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Preciso Dizer Que Te Amo por escrita_em_atos

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Palavras: 5816
Acessos: 2284   |  Postado em: 01/08/2024

Possibilidade

 


— Bom dia, raio de sol!


No domingo, Manu acordou com Amanda gritando no seu ouvido depois de se jogar em cima dela na cama. A publicitária tinha voltado para casa no dia anterior já no início da noite, depois de aproveitar o dia com os amigos e o afilhado na casa de Silvia. O dia tinha sido ótimo, a surpresa tinha deixado todo mundo feliz e Manuela teria amado tudo, não fosse pelo breve encontro com Julia. Essa parte tinha tido as emoções particulares que só as duas conseguiam despertar uma na outra.

— Puta merd*, Amanda! Sai de cima de mim!

— Porque? Você é tão confortável! — Amanda falou rindo e pressionando ainda mais o seu peso sobre o corpo da amiga.

— Sai! O que você tá fazendo aqui? — Manu questionou mal humorada enquanto tentava sair de debaixo da médica.

— Eu vim tomar café da manhã com você. — Amanda explicou finalmente saindo de cima de Manu e se deitando ao lado dela na cama.

— Eu não me lembro de ter te convidado.

— Você não precisa, eu tenho a chave.

— Eu vou confiscar essa chave hoje mesmo, você não pode ficar usando ela para invadir a minha casa quando bem entender agora que eu voltei.

— Isso é uma grande injustiça da sua parte, quem foi que ficou aqui cuidando de tudo enquanto você estava fora?

— A Joana? Ei, não me empurra. — Manu protestou quando Amanda tentou empurrar ela com um dos pés.

 — Você é uma ingrata, pra quem você acha que ela ligou pra resolver o problema de infiltração aqui?

— Pra Isabela? Até onde eu sei foi ela quem resolveu o problema. — Manuela respondeu com um sorriso encarando o rosto da amiga.

— Bem, a Isabela é minha esposa, então: de nada!

— Você tem razão nesse ponto.

— Eu sempre tenho razão.

— Falando em sua esposa, cadê ela e o Samuca?

— A gente geralmente sai pra tomar café fora no domingo, quando eu estou de folga, depois a gente vai pra um parque ou alguma coisa assim, mas hoje eu deixei eles irem sozinhos e vim te ver.

— Você acabou de me ver ontem, não dava para você ter vindo na hora do almoço e me deixado dormir até mais tarde?

— Não, não dava. Eu senti falta de você, eu acho que esse é o período mais longo que a gente passou longe uma da outra desde o ensino médio? — Amanda questionou pensativa.

— Eu acho que é.

— Pois é e você aí fingindo que não sentiu minha falta.

— Eu nunca disse isso. — Manu argumentou com um sorriso.

As duas ficaram em silêncio por alguns momentos e Manuela considerou fechar os olhos e voltar a dormir, mas Amanda tinha outros planos.

— Eu estou feliz que você voltou, mas eu não estava esperando que você fosse voltar agora. — a médica disse com sinceridade.

— Como assim?

— Você parecia feliz lá, pelo telefone e eu fiquei pensando que você talvez não voltasse tão rápido.

— Você está reclamando que eu voltei quando disse que provavelmente voltaria, é isso? — Manuela perguntou sem malícia, apenas querendo entender o raciocínio da amiga naquele momento.

— Não, claro que não. Mas, primeiro você ia voltar com quatro meses, depois viraram seis e agora já eram quase sete, eu achei que você ia ir estendendo o prazo e ir ficando por lá mesmo.

— Meu irmão vai finalmente me dar um sobrinho ou sobrinha, Mandys, você e a Isa estão prestes a oficializar a adoção do Samuel. Eu não queria ficar longe e perder todas essas coisas boas, eu prefiro ficar perto da família, eu sempre preferi.

— Verdade. — Amanda concordou com um suspiro — O Marcos ter um filho é uma notícia boa demais, né?

