Preciso Dizer Que Te Amo
Manuela estava de volta a São Paulo a três semanas e tinham sido dias bastante ocupados voltando a sua rotina no escritório. Ela tinha passado praticamente todo tempo livre que tinha com os amigos e especialmente com o afilhado, tinha voltado a Belo Horizonte para visitar a família uma vez e tinha se encontrado com Julia em duas ocasiões, mas em nenhuma delas sozinhas e as duas estavam mantendo uma certa cautela depois da última conversa e, apesar de não se evitarem, tinham preferido deixar o tempo ser responsável por colocar tudo no lugar.
No começo todo mundo tinha imaginado que elas iam ficar sem se falar e evitar de estarem juntas nos mesmo lugares, como tinha sido da primeira vez, porém elas tinham decidido aceitar as coisas como elas estavam. Julia realmente ficava feliz de saber que o tempo fora tinha funcionado como Manu tinha desejado e não iria negar que saber que a publicitária tinha aparentemente superado tudo que elas viveram no passado era uma boa notícia. Já Manu, que não tinha escondido de ninguém o quanto estava mais tranquila e com a cabeça no lugar desde a sua volta, se mantinha firme na decisão de que ela e Julia podiam conviver em harmonia uma com a outra e consequente com todos os amigos também.
Da conversa no apartamento da ruiva, além de uma sensação boa de colocarem as coisas em pratos limpos, também tinha ficado um friozinho na barriga, uma ansiedade boa do que poderia vir a seguir. Para os confidentes mais próximos, Amanda, Pedro e Tati, tinha restado apenas especular sobre o que as duas iam fazer dali em diante uma com relação à outra. Manuela tinha sido sincera e contado para Mandys como tinha sido a conversa, mas negado que as duas iriam tentar voltar a ficar juntas naquele momento. Julia deixou claro para o primo e a amiga que era bom não ter assuntos mal resolvidos com Manu, mas que ela não estava nutrindo nenhuma esperança de voltar a ser mais que amiga da publicitária dali para frente.
Assim elas passaram aquelas três semanas, em uma paz que não tinham conhecido em muitos anos. E como não estavam se evitando, as duas imaginavam que mais um dia em que elas iam se encontrar havia chegado. Pedro estava promovendo um evento na sua escola de dança e a família e os amigos do rapaz tinham sido todos convidados a comparecer. Quando Manuela chegou, no final da tarde, saiu do carro e precisou usar um guarda-chuva para evitar se molhar com a chuvarada que lavava São Paulo naquele momento. Ela caminhou com passos rápidos até a entrada e encontrou Julia tentando lidar com o resultado de aparentemente não ter levado o seu próprio guarda-chuva.
— Oi. — Manuela cumprimentou e Julia, que estava de costas para a publicitária, se virou assustada com a presença da outra mulher.
— Oi, Manu. — ela respondeu enquanto continuava tentando lidar com o pouco de chuva que tinha pegado no caminho entre o carro e o prédio onde o primo mantinha a sua escola.
— Você ainda não se acostumou com viver em São Paulo outra vez?
— O quê?
— Quem esquece de carregar guarda-chuva nessa época do ano morando aqui, Ju?
— Aparentemente eu. — Julia respondeu com um sorriso que Manuela retribuiu.
— Você quer que eu procure o Pedro pra ver se ele pode te arrumar uma toalha?
— Eu tô tão mal assim?
Ela não estava e Manuela sabia que a ruiva sabia disso. Primeiro porque ela não tinha se molhado tanto assim e segundo que, mesmo se ela tivesse ficado encharcada, Julia sempre ia estar bem na opinião de Manuela e de qualquer pessoa que tivesse olhos. É claro que com o sorriso de lado que a arquiteta tinha no rosto quando fez a pergunta, Manuela sabia muito bem o que ela estava tentando fazer.
— Quem está jogando verde agora, hum? — foi a resposta que Manu escolheu dar antes de passar pela ruiva indo em direção ao lugar onde os convidados estavam reunidos.
— Já que eu não preciso da toalha, de repente você podia me ajudar a arrumar uma bebida, o que você acha? — Julia falou para as costas de Manuela que não respondeu nem que sim e nem que não, mas seguiu andando com um sorriso no rosto. Ela tinha ouvido, Julia sabia que sim e isso colocou um sorriso ainda maior no rosto da ruiva. Sorriso que não mudou de tamanho quando o primo chegou até onde ela estava.
— Acabei de encontrar a Manu e ela falou que você precisava de ajuda. Que sorriso é esse? — Pedro falou se aproximando da prima.
— Que sorriso?
— Esse na sua cara.
— Eu não sei do que você está falando e eu não preciso de ajuda, foi só um pouquinho de chuva que eu peguei, mas eu acho que estou apresentável o suficiente para você me levar até onde as bebidas estão sendo servidas.
— Sabe, pra alguém que estava arrastando correntes durante quase sete meses, você parece muito bem desde quando a Manu voltou. — Pedro falou desconfiado.
— E? Eu achei que era justamente isso que você queria, que eu melhorasse.
— Eu quero, mas eu estou começando a considerar a possibilidade de que vocês duas estão aprontando alguma coisa.
— Que coisa eu e a Manuela poderíamos estar aprontando juntas, Pedro?
— Coisas que envolvem uma cama e que são proibidas para menores de idade.
— Eu não estou dormindo com ela, Pedro. — Julia respondeu segurando o braço do primo que já começava a caminhar na mesma direção para qual Manu tinha ido.
