capitulo vinte e cinco: uma advogada em uma missao
Quarto quatrocentos e trinta e sete. Um hotel discreto, quase escondido, a poucos minutos da firma. Coincidentemente — ou não —, era o mesmo hotel onde diversas faturas do cartão de crédito do Dr. Proetti haviam sido registradas. Perspicaz que sou, não hesitei em subornar a recepcionista. Alguns sorrisos estratégicos e uma singela ameaça, e o número do quarto chegou até mim.
Agora, o cartão de visitas do hotel repousa na minha mão, o número rabiscado com a pressa de quem tem algo a esconder. Estou sentada à minha mesa, observando o papel como se ele fosse capaz de me responder à pergunta que não sai da minha cabeça: contar ou não contar à Dra. Baldez?
Ligo para o ramal de Diana e peço, por gentileza, que venha até a minha sala. Ela não era minha secretária, mas era secretaria da Dra Baldez e se não me engano, sua amiga. Ela iria me dizer o que fazer.
Ela chega a minha sala como um jato, já se justificando:
— Não posso demorar muito, Dra Anna. Não posso me ausentar por muito tempo da porta dela.
— Leia isso. — Entrego as faturas de cartão e alguns outros documentos financeiros. Viagens, casas, apartamentos, tudo em nome de Gustavo Proetti. Ela folheia os documentos boquiaberta com aquilo.
— Então a história do câncer da Cecília é mentira? — Pergunta, perplexa.
— É verdade, mas ele está enganando a esposa moribunda também. Veja essa loja de jóias, olha o valor exorbitante.
— Anna... — põe a mão na boca e em seguida, passa a mão pelos cabelos, nervosa. — O que vai fazer com isso?
— Tem milhares de coisas que eu quero fazer, Diana. — Digo sombria — Acha que ela acreditará?
— Ela tem que ser forte, Anna. Querendo ou não, ela tem que enxergar a verdade. Ela precisa saber a verdade, ela não pode dar segundas chances.
— Vou entregá-lo. — Digo, já me levantando.
— Espera.
— Qual sua ideia?
— Leve-a lá. Vá com ela. Se ela precisa descobrir algo, deixe que veja com os próprios olhos.
— Tenho vontade de socá-lo só de saber o quanto ela vai sofrer com isso — Digo, fechando meus punhos como se pudesse enchê-lo de pancada naquele momento.
— Se acalme. Ela precisará dos amigos. Se ela te levou para casa dela, ela te considera amiga dela. E ela também vai precisar dos aliados.
— Você acha que o conselho ficará ao lado dela? Mesmo o conselho sendo composto pela maioria da família dele? — Pergunto
— Minha preocupação é como nossa reputação como empresa vai ficar. Se isso vier à tona, iremos mal nos negócios. Ela vai precisar de apoio, Anna. Isso aqui é a vida dela, ela construiu isso. Não é justo.
— Maldito! — Esbravejo — Faz o seguinte — digo, inclinando-me levemente sobre a mesa. — Me diz qual é o café favorito dela. Aquele que você sempre traz do Starbucks. Vamos tentar fazer isso ser o menos doloroso possível.
Diana me lança um olhar cético, quase incrédulo.
— Um café vai fazer ser menos doloroso?
Firmo o olhar nela, como quem não aceita objeções.
— Café é reconfortante. E ela vai precisar disso agora. — Minha voz sai firme, mas há um peso silencioso nela.
Por alguns segundos, Diana parece ponderar, mas, por fim, solta um suspiro resignado.
— Caramelo macchiato. Duplo. Sem chantilly.
Anoto mentalmente e pego minha bolsa em um movimento rápido.
— Obrigada. Volto em breve.
Saio sem perder tempo, a ideia do café sendo minha única forma de me agarrar a alguma gentileza no meio desse caos. A notícia que eu estava prestes a dar não tinha como ser boa, e, no fundo, eu sabia que o café não resolveria nada. Mas talvez, por um instante, fosse suficiente para amansar a tempestade que estava prestes a cair. Talvez não fosse uma tempestade, fosse uma chuva de meteoro.
Chego na porta da sala da Dra Baldez e Diana me dá um aceno com a cabeça, liga para ela e me anuncia. Entro e ela está sentada em sua mesa fazendo algumas anotações em um documento. Quando entro em sua sala com dois cafés, ela franze a testa.
— Temos uma reunião e não estou sabendo? – sorri
Estendo o café para ela e sento-me na macia cadeira em sua frente, me recostando para que eu fique o mais confortável possível.
— Como você está? – Pergunto pra ela, que imediatamente aceita o café e já bebe o líquido.
— Agora estou maravilhosamente bem, como adivinhou? — Ela diz se referindo ao café
— Diana me disse.
— Vocês duas... Daqui a pouco estão fazendo complô contra mim. — Dá um meio sorriso e balança a cabeça negativamente, volta a escrever nos documentos e eu observo seus gestos em silêncio. Tomo um gole generoso do meu café, como se aquilo fosse me dar coragem para dizer.
— Roberta... — Chamo pelo nome, deixando minha voz firme.