— Sim! A gente ficou tão feliz, sabe? Ele e a Débora estão tão alegres com a gravidez e eu não quero participar disso pelo telefone, eu quero estar aqui pra viver tudo junto e eu confesso que também senti um pouquinho de falta de vocês.

Amanda gargalhou, era muito bom ter a melhor amiga de volta. Elas se falavam o tempo inteiro e Mandys sempre soube que Manuela não iria ficar longe para sempre, mas era estranho não ter a amiga por perto, sempre a uma ligação de distância.

— Como você está depois de ontem?

— Você quer saber como eu fiquei depois de encontrar a Julia?

— Sim, por favor. — Amanda sorriu, melhor do que ter a amiga de volta era conseguir sentir o quanto ela estava melhor do que quando tinha ido procurar a médica para explicar que estava de mudança.

— Eu sei que vocês todos ficaram felizes com o meu retorno, mas ela não ficou. Ela pareceu triste e incomodada, a nossa conversa foi rápida, mas eu não acho que ela esteja bem.

— O que o Pedro falou?

— Que ia ligar pra ela e ter certeza que ela estava bem, mas depois não me disse mais nada.

— E…? — Amanda insistiu.

— Eu não voltei pra passar pelas mesmas coisas de novo, Mandys. Ela tá aqui, eu estou aqui, a gente vai ter que descobrir como lidar.

— Ela tem evitado a gente praticamente esse tempo todo que você esteve fora, então eu não sei se vai ser tão simples, Manu.

— Eu não queria que ela ficasse isolada de todo mundo, eu disse isso pra ela.

— Mas o que você esperava? Eu sou sua melhor amiga, a gente se falava diariamente e eu entendo ela não querer se relacionar com a gente quando você tinha literalmente acabado de terminar seja lá o que vocês tinham.

Manuela concordou silenciosamente. Ela entendia, claro que entendi, mas ela não tinha se mudado para os Estados Unidos para fazer a Julia se isolar das pessoas, especialmente de Silvia e Pedro, que a publicitária sabia muito bem que iam ser fundamentais agora que a ruiva tinha finalmente cortado relações com a família paterna. Manu também não queria que Julia sofresse ou pelo menos não que ela sofresse mais do que já tinha sofrido com tudo aquilo. No fim das contas as escolhas de Manu tinham a ver com ficar bem, mas também dar a chance de que Julia também ficasse bem.

— Quais são seus planos agora? — Amanda mudou a rota da conversa.

— Eu preciso voltar pro escritório e tomar pé de como estão as coisas, é muito diferente quando você fica trabalhando fora como eu fiquei e eu tenho certeza que o Will vai ficar feliz em dividir o fardo de novo. Fora isso eu só quero viver a minha vida, ter minha rotina de volta, passar bastante tempo com meu afilhado. Essas coisas.

— Eu apoio todos os seus sonhos, minha amiga. Não vai ser diferente agora. — Amanda comentou com um sorriso — E sem querer insistir, mas já insistindo, o que você vai fazer sobre a Julia?

— Não repetir as mesmas coisas que aconteceram da primeira vez, quando ela voltou e isso é tudo que eu estou disposta a explicar no momento. — Manu concluiu também sorrindo.

— Tá certo, então: café da manhã? Eu prometi pro Samuel que a gente ia encontrar ele e a Isa pra almoçar mais tarde, melhor você ir tratando de sair dessa cama.

Manuela achava aquele um bom plano, era sempre bom passar tempo com o Samuel e ela tinha vários meses de saudade para matar dele e das amigas também. Amanda não tinha insistido em saber sobre os planos de Manu para lidar com Julia, pelo simples fato de que ela confiava que a amiga ia fazer a coisa certa. A publicitária tinha voltado diferente, na verdade ela tinha aparentado estar diferente ainda antes da volta e era uma mudança positiva aos olhos da médica.

