Capitulo 115. O circo começou a pegar fogo.
-- Então mamãe eu estou esperando uma resposta plausível. A senhora sabia?
A mãe de Cláudia não teve outra alternativa a não ser confirmar a história. O marido ficou boquiaberto com a revelação e surpreso ao saber que a esposa sabia e nunca havia dito nada. Ele tinha um neto e não sabia. Agora para estabelecer um contato familiar com o jovem, seria muito difícil porque, o rapaz já tinha outra família. Também sabia que os pais adotivos, jamais abririam mão depois de muitos anos do convívio com o filho. O pai do tenente vendo o clima que havia se instalado na sala falou:
-- O Cláudia eu e minha esposa sempre apoiamos e incentivamos o Toninho a saber a sua origem. Ele também sabe que poderá contar conosco no que precisar. Porém, deixo bem claro que não abrirei mão do meu filho. Eu assisti desde os doze anos de idade desse menino o que ele passou e não permitirei que ninguém o magoe, porque senão, a coisa vai esquentar.
Andressa que também estava junto com eles falou:
-- Eu concordo com você delegado Munhoz. Ele tem todo o direito de saber de onde veio. Mas também tem o direito de querer ou não, conhecer o pai. A decisão é dele e a única coisa que posso afirmar é que, ele será muito bem recebido pela Cláudia. Agora sinceramente hein dona Neusa que papelão da senhora. Que decepção, eu jamais imaginei que um dia você agiu assim. Sabendo de tudo e deixando esse menino passar pelo que passou. Se eu não tivesse tanta educação, eu colocaria vocês dois para fora da minha casa. Vocês são tóxicos, falsos moralistas, gente baixa. Vocês me dão nojo.
-- Andressa tenha calma, não é assim que se resolvem as coisas. Disse Márcia para a esposa.
-- Infelizmente Márcia eu sou obrigada a concordar com tudo o que a Andressa disse. Eu também estou muito decepcionada com vocês. Nunca imaginei mamãe que a senhora fosse capaz de uma coisa dessas. Disse Cláudia.
-- Mas filha eu achava que ele tinha morrido assim com a mãe. Eu errei, mas não foi sozinha, o seu pai também tem o quinhão de culpa. E quanto ao seu irmão, eu não tenho culpa também porque o seu pai sempre preferiu mais ele do que você e o Lauro.
-- Exatamente! – Por isso eu e ele fomos embora de casa. Foi melhor viver sozinha do que com vocês. E tenho certeza que o Lauro pensa o mesmo que eu.
Depois de um pequeno silêncio, a coronel falou:
-- Agora que a Cláudia já sabe que o tenente Munhoz é seu sobrinho e os pais dela sabem que tem um neto, eu creio que a nossa conversa por aqui terminou. Agora resta saber o que ele Leoncio irá fazer. Sim porque se esconder embaixo da sua saia dona Neusa ele não poderá. E nem embaixo da sua bombacha Maurício também não haverá espaço. Portanto, espero que pelo menos uma vez na vida ele seja homem de assumir seu erro.
Depois que os pais foram embora, Cláudia continuou com a família na casa de Márcia. Ela estava muito furiosa com os pais e o irmão. Munhoz e os pais também continuaram por lá. Logo o clima já estava mais tranquilo e ameno. Márcia havia feito uma oração de agradecimento e tudo agora estava bem.
O casamento de Perfídia seria dali há duas semanas. Tudo já estava preparado para o enlace matrimonial de Perfídia e Rafaela. A organização do buffet já estava acertada e a festa seria maravilhosa. A coronel escolheu tudo de bom e do melhor que havia para o casamento. Os tios Francesca e Samir, deram o vestido de noiva, Márcia e Andressa compraram uma casa para a filha no mesmo condomínio em que moravam, Sílvia e Denilha compraram todos os móveis da casa, os irmãos juntaram um pouco de dinheiro cada um e pagaram uma viagem para Blumenau pois esse era o local que elas queriam conhecer. Os avós também deram sua colaboração. Enfim, tudo estava pronto para o grande momento.
Na segunda-feira quando chegou ao quartel depois de ter deixado as crianças no colégio e Andressa no trabalho. Assim que entrou em sua sala o sargento Alfredo veio ter com a coronel o despacho das ordens do dia e avisar que havia um capitão da brigada militar esperando na antessala. Ela havia dado alguns dias de folga para o tenente Munhoz e nesse tempo, o sargento faria a função. A coronel já sabia de quem se tratava.
