No reino da Montanha, a notícia de um casamento real corria pela cidade, mas não foi aceito como planejado pelo rei John. Sua filha mais velha, Stephanie, de apenas 21 anos, estava se negando a aceitar tal absurdo. Pois ela não se via em um casamento arranjado ou por pura diplomacia e acordo entre reinos. 

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  - Isso é um absurdo, pai! Eu não vou me casar com nenhum homem por conta de um acordo, ou seja, lá qual for o motivo. — Stephanie estava alterada e andando de um lado para o outro. 

  
  

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  - Minha filha, entenda. Isso é necessário para o nosso reino. 

  
  

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  - Necessário? O senhor só pode estar de brincadeira, não é? 

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  - Você sabe que não. Você é minha primogênita, seus irmãos ainda são crianças. Não posso dar essa responsabilidade para o João — de 9 anos — ou para Sabine — de 7 anos. 

  
  

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  - Mas é claro que não, papai! Não estou dizendo isso. Mas entenda, não está nos meus planos me casar com um homem que não vai deixar eu realizar os meus sonhos. 

  
  

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  - Oh minha pequena, eu a entendo. Mas não há o que fazer — Disse triste. 

  
  

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  - Eu não aceitarei esse absurdo jamais! — Stephanie saiu deixando seu pai pensativo quanto aos seus planos de união entre os reinos. Ele sabe que não pode sacrificar a felicidade de sua filha por diplomacia ou por uma disputa de território. 

  
  

Stephanie vai até seu quarto, pega sua bolsa e alguns livros e sai do casarão em direção ao seu lugar favorito no Reino. 

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  - Eu não acredito que meu pai acha mesmo que eu irei aceitar esse absurdo de casamento com alguém que eu sequer vi na vida. Nunca! — Ela fala sozinha enquanto caminha pelo vale. 

  
  

Quando chega próximo a uma grande e linda árvore de cerejeira rosa, em um campo de flores, se deitou sob a grama e iniciou uma de suas muitas leituras, queria aprender Letras e realizar o sonho de ser professora no seu reino. Ela sonha em dar aula para crianças.  

Perdida em sua leitura, Stephanie se assusta com a presença de um estranho se aproximando. Rapidamente, ela se coloca de pé, e pega em sua bolsa uma pequena adaga, que foi dada por seu pai a alguns anos, quando ela começou a sair só pelo reino. 

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  - Quem é você? Não se aproxime! Eu estou armada. 

  
  

O estranho desceu do seu cavalo e se revelou uma linda mulher de cabelos longos e negros, amarrado em um rabo de cavalo, sua pele bronzeada reluzia com a luz do sol e olhos escuros. Dona de uma altura de 1,76 cm.  

Natália se aproximou sorrindo de Stephanie. 

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  - Logo se vê que está muito bem armada, senhorita. — Sorrindo, continua — Perdão por lhe assustar, não foi minha intenção.  

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  - Não me assustou, estranha!  

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  - Certamente, não. Bom estava seguindo a estrada e lhe vi deitada, achei que precisava de ajuda — Disse Natália. 

  
  

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  - Não preciso! Quem é você? Não és deste reino, certo? 

  
  

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  - Perdão, senhorita. Não sou, vim do reino das Ilhas, me chamo Natália. Qual seu nome? 

  
  

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  - Sou Stephanie, princesa Stephanie! — Quis intimidar a estranha à sua frente. 

E logo Natália percebeu que aquela moça jovem e linda, com os olhos claros e a pele branca, cabelos ondulados, e quase dourados, mas com um tom ruivo, se tratava de ninguém menos que a prometida do seu irmão. A quem ela veio tentar mudar essa situação e deixar seu irmão livre para casar com seu verdadeiro amor — Sua namorada, Diana. 

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  - Muito prazer, alteza — Falou se curvando. 

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  - Por favor, não faça isso. 

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  - Por que não? — Estranhou. 

  
  

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  - Não gosto dessa cerimônia toda. — Os olhos tristes, se lembrando da conversa que teve com seu pai mais cedo. 

