A montanha por jehrzk e
CAPITULO V - Mal entendido
Os dois se assustaram com a chegada silenciosa de Natália, e se colocaram de pé.
- Natália!? Não sabia que viria por esses dias. — Falou surpresa, com um sorriso tímido.
- Nossa! Essa é sua noiva? — sussurrou — Parabéns, priminha — Gael falou só para Stephanie ouvir.
- Cale-se — Repreendeu o primo.
- Olá, muito prazer, me chamo Gael e sou… — tentou se apresentar.
- Então, Stephanie. Me responda!
Gael recolheu sua mão, que foi ignorada por Natália.
- Ok! — Disse o rapaz para si mesmo e se afastou um pouco.
- Natália! Isso são modos? — falou séria. Não estava entendendo a atitude de sua noiva.
-
- Modos? — Retruca a mais alta — Você não responde minhas cartas a dias, eu achei que tinha acontecido algo, estava preocupada e vim até aqui para ver você deitada nos braços de outro? — Acusa, indignada — Você quer mesmo falar sobre modos? — Natália fala essas palavras furiosa de ciúmes, como nunca antes havia ficado.
Gael sorri ao perceber a crise de ciúmes da mulher mais alta. Mas nada diz.
- Natália, você está me ofendendo. Acha mesmo que eu sairia por aí com qualquer um, com outro?
- Ei! Eu não sou qualquer um. — Reclamou o rapaz.
- CALE-SE!!! — As duas gritaram sem olha-lo.
- O que quer que eu pense, Stephanie? Você estava nos braços de outro homem!
- Ele é meu PRIMO!! — A jovem gritou com lágrimas nos olhos. Estava muito chateada por Natália achar que ela estava realmente tendo algo com outra pessoa — Eu nunca estive com ninguém dessa forma que você está pensando, Natália! Você me magoa com as suas acusações e seu olhar julgador.
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Natália olha para o rapaz, e só então nota a semelhança entre eles, mesmo que pouco, nada mais além do seu cabelo em um ruivo um pouco mais escuro que os de Stephanie, e percebe que estava julgando baseado em seus sentimentos aflorados.
- Stephanie, me desculpa. Eu não queria ofender ou magoar você. — Tenta se aproximar.
- Por favor. Não! — Stephanie se afasta, inda para próximo de uma arvore.
- Steph. — Insiste Natália, mas Gael a segura pelo braço e fala com calma.
- Ela só precisa de uns minutos! Já ela volta — Sorri para Natália, e continua — Sou Gael, primo de Stephanie, prazer.
- Me desculpe, Gael. Fui grossa com você, é que… quando vi vocês dois juntos, e a sós, deitados aqui, eu senti uma coisa estranha dentro de mim que eu não consigo explicar agora.
- Tudo bem, não guardo mágoa. — Sorri e olha em direção a sua prima, um pouco mais afastada — E ela também não. Já, já você fala com ela. — Sorri — Ah! E sobre o que você sentiu quando nos viu aqui, eu também sinto pela minha esposa! Se chama ciúmes. — Gael fala naturalmente e vê Natália ficar vermelha de vergonha.
- É… eu… eu não...
- AHAM. Agora vai negar que sente algo por ela? — Olha na direção de Stephanie — Você a conheceu a algumas semanas atrás, e ela ficou uns dias sem lhe mandar cartas, e olha você aqui? Vai mesmo negar que não sente nada? — Natália fica em silêncio, só encarando Stephanie de longe — Vocês precisam ter uma conversa franca antes desse casamento acontecer. Ela tem perguntas que só você pode responder! — Natália volta seu olhar para o rapaz.
- O que quer dizer com isso?
- Eu conheço minha prima, ela vai lhe perguntar, não se preocupe. — Sorri — Olha só, aí vem ela. Vou deixar vocês a sós. Por favor, leve ela para o casarão, está bem?
- Sim. Claro!
Stephanie se aproxima dos dois um pouco mais calma.
- Eu já estou indo, meu anjo. Vocês precisam conversar, sabe disso, não sabe? — Gael pergunta e Stephanie olha para Natália e confirma.
- Pode deixar. — Fala um pouco séria — Volte com cuidado! Vejo você mais tarde?
- Claro que sim. Até mais. — E assim as duas ficaram a sós.
Natalia então inicia seu pedido de desculpas, se aproximando, um pouco receosa.
- Stephanie, eu quero me desculpar pelo que disse sobre você. Eu não tinha o direito de ter feito o que fiz.
- Não tinha mesmo, mas tudo bem, Natália. Eu aceito suas desculpas, e que isso não se repita! (Falou firme).
- Nunca mais! — Concordou Natália, se aproximando de sua noiva — Posso lhe abraçar?
Sorrindo, Stephanie aceita ser abraçada por Natália.
- Senti saudades — disse Stephanie tímida.
- Eu também senti, princesa — sorri e muda o assunto — Mas me diga, por que não me escreveu esses últimos dias? Eu fiz algo errado? — olha para Stephanie, já fora do abraço — Me deixou preocupada, e quando vi, já estava vindo até você.
- Você não fez nada… quer dizer…— Pensou se deveria continuar sua fala.
- O que? Seja sincera comigo. Eu prometo ser verdadeira com você. — Natália disse essas palavras segurando suas mãos e olhando em seus olhos.
