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O som do silêncio por shoegazer

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Palavras: 2278
Acessos: 431   |  Postado em: 18/10/2024

Sinais de fumaça

Às sete da manhã, Helena se levantava. Sentava-se na beirada da cama e piscava algumas vezes, como um ajuda para se despertar. Então, se levantava, dobrava o lençol azul com listras vermelhas e brancas e o colocava do lado do travesseiro, que costumava arrumar com duas passadas das mãos espalmadas para alinhá-lo. Colocava o lençol dobrado em cima dele, abria a janela do quarto e observava o dia que começava.

Só então saía do quarto, andava até o quintal, pegava a toalha azul com manchas de água sanitária, a colocava no ombro esquerdo antes de seguir para o banheiro. Sempre ia após Assis, que era o primeiro a lhe desejar um bom dia logo que abria a porta. Ao sair dele, voltava para o quarto, e separava a roupa que iria usar.

Voltava para a cozinha e, ao dar bom dia em seu tom rotineiro para uma Fátima que já a esperava, sentavam-se e esperavam por seu esposo para tomar café. Logo que ele se despedia delas, Helena, por insistência, lavava a louça. Sua tia sempre falava que não precisava, e, naquele momento, ela já não perguntava. Apenas pegava a esponja e despejava o detergente pela superfície amarela antes de ligar a torneira.

Depois de terminar a tarefa, Helena ou voltava para o quarto para ler alguma coisa ou ia assistir televisão. Não tinha o costume de sair de casa e Fátima não gostava de outras intervenções em sua rotina doméstica. Naquele dia, tinha resolvido ficar na sala, vendo o telejornal, acompanhando a descrição enquanto respondia as mensagens atrasadas de Cassandra.

Só que a irmã já tinha outros planos para o seu dia ao mandar mensagem para a tia mostrando que havia feito uma transferência a Helena e que era para fazer o favor de convencê-la a comprar outras roupas, já que as que ela a via usar, estavam mais do que gastas. Cassandra agia mais como uma mãe controladora do que uma irmã preocupada. Isso causava ira em uma jovem Helena cheia de fúria sobre as atitudes da irmã. A resposta era sempre a mesma.

“Pare de me tratar como criança!” Mas, para os olhos de uma irmã que se dedicou a proteger a caçula dos males da vida, milhares de quilômetros não a impediria de continuar zelando por ela. Para Cassandra, Helena não entendia o que era realmente amar e querer proteger alguém e, para Helena, Cassandra a sufocava com o que achava que era amor e proteção. Jamais entravam em um consenso sobre quem estava com a razão.

Por conta disso, Fátima sabia bem como ambas funcionavam. Se, para Cassandra, o que ela pediu a ser feito, tinha que ser feito, para Helena, as coisas eram o contrário.

“Sua irmã mandou um dinheiro a mais dessa vez, então pensei o seguinte. Como irei lá no centro agora de manhã ver um negócio, pensei se você não iria querer lá ver umas roupas novas para sair ou ir trabalhar... A gente aproveita e sai um pouco.”

Helena olhou para o que usava. Uma camiseta que outrora tinha sido preta e se encontrava cinza e uma calça da mesma cor que havia virado uma bermuda que ia até o meio das suas coxas. Eram confortáveis, mas, somente isso. Acabou concordando, e Fátima deu um sorriso consigo como em mais uma batalha ganha contra a barreira que Helena tinha criado contra as pessoas. Apontou falando para ela ir trocar de roupa que logo elas sairiam.

Em outra casa, alguém era acordada por uma mãe enfurecida.

“Cansei da sua vagabundagem!” dizia enquanto bradava ao abrir as cortinas. Daniele se levantou abrupta, olhando para o redor, assustada. “Você vai se levantar, tomar café e sair comigo, nem que seja só para pegar um sol! Olha como você está pálida!”

Mais um dia no inferno pessoal de Daniele, que se levantou, jogou uma água no rosto, trocou de roupa, seguiu para a cozinha e tomou um café preto com o pão que ainda estava quente dentro do forno. Escovou os dentes e se sentou no sofá jogando a cabeça para trás, esperando pela mãe e ignorando tudo que era dito sobre como ela tinha que ter um rumo na vida e os questionamentos sobre o que ela fazia senão ficar em casa como uma moça de família.

Não muito longe dali, Fátima mostrava a Helena uma camiseta lisa laranja, com a estampa de um urso colorido na frente, que negou com a cabeça, gesticulando com a mão direita que não. Mostrou outra azul, com uma estampa de pranchas e ondas no fundo. Acenou que sim. Seguiram assim até entrarem em consenso de três camiseta, dois shorts e uma calça, todos em tons escuros. Fátima insistia que ela deveria usar roupas mais vibrantes, mas Helena negou mais uma vez, dizendo que gostava de cores escuras do jeito que tinha escolhido.