Ela para imediatamente de escrever, ajeita os óculos e me lança um olhar atento.
— Anna... — suspira longo, fechando os olhos por um breve momento. — Você tem respostas.
— Eu preciso que venha comigo a um lugar na hora do almoço.
— Tenho uma reunião com um dos sócios seniores.
— Cancele. — Minha voz é direta, sem margem para negociação.
Ela estreita os olhos, surpresa, e leva a mão ao queixo, apoiando-o enquanto me analisa.
— Você está me assustando... É grave?
— Eu descobri o que a gente estava procurando. Não é uma coisa boa. Preciso que veja com seus próprios olhos.
Seu olhar endurece, os dedos tamborilando levemente sobre a mesa.
— O que você encontrou sobre Gustavo?
Antes que eu possa responder, a porta se abre repentinamente. Ambas nos sobressaltamos. Era ele.
Sinto meu estômago revirar de raiva. Que ódio! Que imbecil! Como tem a cara de pau de entrar sem ser anunciado? Será que ele ouviu algo da nossa conversa?
— Dra. Baldez. — Gustavo pigarreia, ignorando nosso evidente desconforto. — Desculpe interromper. Aqui estão os documentos que pediu sobre a reunião dos sócios seniores. Como você disse que era urgente, resolvi trazer pessoalmente.
Roberta ergue o olhar, impassível, mas sua voz é cortante.
— Obrigada, Proetti. Mas, da próxima vez, deixe Diana anunciá-lo.
Ele dá de ombros, com um sorriso irritante.
— Não a suporto. Não faço a mínima questão de falar com ela.
A Dra. Baldez solta a caneta sobre a mesa e cruza as mãos, inclinando-se ligeiramente à frente. Sua voz sai gélida.
— Gustavo, veja bem: você tem quantos anos?
Ele franze o cenho, surpreso com o tom dela.
— Como?
— Você é sócio fundador desta empresa, além disso, sócio-gerente. Quando vai começar a se comportar como tal?
Gustavo estreita os olhos, visivelmente desconfortável na minha frente, mas tenta manter a compostura.
— É exatamente por isso que eu faço as coisas do meu jeito. Diana é subordinada, e trato subordinados como eu quiser.
Meu sangue ferve com a arrogância dele, mas fico em silêncio, aguardando o próximo movimento de Roberta. Ela ajusta os óculos novamente, os olhos brilhando de irritação, como se estivesse decidindo a melhor forma de colocá-lo em seu devido lugar. Sua expressão se torna ainda mais séria, a voz afiada como uma lâmina de corte rápido da Tramontina:
— Tratar como quiser? Que mentalidade arcaica é essa, Gustavo? Isso aqui não é o seu playground, e Diana não é sua criada. Ela é minha assistente, e se tem algo que você não gosta nela, guarde para você.
Ele ri, mas é uma risada nervosa, forçada.
— Roberta, não seja tão rígida. Eu só vim trazer os documentos, afinal, isso é o que importa, não?
— O que importa, Proetti, é que você respeite a ética profissional. Não vou repetir isso. E agora, se já entregou os documentos, está dispensado.
A tensão na sala é palpável, mas ele engole a contrariedade e se levanta, ajeitando o paletó como se tentasse recuperar um pouco da dignidade.
— Claro, Dra. Baldez. Tenha um bom dia.
Quando ele sai, Roberta solta um suspiro pesado, como se precisasse expurgar a energia que Gustavo havia trazido. Passa a mão pelos cabelos e me encara.
— Bem, isso só confirma que você deve ter algo sério. Ninguém aparece assim do nada sem um motivo.
Meu coração ainda bate forte, mas eu respiro fundo para recobrar o foco.
— Sim, Roberta. É sério. E, depois dessa cena, tenho ainda mais certeza de que você precisa ver isso com seus próprios olhos.
Ela pega o café na mesa, toma um gole longo e me observa com intensidade.
— Tudo bem, Anna. Vamos a esse lugar no horário do almoço. Mas quero a verdade completa. Nada de me poupar.
— Não se preocupe. — Minha voz sai mais firme do que eu esperava. — A verdade é tudo o que eu tenho para te mostrar.
Depois de sair da sala da Dra. Baldez, a tensão em meu corpo parece finalmente começar a ceder. Sinto meus ombros relaxarem levemente, como se o peso que carreguei nos últimos minutos tivesse diminuído — mas ainda não desaparecido por completo.
Decido descer até o 12° andar, rumo à sala de Fernanda. Preciso vê-la, nem que seja por um instante, apenas para me ancorar em algo mais leve. Dou uma batida singela na porta e ouço sua voz firme:
— Entre.
Abro a porta e, para minha surpresa, não estamos sozinhas. Roberto estava lá, sentado de forma casual, mas com aquele sorriso carregado de autoconfiança que sempre me irritou.
— Olha só, quem resolveu aparecer — ele diz, antes mesmo de Fernanda ter a chance de falar.
Fernanda estava em pé ao lado de sua mesa, parecendo levemente desconfortável.
— Anna, preciso de cinco minutos. Roberto estava me atualizando sobre o caso dos Vasconcelos.
