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Bodas de Odio por Thaa

Ver comentários: 4

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Palavras: 3297
Acessos: 1239   |  Postado em: 14/10/2024

Capitulo 4

 

Capítulo 4

Com o corpo inclinado para o lado e a cabeça apoiada no colo de Maria, dentro do avião bimotor, Aurora chorava baixinho, hora e outra um soluço alto escapava aos seus lábios. Sentia-se triste, abandonada, a ovelha negra da família. Porém sabia que também não era um anjo, a culpa da garota ter quebrado o braço foi majoritariamente sua. Em parte, sua irmã estava certa, mas não tinha o direito de ter lhe tratado daquela forma grosseira. Mas não se podia esperar outra coisa de um animal selvagem igual Amerah e seu gênio de cão 

Piedosa, Maria afagava os macios cabelos negros da adolescente, desejando ser um pouco do apoio materno que ela nunca teve. Ser um membro da realeza espanhola não era tão fácil como a princípio parecia. 

— Não chore, menina. Logo mais você completará seus 18 anos e aí sim poderá resolver o que deseja com a sua vida.

— Não tenho vontade de fazer mais nada, Maria. Meu próprio pai e a minha irmã me odeiam. — A garota se lamuriava sem parar.

— Eles não a odeiam, Aurora, apenas querem o melhor para você. É muito jovem ainda para entender o porquê de eles fazerem isso. Há muitos perigos que ameaçam a sua família, coisas assombrosas, inimagináveis.

— Os homens são uns idiotas se matam por poder e ganância.

— E dinheiro, riquezas...é a bandeira pela qual eles lutam.

— Não me recordo bem do palacete, Maria, você se recorda?

— Muito, menina. É um lugar muito bonito.

— Então parece saído de um daqueles cenários da série Anne With an E, que a gente assistiu juntas? — Havia um brilho de alegria nos olhos e um ar de expectativa na expressão antes chorosa.

— Exatamente daquele jeito, um lugar pacífico, onde o vento assobia, canta e as árvores e as flores dançam. Antigamente era onde sua irmã costumava viver. Mas hoje em dia ela não gosta mais daquele lugar. Até pouco tempo atrás queria vender todo o palacete e as terras, lado outro, seu pai não concordou com o feito, então ela acabou por desistir.

— Minha irmã é muito amarga, infeliz e muito cruel também. Ela não combina com lugares assim. O castelo do Drácula ficaria melhor para ela.

— Não diga uma coisa dessa, menina. Sua irmã é apenas uma mulher que passou por muitas decepções na vida.

“O amor é lindo, sem dúvidas, mas é uma beleza altamente destrutiva em alguns casos. E foi isso que aconteceu a sua irmã”, pensou Maria enquanto ainda afagava os cabelos macios da jovem Duquesa.

***

Júlia parou o carro a escassos metros da imponente estrutura cinza, feita de pedras medievais. O aspecto do palacete jazia por um evento de imersão entre o abandono e a cautela. Olhando para aquele lugar, a mente logo foi invadida por lembranças bonitas dos anos em que viveu ali com Amerah. Mas agora as coisas já não eram mais como antes, muita coisa havia mudado desde que fora expulsa daquele lugar. Tudo era transitório na vida. Com Alice em seus braços, fechou os olhos e pôde sentir o vento acariciando seu rosto, como se estivesse feliz por tê-la de volta depois de tantos anos. Aquele ar fresco, o campo de girassóis, o vinhedo, o cafezal, sentira tanta falta daquele lugar.

Ela não pôde deixar de sorrir.

— Dona Júlia?! É a senhora mesma? Em carne e isso! Por nossa senhora, não acredito que está de volta.  — Júlia ouviu a voz eufórica já tão rotineiramente conhecida da mulher que cuidava da casa.

Júlia abriu os olhos e se deparou com a mulher pomposa, de meia idade. Cabelos ralos presos num coque extremamente apertado, o que exalava um ar de regra na vida dela, em que nada deveria estar fora do lugar ou desalinhado. Vestido estampado e sapatilhas pretas confortáveis indicavam que ela levava a sério o padrão de roupa com que ia trabalhar.

— Cândida?

— Eu mesma! Quanto tempo.

— Sim, Cândida, muito tempo. — Esboçou um suspiro cansado.

— A senhora emagreceu bastante, desde que saiu daqui.

