Capitulo 45
YANA KIMI
- Yana, posso entrar?
- Claro, Lena. Senta aqui comigo.
Minha sogra estava belíssima em seu vestido para celebrar o casamento da filha. Estava ansiosa e um pouco agitada. Já tinham passado por aqui, muitas pessoas, inclusive o meu pai. Tivemos uma divertida conversa, sabia que ele estava tentando me acalmar. O grande dia finalmente tinha chegado. Iria me casar com Lívia.
- Você estava maravilhosa Yana! - Me olhei no espelho para verificar se meu vestido estava devidamente ajustado.
- Obrigada, Lena. Você já viu a Lívia, estou com saudades. - Confessei.
- Sim, acabei de sair do quarto dela. Estou tão emocionada, meu bebê vai se casar. - Lena começou a chorar. - Ai, vou ter que retocar a maquiagem outra vez!
- Não se preocupe, meu pai está do mesmo jeito. Ele acabou de sair daqui tão emocionado quanto você está, agora. - Lhe ofereci um lenço e peguei outro para mim. Meus olhos ficavam marejados a todos momento.
- Oh, minha querida. Nós estamos tão felizes por vocês duas. Você sempre foi uma amiga maravilhosa para a minha filha. Mas devo admitir, que eu via a maneira apaixonada que você olhava para ela. E sabe de uma coisa? Me agrada muito que a Lívia tenha percebido o amor que sente por você. Minha filha é a pessoa mais importante da minha vida, e me sinto segura em saber que ela está se casando com a mulher mais doce e cuidadosa que eu conheço.
- Não sei como agradecer a sua amizade, Lena. Você é uma sogra maravilhosa e pode ter certeza que vou amar e cuidar da Lívia, assim como tenho feito desde que a conheci.
- Eu tenho certeza, que sim. Agora, venha me dar um abraço.
Lena me puxou para os seus braços e acariciou a minha costa. Era tão bom saber que agora, seríamos todos uma família.
- Nos vemos na entrada da cerimônia. - Ela beijou o meu rosto.
- Nem me fale. Só de pensar que está chegando a hora, meu coração fica acelerado.
- Você vai conseguir. Fique firme. Isso vai passar assim que você vê a sua mulher. Até daqui a pouco.
Lena saiu do quarto em que eu estava me arrumando e logo a cerimonialista veio para avisar que em alguns minutos viria me buscar. Estava ansiosa para ver Liv com o seu vestido de noiva. Combinamos de manter a surpresa até o altar. Ontem ela foi para a casa da sua mãe e dormiu lá. Para mim, era como se tivesse passado uma eternidade desde que a vi, precisava estar ao seu lado e beijá-la a todo momento.
Não demorou muito e a cerimonialista me levou para onde estava o meu pai. Segurei em seu braço. Estava tremendo e a qualquer momento poderia passar mal.
- Está chegando a hora, meu amor. Você está tão linda. - Ele não conseguia parar de chorar.
- Obrigada, pai. Estou nervosa.
- É normal, você esperou muito por esse dia.
- Você viu a Lívia?
- Sim, ela está belíssima.
- Mal posso esperar para vê-la.
Caminhamos até a entrada do salão. Lívia ainda não estava ali, olhei de um lado para o outro em busca da minha noiva. Até que a avistei no alto das escadas. Não consegui conter a minha emoção. Chorei como uma criança quando vi a mulher da minha vida em seu vestido de noiva. Ela estava deslumbrante. Não, estava espetacular. Não existiam palavras que pudessem definir a beleza e a elegância de Lívia. Me segurei para não correr para os seus braços. Esperei até que ela estivesse ao meu lado. Mas não precisei esperar tanto, porque Liv veio a passos acelerados e me abraçou.
- Você está maravilhosa! - Ela disse. - Nem acredito que tudo isso é meu. - Ela sussurrou em meu ouvido.
- Eu é que não posso acreditar que vou me casar com a mulher mais bela desse planeta. Você nem imagina as coisas que quero fazer com você quando a cerimônia acabar.
- Posso imaginar, porque quero fazer o mesmo.
- Vocês serão os próximos a entrar. - A cerimonialista falou para nós e para nossos pais.
As nossas madrinhas já tinham entrado e nos aguardavam ao lado do altar. Os gêmeos estavam entrando, nesse exato momento. Gabriela jogava flores pelo chão e Gabriel levava as alianças. Apertei a mão de Lívia em busca de aliviar o meu nervoso. Ela estava com a mão tremendo. Devia estar tão nervosa quanto eu.
