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  • MINHA DOCE MENTIROSA
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MINHA DOCE MENTIROSA por Bel Nobre

Ver comentários: 3

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Palavras: 2037
Acessos: 952   |  Postado em: 27/11/2024

Capitulo 2

 

 

                                 ÁGATA

Carlito, um rapaz magro de bigodinho fino que trabalhava há pouco tempo no restaurante, aproximou-se com um copinho nas mãos. Dentro dele, um pouco do molho branco recém-preparado. Entregou primeiro ao dono da casa pai de Ágata, que, por sua vez, passou para filha. 

Ela pegou um pouco do molho, despejando-o na palma da mão. Primeiro, sentiu o aroma: suave e ao mesmo tempo marcante. Depois, levou à ponta da língua e deixou o sabor explodir no paladar. O creme de leite trazia um gosto leve ao mesmo tempo marcante, o perfume acentuado, pungente e amargo, do  orégano equilibrava-se com o sabor adocicado e intenso do camarão. As ervas finas e temperos exóticos completavam o conjunto. Mas ainda assim, algo faltava. 

Bebeu um pouco de água, limpando o paladar, e provou novamente, atenta ao detalhe que ainda não encaixava. 

— Está quase no ponto. — disse, após um breve silêncio. — Acrescente uma pitada mínima de sal... Não, espere. Melhor substituir por uma colher de chá de páprica picante. 

O auxiliar de cozinha sorriu, satisfeito com o quase elogio, e olhou em direção ao patrão, esperando o veredicto final.

— Prepare o molho para duzentas porções. — o pai de Ágata orientou, sem perder tempo. — Hoje tem Iron Man na Praia de Iracema. Quando acabar, o pessoal vai chegar morrendo de fome. Ah, peça para colocarem aquele filtro de vidro transparente com água gelada e rodelas de limão na entrada do salão, e copos descartáveis ao lado.

Ágata sorriu, lembrando da movimentação nas ruas que ligavam sua casa ao restaurante. O trânsito congestionado, os bares lotados, tudo aquilo fazia parte da rotina do lugar.

— A julgar pela bagunça lá fora, essa rua e a de cima vão encher logo mais. Difícil vai ser tirar esse povo daqui na hora de fechar. — comentou, recordando das madrugadas em que, depois do expediente, ia com alguns clientes deitar na areia da praia, aguardando o sol nascer, abraçada a um violão e uma garrafa de vinho.

 Era assim há anos. Quando os bares fechavam por volta das três da manhã, o pessoal atravessava o calçadão e se jogava na areia. Alguns, mais ousados, se arriscavam no mar. Ágata mesma sempre acabava voltando para casa molhada. 

— Deus queira que esteja certa. Depois da revitalização aqui na beira-mar, com as barracas e bares tudo padronizada ficou mais organizado e acolhedor. Sem contar que os eventos esportivos aumentam o movimento e o faturamento. — O pai sorriu, puxando a filha para um abraço apertado. — Vamos trabalhar, que a vida ainda não está ganha. 

Apesar do desejo do pai de vê-la médica, como o irmão, Ágata se encontrava no mundo da gastronomia. Amava criar pratos, misturar ingredientes e ver nos rostos satisfeitos a recompensa por seu esforço. Formou-se em gastronomia e agora estudava administração, preparando-se para, um dia, assumir o restaurante ao lado do irmão.

O Ágata & Gregório's funcionava do meio dia  ao amanhecer. A equipe da cozinha chegava às dez, organizava tudo e, quando as portas se abriam, já havia fila na calçada. Era assim, todos os dias.

Apesar da rotina dos dias sem mudanças, havia algo que Ágata não conseguia afastar do pensamento: o motoqueiro desconhecido. Nunca mais o vira. De vez em quando, grupos de motociclistas passavam em frente ao restaurante indo para os PUBS espalhados pela a orla, mas a moto vermelha e preta nunca estava entre elas. Às vezes, apenas o perfume dele pairava no ar, e, quando saía para procurar, o cheiro já tinha desaparecido. 

Preferiu se ocupar com o trabalho para esquecer uma saudade sem motivo de alguém cujo rosto nunca viu. Aproveitou para ficar atenta e redobrar  o cuidado com o pai, sempre criteriosa aos detalhes dos pratos e ao atendimento. Mas, no fundo, ainda pensava no que ele dissera sobre morrer. Será?