— Não é de vocês dormirem que eu estou falando. — Pedro não se intimidou com a cara de indignação de Julia.
— Você quer falar mais baixo, ela acabou de sair daqui e eu não quero que ela escute você falando essas abobrinhas.
— Porque? — Pedro perguntou cruzando os braços e encarando o rosto da prima.
— Porque não é verdade e eu não vou discutir esse assunto com você hoje. Eu vou ir atrás de uma taça de vinho e você pare de falar bobeira por aí.
Pedro observou a prima caminhar para longe e ficou pensando como aquelas duas eram previsíveis. Mesmo que fosse verdade que elas ainda não tinham ido parar na cama outra vez, ele sabia que essa era uma possibilidade real, especialmente depois das duas terem conversado pessoalmente, como ele sabia que elas tinham feito, e não terem dado nenhuma explicação de como as coisas entre elas estavam.
Ele achava que era questão de tempo, o resto dos amigos delas pensavam que era questão de tempo e ele não entendia porque tanto Julia quanto Manu tinham passado as últimas três semanas como se elas também não soubessem que era questão de tempo. Pedro tinha comentando sobre isso com a mãe e Silvia tinha sugerido que como desta vez as duas não estavam em um momento ruim, muito pelo contrário, as duas tinham deixado claro que estava tudo bem entre elas, talvez fosse o momento de dar espaço para elas descobrirem à vontade o que queriam e se queriam alguma coisa. Ele concordava, mas não podia negar que a curiosidade estava alta.
Manuela, alheia ao que estava passando na cabeça de Pedro, caminhou entre as pessoas tentando encontrar Amanda e Isabela, as duas já estavam lá e Manu não queria ficar sozinha porque ela sabia que ia acabar procurando por Julia o tempo todo. Isso, Manu achava, era o contrário de deixar as coisas acontecerem naturalmente, como ela tinha se comprometido a fazer quando voltou ao Brasil. Ela encontrou as amigas e caminhou diretamente para onde elas estavam.
— Olá.
— Manu! — Isabela cumprimentou a amiga com um sorriso e um abraço.
— Tudo bem? — Amanda perguntou desconfiada quando Manuela se virou para dar um abraço nela também.
— Tudo e você?
— Você tá com uma cara estranha.
— Talvez seja porque eu acabei de chegar, tive que correr para não pegar chuva e ficaria mais feliz se tivesse bebendo alguma coisa?
— Sei… A Isa tava mesmo indo buscar alguma coisa pra gente, né amor?
— É! Você ainda está off dos alcoólicos? — Isa perguntou.
— Sim, por favor, um suquinho ou uma água tá ótimo para mim.
Isabela concordou com um aceno de cabeça e saiu em direção ao bar. Manuela ficou seguindo ela com os olhos e reconheceu a cabeleira ruiva de Julia que só se virou quando Isabela aparentemente cumprimentou ela. As duas trocaram algumas palavras e Manuela reparou que além de estar com uma taça do que a publicitária achava que devia ser de vinho branco, Julia estava acompanhando de um homem que Manu não conhecia, mas que estava naquele momento sendo apresentado para Isa.
— Perdeu alguma coisa ali, Manu? — Amanda chamou a atenção de Manu que estava olhando fixamente para Julia, era o que a médica podia concluir.
— O quê?
— Se você não quiser ficar dando bandeira, é melhor parar de encarar a Julia desse jeito.
— Eu não sei do que você está falando.
— É mesmo?
— Mesmo! Eu só estava olhando a sua esposa buscar as bebidas pra gente, é proibido agora?
— Não, claro que não. Você pode apreciar a beleza da minha esposa o quanto quiser, eu sempre aprecio, mas não era pra ela que você estava olhando né!? Você não precisa mentir para mim.
— Mentir sobre o quê? — as duas foram interrompidas pela chegada repentina de Willian.
— Você só chegou agora? — Manuela perguntou surpresa, ela tinha estado com Will no escritório e tinha saído para uma reunião fora depois do almoço e teve que ir da reunião direto pra lá, mas ela achava que o sócio já estaria no local quando ela chegasse.
— Essa chuva e eu acabei precisando resolver umas coisas lá na iDraw depois que você saiu, mas a gente pode falar sobre isso quando estivermos no escritório. Eu preciso de uma bebida.
— Você também? — Isa perguntou voltando para perto dos amigos e esposa com bebidas para as três, Manuela tratou de ajudar Isa na distribuição dos copos antes que algum acidente pudesse acontecer.
— Sim! — Will respondeu com convicção — Eu avisei meu esposo que hoje ele é quem vai dirigir porque eu preciso do relaxamento que só o álcool pode me oferecer.
— Eu acho, Manu, que o Will é a pessoa mais feliz que você está de volta. Ele com certeza foi quem mais reclamou sobre você ter ido embora. — Isabela comentou rindo.
— Ele me mandava mensagem todos os dias pedindo pra eu voltar mesmo, eu até achei que ele tinha descoberto uma paixão retraída por mim e quase liguei pro Pedro pra fazer uma intervenção.
— Rá rá rá. Vocês são tão engraçadinhas que eu vou largar vocês aqui e ir ficar ali com a Julia e meu amigo Renato. — Will respondeu apontando na direção que a ruiva estava e Manuela olhou, notando que a arquiteta realmente ainda estava falando com o homem que ela não sabia quem era e estava rindo de alguma coisa que ele tinha dito.
