Capitulo 44
Ana Karen (Povo especial)
Estava esperando Cris se arrumar. Estávamos indo para a despedida de solteiras de nossas amigas.
Ainda não tinha superado o susto de ver minha namorada em uma cama de hospital. Desde incêndio, tenho tentado ficar próxima dela. Não deixar que ela fique sozinha. Acho que faço isso porque tenho medo de perdê-la.
No começo, achei que não conseguiríamos reacender a paixão que sentíamos uma pela outra, porquê passamos muito tempo evitando estar no mesmo local, passamos muito tempo com raiva. Mas com tempo e dedicação, aprendemos a superar o passado. Nós abrimos para conhecer as nossas novas versões e para a nossa surpresa, essas versões combinavam muito mais.
Cris era espirituosa, determinada e cativante. Logo a minha admiração por ela cresceu mais ainda. Passamos a maior parte dos dias juntas, quando eu não estou aqui, ela vai para o meu apartamento. Tivemos muito tempo para nos conhecermos novamente, já tive a oportunidade de de ver o seu lado mais ousado e também o seu lado mais inseguro. Já brigamos e nos reconciliamos, como todo o casal deve fazer. Hoje, entendo o porquê de nunca conseguir entrega o meu coração para ninguém, ele já tinha dona e somente ela foi capaz de arrumar as cicatrizes que nossa juventude e imaturidade causaram.
Já tinha algum tempo que Cristine estava se arrumando. Descido ir até o seu quarto para verificar se ela já estava pronta.
- Amor, estamos atrasadas. - Falo.
- Já estou quase pronta. - Ela está fazendo a sua maquiagem. Me aproximo e envolvo a sua cintura.
- Você está maravilhosa. - Beijo seu pescoço.
- Obrigada, você não está nada mal. - Ela brincou. Me fingi de ofendida.
- Olha que terninho sexy eu comprei, você não acha que vou fazer sucesso? - Provoquei. Desde que descobri o lado ciumento de Cris, gosto de implicar com ela.
Minha namorada me deu uma boa olhada, amava quando ela me secava. Meu coração logo começava a acelerar.
- Não ouse deixar ninguém tocar em você, porque tudo isso é meu. - Ela segurou a lapela do meu paletó e me encarou.
- Acho que você devia deixar mais claro o quanto sou sua. - Sussurrei.
- Se você continuar me provocando, vamos nos atrasar mais ainda. - Falou.
- Não me importo. - Colo nossos corpos e inicio um beijo calmo e lento.
- Ana, não me provoque.
- Não sei do que você está falando. - Aprofundo o nosso beijo e lhe conduzo até a cama.
- Você quer isso, não é? - Ela diz.
- Sempre quero você. - Abaixo a alça do seu vestido, sem delicadeza e beijo sua clavícula. - Adoro quando sente ciúmes de mim.
- Só você me faz sentir ciúmes, amor. - Cris inverte as nossas posições e coloca suas pernas ao redor do meu quadril. Ela abre alguns botões da minha camisa e coloca sua mão sobre o meu abdômen. - E só você me faz perder a cabeça. - Ela beija meu pescoço enquanto coloca uma das mãos por dentro da minha calça. Ela pressiona levemente os seus dedos por cima da minha calcinha. Sinto uma leve ardência em meu pescoço, o que me deixa com mais tesão. Cristine fica em pé ao lado da cama e me olha intensamente.
- Isso está claro o bastante? - Ela indica o meu pescoço e sai em direção a sala.
Com certeza ela deixou um ch*pão em mim, mas não me importo. Tudo que quero agora é tirar o seu vestido e tê-la toda para mim. Levanto rapidamente e lhe encontro antes que ela pegue as chaves do carro. Viro o seu corpo até que nosso rostos estejam a centímetros um do outro.
- Ainda não é o suficiente.
Falo apenas isso. Cris me ajuda a tirar nossas roupas. Sei que estamos atrasadas, mas não posso me conter quando tudo o que quero é tê-la de novo e de novo.