— Claro, não quero atrapalhar — digo, mantendo a voz neutra, embora algo no olhar de Roberto, tão cheio de autoridade falsa, me irrite mais do que deveria.
— Não é uma intromissão — ele diz, levantando-se com um ar teatral. — Já estávamos terminando. Não é, Fernanda?
— Sim — ela responde rapidamente, com seu tom cortante. — Depois reviso os detalhes e te envio por e-mail, Roberto.
Ele assente, mas faz questão de se demorar mais um segundo, lançando um olhar entre mim e Fernanda, como se estivesse avaliando algo. Então, abre sua maldita boca para dizer:
— E Beatriz, como vai?
E sai, fechando a porta atrás de si.
Fernanda solta um suspiro, apoiando-se na borda da mesa.
— Roberto sempre consegue me tirar do sério.
Dou um sorriso amarelo, envergonhada por ele ter perguntado sobre ela na frente de Fê
— Ele parece se esforçar para isso. Idiota! – Reviro os olhos
Ela sorri de volta, mas há algo no olhar dela — um cansaço, talvez. Digo, com um tom mais suave:
— Você está bem?
— Eu que deveria perguntar isso. Você parece tensa. – Foge da pergunta após o nome de Bia ter sido mencionado.
Dou de ombros, tentando não transparecer muito.
— Dia complicado. Mas agora ficou melhor.
Fernanda arqueia uma sobrancelha, mas não diz nada. Apenas pega sua xícara de café da mesa e toma um gole, enquanto seu olhar permanece fixo em mim, como se tentasse decifrar algo.
— Desembucha. – Ela diz, sendo direta.
— O que? – Me faço de desentendida
— Tem alguma coisa acontecendo. — Ela fareja, como um dachshund
— Tem, mas não é um assunto para ser tratado aqui – Pigarreio, girando meu dedo ao redor para que ela possa entender que estou falando da empresa.
— Ok, vamos falar de um assunto que deve ser tratado aqui.
Ela se levanta, abre a porta e olha para os dois lados, em seguida a tranca. Vem caminhando em direção à cadeira que estou sentada e se senta no meu colo, envolvendo suas mãos em meu pescoço, em seguida roça seu rosto no meu, me embriagando com aquele cheiro de perfume doce, mas suave que ela tem.
— Fernanda... — finjo a repreender — Isso é assunto para ser tratado aqui?
Ela não fala nada, apenas puxa minha nuca e me cala com um beijo suave, sua língua dança com a minha em passos lentos, o que vai acendendo meu corpo aos poucos, coloco a mão em sua panturrilha e vou subindo lentamente até encontrar sua coxa por debaixo da sua saia social. Ela vai abrindo lentamente os botões da minha camisa enquanto mordisca meu lábio inferior.
— Fernanda... — murmuro contra seus lábios, tentando manter algum resquício de autocontrole.
— Shh... — ela sussurra, sua voz um misto de provocação e desejo, enquanto seus dedos habilidosos continuam desfazendo os botões da minha camisa, como se tivessem todo o tempo do mundo.
Porr*.
O calor de sua pele contra a minha é insuportável. Sua boca deixa a minha para trilhar um caminho suave até meu maxilar, descendo pelo meu pescoço em beijos leves e calculados, enquanto sua respiração quente provoca arrepios por todo o meu corpo.
Minhas mãos, que antes hesitavam, agora exploram sua coxa com mais firmeza, sentindo a textura da pele por baixo do tecido. Ela inclina a cabeça para trás, soltando um suspiro baixo que faz meu coração acelerar ainda mais.
— Você sabe que estamos na empresa, certo? — digo entre beijos, tentando manter alguma racionalidade, mas minha voz sai entrecortada e fraca.
Ela ri, uma risada baixa e cheia de malícia.
— Então me diga para parar.
Olho para ela, seus olhos brilhando de desejo, e sei que não há a menor chance de pedir isso. Minha resposta vem em forma de ação: minhas mãos a puxam ainda mais para perto, segurando firme em sua cintura, enquanto nossas bocas se reencontram com urgência.
O som do telefone tocando sobre sua mesa nos faz congelar. Ambas olhamos na direção do aparelho, ofegantes, como se o mundo tivesse se lembrado de nós de repente.
Fernanda solta um riso abafado, ainda sentada no meu colo, os lábios inchados e os olhos cheios de diversão.
— Parece que nossa pausa acabou.
— Você acha? — pergunto, sarcástica, ainda tentando recuperar o fôlego.
Ela se levanta lentamente, alisando a saia enquanto me lança um olhar cheio de promessas.
— Mais tarde... continuamos esse assunto.
Eu fico ali, sentada, o calor ainda pulsando pelo meu corpo enquanto a observo atender o telefone com a naturalidade de quem não estava prestes a quebrar todas as regras há poucos segundos.
Fernanda me lança um sorriso por sobre o ombro enquanto fala ao telefone, e eu me pergunto se conseguiria focar em qualquer outra coisa pelo resto do dia.
