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ACONTECIMENTOS PREMEDITADOS por Nathy_milk

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Palavras: 4134
Acessos: 673   |  Postado em: 01/11/2024

Capitulo 62

                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                  

Cap 61 - AP

         

        Eu saí da faculdade exausta, cansada mental e fisicamente. Minha cabeça viveu e reviveu o depoimento da Mayra, viveu e reviveu a abordagem dela. Eu não me preocupo comigo exatamente, me preocupo em assustar a Beatriz com essa história. Ah, se me preocupei algum momento com a Bruna? Não. A Bruna fez a escolha dela, ela precisa arcar com suas consequências. 

      Sai da faculdade atenta, olhando para os lados, ouvidos ligados. Nada aconteceu a não ser quando virei a esquina de casa e meu celular tocou, novamente mensagem de um número desconhecido: “Já pensou no seu preço?”. A primeira coisa que me passa na cabeça é porque um número desconhecido se eu já sei quem está falando comigo? Depois penso, preço… eu não tenho preço. A Mayra acha que eu vou conseguir segurar o caso dela? Sumir com as provas? Mal sabe ela o trabalho que deu pra obter essas provas. Sem contar que eu, a essa altura da carreira, jamais perderia minhas conquistas, minha índole, minha verdade para defender ou proteger vagabundo. Jamais. 

         Quando entrei em casa estava tudo escuro e um silêncio sepulcral, a primeira coisa que pensei foi:  a Beatriz deve estar dormindo. Fui em silêncio até meu quarto, mas ela não estava lá. Droga foi dormir no quarto dela bem hoje. Queria tanto um carinho. Peguei minha roupa, banho rápido. 

          Nunca, claro que nunca vou negociar com a Mayra. Mas imagina se eu negociasse, ah, 500 mil. Imagina viver com um dinheiro de tráfico de pessoas, dinheiro de dor, de machucado. Acho que nunca mais teria paz na minha vida. Se já tenho dificuldade para superar o que aconteceu com a Fabi enquanto eu ganhava dinheiro com trabalho extra, imagina saber que seu dinheiro veio de um ato tão sujo, tão doloroso aos outros. Tem dinheiro que sai muito caro. 

          Sai do banho, coloquei uma roupa bem confortável, uma bermuda e um top. Eu pensei em ir direto pro meu quarto, mas eu queria um carinho dela, sentir seu corpo quente, seu cheiro, não sei explicar e me assusta essa necessidade de Beatriz. Apesar que não é  assim, uma necessidade, eu vivo sem ela, tenho essas capacidade, mas também tenho a vontade e o desejo de estar com ela. Acho que já me podei tanto na vida, que tenho o direito de arriscar um novo amor e sentir essas borboletas no estômago. Tenho o direito, posso e quero! 

             Abri a porta do quarto da Bia com cuidado, tentando não assustá-la. Ela se mexeu na cama, mas não acordou. Estava linda, com  os glúteos para cima, descobertos, com a calcinha bem posicionada no meio. A camiseta do pijama descia até o meio da cintura, deixando o glúteo deliciosamente atrativo. Apesar dela estar dormindo, tomei a liberdade de acordá-la do jeito Flávia de ser. Comecei da ponta do pé a ir passando a mão, suavemente, acariciando. Deu para perceber quando ela acordou. Nos glúteos, comecei a dar beijinhos e fui subindo pelas costas, por cima da roupa mesmo. Antes de eu chegar no pescoço ela já tinha esticado o pescoço para receber o carinho. 

- Não quer ir deitar comigo? 

- Humm. 

- Posso deitar aqui se quiser, mas lá a cama é maior. 

- Humm. Posso pensar? - respondeu olhando pra mim, apesar de amassada de sono, sorriu - eu já vou. 

- Tá bom - sorri de volta pra ela, com verdade. Estava feliz em ela dormir comigo. Hoje estou um pouco abalada, de certo modo triste, preciso  de carinho. Uma coisa importante e até nova é eu me permitir ser cuidada nesse momento, eu ir atrás de cuidado. Normalmente eu me ignoro, aguento minhas dores, não peço ajuda, nada. Mas dessa vez, porque não?   Fui para o meu quarto e dei um tempinho pra ela. Mas nem demorou muito, e a Beatriz apareceu

- Foi daqui que pediram uma conchinha? 