— Tenho trabalhado bastante, deve ser por isso. — Sorriu.

— E esse anjinho que está em seus braços? — Perguntou, enquanto observava a menina dormindo tranquilamente nos braços de Júlia. 

— Ah, é minha filha Alice. — Não gostava muito de falar sobre a falecida amiga, este era um episódio doloroso de sua vida.

— Não sabia que a senhora tinha casado e tido até filhos. — Falou, em tom de surpresa.

— Na verdade, só me casei uma vez e ainda permaneço casada, infelizmente. — Meneou a cabeça. — Mas vou ver resolver isso assim que voltar ao Brasil.

— Mas...a senhora vai embora?

— Sim, em breve. Acredito dentro de um ano ou um pouco mais que isso.

— Mas...veio ao palacete...

Cândida estava sem entender. Achou que a Duquesa e Júlia tivessem reatado.

— Irei morar no palacete, Cândida. Por enquanto. Sua Duquesa tem vindo aqui?

— Não senhora. Há anos a Duquesa Amerah não pisa os pés neste lugar. Ela parece que odeia tudo isso aqui. — A mulher relanceou os olhos por toda a extensão do palacete, observando que a maioria das coisas ali pereciam com o decorrer do tempo. — Ela queria até vender tudo isso, mas o Duque não concordou, mas também ficou um lugar esquecido, este paraíso, é até um pecado que esteja esquecido. Como a senhora pode ver, o mato está alto, porque o único trabalhador homem que ainda resta é o Zeca e ele esses dias teve uma crise de resfriado, está acamado. Com quase 67 anos, o cansaço é de vir chegando, dona Júlia. Ainda me lembro de quando a senhora e a Duquesa moravam aqui. Tudo era verde, claro e cheio de vida, hoje em dia está acabado. Nem as flores ousam nascer mais. E é uma pena. Pois nossa vila é um lugar turístico, muitas coisas aqui podiam ser aproveitadas para exibir na vila aos turistas. Minha neta e minha filha vez ou outra colhem Girassóis para vender.

— E elas estão bem?

— Graças a Deus estão sim, dona Júlia.

— Mas venha, vamos entrar. A senhora deve de estar cansada, e a linda menina também. Ela tem os cabelos tão negros quanto os da Duquesa.

O coração de Júlia acelerou ao ouvir aquilo.

— Definitivamente, minha filha não tem nada a ver com aquela mulher. Graças a Deus. — Retrucou, ressentida.

Em poucos minutos Júlia pegou todas as malas, com a ajuda de Cândida, da filha e da neta, e as levou para dentro do palacete.

— A senhora vai dormir no quarto que sempre ocupou?

— Sim, acho que sim.

— Certo. Vou pedir para que Claudinha trate de deixar o quarto arrumado pra senhora e pra pequena Duquesa. — Referia-se a Alice.

— Obrigada, te agradeço, Cândida. Você sempre uma querida.

A mulher sorriu assentindo de maneira positiva, à medida que já começava a se afastar.

— Enquanto isso, vamos à cozinha, preparei aquela comida boa que a senhora gosta.

***

Amerah entrou no Palácio Real, onde vivia o rei e o seu filho, o futuro rei da Espanha, Felipe VII, com quem tinha uma afinidade profunda. Eram como se fossem irmãos. Ela fora até ali para conversar com o primo a respeito da próxima indicação para o cargo de presidente do país. Com a data se aproximando, as relações entre a monarquia e o parlamento se estreitavam ainda mais e, por consequência, as tensões entre as partes crescia consideravelmente.

Dentro do Palácio, os corredores eram amplos e majestosos, revestidos de mármore branco e decorados com tapeçarias antigas que contavam a história de uma linhagem nobre. O som dos saltos de Amerah ecoava suavemente pelo chão enquanto ela era conduzida pelo secretário real, um homem alto e discreto, vestido de maneira impecável. Ele a guiava com passos firmes, mas sem pressa, pelos corredores que exalavam poder e tradição. O ar ali dentro era leve, com o perfume sutil de flores frescas vindas dos arranjos meticulosamente colocados ao longo do caminho.

Ao se aproximarem do escritório de Felipe, as portas de madeira maciça, ornamentadas com detalhes dourados, foram abertas de maneira silenciosa, revelando o interior da sala. Era um ambiente amplo, mas acolhedor, com prateleiras repletas de livros antigos em capas de couro, um grande tapete persa no centro e uma mesa de mogno polido, onde documentos e papéis estavam organizados com precisão.