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  - Certamente. E o que uma princesa faz a sós nessa região do reino? Não está um pouco longe de casa? 

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  - Sim, mas aqui é o lugar perfeito para eu conseguir ler e estudar em silêncio e sem interrupções. — Falou olhando para a pessoa que acabou de lhe atrapalhar os estudos. 

  
  

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  - Então eu cheguei em uma péssima hora. — Sorriu sem graça. 

  
  

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  - Estou brincando com você. — Lhe sorriu — Mas aqui é realmente calmo. Gosto disso. 

  
  

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  - É lindo. — Natália fala olhando melhor para o campo de flores — E sua beleza combina perfeitamente com o lugar, princesa! 

  
  

Stephanie ficou vermelha com o elogio vindo de uma completa e linda estranha. 

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  - Obrigada.  

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  - Bom, foi um prazer conhecê-la.  

  
  

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  - Você já vai embora? — Stephanie se apressou a perguntar. 

  
  

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  - Preciso falar com alguém na cidade, mas se quiser companhia, ainda tenho um tempinho, e meu cavalo precisa descansar — Falou olhando para o animal que estava à beira de um lago. 

  
  

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  - Seria ótimo ter sua companhia, senhorita — Stephanie não sabe porque teve aquela atitude, ela adorava ler em silêncio e ficar sozinha. Mas algo naquela mulher lhe intrigava, não só pela vestimenta diferente das outras mulheres, pois Natália se vestia como um homem. Mas para Stephanie, isso não a deixava menos atraente e bela aos seus olhos, pelo contrário, ela achou Natália ainda mais linda daquele jeito. 

  
  

As duas passaram boa parte da tarde juntas, lendo e trocando informações sobre outras leituras que já haviam feito antes, e Natália disse que em sua casa havia vários livros e exemplares famosos que a jovem iria gostar de ler. 

Stephanie também lhe confidenciou o motivo de estar ali naquela tarde, e dos absurdos que seu pai queria para ela, porém Natália não revelou que conhecia seu pai ou o seu futuro noivo.  

Stephanie ficava encantada com tudo que a mulher a sua frente falava. Ela nunca tinha encontrado outra pessoa que partilhasse do mesmo gosto por literatura como ela. 

Ao fim da tarde, as duas já estavam se aproximando da entrada do grande casarão real, quando Stephanie se pronunciou. 

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  - Bom, eu fico aqui. Adorei sua companhia essa tarde, senhorita Natália.  

  
  

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  - Por favor, princesa, me chame apenas de Natália ou Nat. Se preferir.  

  
  

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  - Certo. — Sorriu — Mas você tem que parar de me chamar de princesa, meu nome é Stephanie! 

  
  

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  - Sim, princesa Stephanie. — Disse-lhe sorrindo e lembrando de como a mesma havia se apresentado antes. 

  
  

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  - Pare. — Sorriu — é sério! Me chame pelo meu nome. 

  
  

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  - Tudo bem, Stephanie! — E olhou no fundo dos seus olhos e sorriu. 

Stephanie não esperava receber um olhar tão penetrante e lindo acompanhado do belo sorriso daquela mulher linda e forte, e acabou ficando sem ação. Apenas abaixou seu olhar envergonhada por ter gostado de ouvir seu nome sendo pronunciado de uma forma tão intensa e gostosa.  

E antes que Natália falasse alguma coisa para quebrar aquele clima embaraçoso, o Rei aparece na entrada do casarão.  

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  - Finalmente você voltou, já estava ficando preocupado com você, minha filha. 

  
  

As duas mulheres olharam para o homem e depois, se olharam novamente.  

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  - Não é para tanto, papai. Estava no mesmo lugar de sempre estudando, quando a senhorita Natália apareceu. —Natália lhe lançou um olhar semicerrado quando ela lhe chamou de senhorita e sorriu 

  
  

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  - Ah! Senhorita Smith, que bom que já está aqui. — Neste momento, Stephanie olha confusa de seu pai para Natália, que nada diz — Achei que chegaria só pela manhã.  