- Isso mesmo dona moça - falei rindo e batendo minha mão na cama, chamando ela. Ela veio tranquila, com carinha de sono, óbvio. Eu estava apoiada no travesseiro, quase sentada. A Beatriz veio engatinhando na cama, se apoiando nas minhas pernas, até deitar o corpo todo em mim e me dar um beijinho rápido. Quando nos soltamos eu olhei sua expressão calma, apaixonada e puxei para mais um beijo, dessa vez mais intenso, com massagem na língua, mordidas no lábio, cafuné na nuca. 

- Hummm, que beijo gostoso. Vai me acostumar mal amor. 

- Bia, quero te acostumar bem. Tem beijo assim sempre que quiser. 

- Você está bem? Tô te achando tensa, chateada. 

- Eu estou cansada, tô meio carente mesmo. 

- Vem cá, deixa eu te abraçar, te dar um cafuné. 

-  Amor, você é um gnomo de um metro e meio. Nem se eu deixar, você não faz conchinha em mim. Vem cá, se aninha em mim. Deixa eu ficar sentindo seu cheiro - ela deitou, encaixada em mim, com a cabeça no meu braço esquerdo. Passei minha perna sobre ela e joguei o braço direito em seu tórax, fazendo um casulo. Meu nariz foi direto no pescoço dei uma cafungada, sentindo o cheiro da Bia. Dei dois ou três beijinhos no cangote e encostei meu rosto nela pra dormir. 

A Bia esperou um pouquinho para ver minha atitude, que não teve, eu estava realmente querendo cafuné, carinho e dormir. Dormir? Só que não. A Bia pegou minha mão que estava apoiada na dela e foi conduzindo, sem grandes delicadezas, para baixo de sua roupa, quando pousou sobre seus seios, ela apertou eles apertando minha mão. Eu sou muito desligada, levei alguns segundos para entender o que ela queria. Posso ser desligada, mas não nego vontade. 

Ali mesmo comecei meu trabalho. Se quer, terá. Com as mãos no seio, com delicadeza massageei o direito, sutil, carinhosa. No bico apertei forte. Em cima, no pescoço, enchi de beijinhos, bitoquinhas rápidas para estimular. Quando encontrei sua orelha, primeiro mordida leve no lobo, e depois comecei a ch*par, firme. 

Desci o pescoço com a língua, forçando, intensa. Não deixei ch*pão, mas fui mordendo sutilmente. Apertei o bico do peito esquerdo com polegar e o indicador, em pinça. E não tão delicada belisquei ele, forte, arranquei o primeiro gemido dela, uma mistura de dor com prazer. Fui descendo, arranhando levemente o abdômen da Beatriz, depois descendo até o glúteo e apertando forte, mais um gemido. 

- Gostosa! - falei em seu ouvido, em um tom lascivo - Quer que eu continue? - eu perguntei, sem temer a resposta, mas quase que pedindo autorização. A resposta dela veio com seus pés acariciando minha perna e sua mão sobre a minha, direcionando até seu monte pubiano onde eu senti os pelinhos. Voltei ao seu ouvido - Adoro você Beatriz! - mordi sua orelha enquanto fazia carinho, delicado, na pelagem pubiana, levemente. 

Pela simples ansiedade do toque fez o corpo da Bia  arrepiar, contrair. Eu queria estimular ela um pouco mais. Voltei a fazer carinho em sua pele, dos glúteos aos seios, arranhando sutilmente. Depois desci até os pêlos novamente. Passei minha perna por dentro das dela, travando com a minha e expondo o espaço. Desci o dedo, suavemente explorando, degustando. 

- Tudo isso pra mim? - perguntei novamente no pé do seu ouvido e senti seu corpo contraindo e o glúteo empinando,  não esperei mais. Fui passando o dedo pelos pequenos lábios. Umidade era a definição da Beatriz! Voltei aos grandes lábios, suavemente acariciando cada lateral. Ah, como gosto de provocar. A  expectativa dela era palatável pela tensão do corpo e pela temperatura aumentada. Subi lentamente,  sentindo com calma. Ainda estou aprendendo e conhecendo o corpo da Bia. 

Com calma e movimentos circulares, senti o quão durinha ela estava. E nada como um sutil gemido para confirmar o lugar. Ainda completei com uma pergunta: Aqui é gostoso? Só o “hum hum” já foi o suficiente para eu acelerar, para cima e para baixo. A Bia dobrou o braço para trás de forma que sua mão ficou na minha nuca, e a cada aumento da velocidade ela apertava mais o meu cabelo. 