— Renato? — Manu perguntou.
— É, Will, Renato? — Amanda perguntou debochando enquanto olhava para o rosto de Manuela.
Isabela e Willian riram enquanto Manuela balançava a cabeça reprovando os amigos, mas ela estava curiosa e por isso não resistiu em perguntar o que queria saber.
— Quem é ele?
Willian suspirou, olhou na direção da ruiva e do tal Renato, deu dois passos na direção deles e olhou para trás, encarando os olhos de Manu antes de responder.
— Eu acho que ele é a sua concorrência, minha amiga.
Amanda e Isabela caíram na gargalhada enquanto Will se afastava também rindo. Manu não disse nada, mas também sorriu. Ela não estava preocupada, foi o que ela pensou olhando Willian se aproximar da ruiva e do outro homem, os três ficaram conversando e rindo. Manu achava que não tinha com o que se preocupar, tinha?
**
Mais tarde Manuela estava no banheiro já lavando as mãos quando alguém entrou, pelo espelho ela viu que era Julia. A arquiteta parou quando viu quem estava ali e os olhos das duas se grudaram, mas antes que alguma das duas pudesse dizer qualquer coisa, uma outra mulher entrou no banheiro e Julia seguiu para o reservado com um sorriso. Quando Julia saiu, Manu já tinha sumido de vista e a ruiva lavou as mãos decepcionada por não ter tido a oportunidade de conversar mais um pouco com a publicitária.
Depois da troca de palavras entre elas na chegada, elas não tinham mais se falado. Julia tinha observado Manu conversando com outras pessoas, rindo com os amigos completamente à vontade e sabia que tinha sido observada também. Os olhares das duas tinham se cruzado mais de uma vez e a ruiva tinha sentido o olhar de Manuela nela, mesmo quando Julia não estava olhando de volta. A arquiteta, aliás, tinha ficado boa parte do evento tentando escapar de uma conversa interminável com um advogado conhecido de Willian, o nome do homem era Renato e ele tinha deixado claro desde o primeiro momento que queria levar Julia para sair, mas a ruiva não poderia estar menos interessada, ainda mais desde a volta de Manuela para São Paulo.
Distraída com esses pensamentos e desejando que tivesse a chance de se aproximar de Manu pelo menos mais uma vez naquela noite, Julia se assustou quando deu de cara com a publicitária escorada na parede oposta à porta do banheiro.
— Perdida? — a ruiva perguntou com um sorriso.
— Não exatamente. — Manu respondeu sorrindo de volta — Eu estava pensando sobre aquela bebida que você tinha comentado mais cedo.
— O quê que tem?
— Você ainda quer?
— Eu acho que eu já bebi o suficiente.
— Com seu novo amigo? — Manuela respondeu sem pensar e por um instante imaginou que poderia ter ido longe demais, mas Julia deu uma gargalhada antes de responder.
— Você está com ciúme?
— Porque eu estaria? Só porque você disse que nunca poderia ser minha amiga e agora eu estou vendo que você está super disposta a aceitar novas amizades?
Julia deu um passo em direção a Manu, reduzindo consideravelmente a distância entre as duas que já era pouca, levando em conta o tamanho do corredor que levava aos banheiros.
— Eu não querer ser sua amiga não tem nada a ver com a minha disposição de fazer novas amizades.
— Entendi, então o problema é comigo especificamente?
Julia riu mais uma vez.
— O Renato é um cara bacana e foi o Willian que me apresentou, eu achei que você conhecesse ele.
— Eu não conheço.
— Eu posso te apresentar se for te ajudar com todo esse… ciúme.
— Eu passo, eu já tenho amigos o suficiente.
— É mesmo? E eu aqui pensando que você ainda estava tentando me convencer a ser sua amiga.
— Você já disse que não quer, a gente tem que saber a hora de recuar, Julia.
A ruiva concordou silenciosamente enquanto avaliava que com mais um passo ela estaria a centímetros de distância de Manu. Julia já tinha bebido duas taças de vinho, o que ela poderia usar como a desculpa perfeita para aquela atitude, mas ela não acreditava que Manuela ia se incomodar tanto assim. Então devagar, olhando do rosto de Manu para o restante do corpo da publicitária que continuava escorada na parede, Julia se aproximou o suficiente para que não restassem dúvidas de qual era a sua intenção.
— E pra onde é que você vai recuar agora? — Julia perguntou olhando dos olhos de Manu para a boca e repetindo a ação mais algumas vezes.
— Eu preciso?
Julia notou que a respiração de Manu estava alterada e reparou que o seu próprio coração também tinha acelerado. Ela só precisava chegar a cabeça mais um pouquinho para frente e as duas estariam se beijando. Os olhos de Manuela estavam dizendo para Ju que era exatamente isso que ela devia fazer, anular aquela distância, beijar ela de uma vez e pensar sobre aquilo só mais tarde. Nunca ia parar de surpreender Julia o quanto ela desejava Manu, parecia sempre um sentimento incontrolável e ela estava pronta para aceitar isso sem reclamar se ela pudesse conseguir alguma forma de alívio ali naquele momento.
