CAINDO NA REAL
DILL POV
Saio rápido e entro em meu carro, ainda sem acreditar que tive coragem de fazer. Mesmo após ter tomado banho, ainda era possível sentir aquele perfume inebriante, parecia também que ainda sentia sua mão percorrer meu corpo, aqueles lábios me devorando. Respirei fundo e vibrei. Foi tudo que eu esperava. Meu coração acelerou, senti uma sensação de realização, que logo se transformou em medo. Pelo que teria de enfrentar dentro e fora de mim. Chego na loja e logo uma das funcionárias vêm ao meu encontro.
- Dona Adriana! - Bianca se apressa.
- Já falei que é só Adriana. Mas que pressa é essa? - me dirijo ao escritório.
- Seu marido esteve aqui perguntando de você. Estava com cara de poucos amigos. - arregalei os olhos incrédula.
- Ex ! Ex Marido Bianca. Já falei que não temos mais nada.
- Mas ele chega aqui falando que é marido. - balançou a cabeça revirando os olhos e eu revirei junto.
- Tá! Mas o ele falou o queria. - meu humor mudou depois dessa fala dela.
- Não! Chegou, pediu para abrir o escritório. Fiquei sem jeito. Você sabe como ele é. Me desculpe. Ele ficou uns 5 minutos e saiu sem falar nada.
Corri com os olhos pelo comodo para ver se tinha algo fora do lugar.
- Sim, eu sei como ele é.Tudo bem. De agora em diante, ele não entra mais em meu escritório. A chave é só para emergència. Não importa o que ele fale. - Bianca saiu sem jeito. Ela era uma das poucas amigas que tinha, não gostava de me abrir com todas, mas como trabalhava comigo há muito tempo, acabamos nos aproximando. Mas ela ainda tinha um certo receio de André, sempre o achou mandão.Olhei para meu celular e tinha um monte de ligação dele.Desde que saí da casa de Juliana, não havia olhado, pois havia deixado ele no modo silencioso.
“ Que saco, não tenho 1 minuto de paz! “- pensei. Mas que droga ele quer aqui. Continuei a olhar o espaço do escritório.Peguei o celular e resolvo ligar para ele.
- Oi André! O que é que você quer? - minha fala saiu grosseira.
- Olha! Apareceu a Margarida. Onde é que você estava que não me atendeu? - sua voz soou como deboche.
- Fui à secretaria. - menti. O que você queria aqui?
- Queria ver minha ex mulherzinha. Não posso?
- Não fode André! Não quero você no meu escritório. Se viu que eu não estava porque entrou?
- Hoje é dia de eu ir ao médico para avaliar meu marca passo. Dei dinheiro para o Alan sair e fiquei sem dinheiro para gasolina. Queria ver se minha ex mulher me ajudaria. Mas como não te encontrei, dei meu jeito. Tive de pedir para minha mãe fazer um pix.
= Baita homem pedindo dinheiro para uma senhora de 80 anos. Você não tem vergonha?
Enquanto falava com ele, abri um compartimento onde guardava dinheiro que entrava.Comecei a contar para ver se não faltava nada.
- Você sabe Dill que desde que descobri esse problema, não consegui mais trabalhar direito. As fábricas não querem me contratar.
- Que horas é seu médico? Precisa que vá com você?
Apesar de tudo, eu me sentia responsável, já que ele não tinha família aqui.
- Não! Essa consulta é apenas de rotina, depois te falo o que o médico disse. Me despedi e desliguei em seguida. Enquanto fazia minhas coisas fiquei pensando no porque me casei com ele. Sempre fui um tipo de pessoa acomodada nos relacionamentos. Acho que com ele foi acontecendo e como minha mãe o adorava, acabei por deixar as coisas acontecerem e não a contrariei.
Minha vida era tão errada, que eu tinha acabado de fazer uma descoberta incrível sobre mim e nem pude curtir e pensar direito sobre o assunto.
Assim que as coisas ficaram menos corridas, ainda na loja, começava a pensar em Juliana. Uma coisa tinha certeza: Não queria compromisso com ninguém, mas estava disposta a curtir um pouco mais com ela sem compromisso.
JULIANA POV
Assim que Dill sai de casa, uma grande interrogação se forma em minha cabeça. Será que ela me procuraria de novo, se eu deveria mandar mensagem e quando seria. Nunca soube como fazer isso. Mas sabia que tinha sido muito gostoso, fácil e entrosado. Tudo que uma pessoa emocionada como eu não pode encontrar. Ri da minha própria desgraça.
Mas teria de esperar para ver. Precisava contar para alguém o que tinha acabado de acontecer, eu ainda estava em êxtase. Mando mensagem para Maria Fernanda, amiga de longa data com quem dividia minhas alegrias e angústias.
- Fer está em casa? Queria fofocar.
