• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Ela não é a minha tia
  • Capitulo 30 – Papéis

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,495
Palavras: 51,977,381
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Entrelinhas da Diferença
    Entrelinhas da Diferença
    Por MalluBlues
  • A CUIDADORA
    A CUIDADORA
    Por Solitudine

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Verdadeiro
    Verdadeiro Amor
    Por dyh_c
  • A melhor amiga do meu namorado.
    A melhor amiga do meu namorado.
    Por Jocelyne Laissa

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Ela não é a minha tia por alinavieirag

Ver comentários: 10

Ver lista de capítulos

Palavras: 3442
Acessos: 1784   |  Postado em: 12/08/2024

Notas iniciais:

Boa noite, leitoras!

Boa leitura e não deixem de comentar, por favor! 

Capitulo 30 – Papéis

 

 

Júlia

 

 

 

– Como isso pôde ter acontecido, Júlia? Eu não entendo... – Ela diz entre lágrimas, conforme subimos alguns andares, dentro do elevador do hospital.

Eu contei para a Sofia tudo o que sabia pelo menos umas três vezes: A Marta me ligou dizendo que o Seu Olavo tinha passado mal alguns minutos depois que saímos, se queixando de uma dor forte no peito, até ficar inconsciente. Foi quando chamou uma ambulância e me ligou depois que já estavam no hospital, com o João Pedro.

Mas a Sofia parecia inconformada em como tudo aconteceu tão depressa, afinal, o pai parecia ótimo quando nós duas o vimos pela última vez. Na verdade, eu também me sentia da mesma forma, só estava tentando não deixar isso transparecer.

– Eu não sei muito mais do que você, Sofi... – Na verdade, ela havia ficado sabendo muito mais do que deveria, levando em conta que a Marta me pediu expressamente para eu não contar nada para a filha.

Mas como eu poderia? Eu não sabia o quão grave a situação era, e independente do que fosse, a Sofia tinha o direito de estar lá. Era o que o Seu Olavo iria querer também.

A porta do elevador finalmente se abre e não demora muito para chegarmos na sala de espera do Setor de Urgência, Emergência e UTI.

– Por que você não me avisou, mãe? – É a primeira coisa que a Sofia pergunta assim que vê a Marta, a sua voz visivelmente abalada indicando que não conseguiria segurar o choro por muito tempo. – Eu queria estar aqui... quando ele entrou, eu queria que ele me visse, eu... – Diz, entre lágrimas, e preciso ser bastante forte para segurar as minhas, até porque sei que aquilo é só o começo.

– Eu te falei, Sofi... – Seguro o seu ombro, fazendo-a virar e olhar nos meus olhos. – Ele já estava desacordado quando chegou aqui... – Tento amenizar a sua dor, como se eu fosse mesmo capaz de fazer aquilo.

– Por que eu não te avisei? – A Marta se direciona à filha com uma nova pergunta, e sinto meu coração disparar. – Porque eu sabia que você só ia piorar as coisas. Sempre foi grudada com o seu pai... sempre... Mesmo ele não estando presente e eu estando aqui. Você sempre preferiu a ele, ou a Júlia. – Ela começa a encenar um ressentimento que me dá embrulho no estômago. – Você nem sequer perguntou como eu estou me sentindo. 

Como ela estava? A olho, espantada. Até eu não estava acreditando naquilo.

Isso não era sobre ela, porr*.

– Você não pode estar falando sério... – A Sofia dispara, tão desacreditada quanto eu. – Você... – Começa a dizer, mas volta a chorar, e a primeira coisa que penso é em tirá-la dali. Protegê-la daquilo de todas as formas possíveis, porque a Sofia não merecia passar por mais aquilo. Nunca mereceu, na verdade.

– Sofi... Vem cá... – Seguro os seus ombros e a guio pela sala de espera, levando-a para uma fileira de bancos mais afastada. – Você tá aqui agora. Ele sabe disso. O seu pai sabe disso... – Respondo àquilo que provavelmente é uma das coisas que mais a está afligindo no momento, conforme vou tentando passar uma borracha em cima do que a sua mãe tinha acabado de fazer. –  Ele pode sentir. – Completo, tentando acalmá-la, tentando desempenhar mil papéis ao mesmo tempo, que acaba sendo só um, como sempre foi: o papel de quem a ama demais, quase que incondicionalmente.