- Pronta para se tornar a senhora Charles? - Perguntei.
- Nunca estive tão pronta em toda a minha vida. - Ela sorriu.
A cerimonialista entregou os nossos buquês. Tive que soltar a mão da minha noiva para segurar as flores. Enlacei o meu outro braço ao do meu pai. Lívia fez o mesmo com a sua mãe. E quando me dei conta, a marcha nupcial já tocava, anunciando a nossa entrada.
Caminhamos a passos lentos, assim como tínhamos ensaiado. Mas a verdade, era que eu mal conseguia prestar atenção no ritmo da caminhada. Mesmo que o salão estivesse lotado de amigos e familiares, eu só conseguia me concentrar na mulher ao meu lado. E pelo visto, ela também me escolheu como o seu foco, porque me olhava com seus olhos castanhos brilhantes. Não conseguíamos parar de sorrir uma para a outra. Aquele era o nosso casamento.
Quando chegamos no altar, nossos pais nos beijaram e ficaram ao lado das nossas madrinhas. Cris e Karen estavam sorridentes à nossa volta, entregamos os buquês para elas e lhes abraçamos. Depois eu e Liv, viramos uma para a outra. Não existia casal mais radiante do que nós duas.
A banda terminou de tocar a música e os convidados sentaram em seus lugares.
- Boa noite. - A Juíza disse e depois continuou a ministração da cerimônia.
- Estamos aqui hoje para celebrar as melhores coisas da vida. Estamos aqui para celebrar o amor, a confiança, e o respeito. E por falar em amor, falemos de amar, este verbo cuja ação nos trouxe aqui hoje, e para falar dele não poderia deixar de recitar um poema de Mario Quintana. - Enquanto ela recitava o poema, não podia deixar de sorrir ao admirar a minha futura esposa. Era como se conversássemos pelo olhar.
- Amar é mudar a alma de casa, é ter no outro, nosso pensamento.
Amar é ter coração que abrasa, amar, é ter na vida um acalento.
Amar é ter alegria que extravasa, amar é sentir-se no firmamento.
Amar é mudar a alma de casa, é ter no outro, nosso pensamento.
Amar, é aquilo que embasa, é ter comprometimento.
Amar é voar sem asa, e porque amar é acolhimento,
amar é mudar a alma de casa.
(Mario Quintana) -Amar é mudar a alma de casa.
- Este maravilhoso poeta nos deu a sua visão sobre o amor. E as noivas também escreveram os seus votos e gostariam de compartilhar com vocês, neste momento.
Lívia foi a primeira a dizer os seus votos.
- Kimi, minha melhor amiga, que hoje se tornou a mulher que desejo, que venero e que amo. Você me ensinou muitas coisas sobre a vida, me ensinou a ser paciente comigo mesma, me inspirou a me aceitar do jeito que sou e mais ainda me ensinou que o verdadeiro amor supera todos os momentos difíceis. Você desperta o meu lado mais altruísta e carinhoso. Sem você o meu mundo se torna escuro e nublado. Minha querida, você é muito mais do que eu poderia merecer, e sonhar. - Liv, chorava enquanto lia os seus votos. Suas palavras acalentavam a minha alma. - Hoje, diante de todos os nossos familiares e amigos, quero dizer que você é a minha melhor escolha. Não tenho dúvidas que esse é mais um passo para a continuação da nossa linda aventura, juntas. - Ela deixou o papel de lado e olhou em meu olhos. - Prometo que vou te respeitar, amar e dedicar meu tempo para a manutenção e evolução da nossa relação. Não sou perfeita, mas sei que você ama as minhas imperfeições, assim como eu amo cada parte sua. Desejo que nossa união seja repleta de alegrias e conquistas. Que o seu crescimento seja o meu e que a sua conquista seja a minha. Te amo para sempre e para depois desta vida.
Era impossível segurar as lágrimas que escorriam pelo meu rosto. Beijei a mão de Lili, antes de começar a falar os meus votos.
- Você consegue. - Lívia sussurrou e eu afirmei com a cabeça.
