O passeio foi ótimo e as crianças ficaram maravilhadas em saber sobre os antepassados.
Capitulo 112. Um passeio em família.
Na hora em que se preparavam para voltar às suas matérias, Márcia viu que os avós estavam ambos os quatro juntos olhando para elas.
-- Meus avós queridos quanta saudades de vocês! – Faz muito tempo questão aí?
-- Sim minha neta, estávamos observando o seu trabalho. Respondeu Manolo avô materno da coronel.
-- E sinceramente conseguiu nos surpreender, minha querida. Tanto você como a sua esposa. Disse Marieta avó materna de Márcia.
-- Obrigada nona Marieta, eu fico muito feliz que tudo tenha acabado bem. Afinal querendo ou não, ele foi pai da Andressa e não seria justo não dar a ele a chance de se redimir e magoar a minha esposa.
-- Sim minha menina. Foi a coisa certa a fazer e agora vocês precisam retornar porque o tempo está se esgotando. Logo nos veremos novamente. E não se preocupem com os pais de vocês e nem com os outros. Ainda terão que aguentar por um bom tempo aqueles velhos. Dona Consuelo disse para a neta.
-- Então, nos despedimos por aqui. Peço a benção de todos! – Eu amo muito vocês.
--Vão em paz minhas netas lindas. Estaremos sempre olhando por vocês.
Márcia acordou por volta de nove horas da manhã. Se sentia cansada, mas com uma energia que nem ela sabia de onde vinha. Andressa acordou logo depois.
-- Bom dia minha primeira dama!
Andressa ficou olhando para Márcia estranhando o jeito da esposa, pois a muito tempo, ela não a chamava assim.
-- Bom dia meu amor, há muito tempo você não me chama assim! – Achei que já tinha outra em vista.
Agora foi a vez de Márcia ficar olhando para Andressa. Respondeu para ela o seguinte:
-- Só teve uma primeira dama antes de você. Agora a minha atual primeira dama chama-se Andressa, tem cinco filhos lindos comigo, adotou a minha filha mais velha, casada comigo há quase 13 anos e me faz feliz todos os dias. A madame tem mais algum questionamento?
-- Não! – Nenhum, você já esclareceu tudo.
-- Então, vamos tomar nosso café?
-- Sim vamos!
Quando abriram a porta do quarto para sair, havia um ruivinho muito bravo olhando para elas.
-- Bom dia meu filho, tudo bem com você? – Parece que está bravo. O que aconteceu? Perguntou Andressa.
-- Vocês estavam demorando muito e eu estou com fome.
-- Mas filho, vocês ainda não tomaram café da manhã? Perguntou Márcia.
-- Não porque a vovó Severina acabou de fazer pão caseiro e ela falou que esperássemos vocês acordarem.
-- Então nós já acordamos e agora vamos descer para tomar café. Disse Márcia pegando o filho no colo.
-- Obaaaaa!!!!
Assim que chegaram na cozinha, Márcia e Andressa viram que a família estava toda reunida. Cumprimentaram a todos e logo em seguida já estavam deliciando o pão que a mãe de Andressa havia feito.
-- Nossa mamãe há quanto tempo a senhora não faz pão! – Fez sozinha?
-- Não filha eu tive a ajuda de três moças e dois rapazes porque o terceiro só pensava em comer. Fominha! Disse a velha olhando para o neto caçula que ria da situação.
-- Mas está maravilhoso minha sogra linda. Que mão abençoada. Aliás, suas comidas são maravilhosas. Parabéns sogrinha!
Depois de tomarem o café da manhã e Gabriel ter comido praticamente sozinho um pão inteiro, todos foram para a sala. Márcia estava com um semblante reluzente e tanto Andressa assim como os filhos, sentiam essa aura de luz e bem estar que sempre se fazia presente naquele lar.
-- Meus queridos filhos, amada esposa, queridos sogros e cachorrinhos adoráveis. Hoje nós iremos visitar um lugar muito especial.
Andressa perguntou para Márcia aonde que eles iriam pois até os dogs da casa, a coronel queria levar.