Ela olha no fundo dos meus olhos e acho que nunca tinha a visto tão vulnerável. É claro que a Sofia sempre sentiu tudo, sempre sentiu no fundo do seu coração tudo o que a Marta fez ou deixou de fazer, mas ela nunca foi de demonstrar. Por fora, ela sempre pareceu uma fortaleza, muito diferente do que está agora. E aquilo, de certa forma, acaba comigo.

– Ele não pode me deixar, eu não posso ficar sozinha. Eu só tenho ele, eu...  – Ela se engasga nas próprias palavras. – Eu só tenho ele e você. – Diz conforme os seus olhos transbordam.

– Isso não é verdade, Sofi... – Seguro a sua mão, a envolvendo entre as palmas das minhas. – Você tem o seu irmão, que também precisa de você. Você tem a Marta...você tem a sua mãe. – Enfatizo aquela última palavra.

As duas pareciam esquecer disso o tempo todo, mas eram mãe e filha, caramba.

– Eu preferia que tivesse sido ela. – A Sofia diz aquilo olhando nos meus olhos e sinto o meu coração apertar, quase o mesmo aperto que senti quando ela disse que queria que eu fosse a sua mãe, ao invés da Marta, naquela festa junina.

– Você tá nervosa, Sofi, não sabe o que tá dizendo, amor... – Aquela última palavra sai sem querer.

Eu nunca tinha dito antes, mas por algum motivo – ou por milhares deles – a disse agora.

– Eu sei sim. – Ela volta a me encarar. – E sei que parece horrível, mas eu queria que tivesse sido ela, não ele. De jeito nenhum ele... – Ela encosta a cabeça no meu ombro e volta a chorar, só que agora com um pouco mais de intensidade.

Deus, não faça isso com ela.

Respiro fundo enquanto uma enxurrada de lembranças e pensamentos surge na minha cabeça, sem ao menos pedir passagem, ou permissão: A primeira vez que fui na casa deles, quando a Marta ainda estava grávida; a forma como o Seu Olavo me recebeu e me tratou, como se eu fosse a sua primeira filha. Todas as vezes em que rimos juntos e tantas outras que eu e ele tramávamos algo em prol da Sofia, em segredo.

Pensando bem, se não fosse pelo Seu Olavo, talvez eu nunca tivesse me sentido tão em casa, como se estivesse ganhando uma segunda família. Desde o início, ele quem foi o alicerce de tudo e sempre pareceu entender o carinho que eu sempre tive com a Sofia e, se tem uma pessoa que talvez pudesse entender o que eu tenho com ela agora, esse alguém é ele.

Uma lágrima escorrega pela minha bochecha e eu a limpo rapidamente, para que ela não a veja.

– Será que foi nossa culpa? – Ela levanta do meu ombro de repente, me pegando de surpresa.

– O quê?

– Sei lá... Deus pode estar me castigando por a gente estar mantenho isso em segredo? – Ela pergunta e eu me encolho um pouco.

Por mais que eu esteja me sentindo bem culpada a ponto de realmente achar que fosse um castigo – não exatamente por estarmos mantendo em segredo, mas sim por termos um segredo para manter – não é isso o que eu digo para ela, porque a Sofia não precisava, além de tudo, se sentir culpada também.

Até porque, se alguém teve culpa pelo o que aconteceu com nós duas, esse alguém não é ela.

– Sofi, o seu pai é um homem incrível, ele seria a última pessoa que Deus iria querer castigar. Essas coisas... essas coisas acontecem. – É tudo o que consigo dizer, enquanto tento me convencer com minhas próprias palavras.

Ela parece respirar minimamente aliviada, temporariamente convencida com aquilo e eu me sinto um pouco melhor por isso. Só que não era eu quem devia estar dizendo todas aquelas coisas.

Cadê a Marta, porr*?

Olho para a pequena sala e a única pessoa que vejo ali além de nós duas é o João Pedro.

– Sofi, querida... – Digo enquanto olho para as primeiras fileiras de assentos, onde ele está sentado, parecendo tão desolado quanto ela. – Você deveria ir falar com o seu irmão... – Digo, conforme vou me levantando.

– Aonde você vai? – Ela quase volta a chorar, e é quase como se tivesse cinco anos de novo e implorasse para eu não a deixar dormindo sozinha, no escuro.

– Eu já volto, tudo bem? – Asseguro a ela. – O João tá precisando de você também. – Tento convencê-la daquilo, até porque é a mais pura verdade.

