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  • MINHA DOCE MENTIROSA
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MINHA DOCE MENTIROSA por Bel Nobre

Ver comentários: 3

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Palavras: 1810
Acessos: 874   |  Postado em: 27/11/2024

Capitulo 3

 

 

 

                                            MARCELA

Se havia algo que Marcela detestava na vida, era esperar. Ficar refém do tempo a deixava inquieta, como um animal enjaulado. Nos últimos seis meses, porém, essa rotina tornara-se inevitável. Esperar, ter paciência e aguardar tinham virado seu mantra diário —palavras que repetia como um mantra mas que mal cabiam no seu peito cansado. 

O olhar inquieto percorreu a sala ampla, em busca de câmeras escondida ou qualquer coisa que ocupasse sua mente, tentando disfarçar a impaciência. Nada suspeito. Por dentro, a vontade era de escorregar da cadeira até o chão frio de mármore e ali ficar, imóvel, entregue ao cansaço e a frustração. 

O ambiente, em tons pastéis e paredes sem molduras, parecia refletir a frieza do sistema que a mantinha presa. Ao redor casais espalhados pelas cadeiras pareciam mais esperançosos do que ela. Mal sabiam eles que aquelas visitas se tornariam uma rotina interminável, até que “tudo estivesse dentro da lei”… Marcela não compreendia que lei era essa que a impedia de ficar com a filha que escolhera, mas permitia que a menina fosse jogada de um lar ao outro.

No caso de Alex, entre a troca de mãos era cruel: da segurança do lar de Marcela para o abandono da rua, da ternura para o perigo do tráfico.  Até quando isso duraria? Ela não sabia. Só de  imaginar o rosto do Magnata, chefe do tráfico e suposto pai biológico de Alex, poderia encontrá-la antes que tudo fosse legalizado, seu coração congelava de medo. 

Sua vida parecia um ciclo infinito de espera. Já estivera em tantas salas como aquela, sempre ouvindo a mesma resposta:

— Paciência, a senhora é a primeira da fila. Falta pouco para concluir o pedido.Mas aquele "pouco" já se arrastava por três longos anos.

— Dona Marcela Almeida Fernandes, dirija-se à sala 06. Não precisa bater, é só entrar. A juíza a aguarda. 

A voz cansada da funcionária interrompeu seus pensamentos. Ela ergueu os olhos e viu o rosto apático de quem lia a folha sem emoção. Ao se levantar, a mulher suspirou, aliviada por localizar quem havia chamado  fez uma marca no papel e voltou para sua sala, como uma maquina que repetia o mesmo processo todos os dias.

Marcela se ergueu lentamente, deixando a revista que mal folheara sobre a cadeira. Seguiu pelo longo corredor, sentindo o peso de cada passo, observando a numeração das salas de ambos os lados. 

Passou por portas fechadas, olhando pelas frestas, onde funcionários digitavam papéis que decidiam destinos sem ao menos conhecerem as histórias que ali pesavam. Uma das portas estava aberta, revelando um ambiente pequeno, com duas cadeiras viradas para uma parede de vidro, provavelmente uma janela de comunicação entre funcionários e visitantes. Três rapazes trabalhavam concentrados em suas mesas. Ao perceberem seu olhar, alguém fechou a porta. 

Ela continuou caminhando até parar diante da sala correta. Na porta lia-se: Instituto da Criança e do Adolescente (ECA). Bateu duas vezes e entrou. 

— Sente-se, dona Marcela. Aguarde só um segundo que já falo com a senhora. Preciso localizar um documento importante. 

 A juíza vasculhava as gavetas sem sequer olhá-la nos olhos Quando finalmente encontrou o que buscava, colocou os papéis sobre a mesa e começou a leitura fria e objetiva: 

— Estou vendo aqui que a senhora passou por todas as etapas: entrevistas,  visitas domiciliares, avaliação psicossocial, antecedentes criminais limpos curso na vara da infância, tem uma renda aceitavel...Tambem vejo que já teve experiência de conviver com a criança por dois anos o que aconteceu para ela voltar para a mãe biológica? 

Marcela já estava cansada de ouvir tudo aquilo, mas a mulher seguiu. 