XxXx
O relógio marca 12h05 quando me encontro novamente no 14º andar, parada em frente à porta da sala da Dra. Baldez. Meu coração está acelerado, mais pelo que está por vir do que pela corrida mental que minha manhã foi. O café que dei a ela horas atrás parece ser uma memória distante agora.
Diana, ao me ver chegar, levanta os olhos de sua mesa e faz um leve aceno de aprovação.
— Ela já está esperando por você. E... boa sorte.
— Obrigada — digo, respirando fundo antes de bater na porta.
— Entre.
A voz firme da Dra. Baldez atravessa a madeira da porta como uma ordem, mas há uma nota de cansaço escondida ali. Entro e a vejo de pé, colocando um blazer escuro que complementa sua postura sempre impecável.
— Pronta? — pergunto, mesmo sabendo que minha própria voz tremeu um pouco.
Ela ajeita os óculos com um gesto calculado, me encarando com uma seriedade que me faz questionar, por um breve momento, se deveria ter trazido isso até ela.
— Não tenho certeza, Anna — ela responde com honestidade, o tom mais baixo do que o habitual. — Mas não tenho escolha, não é?
— Não, não tem.
Ela pega sua bolsa, ajusta o relógio no pulso e me dá um leve aceno para que a acompanhe. Quando passamos por Diana, Roberta pausa, se inclina ligeiramente e sussurra para ela:
— Seja o que for, vou lidar com isso.
O trajeto até o hotel parece durar uma eternidade. Dentro do carro, o silêncio é denso, quase palpável. A Dra. Baldez, normalmente tão falante em questões de trabalho, está introspectiva, o olhar fixo na paisagem que passa pela janela. Não tento quebrar o silêncio. O peso da revelação que ela está prestes a enfrentar já é suficiente.
Finalmente, chegamos ao hotel. É um prédio discreto, moderno, com uma fachada de vidro que reflete o sol do meio-dia. Estaciono o carro e, antes de sairmos, a Dra. Baldez coloca uma mão firme em meu braço.
— Anna. — Ela me encara, e há algo vulnerável em seus olhos que nunca vi antes. — Se isso for o que eu temo...
— Eu estou aqui. — Minha voz sai mais firme do que eu esperava.
Ela assente, soltando meu braço e saindo do carro. Enquanto caminhamos em direção à recepção, sinto o peso do momento se intensificar. Não há mais volta.
Digo a ela para esperar um pouco enquanto me aproximo do balcão. A recepcionista, que reconheço da minha visita anterior, me encara com o mesmo nervosismo contido de antes. Entrego um sorriso rápido e baixo o tom de voz.
— Quarto 437. Podemos subir?
A mulher hesita, mas ao olhar para a Dra. Baldez ao meu lado — que emana uma autoridade quase intimidadora — ela apenas assente e faz um gesto para que sigamos em frente.
A cada passo rumo ao elevador, sinto como se o ar estivesse ficando mais pesado. Roberta não diz nada, mas sua respiração está levemente acelerada. Ao entrarmos no elevador, ela finalmente quebra o silêncio.
— Ele está lá, não está?
— Sim. Aposto minha carreira nisso. — Digo com firmeza.
O elevador se fecha, e o resto do caminho é feito em um silêncio absoluto, preenchido apenas pelo som mecânico do elevador subindo.
Eu fico ali, em pé, ao lado de Dra. Baldez, mas a mente já viajou para aquele dia.
A lembrança vem como uma onda, forte e repentina. Eu ainda estava no escritório, no meio de uma tarde abafada, quando joguei a verdade nua e crua no colo dela. A discussão sobre Gustavo Proetti não foi fácil, mas talvez tenha sido o momento em que me senti mais distante dela. Ela, com toda a sua autoridade, sempre equilibrando a razão e a empatia; eu, com a revolta crua e a sensação de estar sendo levada a um abismo que não queria visitar.
Eu lembro das palavras dela, calmas, mas carregadas de uma dor que ela não conseguia esconder.
— Ele me ajudou quando eu mais precisei. Quando eu não sabia nada. Ele me fez. Pode acreditar.
Eu me afastei da mesa, sentindo o ódio crescer em cada célula do meu corpo. Era um ódio misturado com incredulidade. Não conseguia entender como ela podia se deixar enganar daquela maneira.
— Não! Ele não te fez. Ele viu uma estrela para o sucesso dele.
Ela havia ficado quieta, respirando fundo, tentando se controlar. Mas, quando ela falou sobre a quimioterapia de Cecília, isso me cortou. Ela se esforçava para justificar, mas o peso da situação me esmagava.
— Sabe aqueles almoços que ele tem toda terça e quarta com o pessoal de outros escritórios? Ele estava levando Cecília à quimioterapia.
A dor na voz dela era inconfundível, e, por um momento, eu quase cedi à ideia de que havia algo nobre nisso. Mas a razão não permitia.
— Então ele vai sair livre? — Perguntei, incrédula, não acreditando no que estava ouvindo.
A resposta dela não veio como eu esperava.
— Ninguém vai sair livre, a empresa vai pegar um empréstimo e Proetti irá pagar.