-- Meu amor eu quero levar nossos filhos até o Museu do Imigrante. Afinal, foi lá que nossos antepassados desembarcaram do trem vindo de Santos. Nossas famílias começaram lá. Apesar dos meus bisavós, terem vindos da Espanha e Itália. Assim como também os seus familiares que vieram de Portugal. Já os parentes por parte da sua mãe, vieram da Bahia. Mas mesmo assim, você tem antepassados vindos da Europa. E também, já passou da hora das crianças saberem um pouco a origem deles.
-- É verdade amor, você tem razão. E depois poderemos almoçar naquela cantina italiana maravilhosa que tem lá na Moóca já que o museu fica perto. Você vai chamar os seus pais também?
-- Sim eu já combinei om os seus sogros. O coronel Vaz Amorim também vai junto com a dona Marina. Inclusive eu fiquei de busca-los em casa.
-- Oba mamãe que legal o vovô Antônio e a vovó Marina vão? Perguntou Celina.
-- Sim filha a mamãe vai busca-los. Então agora vamos nos arrumar?
Logo a família já estava pronta para ir ao museu. Os dogs iriam passar o dia no parque dos animais para brincarem. Ali eles tinham comida, água, lugar de soninho e muita brincadeira. A coronel reservou o dia inteiro para que eles ficassem lá enquanto a família estaria passeando pelo museu. O combinado seria buscar Zottar, Thor e Duque no final da tarde.
Assim que chegaram ao museu, as crianças já se empolgaram com a arquitetura do lugar. Depois de comprarem os ingressos para entrar, a viagem através do tempo começou. A empolgação era grande e claro que Gabriel sendo o mais curioso dos irmãos, perguntou para as mães como que aquelas pessoas que ele viu nas fotos e vídeos chegaram ao Brasil.
Márcia e Andressa explicaram aos filhos como foi a chegada dos imigrantes e por qual motivo, eles vieram. Não havia um ruído feito pelas crianças. Os pais de Márcia e de Andressa assim como o coronel Vaz Amorim e dona Marina, ficaram encantados com tudo o que viram. Celina viu uma parede de tijolos com os sobrenomes das famílias que aqui chegaram e logo encontrou os Mantovanni escrito com um “n”. Chamou as mães e os avós dizendo:
-- Mamãe Andressa, vovó Carlota olha aqui! – O nome da nossa família! – Mas tem um “n” só!
A família foi até aonde a menina estava e tanto Márcia como o pai, ficaram encantados. O velho coronel jamais imaginou em sua vida que, um dia encontraria o sobrenome da sua família. Assim como o da esposa e de tantos outros. Celina então perguntou o porquê, do sobrenome ter um “n” e depois dois como é escrito atualmente.
-- Filha, nessa época era tudo diferente. Os imigrantes que aqui chegaram, tinham os sobrenomes de origem. Lembra que a mamãe mostrou pra vocês o cartão de embarque que o seu trisavô Francesco tinha? – O sobrenome Mantovani era somente com um “n”, e quando os seus bisavós se casaram e construíram família, o sobrenome já havia mudado. Por exemplo a sua tia-avó Dalila que é a irmã mais velha do seu avô e o seu tio-avô Genaro quando nasceram, tinham um “n”. Com o passar do tempo, eles mudaram para dois. Isso porque, o seu avô e o restantes dos irmãos, já tinham o atual. Então para igualar a todos, o avô da sua mãe, deixou tudo igual.
-- Que legal mamãe! Falou André todo orgulhoso de pertencer aos Paiva Mantovanni.