- Você tem outra? — Dispara.
- O que? Como assim? — A pergunta veio tão rápido que Natália não teve tempo de raciocinar do porquê daquela dúvida. Ela nunca havia comentado sobre qualquer outra mulher, mas Stephanie parecia saber ou duvidar de algo.
- Na sua última carta, você escreveu isso. — Disse triste lhe entregando a carta.
- Oh, isso? — Natália lê, sem imaginava que aquelas poucas palavras dariam abertura para Stephanie ter esse tipo de dúvida — Não, eu não tenho outra. O meu compromisso é com você, Steph. — Ela queria esclarecer isso, mas também precisava ser verdadeira, então continuou — Eu já tive alguém no passado, mas faz muito tempo. E minha mãe interferiu na minha vida. Por isso lhe escrevi daquela forma.
Natália então narrou toda sua história envolvendo sua mãe, Norah, e aquela que um dia foi seu grande amor, Helen. Contou como foi apaixonada por outra, e como Helen sumiu de sua vida sem lutar por seu amor.
- E foi isso. — Disse por fim.
Stephanie nada disse, apenas ficou ali sentada com seus pensamentos, até então ter coragem para perguntar.
- Então você ainda a ama? — Pergunta ainda sem olhar em seus olhos.
-
- O que? Você ouviu o que eu falei aqui? — Questionou.
- Sim! E é por isso que estou perguntando!
- Ela escolheu ir, e não lutar pelo que nós tínhamos. Éramos jovens sim, mas ela decidiu ir, ela me deixou, me abandonou — Disse um pouco alto.
- Acalme-se. — Pediu em um tom suave.
- Eu estou calma, mas você não pode dizer o que eu sinto por ela. Só eu sei o que eu passei depois que ela se foi, e eu escolhi esquecê-la. — Concluiu, seria.
- Perdão! Não foi minha intenção, Nat. — Se aproximou de Natália, que já estava de pé, encarando o pôr do sol.
- Está ficando tarde, você precisa voltar para o casarão — Disse colocando um fim naquela conversa.
- E você?
- Eu vou lhe acompanhar.
- E vai ficar no casarão, certo?
- Seu pai não sabe que estou aqui, não quero incomodar.
- Você acha mesmo que ele não sabe? É porque não conhece o Gael. A cidade toda já deve saber que você está aqui — Disse sorrindo, tentando aliviar o clima da conversa.
- Tudo bem, vamos então. — Sorriu fraco.
-
Natália subiu em seu cavalo e deu a mão para ajudar Stephanie a montar no animal, junto com ela.
- Por favor, se segure em mim.
Stephanie fez o que Natália pediu com muito prazer.
- Assim? — Perguntou, abraçando sua cintura por trás.
- Sim! — Sorriu.
-
E seguiram rumo ao grande casarão em um silêncio confortável para ambas.
- Eu estava escrevendo uma carta para você hoje…
- Finalmente vou receber uma carta sua hoje? — Sorriu, mesmo que Stephanie não pudesse ver.
- Engraçadinha. Mas não vai, não. Porque eu não tive como terminar, o Gael chegou e logo depois você. Não tive tempo.
- E o que iria escrever nessa carta? — Perguntou curiosa.
Elas já estavam próximas ao casarão, no estábulo onde o seu cavalo iria ficar, e desceram do animal com cuidado.
- Iria escrever sobre os meus sentimentos por você. E de como eu me senti com a possibilidade de você ter outra mulher em sua vida, que não fosse eu. — Stephanie falou tudo em um fôlego só, pois achou que não teria coragem para continuar se parasse para pensar em suas palavras.
Natália a olhou sem acreditar no que ouvia. Ela queria ser a única mulher em sua vida? Era isso? Então ela nutria sentimentos por Natália?
Mas antes de responder elas foram interrompidas por um dos guardas do casarão.
- Princesa! Boa noite, seu pai espera por você e sua noiva.
- Claro. Muito obrigada, vamos entrar. — E saiu na frente, não teria coragem de olhar Natália naquele momento.
E as duas seguiram acompanhadas do guarda até o salão onde o Rei estava com o restante de sua família.
- Aí estão vocês. — Sorriu o Rei — Quando Gael falou que você estava na cidade não acreditei. Venham, juntem-se a nós.
A família Clark já estava à mesa, juntamente com Gael e sua esposa, Jane. Todos sorridentes.
- Sim, majestade. Quis vir umas semanas antes, espero não atrapalhar. — Falou Natália.
- Claro que não vai atrapalhar, você já é da família. E posso ver no olhar da minha filha que a surpresa foi bem aceita. — Sorriu e Stephanie ficou vermelha.
- Papai, pare! — Ficou vermelha.
- Por favor, minha filha. — Sorriu — e Natália, me chame apenas de John.
- Claro, John. E obrigada pela recepção.
- Então vamos jantar — Falou Sílvia para salvar a filha das brincadeiras do pai.
E assim, se iniciou aquela noite que ainda teria muito para ser dito antes de, de fato ser finalizada.
Fim do capítulo
Capitulo extra hoje rs.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 08/10/2024
Misericórdia é muito ciúmes dessas mulheres kkkkk.
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