Pela primeira vez, a juíza ergueu os olhos e a encarou. 

— Idalice, a mãe biológica, havia saído de uma clínica de recuperação. Ficou internada pelo mesmo período. Como saiu limpa, a Justiça decidiu devolver Alex para ela. Alex nunca foi registrada, não tinha um nome oficial. Os irmãos a chamavam de "Nenê". Como eu estava dizendo, o juiz devolveu Alex para a mãe, me tirando a guarda provisória — que, na época, era tudo o que eu tinha.

A juíza continuo impassível:

— Durante o tempo em que a criança ficou com a mãe biológica, a senhora manteve distância ou permaneceu por perto? 

Marcela respirou fundo. Cada pergunta da Juíza era um soco no estômago, teve vontade de mandar a juíza para os quintos dos infernos, mas Alex não merecia isso. Pensando nela, respirou fundo e respondeu com calma forçada: 

— Pelo trabalho que exerço, não confio totalmente na recuperação. De dependentes. Vi muitos recaírem ao menor tropeço.  Alex viveu comigo dos dois aos cinco anos e esqueceu a mãe biológica. Mesmo assim acompanhei à distância a convivência dela com a comunidade e com a mãe, sem me aproximar, pelo bem da minha filha. Muitas vezes a vi sozinha na rua, sem entender por que Idalice gritava tanto com ela e com os irmãos mais velhos, que já trabalhavam para o tráfico. A mãe a levava todos os dias para pedir esmolas nos sinais e, muitas vezes, desaparecia, deixando-a sozinha. Foi então que entrei com o pedido da guarda definitiva e, depois, com a adoção.

A juíza folheou os papeis sem alterar a expressão.

— Mas consta que a senhora passou a morar próximo a menina, pode explicar? 

— Mudei-me para o morro e fui morar na casa ao lado da Alex. Fiz amizades e passei a cuidar da mãe e da filha. As pessoas achavam que éramos um casal, o que nunca fomos. Sou lésbica e não escondo isso, mas nossa relação sempre foi de cuidado e proteção. Quando Idalice voltou a se drogar, começou a traficar e a trabalhar para sustentar o vício. Então voltei para minha antiga casa, mas todos os dias visitava Alex. Nunca me afastei dela. E como achavam que éramos um casal, os vizinhos me ligavam para buscá-la à noite quando ela ficava sozinha. Muitas vezes, Idalice desaparecia por semanas. 

Marcela parou e encarou a juíza, que permanecia inexpressiva. Ela não aguentou mais repetir tudo aquilo, mas manteve o tom sereno: 

— Doutora, não sei por que estou repetindo isso. A cada seis meses vocês me chamam, eu digo tudo de novo e no fim pedem que eu aguarde.

A juíza finalmente, revelou o motivo.

— Seu processo foi transferido da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro para o nosso estado. Quero ter certeza do que estou fazendo e do que é melhor para a criança. Por isso a senhora está aqui, caso contrário, estaria sendo atendida em outra sala. 

Marcela observou cada gesto da juíza, tentando adivinhar seu veredito. Quando viu o envelope ser empurrado em sua direção, seu coração quase parou. Temia ouvir a palavra “negado” temia ter que devolver Ale ao morro ou a um abrigo qualquer. 

— Sua espera acabou. Aqui está o documento com a lavratura do novo registro de nascimento da sua filha. A senhora pode alterar o nome e a data de nascimento, se quiser. Está tudo aqui, dentro da lei. Parabéns. 

O mundo parou. por um momento, Marcela ficou sem palavras. Suas mãos tremiam. Seu cérebro, confuso, parecia incapaz de reagir. A juíza pigarreou, fria, sinalizando que a conversa terminara. Marcela se levantou e saiu da sala, tentando manter a compostura. 

Ela caminhou quase correndo pelo salão. O sorriso escancarado. Todos ali entenderam que sua espera tinha acabado, era uma mensagem silenciosa: era possível vencer. Alguns casais sorriram de volta, encorajados pela vitória dela. 

— Parabéns, moça! Para você e para seu filho! — ouviu ao passar pela porta. 