- Como vocês puderam notar, a minha mulher é a escritora da relação. - Nosso convidados riram. - Mas vou dar o meu melhor para expressar o amor que sinto por ela. - Olhei para a minha noiva e disse. - Quando você me defendeu e se tornou a minha dupla no nosso último ano do ensino médio, eu soube que ali seria o começo de algo muito especial. Sempre te admirei como amiga e como mulher. E desde o início, quis ser o seu porto seguro. Estivemos juntas quando alcançamos os nossos objetivos pessoais, também estivemos juntas quando a tristeza nos alcançou. Apesar dos anos que passamos longe uma da outra, você sempre esteve em meu coração. Nunca fui capaz de parar de te amar. Amadurecemos e evoluímos como pessoa e hoje estamos aqui, diante de todos para confirmar o nosso amor. Minha linda, você é o meu bem mais precioso. Não vivo um dia sem me achar a mulher mais sortuda do mundo por você ter aceitado ser a minha esposa. Prometo que vou cuidar da nossa família e dedicar tempo para você. Prometo te abraçar quando estiver passando por um momento difícil. Prometo ser fiel, companheira e carinhosa. Não quero passar mais nem um minuto sem te chamar de minha esposa. A dona do meu corpo e do meu coração. Te amo, desde o início. Te amo, hoje e te amarei para toda a vida. - Não consegui me segurar e puxei Lívia para os meus braços. Os nossos convidados aplaudiram e ficaram em pé. Comecei a gargalhar, estava transbordando de felicidade.
- Depois desta bela demostração do amor. Não irei fazê-las esperar. - A Juíza sorriu para nós.
- Yana e Lívia, vocês já foram muitas coisas uma da outra, melhores amigas, companheiras, namoradas, noivas. Agora, com as palavras que vocês estão prestes a trocar, vocês passarão para a próxima fase. Pois, com estes votos, vocês estarão dizendo ao mundo: "esta é a minha esposa".
- Yana Charles, é de livre e espontânea vontade que você aceita a Lívia Duarte como sua companheira em matrimônio?
- Sim. - Falei, sem poder esperar mais um minuto.
- Lívia Duarte, é de livre e espontânea vontade que você aceita a Yana Charles como a sua companheira em matrimônio?
- Digo, mil vezes sim. - Lívia segurou mais firmemente em minha mão e sorriu.
- Para oficializar esses votos de amor, peço que tragam as alianças. - Gabriel veio até a juíza, todo elegante em seu paletó. Eu e Lívia beijamos o seu rosto, antes que ele retornasse para o lado da irmã, que estava maravilhosa em seu vestido de daminha de honra.
- As alianças são símbolos físicos do compromisso de um casal e de sua ligação emocional e espiritual. Elas são consideradas um círculo perfeito, sem começo nem fim. Yana e Lívia, que estes anéis sejam um lembrete visível de seus sentimentos uma pela outra neste momento. Ao olhar para eles, lembrem-se que vocês têm alguém especial com quem compartilhar suas vidas. Lembrem-se de que vocês encontraram uma à outra e uma na outra, e de que nunca mais andarão sozinhas.
Peguei a aliança e disse.
- Eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser minha esposa e minha melhor amiga. Receba-a e saiba que eu te amo. - Coloquei o anel no dedo de Lívia. Depois foi a sua vez de falar.
- Eu te dou esta aliança como sinal de que escolhi você para ser minha esposa e minha melhor amiga. Receba-a e saiba que eu te amo. - Liv colocou o anel em mim e em seguida, beijou o meu dedo anelar.
- É com grande alegria que pela autoridade a mim delegada como Excelentíssima juíza de direito, Vitória Medeiros, declaro que vocês estão casadas. Podem se beijar.
Não esperei mais um segundo para tomar Lívia em meus braços e beijá-la apaixonadamente. Escutava as palmas e os assobios ao nosso redor, mas só conseguia me concentrar na minha bela esposa e no quanto os seus lábios eram atrativos.
*********
- Não consigo falar sem chorar, é tão emocionante ver a minha filha casada. - Meu pai estava no palco fazendo o seu discurso. A festa já rolava a um bom tempo, todos estavam bebendo e comendo à vontade. - Yana e Lívia, é impossível não notar o quanto vocês se amam. Somos todos privilegiados por poder compartilhar esse momento tão mágico com vocês. Agora, nossa família está crescendo. Lívia, pode ter certeza, que você a partir de hoje, se tornou a minha filha também. Seja bem-vinda a nossa família. - Minha esposa levantou a taça para o meu pai. - Amo vocês. E sem querer pressionar, mas não vou reclamar se daqui uns meses receber a notícia de que vou ser avô.
- Eu também não vou reclamar, em. - Lena, comentou e todos os convidados riram.
- Esses dois, estão muito apressadinhos. - Comentei com Liv, que estava sentada ao meu lado.
- Vamos apenas sorrir e concordar. Logo, eles vão esquecer dessa ideia. - Lívia, disse.