Eu quase ri, mas o riso era amargo, ácido.
— Ah, que legal. Está sobrando, posso pegar 1 milhão? — A ironia transbordou na minha voz, como uma defesa contra a situação, contra a dor que estava me sufocando.
Ela me olhou, seu rosto endurecendo, os olhos carregados de algo entre raiva e desapontamento.
— Anna, eu não sei se você tem consciência disso, mas quantas mulheres negras você vê com o nome na porta em grandes escritórios?
Ela me olhou como se eu fosse uma filha de papai mimada e ignorante, uma privilegiada que não sabia nada sobre o sistema em que vivia. Aquelas palavras atravessaram meu peito. Porr*, será que ela não percebe?
— Então ele colocou estrategicamente seu nome, pois aí ele teria certeza que você se enxergaria como segundo lugar.
Eu senti um arrepio frio percorrer minha espinha.
— Cuidado, Anna — ela me advertiu, mas a “warning” não fez com que minha revolta se calasse.
Eu não consegui mais controlar o que estava sentindo.
— Eu não vou tomar cuidado. Eu sou sincera, eu não vou aceitar isso. Você está cometendo um erro em ajudá-lo.
Ela se aproximou, seus olhos fixos nos meus, como se tentasse entender onde eu estava, o que estava me movendo.
— Acha que vai virar advogada júnior me afrontando?
Quê?!
Eu dei um passo à frente, desafiando.
— Eu não entrei nessa de ajudar você com interesse, Roberta. — Eu a chamei pelo nome, porque já não podia mais manter a frieza profissional. Já não era mais sobre trabalho, era sobre o que eu sentia. — Eu não sei qual é o tipo de relação que você tem com seus funcionários, mas nem todo mundo está obcecado por subir na carreira! EU NÃO ESTOU!
Minhas mãos estavam tremendo, e a pressão no peito quase me impediu de continuar.
— Se um dia você me achar apta para o cargo e quiser me promover, beleza. Se você não achar, beleza também! Eu estou aqui pra crescer, não pra ser a porr* de uma sangue suga.
As palavras saíam sem filtro, sem poder de controle. Eu queria chorar, mas a raiva não deixava. Eu queria gritar, fazê-la entender o que estava sentindo, mas parecia que ela estava me ouvindo e ao mesmo tempo me ignorando, mas continuei mesmo sem forças:
— Não estou nessa por interesse. Estou nessa porque te respeito, te admiro, te acho a melhor advogada que eu já vi atuar e queria aprender a ser pelo menos um terço da mulher que você é!
Eu não pude segurar as lágrimas. Elas escorriam pelo meu rosto, mas, antes de eu perceber, as dela também começaram a cair. O olhar dela, aquele olhar de quem estava vendo mais do que eu queria mostrar, me atingiu em cheio.
— Mas se você acha que estou nessa por causa da porr* de um cargo, é melhor não me levar para sua vida pessoal e me apresentar sua mulher, sua casa, uma parte de você como você fez.
A lembrança me assola enquanto o elevador sobe, os tons de seus olhos ainda ecoando na minha mente. Como se, naquele momento, tudo estivesse interligado: o que ela acreditava e o que eu sabia ser verdade. Eu fui sincera naquele dia. Mas ela, naquele instante, não me viu como alguém que queria apenas ajudar, mas como alguém que se rebelava, que queria puxar o tapete dela. E, de certa forma, eu entendi por que ela não podia confiar em mim.
Mas o que acontecia agora não era sobre o que já passou. Era sobre o que estava prestes a acontecer. Eu tinha a verdade nas mãos e não podia mais voltar atrás.
Saímos do elevador e vejo um garçom de charriot passar com um carrinho, ele estaciona o carrinho para conversar com um colega e acaba se distraindo. Aproveito-me da sua distração e pego rapidamente o champagne que estava dentro. Doutora Baldez coloca as mãos no rosto como se perguntasse “por que você fez isso?” e me olha incrédula, faço um gesto para ela balançando a cabeça negativamente e dando de ombros, como quem diz: “foda-se, observe”.
Vou pelos corredores sedenta, procurando o quarto 437. Eu era a porr* de uma advogada focada pra caralh* e quando eu via alguma injustiça, eu ia até o fim do mundo para tentar consertar. É pra isso que fiz Direito. É pra isso que sou advogada no maior escritório do Rio de Janeiro. Com uma determinação voraz e Dra Baldez do meu lado, chego ao quarto indicado e olho para ela, que assente com a cabeça. Com o champagne em uma mão, dou batidas nada singelas na porta do quarto, tampando o olho mágico da porta com a outra.
— Quem é? — Ele pergunta lá de dentro.
— Serviço de quarto. — Minto
Ele abre a porta, sem camisa. Seu corpo enrijece ao ver a Dra Baldez bem na frente dele, sua respiração fica tensa e ele fica igual uma estátua olhando para ela. Não perco tempo, entro como um supetão e ele parece se recuperar.