Mantive a velocidade alta e não demorou muito para que ela tentasse fechar as pernas em reflexo de proteção, mas não deixei e continuei forçando para cima e para baixo. Não nos demoramos até ela relaxar colocada no meu corpo. Beijei feliz seu pescoço, enquanto a Bia estava mole encaixada no meu corpo e tentando puxar o ar para se acalmar. Antes de fechar os olhos, aninhada no meu corpo, falou: Eu te amo Flavinha.


Falar que eu acordei é quase um elogio, dormi muito mal essa noite. Minha cabeça simplesmente não desligava. Claro que estar com a Bia aninhada em mim ajudou muito, mas minha mente foi a muitos lugares. 

O primeiro despertar foi depois de sonhar com a Fabi. Mas foi um sonho gostoso, ela estava correndo em um parque, treinando, estava linda, alegre, feliz. Fiquei encantada! Faz anos que não consigo sonhar com ela bem, com ela realizada, alegre. Depois disso acabei perdendo o sono por um bom tempo. Claro que não devemos ficar comparando as pessoas, mas eu tive que comparar. Durante o tempo que estive com a Bruna, sempre sonhava com a Fabi sendo alvejada, com a Bruna matando ela, esse tipo de coisa. Agora com a Bia, eu consigo sonhar com a Fabi bem, sorrindo. Tenho certeza que isso tem algum significado. 

Outra coisa que de certo modo me tirou o sono foi o “Eu te amo” da Beatriz. Minha pergunta é: foi “reflexo” da rapidinha ou ela realmente sente que me ama? Eu estou apaixonada por ela e não nego isso, principalmente não nego pra mim. Ela é cuidadosa, dedicada e inteligente. Linda de um jeito humano, de corpo, de medos, de verdades. Não sei se consigo agora responder esse eu te amo, mas sinto algo bom por ela. Na verdade acho que me assustei um pouco, afinal a última pessoa que me falou isso foi a Fabíola.  Então temos um significado. 

A terceira coisa que me tirou o sono foi a Mayra. Ah, e essa pelo pior ruim. Não é que eu tenha medo dela, não tenho, mas não posso negar que se ela quiser, pode dificultar minha vida. Eu não sei qual o vínculo que ela tem com o Ricardo, qual a influência dele sobre ela e vice e versa. Ainda não temos provas nem como trazer formalmente ele para o caso, mas não dá pra negar que ele está envolvido. Eu nunca trabalhei em um caso onde eu estivesse pessoalmente comprometida. No fundo, a Isabelle está certa, eu nem deveria estar trabalhando nessa missão. 

- Já acordou amor? - a Bia me perguntou ainda torta, sem nem saber do mundo. 

- Perdi o sono linda. Mas já são 7 horas. Não quer levantar? Pensei em tomarmos um café juntas, pode ser perto do DP - ela só me respondeu Hum Hum, voltando a lateralizar o corpo. 

Dei um abraço gostoso nela e dois beijinhos no pescoço. Levantei da cama e fui me arrumar. Pouco tempo depois a Bia também levantou, completamente sem roupa e pouco se importando com a minha presença ou ausência para seu pudor. Ela está se sentindo à vontade, isso é bom. Pouco tempo depois eu já estava arrumando minhas coisas para o trabalho e faculdade quando ela voltou do banheiro, enrolada em uma toalha. 

-  Bom dia meu amor - chegou pertinho de mim e deu uma bitoquinha - desculpa apaguei ontem. 

- Nada como dormir relaxada, ne?! - A Beatriz ficou vermelha, parecia uma pimenta. Por pouco não engasgou de vergonha - Vem cá! - Puxei ela para um abraço gostoso. 

- Ah, mas é bom dormir relaxada - ela foi tentando se soltar, normalizando algo normal. 

- E eu cheguei tarde já, você já estava dormindo - ela foi ficando mais solta e começou a ir se vestir. 

- Eu gostei de ter ido lá no meu quarto. 

- Ah, eu estava carente, precisava de um cafuné. E dormir como você é uma delicia. 

- Você precisava de um cafuné? Ai Fla, fiquei te devendo isso não?- falou um pouco desconfortável. 