Meu pai veio até nós e nós abraçou. Depois sentou ao lado da seu namorado, Diego.
- Já pensou, amor. Um molequinho com a fofura da Lívia e a cabeça dura da Yana, correndo por toda parte? - Cris, que estava na nossa mesa, falou para a namorada.
- Acho que seríamos ótimas tias. - Karen concordou.
- Vocês podem parar com a gracinha. Se querem tanto um bebê, façam vocês mesmas. - Falei.
- E então amor, o que acha? - Karen perguntou para Cris.
- Vamos dar essa honra, primeiro para a casadinhas.
- Bom, enquanto vocês ficam discutindo quem vai ter filhos primeiro. Eu vou dançar com a minha esposa. - Estendi a mão, convidando a Lívia para dançar. Aproveitei que os discursos tinham terminado. - Aceita dançar comigo, meu amor?
- Claro, meu bem.
Caminhamos até a pista de dança. Estava louca para ter a minha mulher só para mim.
- Você parece impaciente, meu amor. - Lívia disse, enquanto me guiava no ritmo da música.
- Só quero ficar a sós com você. Sinto sua falta. - Beijei o seu pescoço.
- Também quero ficar sozinha com você, esposa.
- Fala de novo. - Pedi.
- Esposa. Minha esposa. - Sei que estava agindo como uma boba. Mas, era tão bom ouví-la me chamar assim.
- Eu te amo. Quero tudo com você.
- Eu também te amo, sou louca por você. - Nos beijamos. Queria que aquele momento fosse eterno. Segurei o corpo de Liv mais próximo ao meu e aprofundei o beijo. Era hora de sair dali.
- Amor, prometo que vou fazer tudo o que você quiser. Mas só depois que a festa terminar.
- Quero ir embora, agora. Não aguento mais esperar.
- Você já parou para pensar que agora vamos morar juntas, compartilhar todos os momentos e vamos nos estressar uma com a outra também? - Ela tocou em meus lábios. - Não faça esse bico, adorável.
- Quando eu disse que quero tudo com você, é tudo mesmo. Não consigo parar de pensar em como quero levar você para a nossa casa e estreitar a nossa cama nova. Quero tomar café da manhã, pela primeira vez na nossa cozinha. Quero ver filmes e séries na nossa sala. Quero compartilhar tudo que a vida de casada pode nos proporcionar. E vamos viajar muito, também. Já estou pensando em lugares que podemos conhecer, depois da nossa lua de mel.
- Vamos ter a vida toda para fazer cada uma dessas coisas. E eu vou amar, fazer todas ao seu lado. Mas agora, nossa cerimonialista acabou de olhar para cá. Acho que está na hora de jogar os buquês.
- Podemos ir embora, depois disso? Estou louca para tirar o seu vestido e sentir o seu corpo no meu.
- Vamos logo jogar esses buquês. Não posso mais aguentar um minuto com você me provocando desse jeito. - Liv, me puxou para mais um beijo antes de irmos para o palco nomear um novo casal como os próximos a se casarem.
LÍVIA CHARLES
- Nem acredito que a sua madrasta que pegou o Buquê. - Kimi disse.
- Você viu como ela ficou toda sem jeito? Ela é tão fofinha. - Falei. Estávamos no carro a caminho da nossa casa. Minha ficha ainda estava caindo. Estávamos cansadas, finalmente.
- A Clara é uma mulher incrível e jovem também. Não me surpreenderia se ela se casasse de novo.
- Sei que ela sofreu muito com a morte do meu pai, mas concordo com você. Agora, ela e meus irmãos estão mais estabilizados.
- E como você está se sentindo em relação ao seu pai?
- Hoje, pensei bastante nele. Queria que ele estivesse aqui comemorando conosco. Sei que ele morreu antes da gente começar a namorar. Mas gosto de imaginar que ele ficaria feliz pelo nosso casamento.
- Ele sabia da gente.
- Como você pode ter tanta certeza? Ele morreu bem antes de qualquer coisa acontecer.
- Ele me disse. Quando conversamos, no hospital. Seu pai confessou que sabia dos meus sentimentos por você. Ele me pediu para cuidar de você. - Ouvir aquilo me deixava tão feliz. Saber que meu pai imaginou um futuro onde eu estaria com a Kimi, era o mais próximo que eu teria de compartilhar esse momento com ele.
- Obrigada por me contar. Saber disso é muito importante para mim. - Segurei na mão da minha esposa.