Do lado de fora, respirou fundo tentando se situar no mundo. parando por alguns segundos para se recompor. Em seguida, foi até o estacionamento, montou na moto e seguiu em alta velocidade até o cartório mais próximo. 

Com dinheiro e paciência, tudo se resolve. Prova disso foi que, duas horas depois. Marcela saiu do cartório com a certidão de nascimento da filha em mãos. Leu e releu, emocionada: 

Alexsandra Lee Almeida Fernandes, filha legítima de Marcela Almeida Fernandes, pai desconhecido, nascida em 12/07/2015. 

Preferiu mudar a data de nascimento, A mãe biológica nunca soubera dizer com clareza quando a menina nascera.  Mas para Marcela  aquele era o dia que realmente importava: a noite gelada em que encontrou Alex, quase morta, cm hipotermia e queimaduras, deitada sobre um papelão molhado. Foi naquela noite que Alex renasceu em seus braços. E desde então jamais se separaram. 

Marcela foi ao Vapt Vupt,  e saiu de lá com  o CPF da filha. Agora, oficialmente, Alex existia no mundo.

Parou duas quadras antes da casa onde estava escondida. Ali ficou,   fingindo olhar o celular, como um motorista de aplicativo esperando o passageiro. 

— Pode abrir, Jacinto. Estou a duas quadras aguardando — falou pelo telefone. 

Desligou e fixou o aparelho no suporte do guidão. A rua estava deserta. Ela deu uma volta no quarteirão e acelerou a moto em direção ao portão, que subia devagar. Passou por baixo com pressa o portão ainda em movimento. Assim que entrou, o portão se fechou rapidamente. 

No celular, conferiu as câmeras de segurança: tudo calmo. 

Caminhava distraída quando sentiu um leve toque no ombro. Sorriu, já sabendo quem era. Passinhos rápidos fugiram para se esconder atrás dela. Fingindo não notar, disse: 

— Quem será? Deve ter sido só impressão minha... 

Uma risadinha abafada escapou do pequeno ser atrás dela. Num movimento rápido, Marcela se virou e agarrou os bracinhos finos. 

— Te peguei, monstrinho! 

Alex tentou escapar, mas não conseguiu. Marcela a ergueu no ar e girou, como fazia quando ela era bebê. Antes da tragédia, esse era o momento de maior alegria da menina. Agora, Alex sorria timidamente e emitia pequenos grunhidos, — os únicos sons que saíam de sua garganta desde o trauma. 

Dois meses sem falar. Dois meses desde que fugiram do inferno. Marcela, enfim, poderia buscar ajuda médica. 

Com cuidado, baixou o corpinho magro demais para uma criança de nove anos. 

— Tenho uma surpresa para você. 

Ela tirou uma pasta da jaqueta e entregou à filha. Alex pegou, curiosa, sem entender. 

— Abra e leia. Essa é a surpresa.

Jacinto, amigo fiel e cúmplice da fuga, se aproximou, leu rapidamente e sorriu largo, abraçando Marcela.

— Até que enfim! Isso merece uma comemoração! Como está se sentindo? 

— A ficha ainda não caiu. Estou anestesiada, mas feliz. — respondeu Marcela sem conter o brilho nos olhos. 

— Mam… mam… 

Ambos se viraram, surpresos. Alex com a certidão nas mãos balbuciava as primeiras sílabas em dois, messes.

Marcela sorriu com lagrimas nos olhos. 

— É isso mesmo, meu amor. Agora e para sempre, seremos mãe e filha. E sua voz está voltando.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 3 - Capitulo 3:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 17/12/2024

Só alegria. 


Bel Nobre

Bel Nobre Em: 17/12/2024 Autora da história
Senti falta dos seus comentários



Marta Andrade dos Santos

Marta Andrade dos Santos Em: 17/12/2024
Estou sem tempo pra ler mas quando so ra apareço.


Responder

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Lea
Lea

Em: 13/12/2024

Acho que caiu uma lágrima aqui.

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Mmila
Mmila

Em: 02/12/2024

Uau!!!!!

Que surpresa boa. Parabéns Marcela!

Vamos acompanhar para ver o futuro dessas duas, quem sabe três.

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