Capítulo 4 veio mais cedo por conta de vocês que me incentivam! Obrigada por tudo, meninas.
capitulo quatro: uma surpresa inesperada
Chego propositalmente meia hora antes na sala de reuniões, tentando me concentrar. O espaço é amplo e moderno, com paredes de vidro que deixam visível o ambiente tanto de dentro quanto de fora. A mesa grande de madeira ocupa o centro da sala, cercada por cadeiras Eames minimalistas. O design clean, com tons neutros e iluminação indireta, deveria me ajudar a organizar os pensamentos. Mas o universo tem outros planos.
Maria Fernanda aparece na porta, o sorriso brincando nos lábios.
— Ei, eu só vim te desejar boa sorte. — Seu tom é casual, mas o olhar diz mais do que as palavras.
— Eu que tive sorte por ter você.
Ela arqueia uma sobrancelha, intrigada.
— Hmm?
— Por ter você no caso. — Tento corrigir, mas a vergonha me atinge com força.
Ela ri e sua gargalhada espontânea é tão engraçada que não consigo evitar rir junto.
— Vou embora porque o "Sr. Careca" está vindo aí. — Ela pisca para mim antes de sair.
Assim que ela desaparece, Roberto entra na sala acompanhado do cliente. E ao lado dele, como uma ironia do destino, está ela.
Beatriz.
O ar parece fugir dos meus pulmões. Céus... não é possível.
Meus dedos apertam os braços da cadeira e, por um instante, tudo some: os ruídos, as vozes e até a razão. O tempo, mais uma vez, brinca comigo. O passado resolve vir me buscar no ambiente de trabalho e eu pareço sem chão no momento: ver a mulher que foi a razão dos meus sonhos e agora é a razão dos meus pesadelos, me deixa incomodada. Incomodada por aquele calor ainda acender dentro do meu peito, como se eu ainda sentisse.
Nossos olhos se cruzam. Beatriz abre a boca, parece hesitante, mas não diz nada. Vejo o chão desaparecer diante de mim e minha visão ficar turva, meu coração acelerado. Seria mais uma crise de ansiedade?
Roberto fala com Kevin — Nosso cliente e marido da mulher que eu amava — mas as palavras que eles dizem parecem um ruído bem distante, minha mente está um caos, abafando tudo e só o que eu conseguia ouvir eram as vozes da minha cabeça embaralhadas, o sangue martelando nos meus ouvidos.
Merda.
Não. Não agora. Não aqui.
Engulo a vontade de chorar e controlo minha respiração para que eu possa me acalmar, precisava reassumir o controle antes que eu colocasse tudo a perder. Depois da reunião posso desabar na minha casa, no meu quarto, mas aqui não. Aqui eu era Dra. Anna Florence e deveria me comportar como tal.
Meus dedos se soltam da cadeira e eu endireito a minha postura, respirando fundo. Beatriz percebe. Ela sempre percebe. E continua me observando, mas ignoro. Busco forças de onde sei que não há. Meus próprios pensamentos parecem brigar comigo, como um comando: "Foco, porr*! É a sua vida, é sua carreira!"
Roberto tenta retomar o controle.
— Kevin, quero que conheça a nossa advogada, Dra. Anna Florence.
Forço-me a reagir e a seguir o protocolo.
— Prazer, Sr. Duarte. Soube que quer lutar e entendo que não temos muito tempo. Por favor, sente-se.
— E essa é a sua esposa, Beatriz Duarte. — Acrescenta Roberto.
Meu coração se aperta. Kevin se senta, Beatriz ao seu lado. Roberto se posiciona como um soldado fiel ao lado do chefe.
— Não vamos perder tempo com formalidades. — Jogo as cartas na mesa. — Tenho uma notícia que vai te deixar feliz, mas apenas daqui a oito semanas.