Manuela já estava cansada de esperar e colocou uma das mãos na cintura da ruiva, pronta para acabar com aquele suspense, quando a porta do banheiro se abriu e as duas se afastaram abruptamente. A mulher que saiu não pareceu notar nada, mas a respiração ofegante das duas era sinal o suficiente do que teria acontecido se as duas não tivessem sido interrompidas. Primeiro Julia achou que Manu iria fugir e querer ignorar a situação, mas quando olhou para o rosto dela, percebeu que ela parecia muito mais decepcionada pela interrupção do que qualquer coisa.
— Isso é o que eu chamo de timing perfeito. — a publicitária comentou e riu, Julia concordou silenciosamente, mas não achou que estava pronta para falar ainda, ela estava tentando controlar a vontade de empurrar Manu de volta para a parede e finalmente beijar ela até perder o ar.
— Talvez aquela bebida é uma boa ideia agora? — Manuela sugeriu e as duas caminharam juntas de volta para a festa e pra perto dos amigos, longe da tentação de minutos atrás.
**
Umas duas horas depois, Manuela estava pronta para encerrar a noite e ir para casa descansar. Era sempre divertido estar com os amigos e ela não ia reclamar do encontro com Julia na porta do banheiro mais cedo, mas a semana tinha sido longa e a única coisa que Manu queria fazer agora era cair na cama. Eles estavam todos juntos conversando, Silvia tinha vindo com o namorado Jorge, que Manu ainda estava se acostumando com a presença e o clima não poderia ser mais tranquilo. Quando Amanda e Isabela anunciaram que já estava na hora delas voltarem para casa, por causa de Samuel, a publicitária aproveitou a oportunidade para também se despedir de todo mundo.
A publicitária saiu da escola de dança com as amigas e se despediu das duas que haviam estacionado mais perto da entrada para caminhar em direção ao próprio carro. A chuva já tinha passado e naquele horário ela achava que quase não ia pegar trânsito. Ela estava quase chegando no carro quando ouviu alguém chamar seu nome e se virou, Julia vinha caminhando a passos rápidos na sua direção.
— Eu esqueci alguma coisa? — foi o que ela disse quando a ruiva finalmente chegou até ela.
— Eu poderia responder essa pergunta de tantas maneiras diferentes. — Julia respondeu com um sorriso e Manuela sorriu também. As duas ficaram paradas ali no meio da calçada sorrindo uma para a outra.
— Se eu não esqueci nada, porque você veio atrás de mim? — Manu perguntou depois de um tempo.
— Essa é outra pergunta que tem tantas respostas diferentes, mas eu queria te pedir uma carona.
— Você não veio de carro?
— Eu imaginei que fosse beber, então preferi vir de táxi.
— Bonita e responsável, muito bom. Eu posso te dar uma carona sim. — Manu respondeu voltando a caminhar na direção do carro com Julia ao seu lado.
— Isso foi uma cantada?
Manuela gargalhou e destravou o carro antes de abrir a porta do passageiro para Julia entrar.
— Depois do nosso encontro na porta do banheiro, eu não acho que eu preciso te cantar. — ela respondeu com Julia já dentro do carro antes de fechar a porta e dar a volta para entrar no lado do motorista.
Aquele compasso entre elas era novidade, mas ao mesmo tempo parecia muito com algo que elas já tinham vivido quando se conheceram. Era leve e divertido e deixava as duas sempre com um gostinho de quero mais. Dentro do carro, além de trocar sorrisos, as duas conversaram um pouco sobre como tinha sido o evento e sobre os amigos. Existia uma calma tão grande entre as duas naquele momento e ao mesmo tempo aquele calor no peito de quem começa a se apaixonar. No caso das duas, de quem voltava a se apaixonar.
Manuela dirigiu com calma, aproveitando aquele momento e a chance de só conversar com Julia. A ruiva estava tão distraída com a conversa e o clima dentro do carro que só notou que elas tinham chegado quando Manu estacionou em frente ao seu prédio.
— Tá entregue. — Manuela falou escorando a cabeça no encosto do banco e olhando para Julia.
A ruiva encarou os olhos de Manuela e resolveu que não podia esperar, não queria deixar as coisa acontecerem ou contar com a possibilidade de que uma outra oportunidade ia aparecer. Sem dar tempo para Manu entender o que estava acontecendo Julia tirou o cinto de segurança, se aproximou o máximo que o carro deixava e segurou o rosto da publicitária com as duas mãos. O beijo definitivamente pegou Manuela de surpresa, mas isso não significava que ela também não queria. Assim que seu cérebro entendeu que Julia estava beijando ela, Manu tratou de retribuir com o mesmo entusiasmo.
As duas tentaram aprofundar o contato, mas a posição delas não era das melhores. Manuela afastou a boca das duas, mas só pelo tempo que foi preciso para tirar o seu próprio cinto de segurança e encontrar uma posição mais confortável para voltar ao beijo. Com uma das mão nos cabelos ruivos e a outra buscando refúgio no pescoço de Julia, Manuela conduziu o rosto da arquiteta de volta para o seu e finalmente conseguiu beijar Julia como queria. A saudade que as duas tinham de estarem assim tão próximas só rivalizava com o desejo de estarem ainda mais íntimas, um desejo que Julia queria aplacar ainda naquela noite.
— Vamos subir. — a ruiva falou ofegante quando as duas se afastaram para respirar, mas aquele pedido pareceu colocar Manuela em pausa.
— Quanto você bebeu?
— O quê? Qual a importância disso, Manu? — Julia respondeu voltando a aproximar a boca da de Manuela e as duas se esqueceram da conversa por mais alguns instantes.