- De nada. Seu pai sempre estará presente em nossas memórias. E vou fazer questão de falar dele para os nossos filhos.
- Você tem noção de como eu te amo muito mais, por isso? Você é tão empática, Kimi. Obrigada por me aceitar de novo na sua vida. Obrigada por ter cuidado de mim e me feito enxergar o quanto nosso amor era forte. Não consigo mais imaginar uma realidade em que não estivéssemos juntas. Que bom que tivemos a oportunidade de se reencontrar e se perdoar. - Kimi, estacionou o carro em nossa garagem.
- Leve ao pé da letra tudo o que eu falei em meus votos. Guardei cada palavra que você disse em meu coração e tenho certeza que vamos fazer esse casamento dar certo. - Ela me beijou carinhosamente.
- Te amo.
- Eu também te amo.
Saímos do carro e, praticamente, corremos até o nosso quarto. Quando entramos, me deparei com um ambiente todo decorado com velas e corações.
- Quando você teve tempo de planejar tudo isso?
- Não duvide da minha capacidade de te surpreender. Vem, preparei a banheira para a gente.
- Você é a melhor esposa do mundo. - Disse enquanto Kimi beijava o meu pescoço e meu ombro.
- Bem-vinda ao início da nossa lua de mel. - Kimi me ajudou a tirar o meu vestido e eu tirei o seu. Ficamos totalmente despidas para entrar na banheira.
A água estava morna e aconchegante. Servi duas taças com um champanhe que estava na borda da banheira. Entreguei a bebida para a minha esposa e brindamos ao início da nossa vida de casadas.
Yana, não demorou a me puxar para junto de si. Repousei o meu corpo em seu peito.
- Essa é a primeira noite em nossa casa. O que você gostaria de fazer, meu amor? - Perguntei.
- Primeiro, quero que relaxe. - Ela deixou a sua taça de lado e começou a massagear as minhas costas e pescoço. Fechei meus olhos aproveitando o relaxamento que tomava conta do meu corpo. - Você está tão tensa, senhora Charles.
- Sua mãos são maravilhosas, Senhora Charles. Sei que vai me ajudar a relaxar.
Esse foi o incentivo que Kimi precisava. Ela me virou em seu colo e começou a massagear a região próxima a minha clavícula. Desceu suavemente até as minhas coxas e massageou ali também. Arrepios tomaram todo o meu corpo. Enlacei o seu pescoço com os meus braços e dei leves beijos por todo o seu rosto. Lhe incentivando a continuar. Suas mãos caminharam por toda a minha costa e depois repousaram em meu bumbum.
- Está cansada? - Ela perguntou.
- Um pouco. - Confessei. - Mas nunca para fazer amor com você a noite toda.
Kimi me surpreendeu ao levantar da banheira comigo nos braços. Ela não parou até que estivéssemos na cama.
- Você andou malhando?
- Talvez, mas você é pequena, amor. - ela estava deitada embaixo de mim e eu estava sentada em seu quadril.
Acariciei o seu abdômen e depois o vale entre os seus seios. O peito de Kimi subia e descia rapidamente, por causa do meu toque. Sabia que ela mal aguentaria esperar para que nossos corpos estivessem unidos. Deitei sobre a minha esposa, como era maravilhoso poder chamá-la de minha. Seu corpo estava pronto, como sempre ficava para mim. Cada parte de mim ansiava por ela. Não lembrava de um tempo em que não desejasse aquela mulher.
- Amor, por favor. Me toque. - Ela implorou.
- Faço tudo o que você quiser. - Falei embriagada por seu cheiro.
- Tome tudo de mim, não existe uma parte minha que não seja sua.
Toquei em seus seios por algum tempo e depois desci até o vale entre as suas pernas. Elas estavam quente e pronta. Estava louca por tê-la desde o momento em que a vi vestida de noiva. Era possível, que aquela mulher era agora a minha esposa? Eu tinha muita sorte. Kimi era toda linda e cheia de curvas. Fiz questão de tocar em seus pontos sensíveis, mas não estava com pressa. Aquela seria uma noite, absurdamente longa. E eu estava mais do que feliz em atender qualquer pedido da minha mulher.
- Você não sabe o quanto me deixa excitada? - Falei. - Você tem noção do quanto é perfeita? - Substituí os meus dedos por meus lábios e beijei o seu ponto de prazer. Estava desesperada para ouvir os seus gemidos e ela não me decepcionou quando começou a se contorcer e falar o meu nome.