— E por que eu tenho que esperar tanto assim? — Ele explode. — Você não disse que ia resolver esse caso, Roberto? Eu não tenho como esperar tanto. Minhas ações estão caindo, meu concorrente está rindo de mim! E você joga meu caso para uma associada de merd*?
O insulto me atinge como um tapa. Meus olhos encontram Beatriz, que não move um músculo, seu olhar fixo na mesa. Como sempre, sua omissão fala mais do que qualquer palavra.
Respiro fundo. Não vou deixar isso me abalar.
— Sr. Duarte, adquirimos a maior dívida da sua empresa. Isso me permite intimidar outros credores e garantir um prazo maior para o pagamento. Sua empresa está em “stand-by”. Está em nossas mãos. Se não confia no meu trabalho, podemos vender a dívida para outra empresa e você pode se virar sozinho.
Kevin recua por um instante, mas logo dispara:
— Contratei a firma por causa do Roberto. Eu esperava que ele cuidasse do meu caso, não uma aprendiz de advogada! E isso que você sugere não é legalmente correto.
Reviro os olhos.
— É uma violação cível, não criminal. — Minha voz sai afiada. — Então, o que vai ser? Quer continuar conosco ou prefere ver sua empresa afundar?
Ele se remexe na cadeira. Olha para Beatriz, que apenas assente, indicando que ele deve aceitar.
— Você vai lutar pela minha empresa lá fora tanto quanto lutou aqui dentro dessa sala? — Ele desafia.
Sorrio de lado.
— Kevin, eu ainda estou só aquecendo. Quando eu realmente começar, você vai entender o que é jogar no meu nível.
Ele suspira.
— Negócio fechado. Mas eu não gosto de você.
— Eu não sou paga para ser simpática. Sou paga para vencer.
Me levanto e dou a reunião por encerrada, sem antes encarar Beatriz uma última vez. Ela abaixa a cabeça. Meu peito aperta.
Sonhos são avisos? A espiritualidade tentava me alertar sobre isso?
Horas depois, vejo Beatriz saindo da sala de Roberto ao lado do marido. Ela encontra meu olhar e faz um sinal sutil com a mão. O mesmo sinal que fazia na escola quando queria me encontrar no banheiro.
Ela avisa ao marido que precisa ir ao toalete. Espero alguns segundos e a sigo.
Entro e tranco a porta. Meus olhos varrem o espaço. Todas as cabines vazias. Quando me viro para ela, Beatriz já está próxima demais. Segura meu queixo, arranhando levemente meu maxilar.
Sussurra contra minha boca:
— Cala a boca e me beija, Anna.
E eu cedo.
Ela enlaça uma das pernas na minha cintura, puxando-me para mais perto, e eu a seguro firme, levantando-a do chão e pressionando seu corpo contra a parede fria do banheiro. O contraste entre o calor do nosso contato e o toque gelado da superfície me faz arfar.
Meus lábios descem vorazes pelo seu pescoço, mordendo, ch*pando, mas ao mesmo tempo eu me controlava para não deixar marcas. Beatriz gem* contra minha orelha, seu corpo se arqueando, pedindo mais. Eu deslizo as mãos por suas coxas, subindo o tecido macio do vestido até sentir a renda fina de sua calcinha. Ela se contorce, faminta, enquanto eu deslizo a palma por cima de sua intimidade já molhada.
— Tá esperando o quê pra colocar minha calcinha pro lado e me foder de verdade? — a voz dela sai rouca, carregada de desejo e desafio.
Eu solto um gemido baixo, roçando os lábios na curva de seu pescoço.
— Você sempre gostou de mandar, né?
Em um movimento rápido, empurro o tecido da calcinha para o lado e deslizo os dedos para dentro dela, sentindo a maciez e o calor que me fazem perder qualquer resquício de sanidade. Beatriz suspira, joga a cabeça para trás e crava as unhas nos meus ombros. Começo devagar, torturando-a, sentindo cada espasmo do seu corpo se rendendo ao meu toque.