Depois de mais algumas perguntas, curiosidades, compra de brindes e muitas fotos, a família resolveu ir almoçar. Foi Andressa quem escolheu o restaurante. Porém antes, Márcia perguntou se todos gostariam de ir à uma cantina italiana. A aceitação foi unanime e logo a família já estava acomodada. Gabriel e Nicola como sempre, comeram bastante. O segundo filho homem da coronel e o caçula, se acabaram de tanto que comeram nhoque, canelone e rondelli. Perfídia se divertia com os irmãos assim como Rafaela que estava junto pois, havia combinado com a coronel de encontra-los no local. A filha da coronel chamava os irmãos mais novos Nicola e Gabriel de fominhas. A coronel também assim como o pai, era um bom garfo. Na realidade os filhos dividiram o estilo das mães. André, Antônia e Perfídia, tinham um pouco da coronel. Já Nicola, Celina e Gabriel já tinham um pouco de Andressa. Apesar de a filha ter o mesmo gênio da mãe e Gabriel ser o bonachão dos irmãos.
Quase no final da tarde, foram buscar os peludos. Duque brincou tanto que dormiu de tanto cansaço nos braços de Gabriel. Já Zottar e Thor, estavam menos cansados. Assim que chegaram em casa, colocaram Duque na casinha e os outros também vendo que estavam em casa, foram deitar também em suas respectivas casinhas.
À noite ninguém quis jantar. Márcia então pediu umas pizzas e esse, foi considerada a merenda. Depois de banho tomado, as crianças assim como Márcia, Andressa e os sogros foram dormir. Porém, antes de deitar a coronel ligou para os pais e concluiu que tudo estava bem. E como sempre, a nossa guerreira dormiu muito bem.
Quando Andressa e os demais acordaram, Márcia já havia feito o café e preparado a mesa. Dona Severina acordou assim como o marido e os netos por volta de uma nove horas da manhã. Márcia havia ido no quarto da sogra e sem que ela e o marido percebessem, desligou o despertador. Por isso eles haviam levantado tarde.
-- Márcia porquê você não me acordou? Disse a sogra.
-- Não dona Severina, a senhora acorda muito cedo. Tem que descansar e hoje o café foi por minha conta. Não sei se será aprovado, mas a intenção foi das melhores.
Depois de tomarem café, Márcia e Andressa foram trocar de roupa pois iriam trabalhar. Perfídia havia ficado em casa junto com os irmãos porque naquele dia não teriam aula e como já estava com o escritório montado no condomínio aonde a mãe morava, tudo ficava mais fácil. Logo Antônia já estava com a irmã ajudando nos projetos.
Antônia era muito inteligente e em matéria de contas e cálculos, desbancava qualquer um que tentasse lhe passar a perna. Como ela desejava fazer engenharia, já mostrava seus dotes de plantas e projetos. Já havia nascido com esse dom. E dava ideias maravilhosas para a irmã mais velha que a cada dia se encantava mais com a caçula das mulheres. Celina estava estudando sobre a existência dos animais e seus hábitos. André estava junto com Gabriel e Nicola, jogando vídeo game.
Márcia deixou Andressa na cavalaria e foi para o DEPEM. Assim que chegou junto com a nora, já mandou que essa chamasse o tenente Munhoz. Assim que ele entrou depois de cumprimentá-lo já foi dando as ordens do dia.
Assim que o jovem saiu, ficou parada pensando no rapaz. Já algum tempo, a coronel percebeu que a feição do garoto e o sotaque eram peculiares afinal ele era gaúcho. Pediu que o setor de recrutamento lhe enviasse a ficha do tenente.
Assim que o sargento Campos veio trazer prontuário, começou a ler o conteúdo.
Nome: Antônio Carlos Munhoz Nome do Pai: José Carlos Munhoz
Nascimento: 12 de dezembro de 1985. Nome da Mãe: Jussara Maria Munhoz
Natural: Santa Maria UF: RS. Nacionalidade: Brasileiro
Admissão: 07 de agosto de 1998. Patente: 2º Tenente PM
Lotação: 3ªCIA do 4º batalhão, CAES (Centro de Estudos Superiores) e atualmente lotado no serviço reservado como 2º tenente auxiliar de ordens (DEPEM).
Foi admitido no dia 07 do mês corrente nos quadros Polícia Militar do Estado de São Paulo o recruta ANTÔNIO CARLOS MUNHOZ, brasileiro, solteiro, natural de Santa Maria RS, filho adotivo de JOSÉ CARLOS MUNHOZ e JUSSARA MARIA MUNHOZ, naturais desse Estado. Informo ainda que, o referido recruta é reservista com endereço sito a Rua Toneleros, 174, no bairro da Lapa nesta cidade.
