Oioi leitoras! Espero que estejam tendo uma boa tarde!
Capítulo de hoje está saindo mais cedo, aproveitem! Hahaha
Boa leitura!
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Capitulo 35 – Dama de Preto
Sofia
Assisto a Júlia dançando ao som de Wildest Dreams a pelo menos uns cincos passos de uma distância segura, se exibindo, me provocando... Sim, pensem no sonho! Só não era um sonho maior ainda porque eu não podia fazer nada além de assistir. E ela – sabendo disso – até parecia que fazia de propósito.
O jardim já está bastante cheio, são cinco da tarde e faz umas duas horas que a festa começou. Minha mãe contratou duas ilhas de drinks – uma que está instalada no bar molhado da piscina e uma outra, mais ao centro da festa; uma pista de dança no jardim; uma porção de garçons que passam a todo instante oferecendo petiscos e outras bebidas; além de um DJ e uma decoração um tanto quanto exagerada e duvidosa.
A música – que por incrível que pareça não tinha sido escolhida por mim, sim, a Taylor ainda vai dominar o mundo – chega ao refrão e a Júlia move os lábios e gesticula como se estivesse cantando para mim:
Say you'll remember me
(Diga que você se lembrará de mim)
Standing in a nice dress
(Usando um belo vestido)
Staring at the sunset, babe
(Olhando para o pôr do Sol, querida)
Red lips and rosy cheeks
(Lábios vermelhos e bochechas rosadas)
Say you'll see me again
(Diga que você me verá de novo)
Even if it's just in your
(Mesmo que seja apenas em seus)
Wildest dreams, ah, ah, aah
(Sonhos mais selvagens, ah, ah, aah)
A batida vibra na pista de dança, como um coração pulsante, conforme ela se movimenta e aponta o dedo para mim, sorrindo.
– O que você fez com a Júlia, hein maninha? – Meu irmão passa por mim e cochicha no meu ouvido. – Nunca vi ela assim, tão...
– Gostosa pra caralh*, né? Eu sei. – Sorrio para ele, olhando para a mulher perfeita à nossa frente. A Júlia já era gata por natureza, mas hoje, Deus... Ela tinha conseguido ficar ainda mais gostosa nesse vestido preto, longo o suficiente apenas para cobrir toda a sua bunda; as mangas compridas; ombro a ombro com detalhe de plumas pretas no decote; e a melhor parte: a abertura na lateral esquerda, que deixava boa parte de sua cintura e costelas à mostra, cobertas apenas por uma estreita faixa de tecido e uma fivela com strass prateado no formato de um coração. – Você imagina que tudo isso aí é meu? – Devolvo para ele, me exibindo.
– Sortuda pra cacete. – Ele dá uma risada antes de passar por mim de vez.
– Ei, olha quem chegou. – A Júlia fala quase no meu ouvido, para que eu escute.
Sigo o seu olhar e a encontro. Ela havia vindo com o vestido branco – aquele que ela teria usado para vir no jantar, caso eu não tivesse falado que preferia o azul.
– Em! – Me jogo nos braços dela. – Que bom que você veio.
– Obrigada pelo convite. – Diz olhando para a Júlia, que lhe abraça em seguida. – Feliz aniversário. – Ela entrega uma caixinha de Gudang Garam envolta a uma fita vermelha. – Eu coloquei umas coisinhas a mais aí dentro também, se tiver a fim de algo diferente. – A Emma pisca para nós duas e gente acaba rindo.
– Como tá a Lili? – Pergunto, preocupada. – Quero que nos conte tudo.
– Mas não sem uma bebida. – A Júlia pega uma cerveja long neck de um dos garçons que está passando no momento e a entrega para ela, sorrindo.
– Bem, respondendo a sua pergunta... – A Emma dá um gole na sua cerveja. – A Lili está bem, ela tem passado boa parte do tempo comigo, na verdade... quando eu não estou no trabalho e ela não está na escola.
– Isso é bom, né? – Pergunto, me certificando.
– Seria, se o que tivesse por trás disso não fosse o fato de minha mãe ter voltado a se encontrar com o Marcus.
– Mas ele não tinha recebido uma medida cautelar de afastamento? – É a vez da Júlia perguntar.
– Tinha, mas acho que alguém esqueceu de avisar a minha mãe. – Responde, mal-humorada.
– Júlia, querida... – Minha mãe chega simplesmente do nada, interrompendo a nossa conversa, do jeitinho inconveniente que ela mais amava. – Você lembra do Rodolfo, não lembra? – Diz olhando para o homem de mais ou menos trinta e poucos anos, ao seu lado.
Parecia uma versão barata do Sr. Perfeito, como se todos os homens desse tipo tivessem sido fabricados no mesmo local.
– Ah... – A Júlia hesita, parecendo estar ganhando tempo para responder. – É claro que eu lembro. – Ela dá um sorriso forçado para ele que, aparentemente, só eu percebo.
Eu e a Emma, possivelmente.
– Júlia Almeida... Você ficou ainda mais bonita ao longo desses anos. – Ele sorri para ela e eu fecho os dedos, em punho. – Será que a aniversariante aceita dançar comigo?
Como é que é?
– É... – A Júlia tenta se sair da situação, mas conseguir dizer “não” nunca foi o seu forte.