— Vem, vamos subir. — Julia insistiu quando as duas precisaram recuperar o fôlego mais uma vez.
— Eu quero fazer as coisas direito dessa vez. — Manu falou e mordeu os lábios apreensiva pela reação que Julia poderia ter com as suas palavras.
— O quê? — a ruiva respondeu afastando o rosto um pouco mais, mas sem desfazer o contato das duas completamente.
— Você bebeu e eu quero fazer as coisas certo dessa vez, então eu acho que é melhor se eu não subir.
Julia abriu a boca uma, duas vezes tentando encontrar uma resposta para a explicação de Manuela, mas ela não sabia o que dizer provavelmente porque ela não fazia ideia do que Manu queria dizer com aquilo. Ela finalmente se desvencilhou de Manu e apoiou o corpo no encosto do banco.
— Como assim?
— Eu já falei a mesma coisa duas vezes, qual parte você não entendeu?
— Só porque você quer fazer as coisas certo significa que a gente não pode dormir junto?
— Você não está me chamando para subir pro seu apartamento para dormir, Julia.
— Exatamente o meu ponto. — a arquiteta respondeu olhando o rosto de Manuela tentando alcançar o que poderia estar passando na cabeça dela naquele momento — Eu quero você, Manu e eu bebi algumas taças de vinho hoje, mas você sabe que eu sempre quero você quando eu estou cem por cento sóbria também.
— Eu sei.
— Então?
— Eu sempre quero você também, Ju, você sabe disso. Mas… eu quero mais, eu quero que a gente tenha tudo, não só dormir junto. Eu quero uma vida com você, um futuro e eu sinto que pra isso a gente precisa fazer tudo certo dessa vez, sem atropelar as coisas.
Julia ficou muda mais uma vez, sem saber o que dizer. Como era possível Manuela ser tão perfeita e ao mesmo tempo tão cruel, por falta de uma palavra melhor, porque ouvir ela dizendo aquelas coisas só fazia a vontade de Julia aumentar ainda mais.
— Como é possível que eu seja a única namorada que você já teve na vida, se você é a pessoa mais romântica que eu já conheci?
— Provavelmente porque eu nunca quis namorar mais ninguém? — Manuela questionou dando de ombros, como se aquela fosse a coisa mais óbvia do mundo e Julia balançou a cabeça de um lado para o outro tentando se controlar da vontade de agarrar Manu novamente. Ela precisou fechar os olhos e bater levemente com a cabeça no encosto do banco do carro algumas vezes.
— Isso é tortura.
— Uma tortura boa, pelo menos. — Manu falou com um sorriso na voz e Julia voltou a abrir os olhos e encarar o rosto dela.
— Partes do meu corpo concordam com você, outras nem tanto. — foi a resposta de Julia e o sorriso de Manu aumentou ainda mais.
— Porque a gente não faz assim: eu te levo pra jantar amanhã e prometo que se as coisas terminarem assim de novo, com você querendo e eu também, eu não vou dizer não.
— Eu posso pelo menos te beijar mais um pouquinho hoje?
— Eu nunca te pedi pra parar.
**
2 anos depois
— Oi.
— Gostou da casa?
— É linda, Manu.
— Que bom que você gostou, agora vem sentar aqui comigo um pouco.
As duas estavam em Ilhabela para comemorar dois anos de namoro, Manuela é quem tinha tido a ideia delas irem para lá. Ela tinha encontrado o lugar perfeito e surpreendido Julia com um buquê de flores no escritório logo depois do horário do almoço, a publicitária fez Ju abandonar o trabalho no meio do expediente, ir até em casa preparar uma mala e entrar no carro sem saber qual era o destino das duas.
Julia tinha tentado descobrir para onde elas estavam indo, mas a verdade é que com Manuela era iria para qualquer lugar. Ela nunca achou que iria ter uma época da sua vida que ela diria que era mais feliz do que quando tinha namorado Manu pela primeira vez, mas achava que era exatamente isso que ela estava vivendo naquele momento. Não era só porque as duas estavam juntas a dois anos e cada dia mais apaixonadas, era a certeza de que elas nunca mais iam se separar, motivo pelo qual Julia tinha aproveitado para colocar um item a mais na sua bolsa.
As duas ficaram olhando o pôr do sol em silêncio, aproveitando a companhia uma da outra e a beleza daquele lugar. Julia tinha aproveitado o momento sozinha para tomar a decisão que aquele era um bom momento para finalmente entregar o anel que ela estava guardando a mais de dois meses, querendo e desejando fazer o pedido mais importante da sua vida, mas com medo de atrapalhar a paz que as duas finalmente estavam desfrutando juntas. Ela era tão feliz sendo namorada de Manu, mas ela estava pronta para ser esposa e não existia nada no mundo que ela quisesse mais do que ouvir Manuela dizer todos os sim necessários para tornar aquilo possível.
As duas estavam abraçadas no sofá da varanda que dava para a praia e Manuela estava se sentindo tão relaxada que inicialmente não percebeu a inquietação de Julia ao seu lado, mas elas andavam tão em sintonia que era impossível que Manu não notasse alguma coisa eventualmente.
— Tudo bem? — ela perguntou e Julia respirou fundo, era agora ou nunca.
— Sabe aquele meu amigo francês que ainda mora em Londres e que vive prometendo que vai vir ao Brasil me visitar?
— O Henri? — Manu falou sem entender.