A mãe de Ágata era uma daquelas mulheres que desafiavam as leis da maternidade. Jovem, cheia de vida e com energia de sobra, parecia mais uma irmã folgada do que uma mãe. Fazia questão de exibir essa vibe adolescente sempre que estava rodeada de amigas e ficantes. Era vinte anos mais nova que o pai de Ágata e vivia no Rio de Janeiro, aparecendo só duas vezes por ano, como quem visita velhos amigos para manter as aparências. 

Apesar do divórcio, os dois mantinham uma amizade quase suspeita. Dormiam na mesma cama quando ela vinha visitar, mas Ágata achava que aquilo era mais pena do que romance. Sua mãe devia sentir dó daquele homem que nunca seguiu em frente. Bom, pelo menos era assim que Ágata preferia explicar.

Ela mesma não queria uma relação morna como aquela. Sonhava alto: queria um amor louco como o da bisavó e uma paixão destemida como a do bisavô — dessas que enfrentam o mundo e mais um pouco. Mas parecia que ninguém era feito desse material hoje em dia. Ou talvez ela só tivesse o péssimo hábito de escolher os homens errados. Na real? Nenhum relacionamento que teve até então mexeu com ela de verdade. Talvez amor fosse uma daquelas coisas que simplesmente não vinham no pacote de mulheres independentes como ela.

Sete da noite em ponto, como toda sexta-feira, seus amigos chegaram. O pai dela os acomodou numa mesa do lado de fora e, aliviado, notou a ausência de Eduardo. Até ele sabia que aquele garoto era problema. Nem queria imaginar o que a filha faria se o encontrasse. 

Com duas horas livres, Ágata se juntou ao grupo e chegou, como sempre, sem pedir licença

— E aí, vadias, como estamos hoje? 

A turma, distraída numa conversa qualquer, levou um susto. Saulo, o palhaço oficial da galera, respondeu com fingida seriedade, passando o braço no ombro de Gorete, a baixinha nerd e dona dos óculos mais grossos da cidade: 

— Mais respeito com a minha futura esposa, dona Ágata. 

— Não se iluda, Saulo. Somos só amigos com benefícios... e bem raros, viu? — Gorete rebateu, recebendo vaias, tapas e risadas da galera.

Danilo, o mais observador, completou enquanto encarava uma moça que acabava de entrar:

— Eu sempre disse que a Gorete não te leva a sério. Ela e Ágata assinaram contrato pra não cair nos encantos desses gostosões daqui.

A moça nova parecia procurar alguém, mas logo foi chamada por amigas e se enfiou no fundo da pizzaria. 

Rafaela, linda como modelo de Instagram e dona de uma autoestima que, felizmente, não transbordava em arrogância, entrou na conversa: 

— Claro! Mulher moderna quer muito mais do que músculo e beleza. Quer inteligência, companheirismo... e um corpinho gostoso ajuda, claro.

Ágata gostava dela, mas não a ponto de chamar de amiga. Era mais uma conhecida legal que fazia volume no grupo.

— Um dia vocês vão nos agradecer por não querer nada sério com nenhum de vocês. — Ágata disse, se afastando quando o garçom chegou com uma pizza e um refrigerante zero. 

Como sempre, Danilo e Saulo fizeram montanhas de pizza nos pratos, enquanto as meninas só observavam, já sabendo que, em breve, uma nova pizza chegaria.

Entre uma mordida e outra, Saulo comentou com a boca cheia:

— Quem ia amar estar aqui hoje era o Dudu. Ele ama a pizza daqui... e é louco por você.

Ágata revirou os olhos. 

— Eduardo é outro iludido. Já falei mil vezes que trocar uns beijos não me transforma na namorada dele. Nem ficante eu quero ser. 

— Repete isso na frente dele. O cara tem um vídeo de vocês dois se beijando e mostra pra todo mundo dizendo que vocês estão juntos. 

— Aquilo foi só zoeira! Nem imaginei que ele fosse levar a sério. — Pegou o celular e começou a procurar o contato dele. — Vou mandar apagar. 

— Duvido. Ele já postou no Instagram. Tá geral curtindo e comentando “casalzão”. 

Aquilo incomodou. Ágata nunca gostou de expor a vida pessoal. Nem Instagram pessoal ela tinha. Só usava a rede para postar fotos de massas e vinhos do restaurante.

— Se ele não apagar, eu mesma faço um vídeo expondo ele no TikTok. E ainda marco vocês todos.

Gorete, rindo, cutucou: 

— Por que você não faz logo um TikTok seu? Todo mundo tem. 

