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O som do silêncio por shoegazer

Ver comentários: 3

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Palavras: 2015
Acessos: 356   |  Postado em: 27/11/2024

Causadora de problemas

“Vocês deveriam ter voltado para regular o aparelho.”

Helena encarava a feição séria da fonoaudióloga, que olhava com repreensão tanto para ela quanto para a tia. Fátima alegou que não fazia ideia de como funcionava, já que quem tinha ido para a consulta e feito todos o processo junto a Helena era sua irmã. Já ela não tinha proferido uma palavra desde que tinha entrado ali, por mais que tivesse chamado sua atenção mais de uma vez para que visse o que estava falando.

Pediu para que a tia se retirasse, ficando apenas médica e paciente. Acenou em sua direção, e apontou para a boca, dizendo que já tinha notado que ela era oralizada. Quando viu que ela assentiu com a cabeça que sim, pediu para que fizessem alguns testes na cabine antes de mexerem no aparelho. Algumas palavras ditas aleatoriamente no microfone, as orelhas abafadas pelo fone de ouvido, poucas respostas de volta. Oitenta decibéis. Não era bom. Comparando o primeiro ao último, já havia perdido quinze.

Mostrou para Helena, que prosseguia em silêncio, apenas negando ou concordando. Perguntou o motivo dela ser relutante com o uso dele, e a resposta foi um dar de ombros. Mais uma vez, aquelas palavras de como o uso ia melhorar sua vida por se comunicar verbalmente, melhorar suas relações sociais, dar uma imagem mais independente a ela, outra chamada para que visse o que estava sendo dito.

Como resposta a tudo isso, além de uma boca franzida e braços cruzados, disse que, se tivesse de ter que ficar ouvindo os outros de que era uma coitada, preferia ficar sem ouvir mesmo. Já se comunicava bem o suficiente, e não precisava saber do que acontecia ao redor se tivesse que ser assim.

Então, logo veio o questionamento do que a levou a querer usá-los, já que tinha tanta relutância. Viu-a engolindo em seco, e desviando o olhar. Chamou atenção mais uma vez. Qual era o motivo?

“Quero ouvir a apresentação de uma colega nesse final de semana.”

Não havia como, segundo a médica. Para começar a se adaptar, precisava de, no mínimo duas semanas, e não dois dias, sem contar que um lugar repleto de estímulos sonoros podia causar complicações sérias a ela. Eram pequenos passos que se davam no decorrer de vários dias, e não apenas dizer ao cérebro que agora ele iria ouvir tudo.

A sensação de derrotismo presente em sua face ficou evidente, mas ainda assim, decidiu se aproveitar da brecha com o assunto que havia sido criado. Pediu licença para poder acoplar o aparelho em seu ouvido, e disse que iria fazer algumas perguntas enquanto o conectava ao computador.

“Mas o que essa sua colega irá apresentar? Música ou teatro? Ah, ela toca? E canta também? Sabe me dizer se são músicas dela? Onde você ia ver essa apresentação? Quando terá outra? De onde se conhecem?”

Enquanto ouvia as respostas, uma pausa em cada pergunta para saber o quanto ela estava ouvindo. No final, notou Helena franzindo o cenho, em um explícito estranhamento. Era normal. Os primeiros dias seriam difíceis e, a qualquer sinal de indisposição, deveria voltar até lá para evitar problemas como o que tinha ocorrido. Sugeriu que anotasse em algum lugar sua experiência com eles para que tivessem melhores parâmetros de sua adaptação.

Chamou a tia de volta e, quando abriu a porta, Helena se virou instantaneamente. Fátima a encarou com os olhos arregalados. Ela tinha ouvido ela se aproximando, e correu em sua direção, mas até o arrastar dos sapatos a deixou sensível, a fazendo pressionar os olhos mais uma vez e levar automaticamente as mãos nas orelhas. Só de ter visto o gesto novamente fez a tia se afastar por imediato.

Os ombros rijos, aquela sensação de formigamento na nuca, o prévio estranhamento ao redor, o telefone que vibrou nas mãos e a pergunta do que estava fazendo logo que estavam saindo da clínica e ouvindo o caótico mundo do lado de fora. Responderia depois. Naquele momento, estava focada em não parecer estranha demais aos olhos de terceiros. Ouvir não soava como uma benção, mas um aglomerado de informações o qual ela não conseguia digerir, como a sensação ruim que assombrava alguém ao acordar de um terrível pesadelo.