- Jamais amor. Bia, foi maravilhoso, seu corpo coladinho no meu já é um cafuné - ela ficou vermelha de novo, mas abriu um sorriso bonito. Ela vai ir se soltando aos poucos, tenho certeza que com vontade de dar certo, vamos dar certo. Ficamos em silêncio alguns minutos, arrumando nossas coisas, quando voltei a puxar papo - Tudo bem irmos tomar café perto do DP? Não deu tempo de passar no mercado ontem, estamos sem pão. 

- Sim, a gente toma café lá. Eu passo no mercado hoje, pode deixar. Você tem faculdade a noite - Meu celular tocou nesse momento, um toque de SMS. Eu acho que gelei por alguns segundos. Abri o celular o vi a mensagem do numero desconhecido que já conheço: “ E aí sapatão pensou no seu preço? Segunda chance!”

- Tudo bem amor? - A Bia me perguntou - Ficou séria, tá pálida. 

- Não, não, é… tudo bem. Só me distraí aqui. Humm, vou pegar minha marmita e já estou pronta. Te espero lá na sala - me afastei um pouco, e deixei ela terminando de se arrumar. Estou incomodada com essa pressão da Mayra e esse estímulo à corrupção. Eu não tenho nada para negociar com ela, nem se eu tivesse eu negociaria com um bandido. Não sou assim, não sou corrupta. Dinheiro, claro que todos queremos, mas não se ganha dinheiro com mais sujidade, com perda de caráter. 

A própria Mayra, no depoimento dela, contou como ela começou. Você se meter com agiota para aparências. Por que foi isso na bucha, ah sou apaixonada por alguém com dinheiro, vou trabalhar mais para crescer e poder ter dinheiro? Não, vou me envolver com agiotagem, ganho uma grana, subo na vida e tá safo. E me prende como a Bruna, na teoria inteligente, desenrolada, não consegue ver esse tipo de envolvimento da Mayra? Pra mim não é o ranço da Bruna ter escolhido a Mayra, sejam felizes juntas, não estou nem aí. É o ranço da cegueira ou até mesmo de saber e ignorar. Enfim, no que depender de mim a Mayra será indiciada e a Bruna que lide com isso. 

- Estou pronta amor. Vamos? - a Bia apareceu na sala, pra mim linda como sempre, estou encantada por ela - Amor, está tudo bem? - falou sentando no sofá ao meu lado - Estou te achando borocochô. Ontem você também está meio tensa. 

- Não é nada Bi, acho que só cansaço - tentei dar uma desculpa boba. 

- Flavinha, nós estamos juntas. E eu adoro isso. Quando se sentir pronta, eu estou aqui. Pode se abrir comigo, quero entender suas dores, suas necessidades - estiquei a mão, segurando na dela. 

- Está tudo bem amor, só cansaço, final de faculdade. Eu só quero me formar logo, não estou mais suportando. 

- Eu te assustei ontem? - foi direto a um ponto crítico - Acabou saindo. 

- Não amor, não me assustou. Talvez eu só não esteja pronta ainda para falar. Gosto muito de você Bia, gosto da nossa química, gosto de estar ao seu lado, só é tudo muito recente ainda. Estou indo ao meu tempo. 

- Como você está com tudo? Não fico perguntando da Fabi pra te dar espaço, mas é tudo muito recente ainda. 

- Na verdade não é recente, eu já vivi meu luto em relação a Fabi. Ela ter conseguido ir foi uma liberdade na verdade, foi um presente. Não me assustei com você amor, juro que não. Só me dá um tempo, deixa ir acontecendo, na hora certa sai. 

-  E não deve ter pressa com isso Flavinha, eu gosto de você do jeitinho que você é - me aproximei dela, e demos um selinho longo, seguido de um abraço carinhoso, cheio de amor e cumplicidade - Vamos indo? Não quero te atrasar para o DP. Você é uma investigadora muito requisitada. 

- Até parece. Só me meto em caso bucha, isso sim. 

- E resolve a maior parte deles amor. Vem me dá um beijo gostoso e vamos - acabei sorrindo com o jeito fofo que ela consegue me encantar e ir me acalmando. Nos beijamos ali no sofa, sem pegação mais forte, só um beijão, com língua, com mordida, com muito carinho e começo a dizer, com amor. 