– Não demora, tá? – Ele me pede com aqueles olhos pidões, que hoje estavam bem mais tristes e ainda mais convincentes do que o normal.

– Tudo bem. – Beijo a sua testa sem me importar muito com aparências nesse momento.

Caminho pelos corredores até encontrar quem eu queria em uma espécie de jardim de inverno do hospital. A Marta não estava muito longe, como imaginei, mas – como eu nunca poderia imaginar – estava fumando.

– Não sabia que fumava. – Digo conforme me aproximo dela.

Acho que ninguém sabia, na verdade.

– Você vai falar que eu não deveria? – Ela solta um pouco de fumaça pela boca.

Eu, falar que ela não deveria?

– Não... É claro que não. – Me encosto na parede ao seu lado. E por mais que eu esteja realmente estranhando muito aquela cena, tudo o que penso é que situações extremas levam a comportamentos extremos, certo? Por isso decido seguir com o que precisava falar. – Marta, sei que não estamos muito bem. – Começo, me lembrando da forma com que ela me tratou hoje mais cedo, quando me viu na sua casa. – Ou no melhor momento da nossa amizade, mas...

– Já sei, você veio defendê-la, não é? Porque, como sempre, eu que estou sendo extremamente horrível? – Ela sorri, ironicamente.

– Será que você não vê, Marta? Nada disso é sobre você, porr*! – Despejo aquilo para fora, sentindo a força de cada palavra, e ela apenas me olha, parecendo não acreditar que acabei de falar com ela daquela forma. – Eu sinceramente não sei o que se passa na sua cabeça, e acho que meio que cansei de tentar entender, ao longo desses anos, mas... A sua filha tá precisando de você. – Vou direto ao assunto.

– Precisando de mim? – Ela me olha com certo ar de deboche. – Por que ela estaria precisando de mim, se ela sempre teve você?

Senhor, dai-me paciência, por favor.

– A Sofia está precisando da mãe dela. – Decido não entrar no jogo dela.

Sei exatamente o que ela estava querendo: bater boca até me fazer perder a cabeça, ou a razão. Por isso resolvo ser direta.

Eu poderia desenvolver mil papéis, sim, mas não esse. O que cabia a mim agora era apenas lembrá-la do dela.

– Você sempre se achou no direito de se meter na minha vida, e acho que isso meio que me deu liberdade para me meter um pouco na sua, certo? – Digo e ela revira um pouco os olhos, mas não contesta. – A Sofia tá arrasada Marta, os seus dois filhos estão. Os seus dois filhos, entendeu? – Enfatizo aquilo. – Os dois precisam de você. – Digo com o coração bastante apertado. – Pelo amor de Deus, eu sei que dentro de você tem um coração que bate pela sua filha, o encontre agora, tá bem? – Digo aquilo e vejo seus olhos lacrimejarem por um breve instante.

– Mãe?! – O João Pedro surge no final do corredor com uma expressão de urgência. Vejo minha amiga apagar a pontinha do cigarro ao encostá-la na parede em que estávamos apoiadas. – A médica quer falar com você. – Pego o cigarro da sua mão antes que o garoto pudesse ver e jogo-o na lixeira mais próxima antes de seguirmos até a sala de espera.

Não demora muito para que eu veja uma médica parada ali, com a Sofia logo a sua frente, com feições tão apreensivas quanto as de qualquer um de nós. Acabo parando entre as duas – mãe e filha – e ambas as duas apertam cada uma das minhas mãos.

– Você é a Marta Furtado, esposa do Sr. Olavo Furtado? – A médica pergunta com cordialidade.  

– Sim, sou eu. – A Marta responde sem conseguir esconder a aflição.

– Bem, o seu marido teve uma parada cardíaca, causada por um infarto. – A médica anuncia e as duas apertam minha mão com um pouco mais de força. – A boa notícia é que a nossa equipe conseguiu fazer a desobstrução da artéria entupida... – Ela diz e eu começo a chorar, aliviada. – É claro que ele vai precisar seguir algumas restrições se quiser ter qualidade e expectativa de vida não tão reduzidas, mas, por enquanto, a situação foi controlada.

– Graças a Deus... – A Marta agradece, bastante emotiva.

– Eu falei pra você que ia ficar tudo bem. – Digo para a Sofia, que me abraça e volta a chorar novamente, provavelmente sentindo o mesmo alívio que estou sentindo.