Do outro lado da cidade, uma pessoa que se questionava do breve sumiço da figura ao qual mandava mensagem. Elas conversavam com maior frequência naquele horário, e Helena ainda não tinha respondido sobre o que tinha achado do final de Frances Ha, filme que tinha indicado.

Dedos nas cordas, alguns acordes, um cantarolar de melodia seguindo o ritmo que tocava. A amiga que balançava os pés para fora da cama, de bruços, vendo algum vídeo o qual Daniele não prestava atenção do que se tratava. No entanto, Olívia a observava de soslaio há um tempo e, quando viu ela jogar o telefone na cama mais uma vez, perguntou o que a estava levando a olhar para as notificações. Não era nada.

Perguntou se havia chamado a garota do hotel para a apresentação. Disse que sim. Ela iria? Até onde sabia, sim. Estava empolgada com isso? Por que a pergunta? Porque aparentemente estava. Revirou os olhos como resposta e voltou a tocar. Um passarinho cantava próximo à janela, quase como um companheiro da música que era tocada.

Mas, sob a outra ótica, o piar de fundo de um jovem pássaro colorido, algo que faria muitos pararem para admirar, parecia um castigo. Poderia colocar as mãos sobre as orelhas, mas até isso incomodava. Fátima estava apreensiva em ver Helena sob notável agonia sentada na cama, observando as próprias mãos enquanto respirava fundo. Barulho. Barulho demais. Botou a mão direita contra o peito, como se tentasse ter o ar roubado de seus pulmões de volta. Coração acelerado, o pressionar inquieto dos lábios. Levantou-se para poder tomar água, porém o tique taque do relógio a encontrava em meio ao seu objetivo. Parou no meio do caminho.

Fátima foi ao seu encontro. Colocou a mão em seu ombro, e pôde ver seus olhos marejados. Sentiu seu coração destroçado, e a culpa iminente em ter insistido por vezes para que usasse aquilo. Pediu para que tirasse o aparelho, mas negou. Ficaria com ele até onde desse. Trancou-se no quarto, e procurou pela agenda nunca usada que tinha ganho de Cassandra. Estava debaixo da cama, ainda com a caneta preta presa a um elástico. Quando passou a capa, o ano relacionado e a primeira página, escreveu em letras garrafais que a única coisa que sentia era vontade de morrer, de novo.

Não foi até a sua casa, não foi ao trabalho, não respondeu suas mensagens. Daniele olhava para a tela do celular, vendo a conversa sem resposta. Não queria mandar mensagem mais uma vez. Por mais que realmente quisesse saber se estava tudo bem, soava intrusivo demais. Ateou-se a ideia de que, se tivesse acontecido algo mais grave, provavelmente já saberia. Passou a maior parte do horário sozinha, assim como também fez sua solitária refeição, com os olhares curiosos de sempre se questionando o que tinha acontecido com sua companhia, enquanto olhava para a cadeira vazia à frente.

Terminou seu turno e voltou para casa. Ainda estava inquieta na hora que se deitou. Olhou para o telefone mais uma vez. Nenhuma resposta. Fechou os olhos, e tentou dormir.

Um sentimento parecido permeava Helena. Seu corpo doía, e a ideia de colocar o aparelho mais uma vez a deixava péssima. Tinha o tirado para dormir, mas até mesmo em seu sono ela podia ouvir o arrastar das cadeiras, o relógio da parede, o barulho dos carros passando na rua. Não tinha conseguido comer direito durante o dia anterior, mas, logo que acordou, a fome se tornou lancinante. Sentou-se, colocou o aparelho e apertou o botão principal. Esperava algo pior. Foi ruim, porém nem tanto. Deixou-a apenas brevemente enjoada.

Abriu a porta, e a primeira coisa que notou além do cheiro do café fresco foi a falta do tique taque. Olhou para cima. O relógio não estava lá. Não viu a chaleira também. No lugar, um recipiente de alumínio em cima da pia, já usado. O rádio estava desligado. Sabia que ele ficava ligado porque, além de um e outro ruído que ouvia, via a tia cantarolando quando estava pela cozinha.

“Bom dia, minha filha”, a voz anasalada, mas dita de forma suave de sua tia ecoava pela cozinha, “você já quer tomar café?”