Seguiram para outra loja, onde Fátima afirmava ter uma promoção imperdível de liquidificador, e que tinha repassado até para algumas amigas aproveitarem. Chegaram na sessão onde havia uma placa amarela com letras vermelhas vibrantes mostrando que estava em liquidação. Helena apontou para um multifunções ao qual se enquadrava no valor de desconto, mas sua tia disse que não, que era melhor levar o básico que ainda era mais em conta. Helena, por outro lado, alegava ser melhor levar o que vinha com o processador, que a diferença não era tão grande assim de preço, e que era melhor do que ela perder o tempo cortando tudo à mão.

Sueli chegava à mesma loja vindo com uma Daniele ainda sonolenta, que ainda escutava as reclamações da mãe. Já não sabia dizer sobre o que ela falava. Só concordava com a cabeça e seguia andando do seu lado. Assim que entraram, Daniele se entranhou em outros corredores na tentativa de fugir de todo o falatório que a seguia desde a hora que acordou.

Ao encontrar a placa e a pequena multidão que se formava naquele corredor, Sueli deparou-se com Fátima e uma garota que olhava sério para a amiga que falava. “Então essa que deve ser a Helena”, pensou. Não tinha nada a ver com o que imaginava ser ela. Sempre a imaginou como uma garotinha indefesa, frágil e adoecida.

Foi cumprimentar a amiga, e em seguida a Helena. Foram apresentadas, e Fátima falou se tratar da mãe de Daniele, aquela que ela havia conhecido. Um aceno positivo como resposta. Sueli se virou para Fátima e falou que não imaginava que ela fosse uma mulher tão bonita, já que tinha outra visão dela. Helena, por outro lado, vendo que falavam dela, abaixou a cabeça e pediu licença, falando que iria ver a promoção do chocolate. Sueli olhou confusa.

“Ela ficou sem graça” argumentou Fátima. Questionou se ela tinha entendido o que ela tinha dito. A tia logo afirmou que sim. “Ela pode não ter ouvido direito, mas ela te entende pelos seus lábios.”

Daniele andou a esmo pela loja até chegar na seção dos doces. Lá, na parte das gôndolas com barras de chocolates, encontrou com Helena. Engoliu em seco. Como iria falar com ela? Chegar tocando em seu ombro como da última vez soava intrusivo demais.

Helena encarava a parte das barras de chocolate com castanha quando, ao olhar para a parte dos com apenas ao leite, viu a figura conhecida do hotel. Com a barra de chocolate amargo com amêndoas em mãos, encarou Daniele. Usava um moletom azul escuro e calças legging preta, além do mesmo tênis que usava da vez que se viram. Branco, de couro, com três listras pretas dispostas ao lado do outro.

Antecipou-se dando um oi, acenando com a mão esquerda. Helena usava uma camiseta marrom com as mangas cortadas, uma calça moletom preta com as bordas enroladas até a canela, e chinelos da mesma cor. Seu cabelo estava jogado para trás da orelha. Não viu nada nelas. Como deveria chegar falando? Deveria falar mais compassado, mais alto, no mesmo tom? No final das contas, acabou perguntando como ela estava como perguntaria a qualquer um.

Helena encarava aos lábios que não possuíam aquele batom vermelho vivo como do primeiro encontro. Disse que estava tudo bem. Ao ver suas bochechas brevemente rosadas, sentiu as suas também ficarem do mesmo jeito. Estavam com vergonha, mas por motivos diferentes. Daniele por achar que ela poderia estar deixando-a desconfortável e Helena por pura timidez.

Daniele tomou a iniciativa de tentar apaziguar a situação. Apontou para o chocolate nas mãos dela e disse que era um dos seus preferidos. Olhou para a gôndola e pegou outra barra, falando que esse era o que ela mais gostava, e perguntou se já tinha experimentado. Precisou de alguns segundos até que ouvisse o não como resposta.

No outro lado, dos eletrodomésticos, outras duas conversavam. Fátima dizia que tinha saído com Helena para comprar algumas roupas, e Sueli continuava a ressaltar a beleza da sobrinha da amiga, exaltando em como ela era magra e esbelta e, aparentemente, deveria ficar bem usando qualquer roupa.