Manu parecia muito mais tranquila e com a cabeça no lugar. O medo que tinha tomado conta da vida nela no mês que antecedeu a sua ida para os Estados Unidos, parecia ter desaparecido e aquilo era um bom sinal. Amanda sabia que Manuela era dedicada às suas decisões e uma das últimas coisas que ela tinha dito antes de embarcar era que estava indo para ficar melhor e parecia que ela tinha alcançado esse objetivo. E mesmo que isso significasse o fim definitivo do relacionamento entre ela e Julia, para Amanda estava tudo certo, as coisas eventualmente iam se ajeitar, o importante era elas estarem bem e uma Manu saudável era uma das melhores notícias que a médica podia ter na sua vida.

Pelo outro lado, Manu estava realmente confiante depois de ter finalmente chegado em casa, ter passado um tempo com a família em Minas e agora se preparar para retomar a frente do escritório, além de poder desfrutar da companhia dos amigos. Julia não era um assunto à parte para Manu, ela uma parte daquilo tudo. A publicitária não tinha ido embora com esperanças ou vontades para quando voltasse, não era sobre isso, mas mesmo antes de embarcar ela já tinha feito as pazes com o fato de que Julia sempre seria importante e isso não tinha mudado.

**

— Alô.

— Oi, Pedrito.

— Tem anos que ninguém me chama assim.

— Voltar para casa me deixou nostálgica, fazer o quê? — Manu sorriu ao telefone, ela tinha acabado de voltar para casa depois de passar o dia com o afilhado e as mães mais corujas que Manu já tinha visto na vida. Tinha sido mais um dia bom e ela estava tendo vários desses desde que tinha colocado os pés em solo brasileiro outra vez. Era bom estar em casa.

— Eu confesso que sua ausência foi duramente sentido por todos nós. — Pedro também sorriu. É claro que o rapaz estava preocupado com a prima e aquilo tudo não tinha ficado menos delicado para ele, mas Manuela tinha sido sempre uma amiga muito querida e ela tinha feito falta nos últimos meses.

— Que bom! Quando a gente vai embora, quer mais é que as pessoas chorem e morram de saudade da gente.

— Tô vendo que o seu tempo com os americanos te deixou meio egocêntrica, eu não sabia que essa doença deles era infecciosa assim.

Manuela gargalhou. Ela tinha sentido falta do senso de humor dos amigos.

— Do que você precisa? Ou você ligou só pra me ouvir dizer que senti saudade? — Pedro continuou depois que a risada dos dois terminou.

— Eu queria conversar com você sobre a sua prima. — Manu foi direto ao ponto, que era como ela sempre gostou de fazer.

— O que tem ela? — Pedro perguntou desconfiado.

— Você conseguiu falar com ela depois de ontem?

— Ela me disse que tá bem, mas não quis me ver pessoalmente ainda.

— E você aceitou?

— As coisas não estão exatamente fáceis com a Julia, Manu. Mas eu não acho que ela vá gostar que eu discuta isso com você.

— E eu jamais ia te pedir que fizesse isso. Eu conversei com ela rapidamente ontem, como eu te disse, e eu notei que as coisas estão delicadas. Eu quero ajudar.

— E o que faz você pensar que você pode ajudar? Sem ofensa, Manu, mas não foi justamente você que ajudou ela a ficar mal? — o rapaz realmente não queria ofender, mas era a verdade.

— Nós duas estávamos em uma situação complexa, Pedro. Eu fiz o que eu achei que era o melhor naquele momento, mas eu nunca quis que a Julia ficasse mal.

— Eu não duvido de você, Manu, de verdade, mas isso não muda que ela está mal e eu não acho que tem nada que você possa fazer pra melhorar a situação.

— Mas eu posso pelo menos tentar?

— Você está me pedindo autorização?

— Não. Eu estou te pedindo a sua opinião, eu quero saber o que você acha. — Manuela falou com sinceridade, ela achava que Pedro era quem ia saber melhor se existia alguma coisa que ela pudesse fazer naquele momento. Talvez Tati estivesse servindo de ombro amigo de Julia naquele momento, mas a publicitária duvidava que a ruiva iria cortar o primo da sua vida de uma forma que impedisse ele de saber sobre ela.