— O que você está fazendo aqui? – Diz com a voz rude
— Entregando champagne. Você pode pagar, já que o dinheiro que vem roubando dos nossos clientes não tem sido para pagar o tratamento da sua esposa. — Digo simplesmente
Não é surpresa quando vejo uma mulher de rosto conhecido. Loira, saindo de sua cama, sem calcinha e apenas de sutiã. Era Simone, do setor de previdenciário.
— Olá, Simone. Como vai? Vista-se. — Peço com educação, jogando uma toalha para ela.
Dra Baldez vai entrando lentamente, o olhar totalmente gélido para os dois.
A tensão no ar é palpável enquanto o olhar da Dra. Baldez perfura Gustavo Proetti. Ele parece desorientado, claramente sem saber como reagir. Simone, com seu rosto agora pálido e sem graça, tenta se cobrir apressadamente com a toalha que eu joguei em sua direção. A cena é surreal, mas ao mesmo tempo, é como se fosse apenas uma formalidade para algo que eu já sabia, algo que não me surpreendia mais.
— Como ousa? — Gustavo começa, a voz rouca, mas falhando. A farsa que ele construiu agora ruía bem diante dele, e ele não sabia mais o que fazer. Ele tenta dar um passo para trás, provavelmente para pegar algo ou se recompor, mas Dra. Baldez já está na frente dele, como uma muralha.
Ela não diz uma palavra. Seu olhar é cortante, implacável. E eu vejo o peso do que ela está sentindo, o peso de ser enganada por alguém em quem confiava. Eu sei que a raiva está crescendo nela, seu olhar demonstrava isso.
— Simone, por favor, não me faça repetir — Dra. Baldez diz, sua voz calma, mas com uma autoridade que é impossível de ignorar. Simone, agora com o rosto vermelho de vergonha e culpa, apressa-se em se vestir, mas o desconforto de estar ali é evidente.
Observo a cena, o champagne na minha mão agora era só um detalhe. A cena continua, não estou mais com medo. O medo era uma piada naquele momento, eu estava focada no meu objetivo.
Eu não era mais uma advogada tentando entender seu papel naquele jogo de poder da cadeia de comando, eu era a porr* de uma advogada que agora sabia o que precisava fazer. Pensei nisso quando Roberto fez aquela perguntinha idiota na frente de Fernanda, eu ia derrubar um por um.
— O que vai fazer agora, Doutor Gustavo? — Eu finalmente quebro o silêncio, e minha voz sai firme, com um tom de desdém, de quem já sabe a resposta, mas quer que ele a pronuncie. A pressão está sobre ele, e vejo sua mente trabalhando a mil por hora. Ele sabe que o castelo de mentiras em que construiu sua vida está desmoronando.
Ele olha para Dra. Baldez, que ainda está inabalável, e então para mim, como se quisesse me amaldiçoar. Mas é tarde demais. Ele não tem mais saída.
— Eu digo. — Continuo tirando um papel do meu blazer — Carta de demissão. Você vai assinar e indicar a Dra Baldez como sua sucessora.
Ele ri.
Que sorriso desgraçado.
— Eu acho que não. Se você veio atrás de mim pelos meus desfalques e levar isso a público, todo cliente da empresa já era. A mídia vai cair em cima de você, Roberta. — Diz, agora se referindo à ela.
— Hmm... — Murmuro — Que pena, não estou aqui por isso. Estou aqui pela sua esposa. Se você não assinar esse documento, a minha amiga lá embaixo a mandará para cá em cinco minutos — Digo pegando meu celular — Marquei um almoço com ela aqui... — Digo, com a voz cheia de ironia e continuo — Na verdade, quem marcou um almoço com ela aqui foi Roberta, sabe? — Pauso por alguns segundos e posso ver sua expressão mudar — Se assinar, ela vai almoçar com Roberta. Se não assinar, ela vai almoçar aqui neste quarto e ver essa ceninha patética de você comendo a porr* da sua subordinada, afinal, você não odeia pessoas abaixo de você? — Dou um sorriso irônico
— TROUXE A MINHA MULHER COM CÂNCER PRA CÁ? – Ele grita, mas não abaixo a cabeça e sustento seu olhar de ira. – DESGRAÇADA!
— Falou o homem que trai a mulher doente. — Sento-me na pequena poltrona e olho minhas unhas despreocupadamente.
Ele olha para a Dra Baldez com lágrimas nos olhos.
— Você... você não pode fazer isso. A empresa... A minha esposa... — Ele começa a gaguejar, mas não termina. Dra. Baldez dá um passo à frente, parando apenas quando está a centímetros dele.
— Não sou eu que estou fazendo isso, Gustavo. Você fez sozinho. Agora, tem que lidar com as consequências. E eu... eu não posso mais olhar para você como antes. — A Dra. Baldez fala com a voz baixa, mas as palavras reverberam no ambiente como um golpe certeiro. Ela não está apenas falando sobre a traição de Gustavo, mas também sobre a sua própria dor.
Ver o Proetti caindo era a maior justiça já feita em todos os tempos. Eu estava radiante.
Ele assina o documento com todo ódio dentro de si, o pego e antes de irmos embora, ele nos ameaça:
— Eu não vou esquecer isso, Roberta. E essa sua cadelinha astuta ainda vai trair você e tomar o seu lugar!