Para ela, infelizmente, Daniele não tinha a mesma sorte, e afirmou que tinha ido comprar o liquidificador novo na tentativa de fazer algumas receitas que viu para perder peso e convencer a filha a tomar, já que a mesma que estava ficando ainda mais fora de forma. Fátima concordou que ela tinha ganho um pouco mais de peso, mas nada diferente do que ela sempre foi. Sueli exasperou, falando que ela parecia fazer de propósito, de que homem nenhum iria querer ela daquele jeito. Fátima reiterou falando que isso não era problema, já que tinha um lindo rosto e olhos ainda mais belos.

Cinco corredores distantes dali, outro questionamento se formava.

“Você não vai levar?” perguntou a abafada voz de Helena. Como resposta, Daniela deu um riso carregado de amargor. “Eu até gostaria, mas minha mãe vai ficar louca se me vir com isso, mas, pode levar que você vai gostar.”  E entregou nas mãos que já carregavam outro. Helena nada disse. Com as duas barras em mãos, gesticulou com o indicador direito que iria para o caixa. Daniele pensou em acompanhá-la, mas, não achou certo. Tinha mais perguntas do que certezas do que fazer, então preferiu observar como ela o faria.

De primeira, esperava que ela fosse para o preferencial, mas continuou na fila normal. Em sua vez, os olhos concentrados no que a atendente falava. Mostrou que iria pagar no cartão, o aproximou e, quando ela disse “obrigada e volte sempre”, sua resposta foi um tímido “obrigada”, seguindo para o lado de fora. De lá, gesticulou para que Daniele, que institivamente a seguia com os olhos, fosse com ela.

Mesmo sem entender, foi ao seu encontrou. Parou na frente a Helena, que abriu a sacola, pegou o chocolate e o estendeu em sua direção. Sua primeira reação foi negar falando que não precisava, mas ela apenas o estendeu de novo.

“Qualquer coisa”, disse em seu tom compassado, “fui eu que insisti.”

Helena sabia melhor do que ninguém o que era controle e, se pudesse fazer qualquer coisa para subverter isso, o faria. Daniele segurou a barra de chocolate e sorriu, dizendo um “obrigada” e o guardando no bolso do moletom. Não demorou para que Fátima, seguindo para o caixa, ao olhar para os arredores e não se deparar com Helena, começasse a ficar apreensiva, perguntando para a amiga se a tinha visto. Com a negativa, o nervosismo começou a tomar conta dela, que não parava de olhar ao redor.

 A atendente, notando ao passar os produtos delas no código de barras, perguntou se havia acontecido alguma coisa, e logo Fátima perguntou se tinha visto uma garota com as características visuais de Helena. Assim que ouviu que tinha a visto com uma garota com as características de Daniele paradas na frente, respirou fundo e se tranquilizou, mas não sem antes de conferir se era exatamente isso.

Deparou-se com as duas, e com Daniele olhando furtivamente de lado, temendo que pudesse ser sua mãe, e Helena seguindo seu olhar.

“Helena, você quer me matar do coração?!”

Daniele olhava atentamente ao gesto das duas. Fátima apontou para o próprio queixo e começou a falar de forma firme e um tom a mais. Helena respondeu que a estava esperando, e gesticulando com as mãos, que a esperaria lá fora porque já tinha comprado o que queria, mostrando o chocolate.

Sueli veio logo atrás, indo em direção a filha, que disfarçou o máximo que pôde aquele pequeno delito que tinha em seu bolso. Ao ver as duas juntas, se animou, falando que não tinha motivos para ela se preocupar. Despediram-se com um mero aceno de mãos antes de pegarem caminhos contrários.

“Que pena daquela menina, tão linda! Como ela não deve se sentir?”

Tentou ignorar os comentários da mãe sobre como deve ser triste não ouvir e de como a vida dela devia ser difícil, e de como deveria ser pesado para Fátima ter que lidar com alguém assim. Daniele pensou em rebater tudo aquilo que ouvia, mas desistiu antes de poder abrir a boca. Não adiantaria em nada.

Ao chegar em casa e finalmente poder ir ao seu quarto e deixar a mãe apreciando sua nova aquisição, seguiu para o seu banheiro, onde se sentou no chão, pegou a barra escondida em seu bolso, puxou o recorte, e dele tirou uma tira, que o comeu lentamente.  Olhou mais uma vez para a embalagem, e logo a imagem da feição de Helena, séria, e ao mesmo tempo tranquila veio em sua mente, como se ela, indiretamente, aceitasse ser parceira de um crime ao qual não precisava cometer, mas que, no fundo, aceitou por achar que era o certo. Deu um sorriso de canto, e pegou outro pedaço.

Fim do capítulo


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Comentários para 4 - Sinais de fumaça:
Lea
Lea

Em: 19/10/2024

Não simpatizei com a Sueli e com a Fátima.

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 19/10/2024

Elas estão se entendendo. 

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