— O que você está pensando em fazer?

— Eu quero falar com ela, procurar ela pra conversar. Ontem ela foi pega de surpresa, mas agora ela já sabe que eu voltei, talvez a conversa seja melhor.

— Você se lembra o quão resistente você foi em falar com a Julia logo que ela voltou?

— Sim, mas eu também me lembro o quão insistente ela foi. — Manu contra argumentou.

— E como isso funcionou pra você?

— Acredite ou não, uma vez ela me disse que era disso que eu precisava e mesmo não gostando na época, eu admito que ela tinha razão.

— Parece que você já tomou uma decisão então, Manu.

— Eu ainda gostaria de ouvir a sua opinião, Pedro.

Pedro pensou um pouco antes de falar, ele não sabia quais eram as intenções de Manu, mas ele tinha certeza que não era nada de ruim. Ele mesmo já não sabia o que fazer para ajudar Julia e estava com medo de como a ruiva ia lidar com a volta de Manu, talvez era melhor deixar Manuela tentar lidar com aquela situação, as duas sempre tinham conseguido se entender de um jeito que era só delas.

— Ela tá machucada, Manu e triste de um jeito que eu nunca tinha visto. Eu realmente não sei se você vai conseguir ajudar de alguma forma, mas vocês duas sempre se conheceram de uma forma particular e se você acha que essa é uma boa ideia, eu te apoio.

— Obrigada, Pedro. Eu não liguei pra te pedir permissão, mas é muito bom ter o seu suporte.

— É, vamos ver se você vai se sentir assim depois de ir falar com ela. Boa sorte é o que você precisa.

Manuela sorriu, ela estava disposta a assumir o risco naquele caso. Os dois se falaram por mais alguns minutos antes de encerrar a ligação e a publicitária imaginou que aquele era um bom momento quanto qualquer outra para tentar começar a resolver aquela situação. Com isso em mente ela tomou um banho, trocou de roupa e saiu de casa mais uma vez, agora com o apartamento de Julia como seu destino.

**

Julia estava bem, ela estava ótima e ela não queria pensar em nenhuma outra alternativa para estar. A ruiva tinha dirigido durante um bom tempo no dia anterior depois de sair da casa da tia e quando finalmente voltou para casa tinha tomado a decisão de seguir lidando com as coisas como ela tinha feito até ali. Se ela conseguia evitar os amigos de Manuela, também ia conseguir evitar ela, era uma questão de manter a sua própria rotina e não dar chances para o azar. O problema era quando o azar resolvia vir encontrar ela em casa.

Pedro tinha ligado para ela no dia anterior e os dois já tinham se falado naquele dia também. O primo, como era de se esperar, ficou preocupado e era óbvio que Manuela tinha explicado para ele que as duas tinham se encontrado e conversado. Julia não quis se encontrar com ele pessoalmente, apesar da insistência dele, mas ela não queria conversar sobre aquilo e na verdade ela não tinha muito o que dizer. Manuela podia até ter voltado, mas isso não mudava nada na realidade delas e a ruiva sabia disso. Talvez pela primeira vez na vida, Julia não sabia dizer se tinha ficado feliz de ver Manuela, com tudo que ela estava sentindo era difícil definir se alguma coisa era positiva e isso devia ser um sinal de que não tinha nada de bom para tirar dali.

Julia também não quis ouvir o que Pedro tinha a dizer sobre Manu ou que ela tinha contado sobre a sua volta e o período que ficou fora. O rapaz até havia tentado argumentar, mas Julia estava decidida a seguir respeitando o desejo de Manuela e se manter longe, que era a palavra que a publicitária tinha escolhido usar. Era irônico que justamente quando a ruiva começa a pensar que estava melhorando, Manu se materializava na sua frente como um fantasma para atormentar as resoluções que Julia estava se esforçando tanto para seguir.

