Capítulo 4 veio mais cedo por conta de vocês que me incentivam! Obrigada por tudo, meninas.
capitulo 4: uma surpesa inesperada
Estou propositalmente meia hora antes na sala de reuniões quando Maria Fernanda surge na porta.
- Ei, eu só vim te desejar boa sorte. – Sorri
- Eu que tive sorte por ter você.
- Hmm? – ela arqueia uma sobrancelha
- Por ter você no caso – rio, envergonhada.
Ela dá uma gargalhada engraçada, automaticamente gargalho junto pela sua risada tosca.
- Vou embora porque o “Sr. Careca” está vindo aí.
Ela sai rapidamente, não antes de dar uma piscadinha pra mim.
Roberto entra junto com o cliente e para minha surpresa, ao lado de Kevin Duarte está sua esposa... Beatriz Duarte. Nossos olhares se cruzam, ela abre a boca para falar alguma coisa, mas não consegue. Ela paralisa no meio da sala e eu também, Roberto comenta alguma coisa com Kevin e eu nem consigo ouvir. Graças a Deus eu consigo ouvir meus pensamentos: “Foco, porr*! É sua vida, é sua carreira!”
- Kevin, quero que conheça a nossa advogada que está atuando nesse caso, a Dra Anna Florence. – diz Roberto com um sorriso amarelo que diz “cumprimenta ele”
- Prazer, Sr. Duarte. Soube que quer lutar e entendo que não temos muito tempo. Por favor, sente-se.
- E essa é a sua esposa, Beatriz Duarte.
Ele se sentou com Beatriz à sua esquerda e Roberto à sua direita, como um bom cachorro ao lado do seu dono.
- Kevin, entendo que quer lutar e não temos muito tempo. Não vamos perder tempo com meras formalidades – despejei de uma vez só – Tenho uma notícia que vai te deixar feliz, mas somente daqui há oito semanas.
- E por que eu tenho que esperar tanto assim? Você não disse que ela ia resolver esse caso, Roberto? Eu não tenho como esperar tanto, minhas ações estão caindo, meu maior concorrente está rindo da minha cara! Simplesmente tinha que jogar o caso para uma associada de merd* que não consegue resolver isso em tempo hábil?
Eu não acredito que ele disse isso de mim. Associada de merd*? Ah, não. Olhei para Beatriz, ela estava imóvel diante das palavras do marido. Ela não conseguia olhar para mim, não sei se com um misto de medo de eu falar que já nos conhecíamos ou se medo de um troglodita daquele fazer algo com ela caso me defendesse. Como sempre, não conseguia me defender de nada, para nada, o seu silêncio e sua omissão já não eram novidade para mim. Ignoro suas palavras e tento ser o mais profissional possível:
- Senhor Duarte, o que eu quero que te dizer é que compramos a maior dívida da sua empresa e poderei intimidar os outros credores durante essas semanas, para que possamos pagar as dívidas com prazo maior. Por enquanto a sua empresa está em “stand-by”, está nas nossas mãos. Caso o senhor não tenha confiança no meu trabalho, eu posso vender a dívida para outra empresa e o senhor pode resolver como quiser.
- Contratei vocês pois tenho confiança no trabalho do Roberto e pensei que ele cuidaria desse caso. Não quero que uma aprendiz a advogada cuide disso. E que eu saiba isso não é legalmente certo, você sair intimidando as pessoas assim, não quero ser processado!
- É uma violação cível, não criminal... – revirei os olhos. – Nós estamos com a sua dívida, o que eu faço com ela? Coloco-a no mercado ou vai ficar conosco? É pegar ou largar
- Isso é um ultraje! Roberto, eu não admito isso!
Reagi. Aquele homem já estava me irritando ao extremo, além de ser um otário ele era simplesmente casado com a mulher que eu amava. Como a Beatriz pôde chegar a esse ponto? Nem bonito ele era. A diferença de idade entre os dois era notória, Beatriz deveria ter uns 22 anos enquanto ele tinha, sei lá... 60?
Decidi jogar com o nome da empresa.