Mas eu não aguento. O desejo me consome. Meus movimentos se intensificam, e os gemidos dela se tornam mais altos, mais desesperados. Ela me arranha, os dedos fincando na minha pele, puxando meu cabelo como se quisesse me arrastar ainda mais fundo nesse inferno delicioso.
— Isso… Porr*, Anna… não para.
Beatriz rebol* contra meus dedos, me encara com os olhos semicerrados, a boca entreaberta em puro prazer. Quando ela chega ao ápice, estremecendo contra mim, sinto um calor percorrer meu corpo inteiro. Ela ofega, os olhos brilhando em um misto de exaustão e luxúria.
Safada.
Beatriz desliza do meu colo lentamente, as pernas trêmulas. Seu sorriso malicioso surge no canto dos lábios enquanto ela morde o próprio dedo.
— Pra que fazer tão gostoso, filha da puta? Quer me enlouquecer?
Respiro fundo, tentando recuperar o autocontrole. Mas é aí que lembro: essa mulher é casada. E com um cliente.
Meu semblante endurece.
— Beatriz, somos adultas. Foi bom, foi gostoso. Mas agora você precisa ir.
Ela ergue uma sobrancelha e sorri, convencida.
— Você ainda me quer, baby. Eu vejo nos seus olhos.
Não dou a ela essa satisfação. Respiro fundo e destranco a porta, apenas para dar de cara com Maria Fernanda.
Seu olhar percorre a cena — eu descabelada, Beatriz recomposta demais para alguém que acabou de ser fodida contra a parede.
— Tudo bem? — A voz dela vem firme, mas seu olhar transparece desconfiança.
Engulo em seco e forço um sorriso.
— Sim. A moça já estava de saída.
Beatriz solta um riso abafado e passa por Maria Fernanda como se nada tivesse acontecido.
— Está tudo bem mesmo? — A voz dela é firme, mas há algo mais ali. Curiosidade. Desconfiança.
Engulo em seco e tento manter a compostura.
— Não, mas vai ficar. O que veio fazer aqui?
— É o banheiro feminino. — Ela sorri de lado.
— Ah, é verdade. Estou atrapalhando a sua passagem?
— Há pelo menos cinco minutos. — Seu olhar me examina. — Por que estava trancada?
Meu coração dá um salto.
— O quê?
— A porta. Estava trancada.
Puta merd*.
— Emperrou. — Minto sem hesitação.
Maria Fernanda estreita os olhos, fingindo acreditar.
— Ah.
Silêncio. Meu corpo ainda está quente, minha respiração, levemente acelerada. Ela percebe. Eu sei que percebe.
— Então...?
— Posso ir ao banheiro, Dra. Anna? Ou a senhora ainda vai continuar atrapalhando minha passagem? — Ela sorri, tentando descontrair o clima.
Afasto-me e abro caminho. Maria Fernanda me encara por mais um segundo antes de passar, e tenho certeza absoluta de que ela não acreditou na minha desculpa.
Horas depois, ao destravar o carro, uma notificação surge no meu celular.
Solicitação de contato: Bia Duarte
"Preciso te ver mais vezes. Já disse o quanto você está linda?"
Meu coração vacila. O desejo briga com a razão.
Sorrio. E logo reprimo o sorriso.
Droga. Eu caí mais uma vez.
Fim do capítulo
Gostaram da surpresa inesperada do capítulo?
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Lucka
Em: 10/11/2024
Eu acho que vale a pena mencionar as coisas sujas que foram ditas no ouvido da Anna...
nath.rodriguess
Em: 14/11/2024
Autora da história
vcs gostam de uma put4ri4 né? kkkkkkkkk
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Marta Andrade dos Santos
Em: 04/09/2024
Toma vergonha Anna e sai fora de problema.
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nath.rodriguess Em: 03/01/2025 Autora da história
Pois é, né? Me faço essa pergunta até hoje, mas infelizmente o amor nos deixa cegos.