–  Júlia? Posso falar com você um instante? – A Marta me chama para conversar em um canto.

– Ei, eu já volto. – Digo para a Sofia antes de me afastar.

– Você pode levar as crianças? – A minha amiga me pede. – Não faz sentido elas ficarem aqui... Fica com eles lá em casa, por favor? – Pergunta, parecendo um pouco mais vulnerável também.

– Claro que sim... – Respondo de imediato. – Mas eu posso levá-los e voltar aqui pra ficar com você. – Digo a coisa mais sensata que eu poderia pensar em dizer. Apesar de tudo, nós éramos amigas e eu queria que ela soubesse que podia contar comigo, se assim quisesse.

– Não. Eu vou me sentir melhor com você lá. – Ela dá um tapinha no meu ombro enquanto tenta sorrir.

– Tudo bem. – Dou um meio sorriso antes de me afastar. – João? Vamos embora? – Pergunto para o garoto que tinha voltado a se sentar em uma das cadeiras da primeira fileira. – A sua mãe vai ficar. Ela nos manda notícias assim que tiver alguma novidade, tudo bem? – Ele acena positivamente com a cabeça enquanto enxuga algumas lágrimas, provavelmente ainda tentando processar tudo o que tinha acontecido nas últimas horas. – Eu já venho aqui. – Digo para ele antes de começar a andar pelo cômodo novamente.

Eu ainda precisava falar com alguém que com certeza me daria muito mais trabalho do que ele.

– Sofi... – Digo quando chego ao fundo da sala de espera, onde ela está sentada.  – Sua mãe acha melhor vocês irem para casa e, sinceramente, dessa vez eu concordo com ela. – Admito. – Vai ser melhor assim... Posso preparar algo gostoso pra gente comer e...

– Eu não vou embora. – Ela me confronta.

Droga, é claro que ela não facilitaria as coisas, é da Sofia Maria que estamos falando.

– Sofi... – Começo, mas ela sequer me deixa continuar.

– Eu não vou, eu não vou até poder ver ele. – Ela é firme em cada palavra.

– Sofi, só uma pessoa vai poder vê-lo, e é bem provável que ele não esteja acordado, então eu não sei se...

– Eu não vou, Júlia. – Reconheço quando ela dá a sua última palavra.

Maravilha.

O que eu faço? Um lado meu não quer deixá-la de jeito nenhum, mesmo que isso não faça muito sentido. A Sofia vai estar com a mãe. Era isso o que eu queria, não era? Eu deveria estar me sentindo tranquila, mas o eu sinto agora é exatamente o oposto disso, no entanto.

Mas por outro lado, tem o João Pedro, ele só tem quatorze anos e eu simplesmente não posso deixá-lo sozinho também.

– Eu não posso ficar. – Digo a ela, melancólica, segurando a vontade que sinto de chorar.

– Eu sei. – Ela me abraça forte. – Cuida bem do João? Você pode não ser a minha madrinha, mas é a madrinha dele e... ele também precisa de você. – Percebo, pelo tom da sua voz, quando ela tenta sorrir, para me tranquilizar.

Eu quase sorrio também, pensando que essa era a Sofia que eu conheço.

– Claro que cuido. – Garanto a ela conforme passo as mãos pelos seus cabelos. – Eu vou estar lá, mas... meu coração vai estar aqui com você... com você e com o seu pai, tudo bem? – Sussurro no ouvido dela, enquanto a mantenho firme entre os meus braços.

– Eu sei. ­– Ela me solta um pouco e vejo seu rosto se iluminar em meio às lágrimas.

– Qualquer coisa que você precisar, é só me chamar que eu venho na mesma hora. – Prometo a ela.

– Tá bom. – Ela beija a minha bochecha e eu me viro para o João.

– Jules? – Ela me chama e eu giro o corpo quase que no mesmo instante. – Obrigada por existir. – Ela diz aquilo em voz alta e é bem provável que a Marta tenha ouvido isso agora. Mas não me importo. Apenas mando um beijo no ar antes de me virar novamente.

– A Sofia tá irredutível... – Digo a Marta. – Ela vai ficar. – Vejo minha amiga respirar fundo. Mas ela não me afronta, nem emite nenhum comentário, no entanto. – Mas eu vou ficar com o João Pedro, e qualquer coisa eu volto para pegá-la, tudo bem?