— Isso! Quando eu ainda morava lá a gente teve um debate gigante sobre como o costume de dar anel de noivado era diferente em cada país e como a coisa da aliança pra simbolizar compromisso tinha a ver com o Egito antigo. E ele não conseguiu entender muito bem que aqui no Brasil, o costume é uma troca de alianças entre os noivos para noivar e depois você basicamente troca a aliança de mão no dia do casamento. Ele passou um bom tempo tentando me convencer do quanto era importante fazer o pedido de casamento dando um anel para a noiva e que era muito mais correto as alianças de casamento serem usadas só depois do casamento.
— E você tá lembrando disso agora porquê? — Manu perguntou, mais uma vez confusa com aquela conversa.
— Eu comprei um presente pra você. — Julia falou se sentando e mostrando para Manuela uma caixinha que ela tinha nas mãos.
O coração de Manuela acelerou no instante em que ela colocou os olhos na caixinha que pelo tamanho só podia significar uma coisa. Ela também se sentou e encarou o rosto de Julia com os olhos arregalados. Julia precisou limpar um pouco a garganta antes de voltar a falar, ela já estava emocionada e ainda nem tinha começado a dizer tudo que precisava.
— Eu não concordei com o Henri totalmente na época, mas eu entendo ele agora. — Julia falou abrindo a caixinha e mostrando dentro um anel de ouro branco com um diamante solitário, simples e elegante como tudo que Julia escolhia, além do tamanho da pedra ser o suficiente para agradar o gosto de Manuela para jóias. Os olhos da publicitária se encheram de lágrimas, ela não estava esperando aquilo, no futuro talvez, mas não ali naquele momento. Ela olhou nos olhos de Julia, implorando com olhar que ela continuasse e Julia precisou respirar fundo outra vez para segurar a emoção e falar.
— Eu preciso dizer que eu te amo. Eu amo os seus pequenos detalhes. A forma como você torce as mãos quando não sabe o que dizer. A sua mania de falar sozinha. O seu sorriso sincero quando se lembra de alguma coisa boa do seu dia. A cara engraçada que você faz quando percebe alguma coisa óbvia. A atenção que você dá a cada palavra que eu falo. O seu jeito, só seu, de comer pão de queijo. A mania que você tem de sempre me abraçar quando eu estou em frente ao espelho. O eu te amo que você sempre me diz antes de dormir. A forma que você me abraça quando eu me deito depois de você na cama. O olhar que você me dá sempre que eu chego. Você, no sofá, dormindo enquanto me espera. A forma sexy que você se concentra enquanto lê. A sua mania de molhar primeiro os pés antes de entrar embaixo do chuveiro. O seu mau humor matinal. Eu amo ouvir a sua voz cantando no pé do meu ouvido, tão desafinada, amor. O jeito que você fecha os olhos quando toca sua música preferida. O fato de você ter uma música preferida diferente a cada semana. A seriedade que você tem com as coisas que você ama e gentileza que você usa o tempo todo com as pessoas que você ama. Os detalhes, todos eles eu amo! Os que você gosta de esconder, aqueles que só pertencem a mim. Tudo, eu amo tudo! E demorou tanto tempo pra eu te ter de volta e tudo que eu mais quero é te ter de todas as formas possíveis. E eu amo ser sua namorada, mas eu vou ainda mais poder ser sua esposa. Eu te amo, muito, muito, muito. Casa comigo?
Manuela tinha começado a chorar no primeiro eu te amo e não tinha parado mais. Ela achou que não tinha como ser mais feliz na vida, com Julia ao seu lado, a família bem, o afilhado e o sobrinho que eram a alegria de Manu, os amigos sempre do lado, mas ela estava errada. Aquele exato momento, aquela pergunta, aquele anel e principalmente aquela mulher que era o mundo inteiro de Manuela, aquilo era a felicidade completa. E era estranho, porque ela sabia desde o início, quando disse para Julia que queria uma vida ao lado dela, que era exatamente nessa direção que elas estavam indo, mas ouvi Julia dizer que queria ser sua esposa, imaginar ser esposa dela, era uma coisa que ela tinha acabado de descobrir, mas ela sabia que ia ser sua nova obsessão até virar realidade.
Só existia uma resposta possível, mas mesmo assim ela queria dizer em voz alta.
— Sim! É claro que eu caso.
Entre sorrisos e lágrimas as duas se beijaram, o anel foi colocado no seu devido lugar, de onde Manuela não pretendia que ele nunca mais fosse sair, e as duas celebraram aquele amor que nenhuma distância, mágoa, tristeza, dúvida ou solidão foi capaz de destruir. Um amor que tinha sido capaz não apenas de juntar as duas, mas de dar sentido uma para outra. E era esse mesmo amor que ia guiá-las nas novas fases da vida que viessem dali em diante.
Fim.
Fim do capítulo
Oi, gente linda e maravilhosa!
Eu podia ter vindo ontem ou hoje mais cedo, mas acho que eu fiquei enrolando um pouco porque eu não queria que acabasse. A Manu e a Julia estão comigo há muito tempo, muito tempo mesmo e vai ser difícil pra mim agora que elas finalmente concluíram o seu trajeto comigo.
Eu comecei a escrever essa história com o intuito de escrever algo que eu gostaria de ler, porque antes de mais nada eu sou uma leitora e por isso eu sei que as histórias, assim como as suas personagens, são vivas e não acabam quando a gente chega ao fim da leitura. Eu acredito que Manuela e Julia, assim como todas as outras personagens, vão seguir vivas em mim e em quem mais ler. Ainda assim, eu já estou com saudade.
