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O som do silêncio por shoegazer

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Palavras: 1742
Acessos: 257   |  Postado em: 25/11/2024

Às de espadas

 

“Você está sendo maldosa”.

Daniele embaralhava as cartas e dividia em alguns montes antes de juntar tudo e mostrar para Helena, que negou e juntou as mãos dela novamente. Sentadas no lugar em que sempre as costumavam ver, dois pares de olhos curiosos as encaravam de onde estavam.

Um deles seguiu as mãos de Helena, embaralhando rapidamente as cartas, mostrando-as para sua colega antes que apontasse para uma. Outro gesto, um grunhido insatisfeito e outro risinho de Helena, mostrando o três de ouros mais uma vez. O olhar curioso cerrou os olhos, e nada fez além de levar a vista de canto antes de voltar a olhá-las.

As cartas entregues mais uma vez. Gesticulou para que continuasse. Cinco outras cortadas dos montes, um apontamento, as juntou e mostrou a carta. Helena a encarou séria, pegou a carta de cima e, antes de mostrá-la para Daniele, sorriu por antecedência, deixando escapar qual tinha sido o resultado. Tinha acertado a carta, e a aprendiz do truque não escondeu a excitação por isso, sobretudo quando Helena a aplaudiu e disse que ela levava jeito para a coisa.

Os olhos que a seguiam dessa vez se complementavam com um sorriso cínico. O outro par ao lado apenas revirou os olhos e seguiu negando com a cabeça. Questionou se Daniele não podia ter amigos, e a pessoa, ainda no mesmo tom, respondeu que não estava querendo alegar nada, e que estava apenas comentando como elas tinham se dado bem rápido.

Claro, não era aquilo que queriam dizer. Todos os olhares eram voltados para Daniele e seu suposto estilo de vida. Vestia-se de maneira inadequada para uma garota como ela, tocava, cantava e era sempre vista com outras garotas de trejeitos masculinos pelos cantos da cidade. Para agravar ainda mais sua situação entre os demais, não era segredo para ninguém suas composições cantadas em shows intimistas por aí, entoadas por sua voz grave e sugestivas letras amorosas.

Nada podiam fazer contra a paixão de Daniele pela música. Nem mesmo o pai, com suas investidas violentas, fora capaz de impedir que ela adentrasse nesse mundo. Sua mãe se prestava a lamentar para quem estivesse disposto a ouvir sobre a ingratidão de sua filha perante o que eles faziam por ela.

Ou pelo menos é o que costumavam dizer. Dentro de casa, a coisa tinha outro tom. Em poucas palavras, um ambiente opressor para as tendências criativas que floresceram no terreno árido da vida da filha única do casal. Enquanto Sueli destilava densas palavras desde a hora que Daniele acordava até a hora que se encontravam novamente, Isidoro era adepto ao tratamento de silêncio compulsório. Não lembrava da última vez que tinha conversado com seu pai, assim como não recordava se alguma vez sua mãe a elogiou por qualquer coisa que tenha feito.

Mas, para os demais, Daniele não passava de uma filha ingrata que fazia o que queria, quando queria, sem controle algum. No final das contas, era tudo uma questão de ótica. Até mesmo aqueles que sabiam do que acontecia na intimidade daquela casa por vezes continuavam achando Daniela subversiva demais, afinal, sabendo que os pais eram do jeito que eram, confrontá-los em vez de aceitar o que queriam era uma sentença ao qual ela podia evitar para ter o mínimo de paz em sua vida.

Porém, o que seria ter isso em sua vida? Talvez quando finalmente fosse embora daquela cidade miserável e ficasse longe de todos que conhecessem seu passado, presente e que imaginavam saber do seu futuro. Uma vida nova era tudo o que acalentava seu coração no ambiente hostil em que se criou.

Mas, a vida não era de todo ruim ali. Encontrava nas pequenas coisas motivo para prosseguir com os dias longe de concluir esse objetivo. O pôr do sol que gostava de ver sozinha, as conversas na casa de sua grande amiga, as risadas que davam juntas, uma noite fria e vazia na recepção do hotel, o dedilhar em cordas de aço, o aplauso que vinha de desconhecidos, o prazer em que se tinha ao comer um pedaço de bolo de chocolate e coco sem a culpa de estar fazendo aquilo, ou até mesmo o breve caminhar que dava, com as mãos por dentro do bolso de seu moletom azul escuro, enquanto olhava uma figura notavelmente menor falar ao seu lado esquerdo.

Daniele achava Helena terrivelmente sarcástica, assim como a achava interessante. Fã de literatura russa e ávida consumidora do cinema europeu, Helena podia falar sobre tais assunto por horas, assim como podia também falar de mágica por mais tempo ainda. Havia aprendido alguns truques quando ficou no hospital, e desde então seu interesse pela área só foi aumentando.

E, como de se esperar, quando a questionou sobre esse hospital, foi solenemente ignorada com a colega apontando para trás e, quando voltou a olhar para ela, um lírio de origami amarelo à sua frente, sendo girado entre os dedos de Helena na direção de seus olhos. Revirou os olhos e riu, dizendo para si mesmo não perguntar se ela tinha aprendido isso em sua misteriosa estadia no hospital também.