Julia estava pensando sobre essas coisas quando o interfone tocou, ela tinha passado o dia em casa jogada no sofá tentando processar os próprios sentimentos e não estava pronta para receber ninguém. E o pior era que não podia ser Pedro, que sempre subia direto para o apartamento. No segundo toque do interfone ela decidiu atender, uma distração podia ser até uma boa ideia.

— Oi?

— Será que eu posso subir?

Naturalmente não era essa a distração que Julia estava esperando encontrar.

— Manuela?

— Eu mesma, eu queria conversar com você. Eu posso subir?

— Porque? — Julia perguntou um pouco duvidosa, a última vez que Manuela tinha aparecido de surpresa no seu apartamento não tinha sido nada positiva, embora não fosse totalmente de surpresa no dia que ela soube da grávidez de Julia, talvez a primeira vez que ela esteve no apartamento da ruiva sem avisar tenha tido suas partes positivas, mas ela estava tentando evitar se lembrar desse tipo de momento entre ela e Manu.

— Por várias razões que eu preferia não te explicar pelo interfone. Por favor, deixa eu subir?

Julia encarou o interfone, depois a roupa que estava usando, depois pensou que aquela era uma péssima ideia em todos os níveis possíveis, mas no fim parecia sempre impossível resistir e ela liberou a entrada de Manu. A ruiva teve o tempo que demorou para Manuela entrar, passar pela portaria, pegar o elevador e subir até o seu andar para tentar melhorar a sua aparência, então ela correu até o quarto para colocar uma calça e uma blusa limpas além de prender o cabelo em um coque e recorrer aos óculos de grau para tentar disfarçar o seu rosto. Não estava ótimo, mas ia ter que servir.

Manuela, por outro lado, seguia existindo em uma calma que parecia ter virado o seu novo normal desde a volta ao país. Ela tocou a campainha do apartamento e esperou tranquilamente até Julia finalmente abrir a porta. A ruiva parecia o oposto de como Manuela estava se sentindo, mas a publicitária nunca ia poder negar o quanto estar diante de Julia mexia com os seus sentimentos.

— Obrigada por me deixar subir.

— Porque você está aqui? — Julia perguntou sem deixar Manu entrar.

— Eu te disse, eu quero conversar com você.

— Porque?

— Você me deixou subir, mas não vai me deixar entrar?

As duas se encararam, Manuela tentando sondar o que viria a seguir e Julia tentando calcular o que estava acontecendo de verdade. Ela sabia que não tinha alucinado todos esses meses de distância entre elas e era sempre importante lembrar que esse afastamento tinha partido de uma decisão de Manuela. Era no mínimo estranho ela estar ali agora, querendo conversar como se nada tivesse acontecido.

— Eu estou tentando entender o que você está fazendo aqui.

— Tem certeza que você nem imagina o motivo? Porque eu acho que você sabe.

— A única coisa que eu sei é que você aparecer aqui está me deixando bastante confusa, considerando o que você me pediu na nossa última conversa antes de você viajar.

— Eu sei, mas eu realmente consigo organizar melhor meus argumentos quando não estou parada de pé no meio do corredor do seu andar.

— Tudo bem! — Julia falou abrindo mais a porta e indicando a sala para Manu com uma das mãos enquanto a outra ainda segurava a porta — Entra, diz o que você veio aqui para dizer.

— Obrigada. — Manu falou antes de entrar e caminhar até um dos sofás, mas ela não se sentou, continuou de pé esperando enquanto Julia fechava a porta e se virava para encarar Manu, a ruiva cruzou os braços e também se manteve de pé.

— Eu estou vendo que você está brava…

— E eu estou vendo que você está aqui, mas eu continuo sem entender o porquê disso. — Julia interrompeu a publicitária com impaciência na voz.

— É assim tão difícil de acreditar que eu quero conversar com você?

— Sobre o quê?