Declaro que todas as informações aqui prestadas são de extrema verdade.
Capitão PM Mauro Guerra Cruz de Souza
Comandante do Setor de Recrutamento
São Paulo 07 de agosto de 1998.
A coronel depois de analisar todo o prontuário do tenente ficou mais pensativa do que já estava.
-- Adotivo? – Mas como se ele é nascido em outro estado? – Quem são os pais verdadeiros desse menino? – Será que foi criado em um orfanato? -- Preciso descobrir.
Na hora do almoço Andressa e Rafaela perceberam que Márcia estava quieta e pensativa. Conversou muito pouco com a esposa e a nora. Quase nem comeu e olha que a coronel era um excelente garfo. Vendo que ela estava daquela maneira e Andressa conhecendo a esposa, sabia que algo a incomodava.
-- O que aconteceu meu amor para você estar tão quieta e pensativa? – Rafaela aconteceu alguma coisa com a sua sogra? Perguntou para a nora.
-- Não Andressa! – Correu tudo normalmente, não houve nada de anormal ou diferente.
-- Amor me responde!
-- Andressa eu estava analisando o prontuário do tenente Munhoz e fiquei muito perturbada e com dúvidas. Algo me incomodou e eu precisava de mais informações sobre ele.
-- Mas ele fez alguma coisa de errado? Perguntou Rafaela.
-- Não, não. Ele é um excelente soldado. O que me perturbou foi ele ter nascido em outro Estado e ter pais adotivos que são aqui de São Paulo. E de uns tempos para cá eu ando notando na fisionomia dele uma certa semelhança com alguém que eu não me lembro. Mas eu conheço a pessoa.
-- Como assim meu amor? – Conhece a pessoa?
-- Sim Andressa!
Rafaela que só escutava as sogras conversando, resolveu entrar na conversa.
-- Coronel a senhora acha que pode ser algum amigo seu que conhece ou conheceu desde os tempos em que está na polícia? – Ou seja, filho de algum policial?
Andressa concordou com a nora.
-- É amor, a Rafaela pode estar com a razão. Você mesmo falou que tinha uma turma peralta que eram seus amigos. Faz sentido.
-- É eu vou procurar saber disso mais a fundo. Agora vamos voltar aos nossos postos?
Na parte da tarde a coronel chamou o tenente em sua sala. Naquele dia tudo que havia de ser feito foi concluído. Despacho de ordens, telefonemas, contato com outros batalhões, etc...Assim que o rapaz chegou em sua sala, pediu que ele se sentasse. Munhoz ficou sem jeito e perguntou para a coronel se ele havia feito algo errado.
-- Não tenente, fique tranquilo. O senhor não fez nada de errado.
Fim do capítulo
A coronel vem com uma pulga atras da orelha já faz algum tempo. e essa tem nome.
Antônio Carlos Munhoz.
Quem será o tenente? De onde veio realmente? Quem são seus verdadeiros pais?
São perguntas a serem respondidas no próximo capítulo.
Grata pelos comentários e agradeço também por ser uma das histórias mais lidas.
Infelismente machuquei meu braço e isso me deixou impossibilitada de escrever.
Agradeço a todas!
Beijos Patty_321.
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patty-321
Em: 14/10/2024
Muito interessante a estória das famílias e muito bem detalhado. Aguardando o próximo capítulo pra desvendar o mistério do passado do Munhoz. Bjs.
Catrina
Em: 16/10/2024
Autora da história
Bom dia amor!
Você se lembra quando fomos lá no museu?
É aquele mesmo que nós estivemos e ficamos de voltar.
Ali começam as tradições do povo brasileiro. Principalmente paulistas.
Bjs.
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Catrina Em: 18/10/2024 Autora da história
Bom dia!
Já foi.
Agora você já sabe o que vai acontecer quando Cláudia e Leoncio se encontrarem.
Obrigada.