– É claro que sim, não é querida? – Minha mãe segura os seus ombros, por trás, basicamente empurrando-a para cima do cara. – Vou pedir para o DJ colocar uma música do nosso tempo de faculdade. – Ela sai animada, enquanto o tal de Rodolfo leva a mulher da minha vida para a pista de dança e sinto o chão se desfazer aos poucos, abaixo dos meus pés.
A Júlia me lança um pedido de desculpas silencioso um pouco antes de “Hey There Delilah” de Plain White T’s começar a tocar.
– Eu odeio a minha mãe. – Digo para a Emma, sem tirar os olhos da Júlia.
– É... a Dona Marta não é fácil, não é? – Ela segue o meu olhar.
– Emma, querida, como você está? – Meu pai se aproxima de nós duas.
Estava tão absorta nos meus próprios pensamentos que nem havia notado a sua presença.
– Estou bem. – Ela sorri e aperta a sua mão, simpática como sempre.
– Confesso que fiquei chateado quando a Marta me contou sobre o término de vocês duas. – Ele admite aquilo e eu me retraio um pouquinho – Mas fico feliz que vocês foram maduras o suficiente para manter essa amizade. – Volta a sorrir para nós duas.
– É... Eu também. – A Emma responde a ele e lança um sorriso para mim.
– Pai... você não está bebendo, está? – Olho de cara feia para o drink suspeito que estava segurando.
Desde que meu pai foi parar no hospital, ele precisou mudar certos hábitos, e evitar a bebida tinha sido um deles. Agora, a todo instante, eu me certificava de que ele não estaria fazendo nada de errado.
– É um drink não alcoólico, querida... Infelizmente. – Ele faz uma expressão engraçada e aquilo me arranca uma risada sincera. – Essa aniversariante está bem disputada, hein? – Ele pergunta olhando para a Júlia e o meu sorriso vai desaparecendo, aos poucos.
– Até parece que o Senhor não sabe que a disputa é sempre a mesma. – Provoco.
– Você e a sua mãe... – Ele coloca a mão sobre o meu ombro esquerdo, nossa atenção ainda voltada para a pista de dança. – É claro que eu sei que é sobre isso. – Ele ri baixinho. – Sempre foi.
Por um momento, ele até parecia saber. Queria tanto que ele soubesse.
– Seu Olavo... – A Júlia caminha na nossa direção assim que a música chega ao fim.
Suas pernas à mostra com aquele vestido me hipnotizam e fazem com que meus olhos caiam para elas a todo o momento.
– Pensei que não conseguiria falar com você ainda hoje, querida. – Meu pai a envolve em seus braços. Se eu pudesse morar em um abraço, com certeza seria nesse. – Feliz aniversário, Juju. – Ele beija a sua bochecha, envolvendo o seu rosto com as suas duas mãos, da mesma maneira que ele fazia comigo, e eu derreto com a cena. – Queria que você soubesse que eu sempre acreditei no seu talento, mesmo quando a Marta dizia que essa sua vontade de cantar era besteira. – Ele diz para ela.
– Eu sei disso, mas... – Ela olha para ele com a testa enrugada e depois faz a mesma coisa, olhando para mim.
– Vem, quero te mostrar uma coisa. – Ele pega em sua mão, guiando-a até a varanda, onde havia deixado a caixa.
– Meu pai comprou um equipamento de gravação pra ela. – Digo para a Emma assim que os dois se afastam de nós o suficiente para não ouvirem mais nada. – Quando ele me contou que estava pensando em comprar um, eu pedi pra ir junto ajudar a escolher. – Lembro daquilo, animada.
– O seu pai é o melhor sogro que alguém poderia ter. – A Emma comenta do meu lado, olhando os dois juntos, a Júlia abraçando-o com lágrimas nos olhos.
– E ele é doido pela Júlia. – Acrescento.
– Deu pra perceber. – Ela sorri. – E quem não é? – Dá um toquinho no meu ombro, divertida.
– Ei, eu não acredito que escondeu isso de mim o tempo todo. – A Júlia volta para nós duas com os olhos ainda marejados.
– Acho que eu sou boa em guardar segredos. – Digo aquilo e vejo ela se encolher. Era para ter soado como uma brincadeira, mas as palavras acabam saindo amargas demais.
– Gente, aquele que está conversando com a Marta não é o... – A Emma começa, e eu sigo o seu olhar preocupado.
Clóvis, sim, era ele.
– Você sabia disso? – Pergunto para a Júlia, irritada.
– É claro que não, Sofi. – Ela olha para a mesma direção, visivelmente preocupada. – Se eu soubesse, você estaria sabendo também. – Me garante.
Eu sei que está falando a verdade, só que aquilo não é o suficiente para me deixar menos irritada.
– Se a minha mãe pedir pra você ficar com ele, você vai também? – Pergunto, sem mais nenhuma paciência.
– Não! É claro que não... Eu vou... – Ela vacila um pouco nas palavras. – Eu vou resolver as coisas. – Diz, por fim.
– E posso saber como você vai resolver as coisas? Vai contar sobre a gente? – Pergunto, reativa.
– Eu não...
– Tudo bem, Júlia, faz o que você tiver que fazer. – Não a deixo terminar a frase, simplesmente não querendo ouvir o que viria depois. – Mas eu não sou obrigada a ver isso. – Digo, caminhando para me afastar dali.