- Liv, não quero mais esperar. Por favor! - Kimi enlaçou os seus dedos em meu cabelo e me direcionou, exatamente para onde ela queria. Seu gosto era tão bom, provei cada gota do seu prazer, até que ela não aguentou mais e se desfez em minha boca. Beijei os seus lábios e deixei com que ela experimentasse o seu gosto. Devo confessar que aquele era um dos meus beijos favoritos.
- Você se tornou tão atrevida. - Ela falou e aproveitou para mudar as nossas posições. Ela me colocou de bruços na cama, mantendo os meus braços seguros em suas mãos. - Como devo lhe punir por me fazer esperar tanto? - Kimi sussurrou em meu ouvido e aquilo me deixou completamente molhe em seus braços. Não consegui responder, apenas gemi em reação às suas investidas. Ela insistia em brincar com a minha orelha. Suas mordidas ficavam cada vez mais fortes, era impossível aguentar por mais tempo.
- Pare de brincar comigo e me coma logo. - Ordenei.
- Tão, malditamente, atrevida! - Ela colocou lentamente um dedo em mim, como ela podia me provocar tanto? Kimi insistia em movimentos lentos, aquilo era tortura. Ela sabia que estava me enlouquecendo.
- Você pode ser mais rápida.
- Não, quero aproveitar cada momento.
Maldita!
Não me restou alternativa a não ser me entregar aos desejos da minha esposa. Ela beijou o meu pescoço e repetiu o mesmo em cada parte do meu corpo, sem parar de me estimular. Não podia reclamar, sua carícias me deixavam em completa rendição. Suas mãos eram habilidosas e perigosas, ela sabia exatamente onde me tocar. Se aquilo não era o verdadeiro significado de veneração, eu não sabia como definir.
- Kimi, por favor!
- Não vou mais te torturar, amor. - Ela se apoiou em seus joelhos e segurou em meu quadril, levantando até que estivesse empinada. Depois deitou, de maneira que o seu rosto estivesse entre as minhas pernas. Seus beijos se tornaram mais intensos, e eu seguia o ritmo que ela ditava com suas mãos possessivas em meu quadril.
- Yana! - Não conseguia mais segurar. Estava suada e carente por seu toque. - Não pare, só continue o que está fazendo.
Kimi, acelerou os seus movimentos e eu não conseguu mais me segurar. Quando o clímax me atingiu, senti a necessidade de gritar. Apenas sentir, se tornou impossível.
Desabei ao lado de Kimi e ela me puxou para o aconchego dos seus braços. Está era a consolidação do nosso casamento. Não podia deseja nada, além daquela cumplicidade. A vida fazia sentido e cada momento era mágico. Kimi me mostrou que o amor era seguro. Confiava tudo o que tinha aquela mulher. Não tinha mais medo e cada parte minha estava entregue as vontade da minha esposa. Me sentia mais do que pronta para iniciar aquela nova etapa das nossas vidas.
- Eu te amo. - Falei quando a minha respiração voltou ao normal.
- Eu te amo, tanto Lívia. Vamos ter uma vida linda. - Ela beijou o topo da minha cabeça e acariciou a minha costa até que eu começasse a me sentir sonolenta.
Nossa viagem estava marcada para amanhã, mas nossa lua de mel já tinha começado. Me sentia ansiosa para viver cada momento ao lado da minha melhor pessoa. Kimi, não foi o meu primeiro beijo, nem a minha primeira trans*. Mas sem dúvidas ela era o meu primeiro amor. E também seria o último.
******
Três anos depois
YANA KIMI
- Dirija mais rápido, Cris. - Falei aflita. Saímos às pressas do trabalho.
- Acalmasse, mulher. Já estamos acima do limite de velocidade.
- Não posso perder esse momento. Lena disse que Lívia já está no hospital. Temos que nos apressar.
- Já vamos chegar. Seus filhos não vão nascer até aque você chegue.
Estava transbordando de felicidade. Lívia iria ter os nossos bebês. Vocês conseguem acreditar? Nem eu conseguia acreditar que seríamos mães. Mesmo que já tivessem se passado nove meses desde a inseminação in vitro e que tudo estivesse pronto e planejado para receber os nossos filhos. Era surreal imaginar que duas coisinhas tão pequenas, logo estariam em meus braços.
Quando chegamos no hospital, todos os nossos familiares e amigos já estavam na sala de espera. Passei por todos, ansiosa e corri para o quarto em que Lívia estava.
- Desculpa a demora, amor. Quando sua mãe me ligou. Vim o mais rápido que consegui. - Falei afobada.