— Exatamente por isso. Porque todo mundo tem. Minha vida privada é minha, não do povo. — Ela respondeu, pegando outra fatia de pizza.

— Tá, no TikTok até vai... mas no Instagram você controla quem vê. Pensa: você conhece um boy gato, ele não tem seu número, não sabe onde você mora... Como ele te acha? Redes sociais, minha linda. — Gorete disse, antes de dar um tapão na bunda da amiga. 

Ágata gritou, meio por dor, meio por susto:

— Ai, sua vaca dos peitos grandes! Isso dói, caramba!

— Não fala assim das minhas santas mãezinhas. Elas te adoram! — Gorete riu. — E era pra doer mesmo. Se fosse carinho, eu estaria querendo te pegar. 

Saulo não perdeu tempo:

— Aí tá um fetiche meu: ver duas garotas trans*ndo. Se rolar, quero assistir. Combinado? 

— Sai fora, doente! Falei brincando. Não tenho tesão por mulher. Meu negócio é homem. Já beijei uma garota, mas... nada demais. 

Rafaela, curiosa, perguntou: 

— E por que beijou? 

— Estava dançando, rolou um clima... Ela chegou perto, a música era boa... Quando vi, estava beijando. Foi bom, mas não foi aquela coisa. Cresci com mães lésbicas, então isso pra mim é bem normal. Mas mulher não é meu lance. 

Rafaela aproveitou o embalo: 

— Falando nisso... Na faculdade tem uma professora que dizem que fica com as alunas. Já vi ela me olhando torto. 

Saulo brincou: 

— Até eu olho torto pra você e você nem dá bola. 

— Você é meu amigo, Saulo. Não fico com amigo. — respondeu Rafaela, prática. 

Danilo, o mais sério do grupo, comentou:

— Isso aí entre professora e aluna é meio antiético. 

— Por isso eu não invisto. Vai que eu me apaixono e depois sofro quando o semestre acabar? Homem já complica tudo sem saber do que a gente gosta... imagina mulher, que sabe exatamente onde tocar. — Rafaela respondeu, rindo. 

— Ei, Rafa, se não me quer, é só dizer. Não precisa pisar no meu coração. — Saulo fez drama. 

O grupo caiu na gargalhada, chamando a atenção de quem estava por perto. Até o pai de Ágata lançou um olhar curioso.

 Danilo olhou para Ágata: 

— E você, Ágata? Já beijou alguma garota? 

Ela deu um sorriso de canto: 

— Que eu me lembre, não. Talvez porque não apareceu ninguém interessante. E também não sei se meu lance é só homem... Até agora, nenhum me fez sentir aquela coisa arrebatadora. E vocês? Já beijaram algum garoto? 

Saulo fez que não, mas Danilo ficou pensativo. Ágata percebeu e, com sinceridade, completou: 

— Se um dia eu sentir algo por uma mulher, vou falar na cara dela. Igual faço com homem. O importante é ser feliz, o resto que se exploda. 

Danilo soltou um suspiro leve, como quem se livra de um peso, mas preferiu não comentar. 

Gorete, animada, retomou:

— Agora falando sério, Ágata, faz um Instagram pra registrar momentos como esse. Vamos tirar uma selfie! 

Depois de muito insistirem, ela cedeu. 

— Tá bom, vocês venceram. Vou criar um Instagram pessoal. Até agora, só tenho o do restaurante. — Mostrou a tela do celular, cheia de fotos de massas e vinhos. 

— Nada disso! Vamos criar agora, antes que você desista. — Gorete pegou o celular dela com empolgação.

Eles se reuniram numa roda, discutindo nomes de usuário e ângulos de foto. Rafaela, claro, buscando a luz perfeita. 

— E a foto de perfil? Tem que ser lacradora! — disse Rafaela. 

Saulo tirou várias fotos, apagou quase todas, até que uma agradou finalmente o grupo.

Instagram feito, seguidores adicionados e primeira selfie registrada. Depois disso, voltaram a falar besteira até a folga de Ágata acabar e ela precisar voltar ao trabalho, com a sensação de que, pela primeira vez, estava começando a mostrar um pedacinho seu para o mundo — e tudo bem.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Fim do capítulo


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Comentários para 2 - Capitulo 2:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 17/12/2024

Galera legal. 

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Lea
Lea

Em: 13/12/2024

Ágata tem um jeito tão vivo de ser. Gosto do auto astral dela.

 

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Mmila
Mmila

Em: 02/12/2024

Se a Marcela for procurar, vai achar......

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