– Amor, espera... – Ela tenta me puxar pelo braço, mas sou mais rápida do que ela. – Por favor, fala com ela? – Ouço a Júlia dizer, baixinho, provavelmente para a Emma, antes de eu me perder em meio aos convidados dessa maravilhosa festa de merd*.
Paro do lado da ilha de drink central e peço uma batida alcoólica de morango com vodka. Estava furando a fila, mas foda-se, é a minha casa e foi a minha mãe quem contratou, e ela meio que estava me devendo isso.
– Maria... – A Emma surge depois de um tempo, o olhar receoso de como ou o que falaria para mim.
– A vontade que eu tô agora é de jogar outro drink na camisa polo daquele idiota, porque parece que um não foi o suficiente. – Admito, e ela sorri um pouquinho.
– Acho que no seu lugar eu pensaria a mesma coisa. – Ela se encosta na ilha, ao meu lado.
– Mas nem isso eu posso fazer. – Suspiro, desanimada. – Seria egoísmo meu criar uma cena justo no dia do aniversário dela. – Desabafo aquilo, e dou um gole considerável no meu drink. – Pode dizer o que você tá pensando. – Olho para ela, de canto de olho. –
Você me avisou, eu sei. – Digo me lembrando do que ela me disse no dia em que terminamos.
“Ela não está pronta.”
Aquilo era verdade, e o pior de tudo, é que acho que mesmo depois de meses, continuava sendo.
– Eu nunca diria isso, Maria. – Ela me olha com compaixão, e sinto meus olhos começarem a arder. – Vem cá. – Ela abre um dos braços, me puxando pelo ombro.
– Eu não aguento mais isso, Em. – Me envolvo em seus braços, vencida.
– Eu sei, Ma. – Diz enquanto passa a mão pelos meus cabelos.
– Eu pensei que seria mais fácil, que ela teria coragem, com o tempo, mas... – As lágrimas escorrem e eu enterro ainda mais o rosto no ombro dela, para que ninguém veja.
– Mas não ficou mais fácil pra ninguém, não é? – Ela completa por mim.
– Não mesmo. – Me desvencilho do seu abraço. – Isso são lágrimas de raiva, só pra você saber. – Digo, secando algumas.
– Claro que são. – Ela brinca, com certa ironia.
– Você se importa que eu vá para o quarto? – Olho para ela com certo receio. – Eu sei... provavelmente estou sendo um lixo de amiga agora... a gente que te convidou, mas...
– Tá tudo bem, Ma. – Ela olha nos meus olhos, compreensiva. – Mas eu vou ficar, tá? Não é sempre que tem bebida, e bebida cara, de graça. – Diz sacudindo a sua Corona long neck, com um sorrisinho.
– É claro que você pode ficar, Em. – Tento sorrir para ela. – Aproveita a festa por mim, tá? – Abraço-a bem forte.
– Vê se não vai surtar, viu? – Ela grita antes de eu me afastar de vez.
Atravesso a área da piscina, passando pelos convidados, até entrar em casa, onde começa a ficar relativamente silencioso. Ainda tinham pessoas por aqui também, alguns amigos do João na sala assistindo TV – como e por qual razão eu não sei – e outros se beijando e bebendo pelos corredores. Aposto que minha mãe ficaria enlouquecendo por semanas com essa bagunça. Mas ela que lide com suas escolhas e com as consequências delas.
Subo as escadas às pressas e atravesso o corredor obstinada a chegar no meu destino – o meu quarto – até que a troca repentina de música me faz parar, chamando minha atenção para fora da casa. Paro em um dos janelões do corredor e olho para o jardim. Os adolescentes parecem reclamar de alguma coisa, provavelmente reprovando o fato de agora estar tocando “What The World Needs Now Is Love”. Eu consigo até visualizar minha mãe pedindo para o DJ tocar essa música, que era totalmente a cara dela. Minha suspeita se confirma assim que avisto o Sr. Perfeito guiando a Júlia pelo jardim, para o centro da pista de dança.
Meus olhos ardem e algumas lágrimas voltam a rolar pelo meu rosto, mas algo não me deixa sair dali. Parece que os meus pés estão grudados ao chão, ou que simplesmente perdi a capacidade de andar.
Permaneço no mesmo local até a música diminuir de volume, gradativamente. A Júlia olha para cima, sobre os ombros dele, e encontra o meu olhar. Vejo ela dizer alguma coisa no seu ouvido e depois cruzar o jardim até sumir totalmente do meu campo de visão. Fico ali, atônita por uns instantes, e acordo para realidade apenas quando ouço alguns passos vindo da escada.
– Uau, quem morreu? – Pergunto debochada, quando a vejo no corredor.
A cara dela não estava das melhores, e isso, juntamente com o vestido preto, dava um ar bastante fúnebre para a coisa toda. Aliás, o seu vestido contrastava com o meu: rosa vivo e esvoaçante, quase transparente como se tivesse sido feito de tule, tanto que precisei colocar uma blusinha branca por baixo.
– Engraçadinha. – Ela tenta sorrir, mas o sorriso não sai. – A sua mãe convidou ele... – Ela começa, mas não consigo esboçar nenhuma reação, muito menos surpresa.
Aquilo não me surpreendia mais. Minha mãe não me surpreendia mais. Mas eu ainda ficava surpresa com sua incapacidade de dizer “não” para minha mãe, ou para ele. “Não Marta, eu não vou atender às suas vontades, ao seu bel-prazer.” “Não Clóvis, eu não quero você na minha festa, no meu aniversário.” “Não, não quero dançar com você enquanto eu tenho uma garota que faria tudo por mim, bem do meu lado”.