****
Cristine ( Pov especial)
Apesar de atrasadas, chegamos na despedida de solteiras de nossas amigas. Sei que elas percebem a nossas demora, mas não falam nada. Kimi é a primeira a nos observar, ela está conversando com alguns convidados quando chegamos.
- Quem bom que nossas madrinhas chegaram. - Kimi diz e vem nos cumprimentar.
- Desculpa o atraso, tivemos um pequeno contratempo. - Ana diz e me olha travessa. Seguro na sua cintura e dou um leve beliscão.
- Tudo bem, venham. Só falta vocês. - Yana sorrir e nos leva até a mesa onde está a sua noiva e mais algumas pessoas. - Peçam o que quiserem, hoje vamos relaxar e aproveitar.
- Cris! - Lívia me abraça. - Vocês demoraram.
- Tive que ensinar boas maneiras para a minha namorada. - Falei somente para que ela ouvisse. Lívia riu.
- Sei como é. - A escritora era rápida para decifrar minha piadas sujas.
- Ana Karen, tudo bem? - Ela se aproximou da minha namorada.
- Sim Lívia, esse lugar é demais.
- Fechamos o lugar só para nós esta noite. - Yana falou.
- Nossa, é hoje que eu me acabo. - Peguei uma bebida de um garçom que passava por ali e sentei ao lado das amigas do trabalho de Lívia. Puxei assunto com elas, não foi difícil, já que todas já tinham bebido algumas doses.
Ana, logo sentou ao meu lado e começou a se enturmar também. Perto da nossa mesa estava um palco com várias dançarinas de pole dance. Elas apresentavam as suas coreografias e exibiram seus corpos esculturais. Um DJ animava a noite com vários remix atuais, para as pessoas que queriam ficar na pista de dança. Também tinha um espaço para tirar fotos com vários cenários divertidos. Isso era apenas no andar de baixo. Não me surpreendia, já que nossa empresa era especialista em promover eventos. E mais do que ninguém, Yana tinha um olho bom para festas.
Depois de algumas horas conversando, dançando e brincando com nossos amigos, peguei a mão de Ana e seguimos para o andar superior. Lá encontramos um bar, semelhante ao do andar de baixo. Tinha alguns espaços mais reservados para aqueles que gostavam de beber e conversar. Mas também tinha uma área externa com piscina e alguns jogos.
- Você adora explorar tudo, né. - Ana falou enquanto me seguia.
- Óbvio, quero aproveitar cada parte do local.
- Vem, quero te mostrar um lugar. - Ana me conduziu até uma porta lateral. - Estive aqui semana passada para ajudar a Yana a escolher o lugar.
- Onde estamos indo? - Perguntei curiosa.
- Você já vai descobrir. - Ela me conduziu por um corredor iluminado com luzes vermelhas. Nas laterais tinham algumas portas, provavelmente deviam ser suítes. Mas não paramos ali e seguimos até o final do corredor.
- Aqui. - Ana me deixou passar na sua frente.
Fiquei impressionada com a vista, estávamos em uma sacada. O mar estava logo a nossa frente e era iluminado pelas luzes de várias estrelas que enfeitaram o céu naquela noite. A brisa estava gostosa e refrescante.
Minha namorada colocou o seu paletó em mim. Senti os braços me envolverem por trás. Ela descansou a cabeça em meu ombro.
- Quando vi esse lugar, sabia que você iria adorar.
- Você tem razão, aqui é maravilhoso. Me faz lembrar...
- Da excursão que fizemos no ensino médio? - Ana completou. - Sabia que você lembraria. Foi a primeira coisa que pensei também.
- Como eu poderia esquecer, amor. Fugimos dos nossos professores e corremos para uma praia que tinha lá perto. E eu também beijei você. - Falei.
- Eu estava morrendo de medo de sermos descobertas e você, louquinha como sempre, só queria colecionar o máximo de aventuras possíveis.