Eu quero agradecer muito, muito mesmo, todo mundo que lê e comenta. Quando eu falo da gentileza de vocês é porque realmente é uma coisa mágica para quem escreve, saber que a sua escrita está no mundo e que as pessoas se conectam com ela e com você também junto, é uma das coisas mais legais do planeta. Todos os comentários sempre aqueceram demais o meu coração e os últimos, do capítulo anterior, são tão lindos que me faltam palavras. Então só me resta dizer: obrigada. Obrigada de verdade.
Eu não sei se eu estarei de volta com outras histórias aqui, mas essa jornada que começou tantos anos atrás com esse romance que tem o título inspirado na música do Cazuza, vai me acompanhar para sempre e eu nunca vou esquecer as trocas que ele me proporcionou e a importância gigante que ele tem na minha caminhada como escritora. Eu estou um pouco emocionada, mas de um jeito muito bom.
Obrigada. Obrigada. Obrigada. Um beijo gigantesco em todas vocês e eu volto se e quando eu voltar.
Beijo. ♥
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codinomeluz
Em: 09/03/2025
coisa linda de se ler, de acompanhar ???? parabéns pela história e dedicação! vou sentir falta dessas duas
beijo
kasvattaja Forty-Nine
Em: 15/08/2024
Olá, tudo bem?
Gostei da história.
Bem escrita, estruturada e coerente.
Porém, Kasvattaja acha que cada uma deveria seguir seu caminho, separadas. Sinto que houve mais erros do que acertos nas decisões das duas.
Mas, como leitora, ficarei somente nos meus 'achismos'.
Parabéns pela coragem de ter publicado sua história e espero que você tenha mais histórias para nos brindar.
É isso!
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gabi12
Em: 05/08/2024
Ameiii linda história, queria mais um capítulo com o casamento delas seria lindooo rsrs
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Muito obrigada!!! Olha, acho que vamos ter que imaginar esse casamento aí viu!? Mas pelo menos teve o pedido de casamento, já é alguma coisa kkkkkkkkk
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Marta Andrade dos Santos
Em: 03/08/2024
Parabéns, obrigada por compartilhar uma linda história.
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Muito obrigada, Marta. Aliás, muito obrigada por sempre comentar, isso ajuda demais. Beijo grande pra você. :)
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NúbiaM
Em: 03/08/2024
Ainda me lembrava desta parte onde a Ju havia perdido o bebê, o que não me impediu reler, estava torcendo pelas duas.
Como leitora mergulhamos na estória, os sentimentos das personagens nos transbordam, como no momento em que Manu se afasta e fez parecer "vingança", entre aspas, é claro! Rsrs
Foi vingança! Kkk
Mas a abordagem tua foi interessante, elas passaram por um novo caminho, um namoro, sem desencontros, um recomeço, o tempo provavelmente fortaleceu a relação até o pedido de casamento.
Linda estória! Grata!
Abr
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Obrigada! É sempre muito bom quando a gente recebe uma análise assim das personagens e dos caminhos que já escolhe pra escrever né!? Obrigada, mesmo. Abraço!
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Mmila
Em: 03/08/2024
Eu preciso dizer:
Sensacional a história.
#MAJULindas, finalpjuntas!
Parabéns novamente autora.
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Obrigada demais!!!! #Maju foi endgame aqui, mas eu confesso que sempre foi minha intenção ter elas juntas no final, mas pra ter história todo mundo tinha que sofrer um pouco hahahhaha Mmila, valeu mesmo por todos os comentários o tempo todo, fiquei feliz com todos. Beijo!
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Julika Sempre
Em: 03/08/2024
Parabéns
Me emocionei
Continue escrevendo. Você tem muito talento
Obrigada
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Poxa vida! Valeu, Julika! A gente escreve querendo causar emoções mesmo, é bom saber que deu certo. Obrigada pela gentileza. Abraço!
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LeticiaFed
Em: 02/08/2024
Querida "Liz"/Autora,
Estou ao mesmo tempo tão feliz de ver o encerramento dessa história que adorei la da primeira vez que foi postada e tão triste de saber que acabou. Coisa bem doida, não é? Mais tempo do que eu esperando e procurando pelo final da história desde "2000 e não sei quando" só nossas queridissimas Manu e Julia separando e tentando se acertar hahaha Desculpa a brincadeira ;)
Mas falando serio, adorei. Ficou emocionante e muito lindo este ultimo capitulo com o amadurecimento e reinicio de relacionamento da nossa dupla. Encerramento nota dez. Parabéns!
E, de novo, considere seriamente a possibilidade de voltar a escrever. Você tem talento, escreve de uma forma gostosa de ler, sabe transmitir emoções. Lembra das campanhas Volta, Liz!!! que fizemos na primeira versão quando você meio que sumia? Levou uns anos desta vez (não foste pra Inglaterra, né? Kkk) mas deu certo.
De qualquer forma, voltando ou não, obrigada por tudo, te desejo paz, saúde e felicidades. Grande beijo!
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Leticia! Menina, não esqueci do seu bolo hein!? Muito obrigada por toda a sua gentileza, de verdade! Agora e da primeira vez que eu escrevi, é sempre um incentivo gigante a gente receber os retornos de como quem lê está se sentido e ajuda demais.