Será que um dia ela ainda seria capaz de dizer algo assim?
– Presente de aniversário? – Olho para o seu pescoço, para um colar dourado com pingente de coração que agora estava ali, e que antes não estava.
– Ele me deu e colocou em mim na frente de todo mundo. – Ela diz levando a mão até a parte de trás do pescoço. – Não teve como eu não usar. Desculpa. – Ela termina de tirar o colar, colocando-o dentro de sua pequena bolsa. – Ele acha que ainda teria alguma chance... De nós dois reatarmos. – Ela admite aquilo e eu me encolho quase que imperceptivelmente. – Mas não vai acontecer, Sofi. – Ela me puxa pelo ombro, gentilmente, para olhar nos meus olhos. – É de você que eu gosto.
– Mas era com ele que você estava dançando lá embaixo. – Digo e vejo que ela estava fazendo de tudo para segurar o choro, mas seus olhos já estavam visivelmente umedecidos.
Droga.
– É, eu sei... Foi estupidez. – Sua voz sai embargada.
De uma forma estranha, eu sabia que aquela situação toda estava fazendo muito mais mal a ela mesma do que a mim, apesar de eu estar nem um pouco feliz com nada daquilo, é claro. Mas era nítido o quanto ela estava infeliz, com a situação toda. Sério, ainda ficava surpresa por só eu perceber aquilo. Como minha mãe não percebia? Talvez, porque estivesse muito ocupada dando a "festa perfeita". Mas esse não era um assunto que valia a pena entrar no momento.
– Sabe, apesar de parecer que está indo para um enterro e não para o seu aniversário, você tá fodidamente gostosa nesse vestido, já te falei isso?
Tá aí uma coisa que valia a pena ser mencionada.
– Foi mais ou menos o que eu ouvi lá em baixo. – Ela sorri sem mostrar os dentes. – Bom, pelo menos sobre a primeira parte.
– Ah bom, porque só eu posso falar assim com você, meu bem. – Eu falo e a gente troca um sorriso.
– Fiquei com medo que você continuasse brava comigo. – Ela confessa, temerosa.
– É 14 de abril, Jules, seu aniversário, e você só vai viver ele uma vez. Quero que possa se lembrar das coisas boas quando olhar para trás. – Seus olhos voltam a se encher de água quando termino de dizer aquilo.
Eu não sabia exatamente o que fazia a Júlia pensar que ela precisava tanto guardar aquele segredo, quero dizer, que ela precisava passar por tudo isso, sozinha, que precisava ser tão difícil.
Parecia que ela fazia aquilo como uma forma de autopunição. O que era horrível, para ser sincera, mas eu ainda não tinha conseguido fazê-la pensar diferente, e me sentia bastante inútil por isso. Então eu só podia fazer o mínimo, que era lhe dar pelo menos um pouco da felicidade que ela merecia, mesmo que fosse uma felicidade paliativa.
– Vem, quero te dar o teu presente. – Digo, pegando na sua mão e a levando para o meu quarto.
– Sofi... A gente não pode... não com todo mundo lá em baixo. – Ela me olha, com os olhos arregalados.
Pego uma pequena caixa de presente que havia deixado em cima da minha escrivaninha e entrego-a para ela.
– Ah – Ela diz com um pouco de confusão e decepção na voz ao mesmo tempo, o que me faz sorrir.
– O que você pensou que fosse? – Eu me faço de doida.
– Você não me engana, Sofi, nem quando tenta bancar a inocente. – Ela sorri, e acabo sorrindo também.
– Abre, vai. – Incentivo, olhando para o pequeno laço que eu havia colocado em cima da caixa.
Ela o desfaz, e não demoro muito para a pequena garrafa da tequila Don Julio Blanco, envolvida em um laço rosa, aparecer envolta a um papel celofane nacarado escolhido por mim.
– Eu sei que é sua preferida. – Digo olhando dela para a garrafa.
– Você não existe. – Ela sorri, animada. – Isso com certeza vai salvar o meu dia. – Não tinha nenhum drink com tequila na festa, acho que minha mãe tinha feito aquilo de propósito.
– Tem mais uma coisinha. – Mostro o fundo da caixa para ela.
A Júlia tateia o papel com as pontas dos dedos, até alcançar uma correntinha prateada com o pingente de um violão.
– É bijuteria, com certeza não custou nem um décimo do colar que o Sr. Perfeito te deu, mas...
– Sofi... É tão lindo... – Ela vira o pingente, e nota o que eu tinha mandado gravar discretamente, para que ninguém percebesse: “Soju” – É perfeita. – Ela diz, com os olhos prestes a transbordar novamente. – Você coloca em mim? – Ele pede, virando de costas, e eu pego a correntinha da sua mão e envolvo o seu pescoço com ela, em seguida.
– Obrigada. – Agradece, se virando para me olhar. Ela faz uma grande pausa, parecendo presa em mil pensamentos, depois continua. – Você sabe que é você que eu queria lá em baixo, comigo, mas...
– Mas é impossível? – Completo, deduzindo o que estaria passando pela sua cabeça.
– Sim... É como desejar que unicórnios estivessem na festa dançando comigo. – Ela sorri, entristecida.