Descemos com o  elevador, conversando coisas simples do dia a dia, na verdade fomos conversando sobre a faculdade, último semestre, concurso. Enfim, jogando conversa fora. O caminho até o DP é de apenas dois quarteirões, então em menos de quinze minutos estávamos em uma lanchonete próxima a delegacia. 

- Vamos sentar ali no fundo? - eu perguntei. 

- Não, não gosto de lá, me sinto presa, senta aqui na frente - Eu sentei virada para a porta da lanchonete e a Bia de frente pra mim. 

- Quer pedir já? -  perguntei.

- Humm, sim. Chama a atendente pra gente? - levantei o braço, procurando a atendente. 

- Por favor uma esfiha aberta de carne seca com coalhada e um suco de abacaxi com hortela - a Bia fez o pedido e eu pedi uma omelete com queijo e um pão na chapa - Hoje a noite eu passo no mercado e pego algumas coisas. 

- Se não der pra você ir, passo lá no sábado, sem problemas. 

- Flávia, nos sempre dividimos a geladeira e quebramos esse galho antes de estarmos juntas. Para, vou continuar resolvendo nossas buchas. 

- Desculpa amor, eu fico meio sem graça, parece que estou usando você. 

- Ah, e está sim, pode usar sempre que quiser - a Bia falou mudando totalmente o tom da conversa - E não me sinto usada em te ajudar. 

- Eu … é… queria te.. hum.. é - eu travei na conversa. 

- Travou amor, a tímida sou eu. Respira e volta do começo - a Bia começou a rir, não me ajudou nada. 

- Eu queria… humm

- Não quer mais?

- Para Beatriz. Me ajuda. 

- Só ficar calma, vem cá - esticou a mao, segurando na minha - Você queria… 

- Quero te chamar pra irmos em algum lugar diferente - falei rapido. 

- Hummmm…. um encontro? - falou rindo de mim - todo esse medo é pra me chamar pra um encontro? 

- Bia, eu sou travada também. 

- Não, você não é a Flávia pegadora? Que passou o rodo por aí? 

- Não, não foi isso. Eu só jogo o olhar, depois a menina que tem que vir, porque eu travo. 

- Vem, volta pro encontro. Tá me chamando pra sair Flavinha? - Eu sorri como uma boba, a Beatriz é ótima em me acalmar e suavizar meus medos, me respeitando. 

- Você aceita? Pensei em irmos em uma pizzaria legal, um momento nosso, fora de casa, bem casalzinho. 

- Claro que eu aceito meu amor. Gosto muito de estar com você, acho que precisamos desse momento de casal. Quero sim. Pronto, eu aceitei, respira. 

- Eu sou muito boba. Estamos juntas e eu com dificuldade de te chamar pra sair. 

- Não tenha vergonha do seu medo, ele é muito verdadeiro. Vamos quando? Sábado? 

- Pensei na sexta, amanhã. Eu vou ter só as duas primeiras aulas, pensei em irmos depois que eu sair da faculdade. E no domingo tem a festa da minha turma, você vai comigo?

- Ah, a festa da faculdade. Posso ir sim. É festa do que mesmo? 

- Faltam 50 dias para a formatura, é mais uma confraternização, um churrasco de “está acabando”  - a atendente trouxe nossa comida. 

- Eu vou com você, mas  não sei nem se tenho roupa pra esse evento. 

- Você já é a roupa perfeita. Podemos ir com a minha moto ou pedimos um uber, podemos ver. 

- Gosto da sua moto, vou abraçada em você. É uma oportunidade única - eu estava sentada de frente para a porta e tive a péssima oportunidade de ver quem estava entrando na lanchonete e quando vi, gelei. A Mayra soltou a fumaça do cigarro, jogou ele no chão e pisou em cima com o mocassim. Muito bem vestida e com um ar superior entrou na padaria e olhou diretamente pra mim, eu entendi. Continuou andando, até sentar duas mesas atrás de mim. O que eu faço, o que eu faço? 

- Bia, vou te pedir um favor e você vai fazer sem perguntar. 

- O que? Tudo bem? 

- Levanta discretamente e vai ao banheiro. Não sai de lá até eu ir te buscar. 

- Flávia, o que está acontecendo. 

- Bia, faz o que eu estou pedindo, por favor - ela puxou o ar com medo, com ansiedade e levantou da cadeira. Eu acompanhei ela com os olhos até o banheiro. Espero do fundo do meu coração que ela fique segura lá. 