– Não sei nem como te agradecer. – É o que ela diz, parecendo sincera.

– Não precisa me agradecer, mas... Se eu puder te fazer um pedido... não esquece do que te falei?

– Eu não vou. – Ela segura as minhas mãos. – Eu prometo.

 

xxx

 

– O que você quer almoçar? – Pergunto ao João assim que entramos na casa. Já se passava das duas da tarde. Mas sei que ele não tinha comido nada desde o café. Nem ele, nem eu, na verdade. – Posso preparar o que quiser. Você ainda gosta de espaguete à bolonhesa? Era o seu preferido quando criança. – Tento forçar um sorriso, mas ele não esboça nenhuma emoção. Apenas se senta no sofá, e eu o acompanho.

– No que está pensando? – Pergunto enquanto me acomodo ao seu lado.

            – É que eu tenho medo... O meu pai é o que ainda mantém a nossa família unida e... Se ele... – Ele começa a chorar. – A Sofia não vai querer continuar aqui com a gente se... – Ele não consegue terminar de dizer, mas sei exatamente no que estava pensando.

– Ei, você ouviu o que a médica falou, não ouviu? O seu pai está bem. Aquela foi a melhor notícia possível. Quer dizer que ele vai ficar bem... – Tento reconfortá-lo, apesar de saber que, diante dos últimos acontecimentos, ficava um pouco difícil de acreditar no que eu estava dizendo, afinal, ele estava presente quando aconteceu. Viu tudo. Era natural que ele levasse um tempo para se recuperar do susto. A Sofia mesmo ainda não tinha se recuperado. Por isso estava lá. Acho que ela precisava ver com os próprios olhos e tudo bem, eu a entendia.

– Ei, eu tô aqui, tudo bem? – Mudo a minha estratégia. – E... enquanto eu estiver aqui, eu nunca vou deixar isso acontecer. Nunca vou deixar essa família se desunir, entendeu? – Eu não podia prometer aquilo, tinha total consciência disso.

Mas, quando você é madrinha de alguém e temporariamente responsável por esse alguém – que você viu nascer e crescer – e o vê arrasado da forma com que o João Pedro está agora, falar isso parece a única coisa certa a se fazer.

– Você é a melhor madrinha do mundo, tia. – Ele me abraça forte e meu coração erra algumas batidas.

Não, eu não era. Estava bem longe disso, ainda mais quando eu vinha contribuindo constantemente para que o que eu tinha acabado de prometer não acontecesse: Estar me envolvendo com a Sofia do jeito que eu vinha me envolvendo estava, lentamente, desunindo essa família, e era só uma questão de tempo para o pior acontecer.

– Escolhe alguma coisa pra gente assistir enquanto eu preparo o nosso almoço, tudo bem? – Passo a mão pelos seus cabelos escuros (só não tão escuros quanto os da Sofi, que eram quase pretos) enquanto me levanto. – Pode ser algo com bastante sangue, cenas de sex* ou seja lá o que garotos da sua idade curtem assistir. Hoje tá liberado. – Pisco para ele e o vejo sorrir pela primeira vez desde que o vi no hospital.

Eu podia ser péssima em cumprir com promessas, mas pelo menos sabia mentir muito bem. Só espero de verdade que a Marta esteja se saindo melhor com as suas promessas do que eu.

 

Fim do capítulo

Notas finais:

 

Boa noite, leitoras do meu coração!

Atrasei um pouquinho o capítulo, pois tive que fazer um trabalho da faculdade na semana passada (apesar de ainda estar de férias), e isso acabou enrolando um pouco as coisas. 

Mas aqui estou eu com um capítulo novo! 

Tive a ideia desse capítulo há algumas semanas atrás (talvez há mais de um mês atrás, na verdade) e achei que seira interessante para abordar essa relação amorosa x familiar e também para ir "preparando o terreno" para algumas coisas que estão por vir.

O que acharam?? 

E o que acham que vem por aí?

Não desistam da história, tá bom? Porque eu não vou desistir até Soju ter um final feliz! 

Tem muita coisa legal vindo aí.

Não esqueçam de me favoritar como autora e favoritar a história!

E de comentar! 

Qualquer comentário, mesmo que simples, já me deixa extremamente feliz e me incentiva demais mesmo, mesmo, mesmo!