– A diferença é que eu sou real. – Aproximo o meu rosto do dela.
– Eu sei... – Ela sussurra contra a minha boca.
– E que estou bem aqui. – Acaricio a sua bochecha com as costas dos meus dedos e a vejo fechar os olhos em resposta. – Dança comigo. – Peço, e ela abre os olhos, de repente.
– O quê?
– Dança comigo. – Repito o meu pedido. – Pode ser aqui. Na verdade, eu acho melhor que seja, assim, eu te tenho só pra mim, nem que seja por alguns minutos. – Respondo aquilo a ela.
– Sofi... – Ela diz o meu nome como um pedido de desculpas por tudo aquilo que ela não poderia me dar.
Só que aquilo ela podia.
– Você estragou um pouco as coisas não vindo de vermelho, mas podemos tentar mesmo assim. – Digo conforme digito algo na busca do meu Spotify e posiciono o meu celular em cima da escrivaninha.
Os primeiros acordes de "The Lady In Red" começam a tocar e ela ri, entendendo a referência.
– O que foi? Não é só de Taylor Swift que vive uma Sofia Maria. – Provoco e ela sorri.
– Justo. – Diz colocando algumas mechas do próprio cabelo para trás da orelha.
– Dança comigo, Dama de Preto? – Estendo minha mão para ela.
A Júlia se aconchega nos meus braços, enlaçando os seus em volta do meu pescoço. A seguro pela cintura conforme Chris De Burgh começa a cantar como se cada palavra tivesse sido escolhida para nós duas:
I've never seen you looking so lovely as you did tonight
(Eu nunca tinha visto você tão bela quanto esta noite)
I've never seen you shine so Bright
(Eu nunca tinha te visto brilhar tanto)
I've never seen so many men ask you if you wanted to dance
(Eu nunca tinha visto tantos homens te convidando pra dançar)
Looking for a little romance
(Eles estão procurando um pouco de romance)
Given half a chance
(Dê alguma chance)
Nós nos balançamos, no nosso próprio ritmo, em uma perfeita sintonia. E é como se não existisse mais nada, como se todos os sons externos tivessem sido abafados, na nossa bolha perfeita. Algo que sempre aconteceu, quando estivemos juntas nesse quarto.
I have never seen that dress you're wearing
(Eu nunca tinha visto esse vestido que você está usando)
Or that highlight in your hair
(Ou as luzes em seu cabelo)
That catch your eyes
(Que realçam seus olhos)
I have been blind
(Eu tenho estado cego)
Novamente, a música parece ter sido escrita para nós duas, já que aquele vestido era novo e eu quase nunca tinha a visto usando um antes, seus cabelos iluminados apenas pelos pisca-pisca do meu quarto e as luzes do jardim que atravessavam a janela...
The lady in red is dancing with me
(A dama de vermelho está dançando comigo)
Cheek to cheek
(O rosto colado ao meu)
There's nobody here
(Não há ninguém aqui)
It's just you and me
(Apenas você e eu)
It's where I wanna be
(É onde eu quero estar)
Encostamos as nossas testas, e as lágrimas saem de forma involuntária, tanto as delas quanto as minhas. Uma tristeza abafada por um segredo silencioso que ia nos corroendo por dentro, dia após dias.
But I hardly know this beauty by my side
(Mas eu mal conheço essa beleza ao meu lado)
I'll never forget the way you look tonight
(Eu nunca esquecerei como você está essa noite)
– A gente esqueceu de fazer um brinde. – Digo enxugando algumas lágrimas rapidamente, quando a música termina.
– Eu vou buscar alguns copos... – Ela diz enquanto seca algumas lágrimas com a ponta dos dedos, tendo cuidado para não borrar ainda mais a sua maquiagem.
– Espera. – Digo segurando a sua mão. – Eu tenho uma ideia melhor.
Pego a garrafa de cima da escrivaninha, abro e dou um gole generoso, mas engulo apenas metade conforme caminho na sua direção. Nivelo meus lábios nos dela, roçando, pedindo permissão. Ela lambe instantes antes de eu entreabrir a boca para despejar na sua o restante da tequila que ainda estava ali. Termino de fazer aquilo e ela engole, se deliciando. Volto a beijá-la, agora livre para enroscar minha língua na dela e, em pouco tempo, suas mãos estão no meu cabelo e ela vai me puxando mais e mais para si.
– Feliz aniversário, Jules. – Sussurro na sua boca, já embriagada com a combinação perfeita de uma droga perfeita: o seu perfume, o seu gosto, o gosto do nosso beijo misturado ao gosto da tequila.
Era apenas impossível de parar.
– Você me enlouquece tanto, Sofi... – Ela sussurra de volta, na mesma intensidade.
– Você me enlouquece mais. – Sopro cada palavra.
– Sofi, eu preciso voltar, você sabe.
– Pra ele. – Digo, de mau humor.
– Pra festa. – Ela corrige, mas aquilo não me convence.
– Mesmo quando não estão namorando, e você está comigo, ele sempre fica com a melhor parte de você, já reparou nisso? – Digo quase que fazendo um beicinho, contrariada.