-- Sargento, mande-o entrar.
-- Coronel a senhora quer que eu fique aqui? – O homem parece que é bravo e está com cara de poucos amigos.
-- Fique tranquilo sargento, eu sei domar feras. Agora leve isso aqui para a capitão Castanheira, peça para ela ler e depois assinar. O tenente coronel Radamés também tem que assinar e depois o senhor vai mandar isso escaneado para o coronel Trevisan. Entendido sargento?
-- Sim coronel, vou fazer isso agora.
A coronel estava de costas para a porta observando o tempo que estava nublado quando escutou batidas na porta de sua sala.
-- Entre!
Assim que a porta se abriu, um homem de mais ou menos 1,90 entrou. Sem olhar para o “convidado”, a coronel falou:
-- Capitão Leoncio Dantas Monteiro a que devo o “prazer” de sua visita?
-- Coronel Márcia Mantovanni. Há quantos anos não nos encontramos!
Virando-se para o capitão e olhando de cima a baixo, Márcia respondeu:
-- É verdade capitão. Infelizmente eu gostaria de reencontrá-lo em outra situação. Mas devido há alguns problemas de caráter, o nosso encontro se dá nesse momento.
Leoncio sentiu que a coisa ali era dura. Ele havia conhecido Márcia na época em que ela estava fazendo a academia do Barro Branco porque a coronel já tinha muita amizade com Cláudia e os demais que conhecemos.
-- Coronel eu acho que a senhora está se metendo em um assunto que não lhe diz respeito. Sei que é amicíssima da Cláudia, mas o que acontece hoje depois de muitos anos, não é da sua conta.
A coronel ficou vermelha igual a um pimentão e já saiu soltando os cachorros.
-- Quem é você para falar assim comigo? – Sabe o que você é? – Um lixo, um bosta que largou a namorada caipira grávida e sumiu no mundo. Nem pra assumir o filho nem que fosse à distância, você serviu. Você foi tão covarde Leoncio que estava noivo e mesmo assim ficou com a mãe do tenente Munhoz que é meu oficial de gabinete e quando o bicho pegou, levantou asas e sumiu. Então não me venha falar nesse tom.
-- A senhora não tem o direito e falar assim comigo! Disse gritando para Márcia.
-- Escute aqui capitão, eu acho melhor o senhor abaixar a sua crista e não cantar de galo em terreno alheio. O senhor é um irresponsável e isso diz tanto respeito a mim quanto a você. Se tivesse sido homem naquela época, hoje não teria que escutar o que não gosta. O senhor por acaso contou isso para a sua esposa?
Leoncio ficou quieto na hora. A pergunta feita pela coronel havia deixado o irmão de Cláudia totalmente desconsertado. Intimamente Márcia se divertia com a situação.
-- Não eu nunca falei para ela desse negócio. Temos dois filhos e isso arruinaria o meu casamento.
-- Negócio? – Você chama seu filho de negócio? – Leoncio eu tenho três filhos homens e se algum dia um deles fizer a mesma coisa que você fez, eles já estão bem cientes do que irá acontecer. Eu amo meus filhos, porém, eu estou criando homens e mulheres de bem. Nem eu e nem a minha esposa, aceitamos coisas erradas. Sinceramente você é uma decepção. Melhor seria se o seu filho não te conhecesse, eu sentiria desgosto de ter um pai como você. E se me der licença, saia da minha sala agora. Eu não quero ficar olhando para essa cara de canalha que você tem. Sai!
Vendo que não tinha mais o que fazer, Leoncio saiu da sala. Estava soltando fogo pelas ventas. Passou por Rafaela e Alfredo igual a um corisco. Márcia havia pego o seu ponto fraco. No fundo ele sabia que ela estava com a razão. Foi para sua casa pensando no que fazer, pois um dia a mulher iria saber. E já havia passado da hora de tomar duas coisas. Decisão e coragem.
Fim do capítulo
A coronel comprou a briga.
Leoncio achou que iria cantar de galo, mas caiu do cavalo..rsrsrs..
Agora terá que enfrentar a irmã e a esposa.
Só está no começo.
Grata a todas que leram ou fizeram seus comentários.
Comentar este capítulo:
Marta Andrade dos Santos
Em: 23/10/2024
Ficou feia a coisa.
Que família a Cláudia tem misericórdia.
Catrina
Em: 23/10/2024
Autora da história
Oi Marta!
Essa é a típica família trapo.
Muita lavação de roupa suja ainda está por vir.
Abraços.
Grata pelo comentário.
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