  
  

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  - Vossa alteza. Eu achei melhor vir hoje, espero não lhe incomodar com isso. 

  
  

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  - De maneira alguma, criança. Vejo que já conheceu minha filha Stephanie.  

  
  

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  - Sim! A encontrei no campo de flores, na entrada da cidade. — Stephanie a interrompeu. 

  
  

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  - Espera aí. Como o senhor a conhece, papai? — Perguntou confusa. 

  
  

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  - Parece que vocês não conversaram muito, não é mesmo? — sorriu para sua filha — Minha querida, ela é filha do Rei Thomas, do reino das Ilhas, ao Sul — seu pai lhe explicava com toda calma que tinha. 

  
  

Stephanie olha para Natália sem entender por que ela omitiu essa informação. Então aquela mulher, a quem ela achou linda seria na verdade, sua futura “cunhada”? 

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  - Vamos meninas, entrem. Natália, o seu quarto já está preparado para lhe receber.  

  
  

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  - Muito obrigada, senhor. Confesso que estou um pouco cansada da viagem — queria fugir das perguntas de Stephanie o quanto antes. 

  
  

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  - Certamente. Minha filha, acompanhe nossa convidada até seus aposentos. 

  
  

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  - Sim, papai. — Disse séria. 

  
  

Stephanie seguiu em direção ao segundo andar sem falar nada até chegar no quarto que seria de Natália nos próximos dias.  

Natália, por sua vez, estava preocupada com o que a princesa pensaria dela agora, afinal, elas passaram a tarde juntas conversando e Stephanie havia lhe falado sobre a sua frustração com o casamento. 

Assim que se viu só com Stephanie, Natália se pronunciou.  

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  - Stephanie, me desculpe por não lhe dizer a verdade sobre quem eu sou. Eu não queria assustar você, ou que pensasse que eu estou aqui em nome do meu pai para formalizar o seu casamento com meu irmão — disse apreensiva. Stephanie a olhou com raiva e falou. 

  
  

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  - E o que acha que eu estou pensando agora vendo você aqui depois de tudo que conversamos esta tarde? — Continuou —. Você sabia quem eu era esse tempo todo e mesmo assim me deixou falar tudo que eu pensava sobre esse casamento?  

  
  

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  - Eu entendo sua chateação comigo agora, mas… — ela tentou falar o motivo da sua viagem até ali, mas foi interrompida. 

  
  

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  - Chateação? Não, minha cara. Eu estou com raiva de você! Como pôde? — Falou e lhe deu as costas. 

  
  

Natália a segurou pelo braço e a puxou com um pouco de força para não deixar ela sair dali. Porém, Stephanie se assustou, se desequilibrou e acabou esbarrando e caindo junto com Natália no chão. As duas se olharam, e Stephanie desviou de seus olhos para os lábios carnudos de Natália, sentindo seu corpo inteiro se arrepiar. Natália nada disse ao perceber para onde Stephanie olhava e onde também sua mão repousava depois de caírem no chão (Stephanie caiu sobre o corpo de Natália e com uma das mãos em seu seio, e Natália a segurava pela cintura, lhe apertando e sentindo o corpo da mais nova sobre o seu, sentiu seu corpo reagir quando Stephanie olhou para sua boca, e sua mão, pequena e delicada, lhe apertava o seio um pouco mais forte que antes, fazendo Natália soltar um pequeno gemido de prazer, trazendo as duas para a realidade imediatamente. 

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  - Me perdoa, princesa. Não foi minha intenção lhe derrubar — E rapidamente levantou-se. 

Stephanie nada falou, apenas saiu da presença da mulher mais velha e foi para seu quarto.  

Aquela noite foi longa para as duas mulheres. Enquanto uma tentava acalmar suas emoções e pensar em algo para concluir sua ida até ali, a outra estava realmente confusa com o que tinha acontecido. Stephanie sentia-se estranha, seu corpo nunca tinha reagido assim antes. Ela estava realmente atraída por aquela mulher?  Mulher essa que seria sua cunhada. 

Fim do capítulo