- Eu não tô nem aí para uma empresa regional de transportes que só vai aumentar o faturamento da minha firma em 2%, se eu te ajudar com isso, as suas ações vão disparar e nem eu e nem a minha empresa vamos ficar contentes somente com nossos honorários.
- Você quer uma parte da empresa?
- Eu quero 20%.
Roberto me olhou como se eu fosse louca, ficou incrédulo, com a boca aberta. Eu não ia dar a chance daquele bosta me intimidar e aguentar a intimidação dele só por ser um cliente. Só por ser amigo de Roberto. Só por ser marido da mulher que mexia comigo até em sonhos, da mulher que eu não superei.
- Sem chance. – disse ele, sorrindo.
Que sorriso ridículo. Eu estava tão possessa que me levantei e impus minha autoridade, impus postura e fiz minha voz mais autoconfiante que eu poderia fazer:
- Foi você que veio nos procurar, certo? 80% de alguma coisa é melhor que 100% de nada e é isso que vai acontecer caso você não tenha a nossa firma ao seu lado. Quantas procurou antes de vir até nós?
Ele evita me olhar, fica cabisbaixo. Olha para ela que acena positivamente para ele.
- Você vai lutar pela minha empresa lá fora o tanto quanto você lutou aqui dentro dessa sala? – diz ele.
- Eu nem comecei a suar ainda, Kevin. Você ainda não viu nada do que eu posso fazer.
- Negócio fechado. Você é tenaz, mas eu não gosto de você.
- Eu não preciso que goste de mim, não sou paga pra isso. Eu sou paga pra vencer. Senhores, se me dão licença, tenho muito trabalho a fazer e dou essa reunião por encerrada. Até o final do dia você vai receber o contrato e receberá o comprovante de pagamento da empresa que comprou sua dívida. Não se preocupe, poderá respirar por 8 semanas. De nada.
Saí pela porta sem antes dar um olhar feio para Beatriz, que abaixou a cabeça. Puta que pariu. Sonhos são avisos? Será que a espiritualidade vinha tentando me avisar sobre isso? Automaticamente minha cabeça dói. Volto pra minha mesa e sento-me colocando meus fones de ouvido. Estou puta por dentro, por fora, por todos os lados. Se eu pudesse nomear um sentimento agora seria ódio. Beatriz continuava a mesma. Para mim, aquela morena dos olhos castanhos era a coisa mais linda do mundo. Sua cara debochada, seu nariz em pé, o jeito que me olhava, tudo isso era lindo e eu sinto falta, confesso.
Os vejo saindo da sala da reunião apertando a mão de Roberto, ela me procura com o olhar e encontra o meu. Faz o mesmo sinal que fazia quando queria falar comigo no banheiro quando éramos da mesma escola e nos víamos no intervalo. Avisa ao marido que irá ao banheiro e pergunta Roberto onde fica, ele aponta e ela vai caminhando até lá.
Espero alguns segundos e levanto-me. Minhas pernas bambeiam, mas não podem bambear, não agora. Forço elas a ficarem firmes e vou até o banheiro, tranco a porta por alguns instantes. Olho para Beatriz e passo igual um furacão andando olhando cabine uma por uma afim de verificar se estão vazias.
- O que pensa que está fazendo? – dirijo-me a ela
Ela se aproxima perigosamente, olha no fundo dos meus olhos e segura meu queixo, acabo sentindo a ponta das suas unhas arranhando meu maxilar. Sussurra bem próximo da minha boca:
- Cala a boca e me beija, Anna.
Acato seu pedido e a beijo ferozmente, colocando a mão na sua nuca e puxando um pouco seus cabelos, aquele beijo que eu tanto sonhava... aquele beijo com saudade que estava me deixando úmida, eu já estava sentindo o meu sex* pulsar só pelo toque dela.
Ela enlaça uma das pernas na minha cintura e eu a pego no colo, empurrando-a contra a parede gelada. Começo a morder seu pescoço e ela começa a gem*r baixo no meu ouvido, vou descendo e abaixo as alças do seu vestido, dou uma mordida no seu ombro e outra mordida no seu pescoço enquanto pressiono meu sex* no dela por cima da roupa. Decido que ficar nessa vibe era uma puta sacanagem comigo mesma, já que espero há anos para ter esse corpo de novo e acho que ela também.