– Você sabe que não é verdade. – Diz conforme cola o rosto no meu. – Isso aqui... – Diz roçando o nariz pelo meu pescoço, passando pela mandíbula até chega no meu queixo, onde dá uma demorada lambida com a ponta da língua. – É só seu. – Sussurra no meu ouvido, e eu sinto uma gostosa onda de calor descenso e se concentrando no meio das minhas pernas.
Safada, você me paga.
– E isso? – Pergunto, deslizando as minhas mãos pelas costas das suas duas coxas e entro por debaixo do seu vestido, levantando o tecido. – É pra ele? Ou é pra mim? – Aperto a sua bunda e termino dando uma palmada nela.
A Júlia arfa em resposta.
– Pra você. Sempre pra você. – Fala com a voz embargada, e aquilo faz com que eu termine de perder a cabeça.
Encosto nós duas em uma das paredes do meu quarto, me esfregando nela conforme a beijo, nossas línguas serpenteando, famintas. Estou com a mão por cima da sua calcinha quando a porta do meu quarto se abre, abruptamente.
– Como você... – Ele para na entrada da porta. – Desde quando você... – Tudo acontece muito rápido, vamos do céu ao inferno em milésimos de segundos.
– Clóvis, eu posso explicar... – Diz enquanto abaixa o vestido, nervosa.
– Eu não acredito nisso, Júlia... – Ele olha para nós duas, perplexo. – Mas que porr*... Ela é só uma criança, a porr* de uma criança!
– Claro, a porr* de uma criança de dezenove anos. – Digo, debochada.
– Eu ia te contar. – A Júlia diz e olho para ela, franzindo a testa.
– Não, você não ia me contar. – Pela primeira vez acho que nós dois concordávamos em alguma coisa. – Sabe por quê? Porque até você sabe que isso é uma loucura, a porr* de uma loucura! – Ele despeja aquilo e fico esperando a Júlia dar uma resposta, mas ela não diz nada.
– Eu estava disposto a reatar com você. Pensei que ainda pudéssemos ter uma chance... Naquele jantar... eu ia te pedir em casamento, porr*. – Ele leva a mão até a cabeça. – Eu era apaixonado por você...
– Você é apaixonado pela ideia de mulher que você acha que eu sou. Eu nunca fui essa mulher, Clóvis. Quanto mais você me conhece, mais você se dá conta disso. Então não coloque em mim, ou muito menos na Sofia, uma decepção que só está acontecendo por causa de algo que você idealizou.
Uau, podia ter ficado sem essa, mané.
– E não se esqueça de que você só está aqui porque a minha mãe te convidou. – Acrescento, porque nunca era demais colocar um homem em seu devido lugar. – Vocês dois sim fazem um casal perfeito, a verdadeira perfeição.
– Cala boca, sua pirralha de merd*... – Ele aponta o dedo para mim conforme dá alguns passos na minha direção e eu recuo, por reflexo.
– Clóvis, se você tocar um dedo nela, eu juro que... – A Júlia se coloca entre nós dois.
– Que o quê? – Ele fica alguns instantes aguardando por uma resposta, mas ela não vem. – Ela sempre foi a sua protegida, não é? – Continua. – Agora eu entendo o porquê. – Ele ri, debochado. – Há quanto tempo vocês estão fazendo isso? Enganando a todo mundo dessa família? – Pergunta olhando para nós duas mais uma vez. – Vocês já estavam fazendo isso quando você me chamou para te levar para a casa, não estavam? Foi por isso que você estava daquele jeito? – Se limita a olhar apenas para a Júlia dessa vez.
Nós duas nos entreolhamos, a resposta silenciosa que ninguém queria externar.
– Você sabe que está fodida, não sabe? Porque quando a Marta souber... – Ele ameaça.
– Você não pode contar pra ela. – A Júlia diz, e por mais que tente continuar com a postura firme, ela vai ficando menor, pouco a pouco.
– Por que? Me diga uma boa razão pra eu não contar que enquanto ela organizava uma festa para a melhor amiga, você fodia a filha dela escondido?
– Porque eu quero que ela saiba por mim. – A voz dela sai engasgada.
Eu queria poder acreditar nela, mas algo me dizia que aquilo não era verdade. Só que a Júlia acreditava na própria mentira que contava a si mesma, diariamente. Acho que isso era o que deixava tudo ainda mais doloroso.
– E porque... – Ela continua. – Mesmo você tendo me traído com uma das minhas colegas de faculdade, quando eu estava em Nashville, eu reconsiderei. Depois de todos esses anos, eu te perdoei.
Espera, esse babaca já tinha traído ela?
– Me perdoou pra pagar na mesma moeda? Você é inacreditável. – Ele zomba mais uma vez. – E isso foi há quatorze anos.
– Não deixou de ser errado só porque se passaram quatorze anos. – Ela tenta se manter inabalável. – E eu só estou querendo dizer que errei, mentindo pra Marta, mas que não fui a primeira pessoa a cometer um erro, e nem vou ser a última.
– Você usa as pessoas, Júlia. – Ele diz, e algo na sua postura ou no seu tom de voz nos indica que está prestes a sair dali. – E eu tomaria cuidado, se fosse você. – É o que ele fala antes de sair.
E aquilo tinha sido para mim.
– Sempre se lembra de fechar a porta, né? – Ela me diz assim que ele sai.
Ótimo, agora era eu que levava a culpa. Como se nós duas não soubéssemos muito bem que o erro foi meio que dela, por não ter sido franca com esse idiota desde o início, mandando a real para ele. Pelo menos, se ela tivesse sido um pouco mais sincera, talvez nós não estivéssemos com esse Sr. Problema agora.