- Estou na casa da minha mãe, mas se quiser pode vir. Estou na piscina e ela está lá dentro.
- Opa é perto de casa mesmo, to indo.
Troquei de roupa e desci para uma tarde de verão na piscina.
Chegando lá ela já me trouxe uma cerveja.
Conta Ju! O que aconteceu que você está acelerada? Estou notando. - me abraçou com carinho.
Você é minha amiga, não pode usar seus poderes de psicóloga comigo. - rimos já caindo na piscina.
Fiquei com uma amiga hétero. Quer dizer, acho que na verdade ela sempre foi do babado, mas está se descobrindo agora.
Você e as hétero hein! - ela se lembrava que eu já havia saído com algumas.
Elas que me procuram, você sabe que não sou de dar em cima de ht. Essa só rolou porque ela deu abertura, senão eu nem chegava nela. - me defendi.
Entendi. E como foi? vai rolar de novo? Conta tudo.
Não sei! Ela não quer nada sério. Só queria experimentar e eu queria ser a primeira dela, então estamos na mesma sintonia. - tentava me enganar. Foi muito legal, melhor do que eu pensava. Foi diferente das outras. Ela não teve vergonha de nada, nossa! -
Olha lá a emocionada! - ela me conhecia o suficiente.
Ah por mim eu ficava mais vezes sim, mas tive de falar que também não estou procurando nada sério. Mas a verdade é que sempre quis ficar com ela, desde a faculdade. Sempre gostei do seu jeito discreto. Não queria perder a chance. - resolvi abrir o coração. - Mas vou tentar me segurar para não mandar mensagem. Ela que tem de tomar a iniciativa. Se eu levar um fora de novo, igual aquela última vez, acho que não iria suportar.
- Não vai me contar o que aconteceu daquela vez? -
- Tenho vergonha! Mas de mim, do que fiz. Também vejo que
aquilo foi a chave para que eu procurasse terapia.
- Tudo bem! Respeito, mas saiba que pode contar que não vou te julgar. - foi pegar outra cerveja.
- Eu sei, Fer! Obrigada.
Ficamos na piscina um bom tempo aproveitando e bebendo, mas minha cabeça não parava de pensar na Dill. Perto das 9 da noite, recebi sua ligação.
“ Tive um dia cheio, nem consegui te mandar mensagem. Meu ex foi à loja. Me tirou do sério. Mas queria agradecer pela parte boa do meu dia. Adorei tudo”.
- Sorri sozinha, abraçando meu gato.
-Também gostei muito! Foi muito legal. Se quiser conversar sobre seu ex, pode falar tá.
- Hoje não. Tive uma tarde muito boa com você e não quero que o problema com ele seja maior que o nosso encontro.
- Tudo bem! - resolvi mudar de assunto. - Depois que você saiu, fui para casa de uma amiga e ficamos na piscina, tomando umas.
- Olha! Aí sim hein. Que vida boa.
Assim como antes de ficarmos juntas, nosso papo rolava solto e gostoso. Não tínhamos vergonha de perguntar nada uma à outra.
- Espero que tenha feito tudo direitinho também Dill. Tudo bem que você não tem ninguém para comparar. - perguntei com leveza e diversão fazendo ela rir.
- Foi tudo perfeito! Você que não deve ter gostado muito. Porque não tenho muito jeito nisso.
- Olha! Sei não, acho que você já fez isso antes.
- Não fiz! Ainda não sei bem como fazer, mas posso aprender.
- Sim! Claro. Só uma pergunta. Esse aprender seria comigo? - fui direta, assim como toda nossa conversa.
- Se você quiser.
- Quero sim!
- Assim! Sem compromisso. Acho que a gente pode ir ficando. - ela também era direta. - E também você sabe que precisa ser só a gente.
- Sim! Sou discreta, ninguém vai saber. Não precisa repetir isso. Cada um no seu tempo.
- Sim! Sei que para você isso deve ser estranho, mas. - a interrompi
- Eu entendo mesmo. Pode ficar tranquila.
Entendi sua preocupação, ex marido em casa, família preconceituosa e filho com depressão. Ninguém tem o direito de tirar o outro do armário. Cabia a mim aceitar ou não essa situação.
- Também não quero nada sério agora. A gente fica e vamos ver o que rola. - continuei a resposta.
- Sexta estou livre à tarde. Posso ir aí? - não exitei, mesmo com medo e me joguei e agora era rezar para que meu tombo não fosse tão grande.
Fim do capítulo
Comentar este capítulo:
Mmila
Em: 22/11/2024
Eita!!!!
Vai rolando.... rolando......
Espero que não se machuquem.
lorenamezza
Em: 22/11/2024
Autora da história
Vamos se Dill vai encontrar o que procura
[Faça o login para poder comentar]
Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:
lorenamezza Em: 05/02/2025 Autora da história
Sim