Ele atira o champagne na parede, posso ouvir o vidro se estilhaçando enquanto ele tenta de alguma forma amenizar sua fúria impotente.
Dra. Baldez permanece em silêncio, o olhar dela cortante como uma lâmina. Ela observa a cena sem emoção, sem dar espaço para ele entender o quanto foi humilhado. Ela não precisa dizer mais nada. Ele já sabe que acabou.
A raiva, o desespero, tudo era possível de observar na expressão dele.
— Vamos embora. — Dra. Baldez finalmente fala, com a voz tranquila, mas cheia de autoridade. Ela se vira para a porta, e eu a sigo sem hesitar, sabendo que aquela é a última vez que vamos ver Gustavo Proetti de pé.
Enquanto saímos, o som do estalo da porta fechando atrás de nós ecoa na nossa mente, mas não há alívio. O peso da situação ainda está conosco: a confiança quebrada, a lealdade perdida, e a dura realidade de que o jogo de poder, no fim das contas, é implacável.
— Vá almoçar com Cecília, o que eu disse lá dentro era sério, não era um blefe. — Digo a ela
— Anna... — Repreende-me — Trouxe realmente a mulher doente pra cá?
— Fiquei com medo de que ele descobrisse que era um blefe. Me desculpe. — Abaixo a cabeça
— Você pensou em tudo. — Ela diz — Obrigada, Anna.
Ela me dá um abraço apertado, sinto suas lágrimas caírem no meu blazer e a abraço mais forte ainda. Nunca a vi tão fragilizada dessa forma, sua maquiagem impecável sendo borrada por suas lágrimas não combinavam com a mulher forte e destemida que era.
— Ei, depois que esse almoço acabar — Digo, limpando suas lágrimas que escorrem de seus olhos — Vá para casa, deixe Renata te acolher. Pedi para Diana avisá-la que seu dia não seria dos melhores e ela cancelou a agenda toda, sua esposa está em casa te esperando.
Ela sorri. Um sorriso quando mencionei o nome de Renata.
— Mais uma vez, obrigada Anna. Queria abraçar minha esposa nesse momento, você não tem noção — Suspira, mas depois conserta sua postura e continua: — Vá ao escritório, peça Diana para anexar esse documento e marcar uma reunião com o conselho. Pode tirar o dia de folga. Você merece – Diz ela colocando a mão no meu ombro.
— Obrigada. Se cuida.
Volto para o escritório e vou andando pelos corredores com um sentimento de total leveza. Porr*, que dia inesquecível e memorável. Nunca vou esquecer que derrubei o sócio fundador e gerente da empresa. Três anos de advocacia e um mundo para conquistar. Eu sou foda pra caralh*. Sorrio.
Enquanto entrego o documento para Diana, percebo que ela está quieta demais. Geralmente faria algum comentário ácido ou alguma pergunta sobre o que aconteceu com nossa chefe, mas agora ela só observa, com aquele olhar carregado de algo que não consigo identificar.
— Diana, está tudo bem? — pergunto, tentando entender o que se passa.
Ela respira fundo, desviando o olhar por um segundo, antes de voltar a me encarar. Há algo nos olhos dela... algo que me deixa inquieta.
— Anna, Maria Fernanda está te esperando na sua sala. — Sua voz soa estranhamente controlada, quase como se estivesse escolhendo cada palavra com cautela.
— Fernanda? — Minha testa se franze. — Por quê? Não marcamos nada hoje, ela sabia que eu estaria ocupada com... — Paro para observar suas feições
Diana hesita, mordendo levemente o canto dos lábios, como se estivesse tentando encontrar coragem para dizer algo. Finalmente, solta as palavras em um tom mais baixo:
— Ela disse que era importante. E... — pausa novamente, como se isso fosse me preparar para o que vem a seguir. — É melhor que você vá até lá.
O coração começa a acelerar, como se meu corpo soubesse que algo está errado antes mesmo que minha mente alcance a ideia.
— Diana, o que está acontecendo? — pergunto, tentando manter a calma, mas a tensão já toma conta de mim. Será que ela descobriu sobre as flores?
— Eu... — Ela passa a mão pelos cabelos, claramente desconfortável. — Eu não sou a pessoa certa para te contar, Anna. É melhor que você fale com a Fernanda.
Sem perder mais tempo, vou até minha sala tão rápido que posso ouvir meus saltos batendo no chão. Ao abrir a porta da minha sala, vejo Fernanda de pé ao lado da janela, as mãos cruzadas na frente do corpo, o olhar perdido.
— Fernanda? O que está acontecendo? — pergunto assim que entro, minha voz quase saindo em um sussurro.
Ela se vira para mim lentamente, e é quando vejo seus olhos levemente vermelhos, como se ela estivesse lutando para segurar as lágrimas.
— Anna... — começa, mas a voz dela falha.
— Fala logo, Fernanda. O que aconteceu? — A impaciência transborda, mas no fundo, o medo começa a apertar meu peito como um nó que se recusa a desatar.