Disse que sim, e perguntou o que tinha acontecido com as coisas da casa enquanto puxava a cadeira e pressionava os olhos ao ouvir o arrastar novamente. Como resposta, Assis tinha retirado as coisas que consideraram barulhentas antes de sair, já que tinha perguntado como tinha sido a experiência inicial, a qual respondeu com sinceridade em como fora complicado.

Agradeceu com um breve sorriso pela atitude, e tomaram café juntas. Foi para o lado de fora tomar um ar, e pôde ouvir o barulho de uma moto de fundo, assim como de pessoas conversando ali por perto. Fechou os olhos, sentindo aquele incômodo de novo. Puxou o ar e o deixou escapar devagar. Punhos cerrados, respiração ofegante, o escapamento de um maldito carro. Pediu licença para a tia e disse que iria tentar dormir um pouco mais.

Voltou para o quarto e, assim que se deitou, pegou o telefone. Cinco ligações perdidas e doze mensagens de Cassandra. Colocou-o em cima da cômoda, desligou os aparelhos, guardou-os na caixa e sentiu paz a ponto de fechar os olhos e sentir a respiração voltando ao seu ritmo novamente.

Quando já estava dormindo, alguém bateu no portão. Fátima olhou com estranheza em direção ao som. Não esperava visitas, principalmente tão cedo. Foi até a porta e, quando a abriu, deparou-se com Daniele. Franziu as sobrancelhas, e seguiu para o portão. O que tinha acontecido?

“Desculpe o incômodo, dona Fátima, eu só queria saber se a Helena está bem.”

A pergunta a pegou de surpresa no primeiro momento. É claro! Ficou tão angustiada com o que estava acontecendo que sequer comentou com Sueli para que falasse com a filha que Helena não iria. Pediu para que entrasse um instante. Perguntou se tinha tomado café, e negou. Como não havia conseguido dormir, se levantou, trocou de roupa e foi direto para lá. Serviu uma xícara de café preto amargo e ofereceu o pão que ainda restava. Negou, dizendo que apenas o café estava bom. Sentaram-se e Daniele automaticamente olhou ao redor, procurando por algum sinal de sua colega, tentando esconder a ansiedade que suas pernas denunciavam.

Fátima viu aquela atitude como algo notável. Demonstrava com aquele simples gesto que Daniele realmente se importava com Helena e, no final das contas, isso era o que ela precisava em sua vida. Uma amiga que fosse uma boa companhia, apesar dos pesares. Envergonhou-se por dentro diante dos prévios julgamentos que tinha feito sobre ela. Era alguém em que realmente poderiam confiar.

Justamente por isso confidenciou a ela que a sobrinha não tinha tido um dia bom, já que tinha começado a usar o aparelho e estava tendo alguns efeitos colaterais. Daniele cerrou as sobrancelhas. Aparelho? Mas Helena não usava aparelho, logo constatou. Fátima afirmou esse ponto, mas disse que ela mostrou interesse recente em usar, e que não sabia de onde tinha vindo essa vontade de usar, mas que, apesar dos pesares, achava ótimo.

Daniele colocou a mão direita contra a boca do estômago, engolindo em seco, pressionando dois dedos contra ele por alguns instantes. O café era forte, e sua mente a fez pensar em outras coisas. No fim, apenas perguntou se ela estava melhor. Sim, estava melhor, mas se encontrava dormindo, se não a chamava. Terminou de tomar café, agradeceu e voltou para casa. Deitou-se na cama. Sentiu o peso do peito se dissipar aos poucos, e dormiu.

Quando acordou e pegou o telefone, viu que constavam três mensagens.

“Acho que, no final das contas, ela vira Ha, ou seja, não exatamente o que ela almejava ser, mas, sim, o que podia se tornar dentro da sua realidade. Você não acha?

Desculpe o sumiço, tive um dia meio ruim.

Você está aí?”

Fim do capítulo


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Comentários para 10 - Causadora de problemas:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 09/04/2025

Complicado. 

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 28/11/2024

Achei muito necessário esse relato sobre,o uso do aparelho auditivo.

O ser humano pode ser tão:"só o que acontece comigo é o que importa". Nunca olhamos para o lado.

Obs: por muitos anos convivi com uma pessoa maravilhosa que,nasceu com essas condições. Ela usava aparelho auditivo,a fala não era compreendida,eram só sons. Era como uma mãe,na minha e das minhas irmãs.

Estou gostando da inclusão relada na estória.


Lea

Lea Em: 28/11/2024
Esqueci de fazer o login.


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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 28/11/2024

 COMPLICADO. 

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