Felipe, sentado atrás da mesa, esboçou um sorriso discreto. Ele aparentava ter algo em torno de quarenta e poucos anos, mas sua presença era marcada por uma serenidade que transcendia a idade. Seu rosto era comprido, com traços refinados, e seus olhos transmitiam uma calma quase hipnotizante, como se nada no mundo pudesse abalar sua compostura. Mesmo com o passar dos anos, Felipe Valloni não exibira os sinais comuns de envelhecimento. Seus cabelos, negros como a noite, eram espessos e bem cuidados, sem um único fio grisalho à vista, um traço que ele compartilhava com todos os membros de sua família. A genética dos Valloni era quase lendária — comentava-se em sussurros nos corredores da corte sobre como aquela família parecia imune ao tempo, sempre conservando uma aparência jovem e vigorosa.

— Amerah, é um prazer recebê-la — disse com uma voz grave, mas cheia de gentileza. Ele gesticulou para que ela se sentasse em uma das confortáveis poltronas de veludo, oferecendo um espaço de conversa mais informal, mas ainda permeado pela formalidade sutil que envolvia o ambiente.

O escritório era banhado por uma luz suave que entrava pelas amplas janelas cobertas por cortinas de linho, permitindo a entrada de uma brisa leve, que movia suavemente os papéis sobre a mesa. Havia uma sensação de intemporalidade naquele espaço, como se o tempo passasse de forma diferente dentro das paredes do palácio, especialmente na presença de alguém como Felipe, cuja aparência e presença evocavam uma estranha e quase sobrenatural juventude eterna.

— Olá, Felipe.

— Amerah, minha prima. Que bom que você veio. Estava mesmo pensando em você.

Felipe se levantou da cadeira executiva com elegância, o sorriso discreto suavizando seus traços sempre serenos. Seu andar era firme, mas sem pressa, o movimento gracioso de alguém acostumado à etiqueta e à formalidade. Ele a abraçou brevemente, mas de maneira calorosa, como se fosse um gesto reservado apenas para os mais próximos. A textura de seu paletó de lã fina roçou levemente contra a pele de Amerah, que sentiu, por um breve momento, o cheiro sutil de colônia que ele usava, uma fragrância amadeirada e refinada.

Após os cumprimentos, o monarca também se sentou numa das poltronas. Era uma peça robusta, de design clássico, com costuras impecáveis que revelavam a riqueza e sofisticação do ambiente. O veludo era macio e convidativo, brilhando à luz suave que vinha das imponentes luminárias de cristal penduradas no teto alto. Amerah se acomodou no sofá, sentindo o toque firme do estofado contra suas costas. O lugar exalava uma aura de tradição e opulência, o cheiro do couro se misturando ao ar perfumado pela brisa que entrava pelas janelas.

Felipe se sentou em um sofá menor, diretamente à frente dela. Ambos estavam agora separados por apenas alguns metros, uma proximidade que indicava familiaridade, mas a formalidade do ambiente ainda pairava entre eles. O espaço entre os dois era preenchido por uma mesa de centro dourada, uma peça magnífica trabalhada em ouro. Suas pernas eram finamente entalhadas, com desenhos que evocavam arabescos antigos, e o tampo refletia suavemente a luz ambiente, reluzindo como uma joia rara no centro da sala.

Felipe, sentado com postura relaxada, apoiou o braço no encosto do sofá, cruzando uma perna sobre a outra com naturalidade, mas seus olhos permaneciam fixos em Amerah, observando-a com a calma característica que sempre o envolvia. Mesmo separados pela pequena distância e pela elegância opulenta da mesa dourada, havia uma sensação de intimidade, como se o resto do mundo pudesse desaparecer enquanto os dois falavam. Felipe era um admirador ferrenho de Amerah, isso ele não fazia questão de esconder de ninguém. Achava a prima a mulher mais admirável do mundo e inteligente também, era uma estrategista nata, predestinada ao sucesso.

— Aqui estou, Felipe. Vim porque precisamos começar a debater sobre o próximo presidente de governo deste país. Você sabe que esse assunto é de extrema delicadeza e precisa ser debatido com cautela, tanto devido a relações nacionais quanto a internacionais. 

