiante com isso? É algo muito delicado.

 

Pilar inclinou-se para frente, os olhos estreitados. — Não quero dúvidas, Bianca. Quero tudo bem amarrado. Esse contrato precisa ter cláusulas claras. Kiara ficará presa a mim até me dar o que quero.

 

Bianca franziu o cenho, desconfortável. — E você quer especificar exatamente isso?

 

— Sim — afirmou Pilar, sem hesitação. — Quero que conste que ela deve permanecer sob minha proteção até que cumpra a obrigação de me dar um filho. E mais: depois que a criança nascer, ela não poderá ter qualquer contato com ele. Nenhum.

 

Bianca arregalou os olhos, surpresa com a frieza de Pilar. — Pilar, isso pode ser... complicado. Estamos falando de algo sério, envolver uma criança...

 

— Não me importa o que você acha complicado — cortou Pilar, com firmeza. — Preciso desse contrato para garantir que tudo ocorra como planejei. Kiara não tem escolha.

 

Bianca respirou fundo, organizando mentalmente o que precisava ajustar. — Entendo. Vou garantir que todas as cláusulas sejam rigorosas. Mas... você já pensou no impacto disso? Na reação dela? Ela vai gerar uma criança, vai adquirir amor.

 

Pilar esboçou um sorriso frio. — Não é um jogo de emoções, Bianca. É uma questão de controle. E Kiara... vai aprender a obedecer.

 

Bianca assentiu, mas a inquietação estava visível em seu rosto. — Cuidarei disso, então. O contrato estará pronto em breve.

 

Pilar recostou-se novamente na cadeira, o olhar distante. — Ótimo. Quero tudo perfeito. Não aceito falhas.

 

Bianca fechou a pasta lentamente, apoiando-a na mesa, e olhou para Pilar com uma expressão séria. Sua voz soou mais suave, quase hesitante:

 

— Pilar... e se, durante esse tempo, vocês se apaixonarem? Já pensou nessa possibilidade?

 

Pilar levantou uma sobrancelha, soltando um riso baixo e irônico, como se a ideia fosse absurda.

 

— Apaixonar? — Ela balançou a cabeça, descrente. — Não seja ingênua, Bianca. Isso aqui não é um conto de fadas. Kiara é apenas uma peça no meu plano.

 

Bianca manteve o olhar firme, desafiando a frieza da amiga. — Mas você não é feita de ferro, Pilar. E a Kiara... Ela é jovem, intensa. Você foi até Milão buscá-la. Alguma coisa nela, mexeu com você, não?

 

Pilar desviou o olhar, fixando-o na janela, onde a cidade se estendia imponente. Seus dedos tamborilavam levemente no braço da cadeira, um sinal de desconforto raro.

 

— Não confunda desejo com amor, Bianca. — Sua voz estava mais baixa, quase como se tentasse convencer a si mesma. — Ela só precisa cumprir o que foi determinado. Depois, cada uma segue seu caminho.

 

Bianca inclinou-se um pouco mais para frente, desafiadora: — E se não for assim tão simples? Se, no meio desse jogo, você perceber que não quer que ela vá embora?

 

Pilar encarou Bianca, seus olhos frios e calculistas suavizando-se por um breve instante, como se a pergunta tivesse atingido algo profundo. Mas, em um piscar de olhos, ela voltou a erguer a máscara de controle.

 

— Isso não vai acontecer. — Sua voz foi firme, definitiva. — Sentimentos são fraquezas que não posso me permitir. Não agora.

 

Bianca suspirou, sabendo que, por mais que Pilar negasse, algo já estava diferente. — Só tome cuidado, Pilar. Às vezes, o destino prega peças.

 

Pilar lançou um olhar cortante para Bianca, sua voz carregada de irritação.

 

— Deixe de bobagens, Bianca. Não venha me irritar com essas ideias ridículas logo agora. — Ela pegou o telefone na mesa, encerrando bruscamente a conversa. — Kiara precisa aprender muitas coisas, e não tenho tempo para essas fantasias.

 

Bianca abriu a boca para retrucar, mas desistiu ao ver Pilar já discando um número. A CEO, com o tom autoritário de sempre, aguardou a ligação ser atendida.

 

— Boa tarde, Helena. É Pilar Venture. Preciso dos seus serviços mais uma vez. — Uma pausa breve enquanto a consultora de etiqueta respondia do outro lado. — Quero que você dê aulas particulares para uma jovem. Preciso que ela aprenda tudo: postura, comportamento social, vestuário... Quero que ela seja uma verdadeira lady.

 

Bianca cruzou os braços, observando Pilar.

 

— Sim, Helena, exatamente. O mais breve possível. Estarei pagando generosamente, como sempre.

 

Ao desligar, Pilar se recostou na cadeira, os olhos fixos em Bianca.

 

— Kiara será moldada à perfeição. Não aceito menos que isso.

 

Bianca, ainda relutante, murmurou:

 

— Você está realmente disposta a fazer isso...

 

Pilar sorriu de lado, fria.

 

— Cada detalhe deve ser impecável, Bianca. E Kiara será exatamente como eu quero.

 

Bianca riu, balançando a cabeça enquanto se levantava da cadeira.

 

— Você, Pilar Venture, encarregada de transformar alguém em uma lady? Isso eu preciso ver. — Sua voz carregava um tom divertido e afetuoso, como quem não acreditava totalmente na seriedade da situação.

 

Pilar franziu o cenho, tentando manter sua expressão severa, mas não conseguiu evitar um pequeno sorriso no canto dos lábios.

 

— Vá embora, Bianca. Já me tomou tempo demais. — Sua voz ainda firme, mas com um leve toque de cansaço.

 

Bianca pegou sua bolsa e, antes de sair, olhou para a amiga com um brilho perspicaz nos olhos.

 

— Só tome cuidado, Pilar. Às vezes, o destino tem formas curiosas de nos desafiar. — Ela fez uma pausa, a mão na maçaneta. — E se durante esse tempo vocês se apaixonarem?

 

Pilar desviou o olhar, fixando-se na janela, tentando ignorar o peso das palavras de Bianca.

 

— Não seja ridícula. Isso nunca vai acontecer.

 

Bianca apenas sorriu, deu um aceno de despedida e saiu, deixando Pilar sozinha na sala ampla e silenciosa. O eco da porta se fechando parecia carregar a pergunta que pairava no ar.

 

Pilar recostou-se na cadeira, seus dedos tamborilando lentamente sobre a mesa. Olhou para o vazio, perdida em pensamentos. As palavras de Bianca ressoavam em sua mente, trazendo uma inquietação que ela não estava acostumada a sentir.

 

— Apaixonar? — murmurou para si mesm

a, quase como se estivesse descartando a ideia. Mas a semente da dúvida já havia sido plantada, e por mais que Pilar tentasse ignorar, sabia que o jogo que estava prestes a começar poderia ser mais perigoso do que imaginava.

 

 

 

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Buenas noches!

Tenham um ótimo fim de semana, curtam muito, até qualquer momento.


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Comentários para 5 - CAPÍTULO V:
Dressa007
Dressa007

Em: 17/12/2024

Só  quero vê  ela engolir tudo o que disse ...


Naahdrigues

Naahdrigues Em: 22/12/2024 Autora da história
Será que vai?


Responder

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Lilian Santos
Lilian Santos

Em: 16/12/2024

Qualquer coisa ela rasga o contrato, simples assim! 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mmila
Mmila

Em: 14/12/2024

Um contrato muito arriscado, será mesmo caminho........ 

Muito boa a história autora.

Parabéns.

Responder

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