— Isso, — Manu fez um gesto apontando entre as duas — nós.

— Por favor, Manu, me dá um desconto. Que nós?

— O que eu quis dizer é… essa situação entre eu e você. Eu não vim aqui pra te irritar, eu fiquei preocupada depois de ontem e queria conversar pra gente tentar melhorar as coisas.

— Bom, eu vou facilitar pra você, não tem nada para melhorar, do mesmo jeito que não tem nenhum nós. E você pode ficar tranquila com relação a mim, eu vou sobreviver como eu tenho feito nos últimos meses.

Manuela percebeu que a conversa estava caminhando para uma direção que ela não queria que fosse. Ela realmente não tinha ido até ali para piorar as coisas, ainda que Julia achasse difícil de entender, a publicitária só queria melhorar tudo para as duas, visto que elas já sabiam que iam ter que conviver uma com a outra.

— Eu me lembro da raiva que eu senti também, quando você voltou da Europa. — Manu comentou pensativa.

— E eu me lembro de você dizer que não teria ido embora, se estivesse no meu lugar e ainda assim aqui estamos nós.

Era uma acusação e Manuela entendia porque Julia achava que ela merecia ser acusada daquela forma, tinha um pouco de verdade naquilo, mas também era fato que as duas coisas não eram as mesmas. A saída de Julia da relação das duas tinha sido feita de uma forma muito diferente daquela que Manuela tinha escolhido fazer e isso a ruiva não poderia negar nunca.

— Então é isso que você acha que eu fiz, me vinguei pagando na mesma moeda?

— Eu não acho nada, eu sei é que você me pediu pra ficar longe e é exatamente isso que eu tenho feito, então me desculpa se eu não estou entendendo você vir me procurar.

— Você sabia que eu ia voltar, Julia, eu te disse isso antes de ir. Que eu ia ficar fora por uns meses, mas que eu ia voltar.

— Caramba, Manuela. — Julia falou exasperada tirando os óculos e esfregando o rosto com uma das mãos — O que você quer?

— Eu quero te ajudar, do mesmo jeito que você me ajudou.

— O quê?

— Quando você voltou, eu sei que eu reagi mal e você me ajudou a… sei lá, superar aquela fase inicial.

— Você não pode me pedir pra ficar longe e depois voltar querendo me ajudar a superar a situação que você mesmo criou. Não faz o menor sentido.

— O que você faria no meu lugar?

— Essa não é uma pergunta justa.

— Você tem razão, porque você já esteve no meu lugar, não do mesmo jeito, mas de forma parecida.

Julia respirou fundo e se jogou no sofá recolocando os óculos de grau no rosto.

— Porque tudo precisa ser sempre tão complicado entre eu e você? — a ruiva perguntou cansada e infeliz.

— Eu não acho que elas precisam ser, Ju, pelo menos não mais. — Manu respondeu também se sentando.

As duas ainda estavam em lados opostos da sala, mas Manuela estava sentindo que o clima da conversa começava a ficar mais administrável e aquilo era uma boa notícia. Nos meses que passou fora, não é como se Manu tivesse se esquecido de Julia, muito pelo contrário, ela lembrava da ruiva o tempo todo e Amanda tinha tido o cuidado de sempre contar o que ela sabia sobre como Julia estava quando a publicitária criava coragem o suficiente para perguntar.

Manuela não tinha mentido quando disse que não esperava que Julia ficasse no Brasil esperando pela volta dela, a ruiva tinha todo direito de seguir sua vida como achasse melhor e Manu tinha obrigação de aceitar o risco que aquele afastamento poderia significar. Mas, pedir para Julia ficar longe não era a única coisa que Manuela tinha feito naquela última conversa, ela também tinha admitido o quanto sabia que as duas eram inevitáveis uma para outra e ela seguia tendo consciência disso.

— O que você quer dizer com isso? — Julia perguntou encarando o rosto de Manu.