- Venha aqui. - Lívia me chamou e beijou os meus lábios. - Está tudo bem. Vá se preparar para entrarmos na sala de parto.
- Tem certeza, que está bem?
- Apenas algumas contraç...
Antes que ela pudesse terminar de falar, uma contração lhe fez fechar os olhos e serrar os punhos. Segurei na sua mão.
- Estou aqui agora. Logo essa dor vai passar. Eu prometo.
- Já que as mamães estão aqui, que tal a gente começar os preparativos para o parto? - O Dr. Miguel entrou na sala, animado.
- Está tudo bem mesmo, Dr.? A Lívia está com muita dor. - Falei preocupada.
- É normal, significa que está na hora de você se preparar para entrarmos na sala de parto. Não se preocupe.
- Tudo bem, já nos encontramos, meu amor. - Beijei a testa de Lívia.
- Não demore. - Ela respirou tentando conter a dor.
Saí em direção ao local em que colocaria os EPIs necessários e deixei os enfermeiros e o médico cuidando da minha esposa.
Os minutos em que passei longe dela, pareceram uma eternidade. Até que me permitiram entrar na sala de parto. Fiquei ao seu lado em todo momento, segurando a sua mão. O parto seria cesário, já que teríamos gêmeos. Uma menina e um menino, Antonela e Lucca.
Levei uma câmera para a sala e registrei todos os momentos. Me sentia a mãe mais bobona de todos os tempos. Chorei muito, quando ouvi o chorinho dos meus filhos. Eles foram colocados no corpo de Lívia. Choramos juntas, aquele era o momento mais surreal de toda a minha vida.
- Eles são tão lindos. - Falei. - Antonela tem a sua boca e Lucca tem o seu nariz.
- São nossos pequenos tesouros. - Lívia disse. - Eles vão trazer mais alegria para a nossa vida. Sei que vamos ser boas mães.
- Já somos, meu amor. - Beijei os seus lábios.
Quando segurei Antonela e Lucca em meus braços, tive medo. Eles eram tão pequenos e molhinhos. Mas logo, me acostumei e aproveitei cada segundo antes que os dois fossem levados pelas enfermeiras. Pedi para Lena acompanhar os netos, enquanto ficava com Liv até que ela fosse levada para o quarto e pudesse descansar.
****
Os dias após o parto foram uma loucura. Já estávamos em nossa casa. Tivemos muita ajuda da nossa família para cuidar dos gêmeos. Além da enfermeira e babá que contratamos. Lívia estava debilitada e muito cansada. Fazia de tudo para que ela conseguisse descansar e se recuperar. Tinha tirado licença do trabalho e passava o dia mimando a minha esposa e os meus filhos.
Naquela manhã, acordei cedo e preparei um café da manhã reforçado para a Lívia. Ela estava alimentando os bebês em nosso quarto. Deixei a bandeja com frutas, pães, e mingal em cima da mesa que ficava ao lado da nossa cama.
- Bom dia, meu amor. - Beijei os seus lábios. E depois beijei as cabecinhas dos nossos filhos que estavam em seu colo.
- Bom dia, meu bem.
Sentei atrás de Liv para que ela pudesse se apoiar em meu corpo. Aquela era a nossa mais nova posição favorita. Me sentia orgulhosa de ter minha família na segurança dos meus braços. Aproveitei para tocar e acariciar o corpinho de Antonela e Lucca.
- O tempo está passando tão rápido. Nem acredito que amanhã eles já vão fazer um mês. - Lívia disse.
- Você sabe que sua mãe está lá embaixo planejando um jantar para comemorar, né. Ela comprou um bolo de cinco andares.
- Ela estava tão empolgada, não consegui dizer não.
- Seu Roberto não fica atrás. Amor, você não tem noção do que meu pai fez.
- Já posso imaginar. Meu sogro sempre foi estravagante.
- Dessa vez, ele passou de todos os limites.
- O que ele fez, amor? - Lívia, tocou no meu braço.
- Comprou um parque de diversões para os netos.
- Sério! Mas eles só têm 30 dias.
- Eu disse que ele não tem limites. O que vamos fazer? - Perguntei aflita.
- Nada, apenas aceitar. Somos filhas únicas. E a Antonela e o Lucca são os netos que os nossos pais sempre quiseram ter. Não vamos enlouquecer com essas loucuras que eles estão fazendo. Vamos apenas aproveitar. Até porque não adianta tentar pará-los. - Ri, sentindo um pouco de desespero.