Mais uma vez, obrigada por estarem comigo durante todo esse tempo! E obrigada pelas leitoras que estão chegando agora!

Obrigada pelos comentários, pelo engajamento, pelo carinho e por tudo!

Então é isso, até o capítulo 31!

 


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 32 - Capitulo 30 – Papéis:
S2 jack S2
S2 jack S2

Em: 18/08/2024

Tomara que o pai da Sofia fique bem, e sem sequelas...

Eu gostei muito desse capítulo, claro que não pelo que aconteceu com o pai da Sofia, mas pelo carinho e cuidado que a Júlia teve com a Sofia. Relacionamentos e a vida são assim, não teremos somente momentos felizes, sem contar, que essas situações servirão para amadurecer o relacionamento das duas.

Ansiosa por mais!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Zanja45
Zanja45

Em: 14/08/2024

Mas aqui estou eu com um capítulo novo! 

 

Resp : "O importante é o destino não quanto tempo dura a viagem. Sabe - se que a chegada é certa."

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Zanja45
Zanja45

Em: 14/08/2024

Não desistam da história, tá bom? Porque eu não vou desistir até Soju ter um final feliz! 

 

Resp.: Ah, Muito contente com essa maravilhosa notícia!laughing

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Zanja45
Zanja45

Em: 14/08/2024

O que acharam?? 

 

Resp.: Achei excelente essa maravilhosa ideia que você teve para chocar o relacionamento entre mãe e filha, esse contraponto ficou bem bacana. Gostei de saber que Marta não é tão perfeita assim, ela tem seus próprios traumas e demônios particulares, por isso esse comportamento controverso dela, quem poderia imaginar que Marta fumava as escondidas, ela que tanto críticou essas atitudes em outras pessoas. ( JULIA mesmo tinha que fumar as escondidas, por conta de Martinha). 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Zanja45
Zanja45

Em: 14/08/2024

E o que acham que vem por aí?

 

Resp.: vem muita coisa tensa, porque com os acontecimentos recentes, do ataque cardíaco do pai da Sofia, vai colocar em cheque os desentendimentos entre mãe e filha, porque já deu pra notar que as coisas entre elas vão esquentar. Elas vão tentar se acertar( Sofia está bem fragilizada), mas Marta fugindo como sempre de se achegar a filha e do ciúme bobo dela, de Sofia em relação ao pai e a própria Julia? Como Marta teve o desplante de não avisar a Sofia que o pai dela está no hospital? Passou dos limites, isso tem haver com o ego dela, se sente colocada de lado, sendo que a própria cria esses tipos de situações.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Zanja45
Zanja45

Em: 14/08/2024

Tive a ideia desse capítulo há algumas semanas atrás (talvez há mais de um mês atrás, na verdade) e achei que seria interessante para abordar essa relação amorosa x familiar e também para ir "preparando o terreno" para algumas coisas que estão por vir.

 

Resp.: Foi muito boa essa aproximação entre a Júlia e a família de Sofia, que em todo caso, já faz parte da família dela, desde que Marta a acolheu(Na verdade quem abraçou ela realmente foi o pai de Sofia. Que sempre a considerou como uma filha). É, essa ideia foi muito pertinente, porque você sabe como conduzir as coisas de maneira que não impactem tanto quando chegarem a vias de descobrir o enlace amoroso das duas, a tendência é que com isso fique mais suave a descoberta.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Zanja45
Zanja45

Em: 14/08/2024

Atrasei um pouquinho o capítulo, pois tive que fazer um trabalho da faculdade na semana passada (apesar de ainda estar de férias), e isso acabou enrolando um pouco as coisas. 

 

Resp.: Tranquilidade, Alina. Acontece e todos tem outras atividades correlatas, além da escrita.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Zanja45
Zanja45

Em: 14/08/2024

Boa noite, leitoras do meu coração!

 

Resp.: Boa noite, minha amada autora!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Brescia
Brescia

Em: 13/08/2024

.     Oa tarde autora.

Foi bem tenso esse capítulo, às vezes as tragédias acontecem para que algo bom surja mais na frente, quem sabe a Marta comece a perceber que está perdendo tempo em ter um convívio sadio com a filha, até o fatídico dia da descoberta maior.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mmila
Mmila

Em: 13/08/2024

Eita que a Sofia pode entrornar o caldo de vez pra cima da "mãe" Marta.

E agora o que pode acontecer com essa família?

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web