Helena achava Daniela muito perspicaz, assim como a achava inteligente demais. Fã de histórias de terror e de música nacional, sabia que ela tinha se interessado por música ainda criança por conta do seu avô paterno, um violeiro caipira que sempre tocava nos almoços da família. Fora ele que ensinou seus primeiros acordes e músicas antes que falecesse. Foi mais ou menos na mesma época que seu pai começou a ser a figura ausente que bem conhecia. Com isso, encontrou refúgio na música e, principalmente, nas cantoras que gostava.

Ainda assim, mais perguntas do que respostas. O caminho de volta sempre era silencioso, seja pelo cansaço, a ainda falta de tato para conversarem ou simplesmente porque gostavam de caminhar em silêncio. Podia ser apenas parte da personalidade de ambas, mas, no fundo, não sabiam dizer se era isso ou se simplesmente haviam se acostumado a ele. Intrinsecamente, sem nada a dizer, compartilhavam mais do que poderiam fazê-lo em palavras.

Mas, entre as coisas que Daniela hesitava em dizer, tinha uma em específico que permeava sua mente desde o dia anterior. Iria se apresentar no final de semana, e Olívia perguntou se Helena iria, já que tinha curiosidade de saber como ela era. Daniela respondeu com um não, já que soaria sem sentido que a chamasse para algo do tipo. Olívia retrucou com um simples “por que não?”

Pressionou os lábios e se questionou antes de dizer que tinha medo de que soasse ofensivo e como resposta, uma de suas palavras cortantes. Olívia, nesse ponto, era mais otimista, e disse que talvez estivesse pensando errado da colega, e que provavelmente ela ficaria chateada em não ser convidada. O que importava era a intenção, e não o resultado no final, então, por que não?

Quando saíram, Daniele chamou a atenção de Helena. Um pássaro cantava no fundo como prelúdio do dia que logo começaria, e o barulho noturno dos grilos aos poucos desaparecia do entorno delas.

“Eu vou tocar esse final de semana em um bar, tá a fim de ir?”

Helena olhou curiosa. Em um primeiro momento, pensou não ter entendido o que era realmente o convite. Pediu para que repetisse, então falou pausadamente. Estava mesmo a chamando para que visse uma apresentação dela? Mas, o que a tinha levado a falar sobre isso? Por pura educação ou realmente queria que ela fosse? Então, fez a seguinte pergunta.

“Você quer que eu vá?”

Daniele respondeu que seria legal que ela fosse, mas que entendia caso não quisesse ir. Hesitou por alguns segundos enquanto ainda caminhavam uma ao lado da outra. Para a convidada, só havia uma resposta.

“Então eu irei.”

Fez um sinal assertivo com a mão, e teve um sorriso como resposta. Não tinha sido uma ideia tão ruim quanto pareceu em sua mente. E, antes de chegar em casa, perguntou se tinha a possibilidade de Helena passar seu contato, já que seria mais fácil de mandar a localização do lugar e horário. Para ela, tudo bem, mas avisou de antemão que ela não era a melhor pessoa para responder mensagens. Daniele salvou o número assim que chegaram em frente ao portão de sua casa, onde se despediram com um aceno.

Helena seguiu imersa em pensamentos. Chegou em casa, abriu o portão e logo sentiu o cheiro de café que emanava da cozinha. A tia já estava acordada, então desejou bom dia, tirou os sapatos, os colocou junto aos demais, seguiu para a área, pegou sua toalha e foi para o banheiro tomar banho. Ao sair, Fátima foi até ela para perguntar se iria querer tomar café, mas disse que não, que tinha comido há pouco e que iria se deitar. Assim que recebeu seu bom sono junto a um beijo na cabeça, seguiu para o quarto.

Helena deitou-se e olhou para o teto, focando o olhar na lâmpada fluorescente desligada. O telefone vibrou em suas mãos. Olhou para a notificação. Era um número diferente avisando quem era e perguntando se tinha chegado inteira em casa. Respondeu que sim. Como resposta, uma foto de uma xícara de café preto com um punhado de bolachas integrais seguida de uma carinha enojada. Helena riu e mandou uma foto das pernas, mostrando que já estava deitada. Uma outra notificação chegou, mas dessa vez era Cassandra perguntando quando ela esperava responder a mensagem ou se tinha que marcar hora para saber como a irmã estava.

Colocou o telefone de lado. Encarou novamente a lâmpada e ficou mexendo os dedos dos pés devagar uns contra os outros antes de olhar para a cômoda ao lado. Esticou o braço, abriu a gaveta e pegou a caixa de acrílico levemente arredondada. Abriu o case, e observou os dois pequenos pontos ali guardados.

Sentou-se na cama, e pegou um deles, tocando-o devagar com a ponta dos dedos. Acoplou primeiro o direito antes do esquerdo. Respirou fundo, e apertou o botão principal localizado atrás do ponto direito.

Um grito fez com que Fátima derrubasse o pote de açúcar que estava em suas mãos e, em questões de segundos, corresse até o quarto de Helena. Quando finalmente conseguiu abrir a porta com as mãos que não paravam de balançar, seu marido, ainda com as vestes de dormir, cortou seu caminho e foi de encontro à figura em posição retraída no chão, que pressionava as mãos com força contra a própria cabeça.

 

Fim do capítulo


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Comentários para 9 - Às de espadas:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 09/04/2025

Essa doeu.

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