— Eu bem sei disso, Amerah. E é exatamente isso que me preocupa. Precisamos de um homem probo, moral, correto. Um homem que jamais nos trairia.

— E por que não uma mulher, Felipe? — Inquiriu franzindo uma das sobrancelhas. A expressão era tão séria que fez o futuro rei se sentir desconfortável por um breve momento.

— Você sabe que por mim, não faria diferença alguma entre homens e mulheres, mas já papai.

— Tio Edward, decerto, ignora a existência de Margareth Thatcher, Indira Gandhi, Golda Meir, e tantas grandes mulheres que já ocuparam cargos de alta responsabilidade dentro de um país. Não, com certeza o rei faz vista grossa para elas. E, meu tio já não sabe nem mais o que faz, Felipe. Já está com 103 anos, as decisões devem ser tomadas por você agora. — Sugeriu de maneira ríspida. — Em breve será o rei deste país, por isso é hora de agir como tal.

O homem assentiu.

— E você teria alguma mulher em mente para ocupar um cargo de alta responsabilidade como esse?

— Sim, tenho algumas. Sabemos bem que as mulheres têm uma só cabeça e é só com ela que pensam. 

O monarca ficou vermelho diante das palavras da prima.

— Ora, Amerah. Assim você me ofende.

— Não seja tão modesto, Felipe. Você sabe que o que digo é verdade.

— Sim, é uma das grandes verdades da humanidade. Uma fraqueza de cada homem. Mas somos muito racionais. Já as mulheres têm tendência a serem mais emocionais, e isso, porventura não deixa também de ser uma fatalidade. O amor pode destruir a vida de uma mulher, muito mais do que a de um homem.

— Besteira! Você sempre tem de tocar nesse assunto. Há anos bate na mesma tecla. — A voz irritada se externava a cada palavra proferida.

— Não, apenas quero que volte a ser aquela mulher feliz e cheia de vida que você era.

— Não se gabe, só porque você tem uma esposa e três filhos. Uma família perfeita, por assim dizer.

— A família é tudo na vida de um homem. Minha esposa e meu filhos são os meus pilares. Eles me sustentam.

— Podes apostar que sim. — Ela se levantou. — Vamos nos falando. Preciso ir agora. Tenho outros compromissos e acho que você também. 

— Já vai tão cedo? Você mal chegou. 

— Tenho coisas importantes a resolver.

— Vou considerar uma mulher para chefe de Governo. Você me faz acreditar que as mulheres são bem melhores que os homens.

— Pense como quiser. Você é homem. Está no seu lugar de fala. Até breve, Felipe.

— Até, minha prima.

***

Júlia deu banho em Alice e decidiu colocar a garotinha para dormir um pouco. Depois tomou um banho e foi tomar um vento na janela do quarto. Debruçada sobre a janela, observa o horizonte, as lindas colinas verdejantes, que ao longe se encontravam com o céu. Com certeza, aquela visão daria uma bela obra de arte. E toda aquela beleza remetia aos tempos em que estivera com Amerah. Ainda sentia saudades dos abraços dela, dos beijos, da maneira como ela costumava lhe amar, tocar seu corpo, sua alma. Suspirou ao sentir um arrepio na pele. Por um momento fechou os olhos e quando os abriu, quase teve um infarto ao ver um carro preto e não, não estava enganada, aquilo era o Bentley Limusine, ano 2002, um dos carros que pertencia à frota da família real. Outros dois carros faziam a escolta do Bentley.

Tremendo, Júlia se afastou da janela.

Em seus pensamentos perturbados só vinha uma pessoa na cabeça: Amerah!

Com as pernas bambas, aproximou-se da janela de novo e finalmente se deu conta de quem estava ali.

Aurora, vira-a pela última vez quando a garota tinha quase 10 anos. Era só uma criança, mas agora se tornara uma adolescente, linda, crescera. A ordem natural da vida.

Mas uma pergunta não deixava Júlia em paz: o que ela estaria fazendo naquele lugar? Será que a irmã também apareceria?

Júlia levou as duas mãos ao peito.

O coração retumbava desenfreado só de pensar que poderia encontrar com a ex-esposa outra vez.

***

 

Amerah respirou fundo.

“Não, definitivamente, nem todos os adolescentes são iguais a irmã inconsequente que tenho.”

“Isso é inadmissível de se pensar.”