– Pelo jeito eu devo ter me esquecido dessa vez. – Digo, esperando que a Júlia fale alguma coisa, mas a verdade é que ela parecia estar preocupada com mil coisas diferentes, menos com a minha resposta.
– Ele vai contar. – Diz depois de alguns segundos, parecendo ainda absorta entre pensamentos.
– Ele não faria isso. – Falo mais para amenizar as coisas, porque, sinceramente, até eu, se estivesse no seu lugar, falaria.
Sério, quem não falaria?
– Você não sabe. – Devolve para mim.
– Então eu estarei do seu lado. – Asseguro a ela.
– Você não entende, Sofi, eu... – Sua voz tremula a cada palavra. – não estou pronta... Não ainda. – Ela começa a chorar e eu fico sem reação.
Sim, ela só estaria pronta quando tirasse a habilitação, lembro da conversa que tivemos meses atrás, no restaurante da praia, quando ela me disse que precisava se sentir preparada para outras coisas, antes disso.
E foi nesse momento, vendo as lágrimas escorrendo pelo seu rosto, que percebi que me sentia muito mais preparada para aquilo do que ela. Não que eu não tivesse medo. Eu estaria mentindo se dissesse que não sentia medo algum. Mas, por ela, pela Júlia, eu passaria por aquilo.
Talvez por não ter um vínculo tão grande com a minha mãe quanto a Júlia parecia ter. Era triste, mas também era a verdade. E, segundo, porque eu já tinha passado por aquilo. Quer dizer, não por aquilo, mas sim pela parte de todo mundo ficar sabendo que eu gosto de mulher, ou pela parte de esperar pelo pior, pela reprovação eminente e todas essas coisas.
Foi quando me dei conta de que, fora todo o resto, essa era a primeira vez da Júlia, não a minha.
– Eu acabei de passar pelo Clóvis. – Minha mãe entra no quarto, pela porta ainda aberta, e é como se a Terra tivesse parado de girar por alguns instantes.
Não se ouvia um som sequer. Nem o das nossas respirações. Se é que a gente ainda se lembrava de respirar.
Seria agora, não seria? O momento que a gente sempre imaginou, mas que nunca tínhamos tido coragem o suficiente para colocar em palavras.
Tinha chegado finalmente.
– Ele me disse que vocês brigaram, ah, querida, eu sinto muito. – Minha mãe diz, a voz calma e cautelosa, e fico imóvel por alguns segundos, que duram uma eternidade.
Repasso a sua frase na minha cabeça inúmeras vezes, como se aquilo fosse capaz de fazer tudo ganhar um pouco mais de sentido.
Ele não tinha falado nada?
A Júlia então começa a soluçar e se joga nos braços da minha mãe, que a acolhe carinhosamente. Me sinto petrificada olhando a cena, completamente impotente. Minha presença ali era quase irrelevante.
Sempre teria a minha mãe entre nós duas, e o pior é que ela não era uma mera figura coadjuvante naquela história. Afinal, não havia sido para mim que a Júlia tinha contado que perdera a virgindade. Não foi comigo que a Júlia viveu os momentos mais loucos da faculdade, ou do início da vida adulta. Não foi na minha turma que ela se formou e não foi comigo que ela dividiu a sua festa de formatura.
Sempre foi ela. Minha mãe era importante, e a Júlia também precisava dela.
Com toda a certeza, aquilo ia ser mil vezes mais difícil do que um dia cheguei a pensar que seria.
Fim do capítulo
Boa tarde, Sojuers do meu coração! (Sim, agora as leitoras de ENEAMT e amantes de Soju ganharam um nome!)
Inclusive, foi dado por uma leitora lá no grupo do Whatsapp que criei quarta-feira)
Faz algum tempo que eu vinha sentindo essa necessidade de juntar as minhas leitoras tanto do Lettera, quanto do Wattpad, então, depois de uma leitora me dizer que tinha interesse em entrar em um grupo sobre a estória, resolvi criar!
Quem quiser entrar, é só acessar os meus destaques do meu Instagram: @alinavieirag (coloquei o link do convite lá) ou me chamar via DM!
Vão ser todas muito bem-vindas!
Lembrando que nele, vou aproveitar para: Dividir aspectos da minha rotina de escrita com vocês; Dar informes importantes em primeira mão; Proporcionar troca de experiências entre autora e leitores; Promover um espaço onde as/os leitores possam compartilhar impressões entre si; Deixar vocês por dentro dos meus próximos passos e projetos como escritora!
Agora, o que acharam do capítulo de hoje? Muitas emoções, né?
E o Clóvis descobrindo sobre as duas?? Alguém imaginou?
O que acharam das atitudes da Júlia?
E o que será que vem por aí, depois do que rolou?
Também queria aproveitar para dar alguns avisos importantes:
*Depois de fazer o cronograma de acontecimentos/por capítulo (dos próximos), vi que serão 45 capítulos ao total;
*Se isso mudar, acredito que vai ser no máximo um capítulo a menos ou um capítulo a mais;
*Então, teremos mais 10 capítulos;
*Lembrando que esses 10 últimos cap. já vão começar a ter uma cara mais de final (principalmente depois do 37/38).