- A vida é muito curta para se seguir todas as regras. - Comentei. - Mas eu queria te mostrar o mar, você me contou que nunca tinha visto.
- Foi uma das melhores noites da minha vida. Lembro que estava sendo difícil mudar de escola, fazer novos amigos. Meu pai tinha casado com a tia Juliana e tivemos que mudar de cidade. Mas você tornou tudo mais fácil. Quando conheci você e a sua mãe, me senti mais a vontade. Vocês foram simpáticas comigo.
- Lembro que você parecia tão misteriosa. Aquilo me deixou super curiosa ao seu respeito. - Ana era uma adolescente introvertida que passava a maior parte do tempo em seu quarto. Na escola, ela não falava muito e vivia na biblioteca.
- Você me deixava louca, sempre fazia milhares de perguntas. Era tão intrometida.
- Estava louca para saber mais sobre você. Lembro que fiquei obcecada desde o momento em que te vi pela primeira vez.
- No início, eu só queria te afastar. Mas você sempre foi gentil comigo. Mesmo quando eu só falava coisas estúpidas. Quando brigamos pela primeira vez, senti muito a sua falta. Foi aí que percebi o quanto estávamos próximas. Mas foi só no dia em que fugimos para a praia e você me beijou, que eu entendi o que realmente estava sentindo.
- Parece que nossos começos sempre são em uma praia. - Me virei e toquei em seu rosto. - Porque você me trouxe aqui?
- Queria um tempo a sós. Não quero que você tenha dúvidas sobre o meu amor por você. Quero que saiba que lembro de cada momento que passamos juntas. Você é a pessoa mais importante na minha vida. Não sei em que fase estamos, não sei se as suas dúvidas já acabaram, mas eu sei que eu te amo muito. Quando soube que você estava no hospital, tive muito medo de te perder. Passei todos esses anos mentindo para mim mesma. Primeiro quis me livrar do que sentia, pensei que em algum momento apareceria alguém que me faria esquecer de você. Mas o tempo foi passando e a sensação de que alguma coisa estava errada só aumentava. Era como se nossa história estivesse mal resolvida. Todas as vezes em que em te via, sentia raiva de mim mesma por não conseguir parar de pensar em você. Você não sabe o alívio que senti quando descobrimos que tudo não passou de uma armação. Por muito tempo, quis acreditar que você foi falsa comigo, mas de alguma forma sabia que a menina gentil e louquinha que eu tinha conhecido, não era capaz de me machucar daquela forma. Eu devia ter ido conversar com você, devia ter sido menos orgulhosa. Me desculpa.
- Tá tudo bem amor, não culpo você. Estamos superando isso. Assim como você, eu também quis fingir que não sentia mais nada. Só que nunca deixei de te amar. Mas agora estamos juntas de novo, a vida nos deu uma segunda chance. Não tenho mais dúvidas e não quero mais ir devagar. Agora só quero aproveitar cada segundo ao seu lado. - Beijei os lábios macios de Ana.
- Promete que não vamos mais nos separar. - Ana parecia tão preocupada. Meu acidente a deixou mais traumatizada do que eu podia imaginar.
- Eu prometo, enquanto eu estiver aqui, você sempre será a minha escolhida. Não desejo estar com mais ninguém. Te amo.
- Também te amo, louquinha. - Ana me abraçou apertado.
A nossa história teve desencontros e mal entendidos, mas nem todas as histórias de amor seguem uma linha reta. E isso também não quer dizer que nos amamos menos ou que não está certo. Pensa na força de vontade que é reconstruir uma relação, é preciso muita dedicação e amor. Conseguimos voltar uma para a outra, e agora nosso amor está mais forte do que nunca. O "felizes para sempre" não serve para nós, mas buscar felicidade a cada dia, faz mais o nosso estilos.
Yana Kimi
Observava a minha noiva dançando com nossos amigos. Tinha sentado um pouco para beber e comer alguma coisa. Nossa despedida de solteiras já estava rolando a algumas horas. Cris e Karen também estavam dançando, elas pareciam muito felizes. Era bom ver que as duas estavam em sintonia e que apesar dos últimos anos separadas, elas encontraram uma forma de fazer a relação funcionar novamente.