Sentada no banco do carro, mantinha o corpo levemente inclinado para frente, com o braço direito apoiado de forma descontraída no volante, enquanto os dedos tamborilavam suavemente, refletindo sua inquietação. Seus olhos estavam fixos em algum ponto indefinido à frente, mas sua mente vagava por outras preocupações. O sol da tarde entrava pelas janelas, projetando um brilho suave no interior do carro, enquanto uma leve brisa movimentava as folhas das árvores ao redor.

Ela respirava fundo, franzindo ligeiramente a testa, enquanto pensava sobre o presente ideal para a garota, a adolescente que, por causa da sua irmã, tinha acabado com o braço quebrado. "O que será que uma garota de 15 anos gostaria de ganhar?" pensava, com um misto de culpa e irritação. Imaginava o incidente em flashes: a imagem da menina no chão, segurando o braço com uma expressão de dor, e a acusação silenciosa no olhar dos que estavam por perto. Aquela cena tinha sido o resultado de ato inconsequente de sua irmã, aquela pirralha irresponsável.

O rádio do carro estava ligado, mas ela nem prestava atenção na música suave que tocava ao fundo. Sua mente zanzava entre ideias: livros? Não, muito intelectual. Roupas? Talvez, mas e se errasse o tamanho ou estilo? Uma leve batida dos dedos contra o volante marcava o ritmo dos seus pensamentos confusos. O incômodo da culpa pulsava em seu peito, e ela sabia que precisava acertar no presente — algo que fosse significativo, que de alguma forma compensasse o erro cometido por Aurora, com a adolescente e também com a família dela.

Suspirou, impaciente.

“Eu agora dei pra isso, andar por esta cidade atrás de comprar presentes para uma adolescente que sequer conheço.”

O som das buzinas de dois carros a trouxe de volta à realidade. Então decidiu finalmente sair do carro e entrar na loja, em busca de um presente. Com certeza, os vendedores a ajudariam encontrar alguma coisa adequada. Entrou na loja e foi recebida por um dos vendedores. Ela pediu algum auxílio para ele que, simpático e sorridente, logo se prontificou a ajudar. Em pouco tempo o problema do presente estava resolvido, então ela regressou ao carro e partiu diretamente para o endereço da casa onde a garota de braço quebrado vivia com a simplória família. Entretanto, chegando lá, teve uma surpresa desagradável, um novo morador da casa informou que a garota, os pais e os irmãos se mudaram para Sevilha há alguns dias, deu como ponto de referência uma Vila de artesãos, que ficava localizada perto do palacete onde viveu os nobres de Valloni.

E era evidente que Amerah conhecia bem aquele lugar.

Todavia, temia retornar ali, sua vontade mesmo era de tocar fogo naquele palacete e destruir tudo, fazer ruir até se tornar cinzas. As lembranças que tinha daquele lugar remetiam apenas a uma única mulher e desta não fazia bem lembrar.

Educada, agradeceu ao novo morador da residência pelas informações e se foi, indecisa se entregaria o presente ou se o doaria para uma instituição de caridade.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

Demorou um pouco, mas saiu, rsrs. 

Bjss e boa leitura, até o próximo! 

 

Thaa :)


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Comentários para 4 - Capitulo 4:
Sissi
Sissi

Em: 23/02/2025

Está chegando a hora.

Responder

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 15/10/2024

.    Boa noite autora.

E os caminhos levam sempre a Roma, não tem como escapar, já estão predestinadas a se encontrarem, já que no coração não tem como negar, se pertencem.


Thaa

Thaa Em: 27/10/2024 Autora da história
Bom dia, tudo bem?
Vamos aguardar esse encontro, corações acelerados, será? rsrs.

Bjs, tenha um bom domingo.



Val Maria

Val Maria Em: 28/10/2024
Tudo começou a ser arquiteta para esse reencontro.
Beijos autora.


Responder

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Sem cadastro
Sem cadastro

Em: 15/10/2024

.    Boa noite autora.

E os caminhos levam sempre a Roma, não tem como escapar, já estão predestinadas a se encontrarem, já que no coração não tem como negar, se pertencem.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 14/10/2024

Oii tudo certinho Thaa?

Eita, o encontro esse palacete vai pegar fogo kkkk.


Thaa

Thaa Em: 27/10/2024 Autora da história
Oi, Marta! :)

Vamos ao encontrooo, kkkk
Bjss, bom domingo!


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