Aguardem os próximos capítulos e fiquem comigo e com #Soju até o final, porque teremos mais emoções vindo aí!
E não esqueçam de favoritar a história!
E de me favoritar como autora!
E de comentar!
Como vocês já sabem, leio todos os comentários e fico extremamente feliz com cada um deles. Além de ser, de fato, o melhor termômetro para me ajudar a saber como a história está chegando para vocês!
Mais uma vez, obrigada por estarem comigo durante todo esse tempo!
E obrigada pelas leitoras que estão chegando agora!
Obrigada pelos comentários, pelo engajamento, pelo carinho e por tudo!
Então é isso, até o capítulo 36!
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Sem cadastro
Em: 29/09/2024
Que capítulo BABADO!
Eu no lugar da Júlia despejaria tudo de uma vez, melhor lidar com as consequências do que pensar quais seriam as consequências...
Zanja45
Em: 18/09/2024
E o que será que vem por aí, depois do que rolou?
RESP.: Eu acredito que vai acontecer uma conversa bem aberta entre Sofi e a Jules, pois ela está bem emotiva depois dos acontecimentos da festa de aniversário. Ela ficou meio sem chão, após Clóvis descobrir seu romance com Sofia. Porém, a maior bandeira dela foi se consolar com Marta, enquanto a namorada estava bem ali, próxima a ela. Mas, que bom que Sofia foi compreensiva, entendeu o porquê dela, nesse momento de fragilidades, ter preferido estar com Marta ao invés dela. - porque, apesar de tudo, Marta, participou da vida de Júlia mais ativamente do que ela, pois, na primeira vez dela, a amiga que a acolheu e a ouviu, enquanto ela nem era nascida ainda. Então, não presenciou as primeiras experiências dela, nem mesmo as decepções. Por isso, esse vínculo e dependência se faz mais abundante, pois quer queira ou não, ela esteve nesses momentos, a relação de amizade sendo verdadeira ou não.
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Zanja45
Em: 18/09/2024
O que acharam das atitudes da Júlia?
RESP: Achei ela a princípio, muito segura de si, espalhando sedução para o lado de Sofia. Mas, as coisas começaram a caminhar pra trás quando Marta começou a se intrometer e meio que empurrar os ex- colegas de faculdade pra dançar como ela. Como foi o caso do tal Rodolfo e o Clóvis. Ela,.mais uma vez deu dois passos pra trás, permitindo ser levada pelos caprichos de sua amiga, não dando basta em situações que poderia ser evitadas.
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Zanja45
Em: 17/09/2024
E o Clóvis descobrindo sobre as duas?? Alguém imaginou?
RESP.: Eu, sim, inclusive votei na enquete que o possível a descobrir sobre o casal "SoJu" seria ele. Quero ver você colocar nossos nomes como palpiteira certeiras. kkkk!
Fiquei radiante que a minha previsão se tornou realidade. E a descoberta do romance das duas por ele foi bom, porque, ele ainda alimentava falsas ilusões que Julia voltaria a ser namorada dele. Acredito que ele não vá entregar Júlia pra Marta, apesar de ele ter cuspido maribondos pra cima das duas, num momento de raiva e também por saber de qualquer sorte que foi " trocado" por uma mulher. Porém, tudo isso foi necessário pra ela ele largar do pé da Júlia e seguir o rumo da vida dele.
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Zanja45
Em: 17/09/2024
Agora, o que acharam do capítulo de hoje? Muitas emoções, né?
RESP.: Maravilhoso. Foi o capítulo, pois além de reunir todos personagens centrais da trama, teve até alguns que apareceram pela primeira vez, como o tal de Rodolfo.
A Júlia com aquele vestido black, foi a atração principal da festa. - Não era pra menos, também,pois ela foi a aniversariante. - E arrasou no modelito- deixou os homens e as mulheres( Sofia), babando por ela.
E as provocações que ela submeteu "nossa garotinha",? Sofia não se deu, ficou tentando se controlar pra não avançar na Júlia. Ela só deixou passar, porque não podia da bandeira, mas mesmo assim, não parava de olhar - la.- Difícil ficar imune diante de tanta tentação.
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Sem cadastro
Em: 16/09/2024
. Boa tarde autora.
Que festa foi essa? Todos os momentos são feitos de entrelinhas, tem que saber lê-las mesmo que não se já fácil. A Sophia finalmente entendeu que a Júlia nos precisa só de si, mas de toda a família.
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Zanja45
Em: 16/09/2024
Faz algum tempo que eu vinha sentindo essa necessidade de juntar as minhas leitoras tanto do Lettera, quanto do Wattpad, então, depois de uma leitora me dizer que tinha interesse em entrar em um grupo sobre a estória, resolvi criar!
RESP.: Muito bom esse grupo, estou felicíssima de estar participando dele, porque lá será um local específico para tratar sobre a Fanfic e as novidades que está pra acontecer. Além do fato, de ser um local de troca de impressões de diversas leitoras, em que será um ambiente propício pra disseminação do conhecimento sobre ENEAMT.
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Zanja45
Em: 16/09/2024
Inclusive, foi dado por uma leitora lá no grupo do Whatsapp que criei quarta-feira)
RESP.: Humm., muito criativo, pois já tinha "SoJu", formado pela junção das primeiras sílabas do nome de cada uma. Como o nome " Sojuers" me senti mais incluída ainda no rol desse casal sensacional.
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