Depois do atentando que Júlio e seus comparsas fizeram na empresa, me senti tão esgotada. Desde que comecei a trabalhar, não tirei férias. Me dedicava dia e noite para o trabalho. No último mês, papai e Carlos assumiram as responsabilidades para que eu tirasse minhas férias. Consegui estar mais presente nos preparativos para o casamento e nas decisões do pós casamento. Compramos nossa casa e mandamos reformar, colocamos nela todos os detalhes que eram a nossa cara. Não foi difícil escolher os móveis ou a decoração. Lív e eu, sempre tivemos gostos parecidos e a casa já se encaixava no que tínhamos planejado, só foi preciso fazer pequenas mudanças. Nossas coisas já estavam todas organizadas.
A lua de mel seria em diferentes lugares. Decidimos passar uns dias em um resort no Rio de Janeiro, minha noiva não conhecia nada além de Santa Catarina e as cidades ao redor. Por isso, também iríamos ficar alguns dias em São Paulo, Salvador, Ceará, Pará e Amazonas. Essas foram as cidades que ela escolheu. Como eu já conhecia a maioria, ficaria feliz em levar minha futura mulher para os melhores lugares. Estava muito ansiosa, o casamento seria no final desta semana e em seguida já iríamos viajar para o Rio de Janeiro. Não conseguia parar de analisar e prever possíveis contratempos. Queria que tudo saísse conforme o programado. Lívia, merecia tudo do melhor e eu daria isso a ela.
- Um beijo pelos seus pensamentos. - Liv sentou no meu colo. Ela estava muito sorridente.
- Quero o pagamento primeiro. - Brinquei, enquanto fechava meus olhos e aproximava os meus lábios dos seus. Ela me beijou apaixonadamente. Sua língua estava com gosto de laranja e gin. Segurei a sua cintura e colei o seu corpo no meu. Ela acariciou a minha nuca e segurou o meu cabelo, sem machucar, mas o suficiente para que escapasse um gemido da minha boca.
- Assim está bom para você, meu amor? - Liv me provocou.
- Podemos sair daqui, quero você só pra mim. - Falei.
- Ainda não podemos ir embora, mas prometo que vou te recompensar mais tarde. Agora me fale, o que você estava pensando? Parecia preocupada.
- Só estava pensando no casamento e na lua de mel. Não quero que nada saia do planejado. - Confessei.
- Amor, não pense demais a ponto de não curtir o momento.
- Eu só quero que tudo seja perfeito para você.
- Kimi, não importa se o casamento fosse em um salão simples, ou a lua de mel fosse em um hotel de esquina. Ainda seria perfeito, porque tudo o que importa é que a noiva seja você. Coloca uma coisa nessa dua cabecinha linda, você é o mais importante para mim, e cada momento com você é mágico. Não importa onde seja, e sim com quem. E mais uma coisa, tem que ser perfeito para nós duas, não só para mim.
- Eu te amo tanto. - Beijei a minha noiva, mais uma vez. Era difícil soltá-la, só queria beijá-la e beijá-la até que meu membros estivessesem fracos. Mesmo assim, ainda iria querer abracá-la até que fôssemos uma só.
- Também te amo, minha preocupadinha favorita. - Liv deu um leve peteleco na minha testa. - Agora vamos, quero dançar com você. Não esqueça, hoje é nossa despedida de solteiras. Vamos aproveitar cada segundo. Depois pensamos no casamento e na lua de mel. Tudo já foi planejado.
- Você tem razão, como sempre. - Sorri e conduzi Lívia até a pista de dança.
A noite estava longe de terminar, nos juntamos aos nossos amigos e dançamos muito. Estávamos celebrando o encerramento da vida de solteiras e eu estava mais do que pronta para o próximo passo.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
[Faça o login para poder comentar]