- Tá esperando o quê pra colocar minha calcinha pro lado e me comer?
Dou um gemido baixo e rouco no seu ouvido e não me faço de rogada, coloco a calcinha dela para o lado, começo a dedilhar seu sex* molhado e começo a meter naquela bucetinha maravilhosa, dou um gemido baixo e ela também. Começo devagar, mas não aguento e continuo metendo, mas socando forte e ela começa a arranhar meu pescoço. Cacete, isso vai arder mais tarde. Dou um tapa no seu rosto pra ela parar e ela ri maliciosamente, me beija e começa a falar coisas tão sujas no meu ouvido que nem vale a pena mencionar aqui. Começa a rebol*r nos meus dedos e eu sinto que ela está chegando no seu ápice, pois começa a puxar meu cabelo e suas pernas começam a bambear. Ela rebol* ainda mais, olha nos meus olhos enquanto goz* nos meus dedos... Que mulher demônia. Desgraçada. Piranha. Ela tenta normalizar sua respiração enquanto desce do meu colo lentamente, suas pernas ainda estão bambas.
- Pra que fazer tão gostoso, filha da puta? Quer me enlouquecer? – Ela diz.
- Seu marido não faz isso com você? Era de se esperar. – rio ironicamente
- Olha aqui, Anna..
Interrompo-a.
- Beatriz, olha só: somos adultas, tá legal? Foi bom, foi gostoso, valeu pelos velhos tempos, bom te ver, mas é hora de você ir embora. – Falei o mais friamente que consegui falar, mas meu coração estava dizendo outra coisa. E ela sabia disso.
- Tá na sua cara que você não me esqueceu, baby.
- Tchau, Beatriz.
Digo já abrindo a porta e quando abro me deparo com Maria Fernanda.
- Tá tudo bem? – ela questiona, olhando pra mim e para Beatriz ao mesmo tempo.
- Está. A moça já estava de saída.
- Com licença. – diz Beatriz à Maria Fernanda e sai praticamente correndo.
- Está tudo bem mesmo?
- Não, mas vai ficar. O que veio fazer aqui?
- É o banheiro feminino. – Ela sorri.
- Ah, é verdade. Estou atrapalhando a sua passagem?
- Há pelo menos cinco minutos, por que estava trancada?
- O que?
- A porta.
- Emperrou – menti.
- Ah. – ela fingiu que acreditou
- Então...?
- Posso ir ao banheiro, Dra Anna? Ou a senhora ainda vai continuar atrapalhando minha passagem? – Sorri para descontrair o clima que ficou.
Abro o caminho para ela, mas Maria Fernanda era muito perspicaz, com certeza a mentira sobre a porta ter emperrado não colou.
Vou até a minha mesa e já são quase 18h da tarde. Que dia! Mereço paz, hoje não vou trabalhar em processo nenhum e tampouco ficar até tarde, já consegui 20% da empresa que estava quase falida daquela babaca para a minha firma de advocacia, acredito que Roberto não iria se importar se eu saísse no meu horário normal dessa vez. Na verdade, ele iria sim. É um careca otário. Mas eu precisava colocar meus pensamentos em ordem, precisava colocar minha cabeça no lugar, precisava digerir o que aconteceu, eu estava uma confusão de sentimentos e por um momento eu quis chorar.
Eu me permiti novamente, eu me entreguei para ela, eu fiz o que ela quis mais uma vez. Eu sempre vou ser o brinquedinho favorito dela, não importa o quanto os anos passem. Pego minhas coisas e vou em direção ao meu carro pensativa sobre tudo e se eu pudesse nomear o sentimento que estou sentindo agora seria culpa. Eu traí a mim mesma. Sem nem pensar duas vezes.
Quando destravo o carro, meu celular apita uma notificação no Instagram.
Solicitação de contato: Bia Duarte
- Preciso te ver mais vezes. Já disse o quanto vc está linda?
Sorrio e repreendo o meu sorriso. Droga, eu caí mais uma vez.
Fim do capítulo.
Fim do capítulo
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Marta Andrade dos Santos
Em: 04/09/2024
Toma vergonha Anna e sai fora de problema.
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