- Você tem razão. Como sempre. - Beijei a bochecha da minha esposa.
- Ei, me ajude aqui. O Lucca já terminou de mamar. - Peguei o pequeno em meus braços para que ele pudesse arrotar e depois o coloquei no berço, ele dormia profundamente. Antonela estava dormindo nos braços da sua mãe, também.
- Vou colocá-la no berço. - Peguei a nossa filha e coloquei ao lado do seu irmão. Eles pareciam uns anjinhos. Era tão surreal imaginar que agora éramos mães.
- Amor, vem cá. - Lívia me chamou para ficar ao seu lado na cama. Ela tinha se servido e estava comendo. Me aproximei e roubei uma uva do seu prato. Notei que algo estava lhe deixando inquieta.
- O que você tem, porque está me olhando assim?
- Tenho uma fofoca para te contar.
- De quem? - Perguntei curiosa.
- Das nossas amigas.
Cris e Karen tinham começado a morar juntas um pouco depois do nosso casamento. Elas estavam muito bem e adoravam mimar os sobrinhos. Mas tinham viajado para a casa dos pais, naquele final de semana e não estariam conosco na comemoração de um mês dos bebês.
- O que elas aprontaram, dessa vez?
- Vamos ser tias. - Liv, falou empolgada.
- O quê, como assim? - Arregalei os olhos surpresa.
- Karen me contou que fez a inseminação, mas que estava esperando o resultado. E ontem, deu positivo.
- Meu Deus, que notícia boa.
- Calma amor, só nós sabemos. Por isso, elas foram para a casa dos pais. Karen quer fazer uma surpresa para a Cris e para a família.
- Cris vai ficar nas nuvens. Ela queria tanto ser mãe.
- Estou muito feliz por elas. - Lívia disse. - Mal posso esperar para que nossos filhos se tornem amigos e brinquem juntos.
- Com certeza, eles serão amigos.
Deitei ao lado da minha esposa e lhe puxei para um abraço. Meu coração transbordava de felicidade. Com ela, estava realizando todos os meus sonhos. Gostava de reviver cada momento da nossa história. Não foi fácil chega até aqui, mas eu não mudaria nada.
- Amor. - Falei.
- Sim? - Liv me encarou.
- Você me faz a mulher mais feliz desse mundo. Nunca quero que essa felicidade passe.
- Oh, meu bem. Você é a minha felicidade. E agora somos nós quatro. Ainda temos muito o que viver. Nem em um milhão de anos poderia imaginar que esse seria o meu futuro. Porque nunca achei que fosse digna de tamanha felicidade. Mas você me amou tanto e foi tão paciente comigo, me mostrou o quanto ainda posso me surpreender ao seu lado. Obrigada por ser essa pessoa maravilhosa.
- Obrigada você, por me amar e por me dar o maior presente que poderia receber. Nossos filhos. O meu amor por você não tem limite, a cada ano que passa, te amo ainda mais. - Beijei seus lábios e lhe envolvi em meus braços. - Por favor, nunca deixe de me amar.
- Sempre vou te amar, porque você é a minha casa.
Não me preocupava com o que estava acontecendo lá fora, apenas com a minha família que estava ali comigo. Estava deitada com a minha mulher e escutava a respiração dos meus filhos enquanto dormiam. Se pudesse parar o tempo, aquela seria a melhor hora.
Fim
Fim do capítulo
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HelOliveira
Em: 29/11/2024
Parabéns autora, obrigada por compartilhar essa história tão cheia de emoções....amei
Brescia
Em: 28/11/2024
. Boa noite autora.
Nao poderia ter um final melhor do que esse , criança é vida, é amor, esperança.
Obrigada pela bela história.
Raquel Santiago
Em: 29/11/2024
Autora da história
???????? obrigada.
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Mmila
Em: 28/11/2024
Ain que amorzinhos.
Parabéns autora por essa história linda!
Nos proporcionou emoções sem fim....
Raquel Santiago
Em: 28/11/2024
Autora da história
Obrigada. ????????
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Lea
Em: 28/11/2024
E assim termina mais uma doce estória.( Muita luta sim,mas não deixou de ter vários momentos maravilhosos).
A coisa mais gostosa.
E a Cris e a Ana, também serão mães,que tudo!
Obs: amei que,a Raquel não desistiu de finalizar o livro. Deixo aqui meu,muito obrigada!
Raquel Santiago
Em: 28/11/2024
Autora da história
Só consegui por causa do apoio de vocês. Muito obrigada.
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