Ela dá um passo em minha direção, colocando as mãos nos meus braços, como se quisesse me ancorar para o impacto.
— Sua mãe... — pausa novamente, os olhos buscando os meus. — Ela teve um infarto, Anna.
Minha mente para por um segundo, como se as palavras dela não fizessem sentido.
— Como assim? — pergunto, minha voz saindo em um fio.
— Eles... — Fernanda inspira fundo, tentando manter a calma. — Ligaram para o escritório. Tentaram te encontrar, mas... — Ela hesita, claramente odiando ter que ser o canal dessa notícia. — Ela não resistiu, Anna.
O chão parece desaparecer sob meus pés, e o mundo ao meu redor se torna apenas um borrão.
Fim do capítulo
Meninas, desculpem a demora para postar. Essa semana foi complicada em conciliar o trabalho com a escrita, mas finalmente consegui.
O que acharam desse capítulo? Vocês esperavam que o Proetti estivesse traindo a esposa doente e a confiança da Dra Baldez dessa forma?
O que vocês acham que vai acontecer com a Anna depois da notícia da morte da mãe? Lembrando que, quando o assunto é "pais", a Anna fica extremamente vulnerável.
Vou tentar postar na quinta feira, conforme prometido, porém, é mais certo eu postar no domingo.
Daqui há umas semanas vou ter que postar apenas 1x na semana pois vou começar a estudar para concursos e isso vai tomar boa parte do meu tempo e eu preciso realmente estudar, então postarei apenas aos domingos.
Estou adiantando alguns capítulos no word para não deixar vocês na mão, mas tem se tornado um pouco difícil conciliar trabalho, casa, filho, esposa, estudos e escrita. Mas eu juro que 1x por semana eu apareço por aqui para postar pra vocês.
É isso!
Ah, acabei esquecendo de colocar no último capítulo a música que a Anna dedicou para a Fernanda, que a fez ficar emocionada. Então aqui está o link:
Mulher (Participação especial de Projota) (Ao vivo)
Comentar este capítulo:
HelOliveira
Em: 03/12/2024
Muito top esse capítulo, Anna saiu um momento de vitória para um momento muito doloroso, ansiosa pelo próximo
nath.rodriguess
Em: 03/12/2024
Autora da história
Foi muito difícil escrevê-lo, acreditem. E o capítulo posterior a esse foi ainda mais difícil. Continue acompanhando! Obrigada por comentar, vocês não sabem o quanto fico feliz por ler isso!
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Julika Sempre
Em: 03/12/2024
Capítulo fod@
nath.rodriguess
Em: 03/12/2024
Autora da história
Obrigada por lê-lo, estou adorando cada comentário!
Foi um capítulo fod4 para uma personagem fod4.
Eu queria que as pessoas entendessem mais a Anna, as questões do passado dela a assombram até hoje e ela eh só um serzinho mal compreendido.
Coloquem a Anna em um potinho, por favor. Não cancelem minha bichinha hahahaha
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Socorro
Em: 03/12/2024
Capítulo forte !!!
Mulheres grandes!!!
Que baque pra Anna, ainda bem que ela tem a Fernanda nesse momento..
tempestades e muitas turbulências a frente .
parabéns autora!!!
nath.rodriguess
Em: 03/12/2024
Autora da história
muuuuito obrigada pelo carinho! foi um capítulo bem intenso mesmo, cheio de emoções e desafios para Anna. Fernanda é um amor não é, gente? Como não amar essa ruivinha?
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Marta Andrade dos Santos
Em: 03/12/2024
Um dia bem difícil para Anna.
nath.rodriguess
Em: 03/12/2024
Autora da história
Terão piores kkkkk
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Mmila
Em: 03/12/2024
Anna fod..tica.
Falto por a Fernanda na mesma página das ????. Não deixar que ela saiba pelos outros.
Entao, família é bem complicado pra Anna.....
Obrigado autora, se priorize, vamos entender.
Forte abraço.
nath.rodriguess
Em: 03/12/2024
Autora da história
Isso ainda vai dar uma confusão enorme hahaha acompanhe os próximos capítulos
Família é um terreno que a Anna odeia pisar, é uma questão que realmente mexe com ela e a tira do eixo. Nos próximos capítulos a família de Anna vai estar presente e ela vai ter que lidar com isso. Claro, com Fernanda ao seu lado.
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jake
Em: 03/12/2024
Ola querida autora....
Que cap emocionante Ana deu xeque mate no Proeti....
Eita a mãe da Ana faleceu ....Que bake autora !!!
Força Ana ....
Bom agora falta só dá um jeito no Roberto e no Ralf.....
Querida autora essa história tá cada vez mais envolvente... Parabéns.... Esperoque não abandone a história... Obrigada...
nath.rodriguess
Em: 03/12/2024
Autora da história
Que alegria receber um comentário tão carinhoso e eu jamais iria abandonar a história. Teve uma época que eu bem pensei em apagar, viu? Achei que não estava tão boa e vocês vem me mostrando o contrário. Muito obrigada por acreditarem na minha escrita. Tô muito feliz!
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