Fico feliz que você tenha gostado do final que realmente demorou muito anos pra chegar pro mundo, mas escrever não é uma ciência exata né!? A gente vai fazendo como dá conta, o tanto que a vida deixa e eu compartilho com você esse sentimento de felicidade por chegar ao fim e tristeza por ter acabado. Acho que faz parte...
E, por fim, eu não fui pra Inglaterra kkkkkkkk Só foi a vida mesmo e eu sigo escrevendo aqui, sempre, todos os dias, mas um projeto como esse aqui leva tempo e exige uma organização também, vamos ver se a musa me inspira e se acontecer vai ser um prazer compartilhar por aqui.
Obrigada, obrigada, obrigada! Beijo gigantesco pra você!
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edjane04
Em: 02/08/2024
Oi autora!
Que história estupendamente linda!!
Comecei a ler quando já tinha mais de 40 capítulos, virei a noite lendo porque ela é viciante, não dá pra largar mão, rs
A forma que você escreve me cativou, tudo é sensível e belo, os suspenses do "o que vem aí?" são fenomenais e acompanhar o amor de Manu e Júlia é um presente.
E a história ainda terminou na minha cidade, rs
Volte, você é necessária!!
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
"Tudo é sensível e belo" ... Poxa vida!! Aqui você me quebrou demais, me emocionei um pouquinho aqui e o coração ficou feliz viu!? Que comentário lindo, nossa! Obrigada demais pela gentileza e eu fico muito satisfeita de saber que as palavras que eu escrevo chegaram aí em você desse jeito.
E... não conheço Ilhabela, viu!? Mas morro de vontade kkkkkkkkk Beijo gigante pra você! :)
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Sem cadastro
Em: 02/08/2024
Deixa eu fazer um relato,não era nem cadastrada aqui,eu comecei a ler esse história assim no início fresquinho teve várias pausas e mesmo assim eu voltava a ler confesso que não gosto rsrs teve uma vez que recordo falando sozinha arretada com uma pausa ah não vou ler mais não ... Porém voltei a lê amo o Lettera,sou apaixonada pelas histórias aqui exposta não sei explicar mais sinto as emoções das personagens, como se eu fizesse parte do ciclo de amizade delas.. Acho só quem gosta de literatura entende essa sensação..
Essa história foi uma das que me marcaram com uma profundidade não sei porquê ou é pelo simples fato de me atraí por coisas complexas.
Eu lembrava dessa questão do filho da Júlia,do refúgio que a Manuela encontrou nas drogas não quis fazer comentários antes aqui pra nao da spoiler.
Falei dessa história pra a pessoa que eu tinha um romance de dois anos ela não acompanhou mais entre um papo ou outro eu falava das personagens com o retorno da história fiquei pensativa se conseguiria lê sem sofrer duas vezes,por fim li sim... Essa pessoa morava na Bahia e eu Recife ela veio a falecer setembro e 2019 não sei muito bem o que houve...
Você autora fez várias indicações de músicas como título e eu só vim perceber no capítulo 48 Sete cidades, achava que não conhecia a música mais quem não conhece né na voz de Renato Russo ao ouvir a música entender a letra uma avalanche de emoções quis me tomar...
Agora chegamos no final da história MaJu, amei e com certeza as personagens ficam vivam em nossos corações.
Também tô emocionada não consigo colocar em palavras o que essa história me fez sentir e esse final lindo, estive tão ansiosa pra conclusão que só dormi na madrugada esperando,rs
Xeru! Até breve
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Oi, moça que eu não sei nome. Muito obrigada por compartilhar a sua jornada. Eu acho que a escrita tem esse poder de tocar a gente onde nada mais consegue e emocionar de uma forma que nenhuma outra coisa da conta, então eu entendo o que você quer dizer. A outra coisa que funciona muito pra mim assim é a música, razão de eu ouvir música o TEMPO INTEIRO e o Renato Russo já segurou minha mão mais vezes do que eu sou capaz de contar. Música e literatura são refúgios pra gente nas horas mais complexas, eu sinto muito que você tenha perdido alguém, nunca é justo e sempre dói. Sinta aí meu abraço.
Sobre a história eu fico feliz que você tenha gostado do final e, apesar da minha longa ausência, que você esteja aqui e tenha conseguido ler o final dessas duas persongens que eu amo tanto. #MAJUvaicasar
Um xeru é a forma de afeto falada/escrita mais linda de todas. Outro XERU pra você. :)
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patty-321
Em: 02/08/2024
Foi linda essa viagem, manu e Ju, inesquecíveis. O amor venceu. Erros, todos cometemos, segundas chances, nem sempre são possíveis. Amei a estória e sou grata por vc nos dar este final lindo. Valeu demais. Bjs de luz e muitas alegrias.
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Ei, Patty! Sempre aqui, sempre presente nos comentário, muito obrigada por isso! Que alegria que você gostou da história, da jornada das personagens, do final que eu escolhi. Isso tudo é bom demais. Um abraço gigantesco pra você! :)
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NovaAqui
Em: 02/08/2024
Parabéns pela bela história
Obrigada por voltar
Até o próximo romance
escrita_em_atos
Em: 06/08/2024
Autora da história
Ei, NovaAqui (também não sei seu nome, vamos com o que temos). Muito obrigada! Eu não queria ter sumido, mas já que sumi, que bom que voltei hahahah Eu espero escrever novos romances sim e quem sabe voltar aqui pra compartilhar. Beijo gigante, obrigada pela gentileza sempre. Abraço!
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