Me mantive sentada na cadeira e levantei o braço chamando a atendente. Pedi dois cafés expressos, um pra mim e um para Beatriz. Assim que a atendente saiu, a Mayra passou pelos meus ombros e sentou na cadeira que a Bia estava. 

- Bom dia sapatão - começou a puxar papo.

- Eu não tenho nada para conversar com você. 

- Ah Flávia, claro que tem. Pensou no seu preço? 

- Você acha que vai me dar um dinheirinho sujo e eu vou sumir com sua investigação? Acha que vou roubar os arquivos que te incriminam? Eu não sou corrupta. 

- Flávia, toda pessoa tem seu preço e  você me deu o que você precisa. 

- Eu não quero nada seu. Se depender de mim, vai apodrecer em um presídio. Faço questão. 

- Acha mesmo? De verdade?  Sou réu primário, com excelentes advogados, emprego, residência fixa. Vou responder em liberdade, no máximo. 

- Se está tão certa que vai sair ilesa, porque está insistindo tanto em pedir minha ajuda? - a expressão de soberba dela mudou abruptamente para raiva, insatisfação. 

- Não quero me cansar. Estou tentando nos ajudar Flávia. 

- Acha que eu vou pedir o que? Dinheiro? A Bruna? 

- A Bruna não está em negociação - por pouco não gritou. 

- Mayra, pega seu corpo inútil e sai daqui. Eu não sou corrupta, eu não quero nada seu, eu quero você presa. Simples assim. 

- Flávia, Flávia. Vou te dar um presente, vai saber que é meu. Vai gostar tanto do seu presente que vai querer me ajudar. 

- Mete o pé - falei em voz baixa e bem firme - agora. 

- Vou esperar sua ligação, você tem meu número, o mesmo que você grampeou - me mandou um beijinho, levantou  e saiu da padaria. Me mantive sentada, na mesma posição, sem me mexer, sem nem olhar para os lados. 

- Senhora,  seu pedido. Adoçante ou açúcar?  - Voltei a mim quando a atendente me trouxe o café e minha alma ao corpo. 

- Oi, é.. adoçante por favor - ela deixou a embalagem do adoçante na mesa e saiu. Respirei o mais fundo que eu consegui, tentando me acalmar, algo que não deu muito certo. Levantei, deixando nosso pedido na mesa,  e fui ao banheiro. Assim que abri a porta, a Bia estava em pé, em frente a pia, nitidamente angustiada - Vem amor, vem terminar o café. 

- Flávia!

- Está seguro, só vem. Por favor. Pedi um expresso para você - ela me olhou assustada, pedindo uma explicação. Eu acenei a cabeça como se fosse um “por favor, agora não”. Voltamos à mesa do café, em silêncio. Eu realmente não quero falar agora. 

- Como adivinhou que eu iria pedir um expresso? - tentou quebrar o gelo. 

- Você sempre pede um café no final das refeições, gosta do sabor do café na boca - respondi firme, ainda distraída, longe. 

- Fla - continuei olhando pro café - Flávia - levantei o rosto - Eu estou aqui. Quando quiser conversar ainda vou estar aqui. 

Eu apenas acenei concordando, mas realmente não queria falar. A ameaça da Mayra foi direta, não sei o que ela pode aprontar comigo. Não quero, mas estou com medo, estou em alerta e preocupada. 


Eu estava na aula de prática, olhando para o nada, pensando em qualquer coisa diferente do direito imobiliario que era discutido ali. Meu celular tocou, coisa que não é comum para o horário. Olhei para a tela “Bia S2”. Sai rapidamente da sala de aula, sem pedir licença, sem avisar a Ana Lu. 

- Pronto Bia. Está tudo bem? 

- Flávia, o carro do Ricardo está na frente do prédio - comecei a andar em direção a saída da faculdade. 

- Certeza que é o dele?

- Tenho. “To com medo Flávia”.         

 

   


Fim do capítulo


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Comentários para 62 - Capitulo 62:
Mmila
Mmila

Em: 02/11/2024

Flávia não tem descanso.

E a gora ainda tem a Bia pra ela cuidar.

Tô angustiada pelas duas.

Responder

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Mmila
Mmila

Em: 01/11/2024

Flávia não tem descanso.

E a gora ainda tem a Bia pra ela cuidar.

Tô angustiada pelas duas.

Responder

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