— Eu não fui embora para me vingar e colocar a gente empatadas, mas se servir pra te deixar em uma posição mais confortável, eu estou bem com isso. Você foi embora, eu fui embora e agora a gente está de volta no mesmo lugar. Zero a zero e tudo certo.

— Tudo certo?

— Sei lá, Ju, mas nesses últimos meses você não sentiu como se um peso tivesse saído das suas costas? Porque eu senti, de verdade. Eu vivi tantos anos na dúvida, sem saber os seus motivos ou os do Mateus e muito menos tudo que tinha acontecido com vocês, por mais difícil que tenha sido saber, não sobrar mais espaço para especular foi realmente bom pra mim. E eu sei que você está com raiva agora, eu respeito isso, mas eu acho que agora as coisas podem ser fáceis pela primeira vez em muito tempo.

— Mesmo com raiva eu consigo admitir que é bom que você esteja melhor com tudo que eu te fiz passar no passado. — Julia concedeu depois de alguns instantes de silêncio.

— Bom, agora o que eu preciso fazer para deixar você melhor com o que eu fiz?

— Não é assim tão simples, Manu.

— Porque?

— Eu não sei, você me diz.

— Eu não acho que tem que ser tão complicado, isso foi justamente o que eu vim aqui te dizer hoje. Eu estou disponível se você quiser conversar ou qualquer outra coisa que você ache que vai funcionar pra gente resolver essa tensão entre nós. Eu senti ontem e eu conheço bem esse sentimento porque eu vivi com ele por anos, mas eu não quero mais isso, da mesma forma que eu não quero voltar a viver remoendo coisas que aconteceram no passado.

— Desculpa insistir, mas foi você que saiu daqui dizendo que queria que a gente ficasse afastadas.

— E agora eu voltei e estou dizendo que eu encontrei o que eu fui atrás, que era voltar a ter controle das minhas emoções e tentar fazer as pazes com tudo que aconteceu, especialmente as coisas que não são minha responsabilidade, mas que me afetaram mesmo assim e seguir em frente, Julia. Passado no passado e vida que segue. Era isso que eu queria o tempo todo.

— Mas não comigo por perto, Manu.

— Só porque você não consegue sarar um machucado se ficar cutucando ele o tempo inteiro. Não é como se eu tivesse ido pra lá e vivido os dias mais felizes da minha vida, longe disso, mas eu precisava de tempo e eu não queria ser injusta com você ficando aqui só pra te machucar ainda mais. E você não pode me dizer que você não estava machucada, Ju, porque eu sei que você estava.

— Talvez você tenha razão. E eu nunca disse que eu não entendia a sua decisão, mas entender e aceitar são duas coisas muito diferentes. — Julia falou com tristeza.

— E eu sinto muito por isso, mas não por ter ido embora. Eu não acho que teria dado certo se eu tivesse ficado.

As duas se olharam nos olhos e Julia entendeu qual era a coisa diferente que ela tinha notado em Manu no dia anterior e não tinha sabido o que era. Desde a sua volta para a vida da publicitária, Julia colecionava sensações que ela vivia comparando entre o namoro delas da primeira vez e aquelas do reencontro depois de todos os anos separadas. Manu tinha olhado para a ruiva de várias formas que se assemelhavam às do passado, com paixão, ternura, dúvida e tantos outros sentimentos, mas tudo sempre tinha um tom diferente e Julia tinha achado que tinha a ver com o tempo que tinha passado, mas agora ela finalmente tinha entendido. Ali, naquele momento, era a primeira vez em muitos anos que Manuela olhava os olhos de Julia sem mágoa e a arquiteta sentiu um alívio inexplicável naquele momento.

Aquele alívio tinha a ver com o maior medo da arquiteta durante todos aqueles meses, que Manuela fosse voltar para dizer que não importava o tempo que ela tinha passado longe ou o tanto que ela tinha tentado superar tudo, ela não seria capaz de perdoar Julia e talvez se ela conseguia olhar Julia agora sem mágoas nos olhos, talvez, o afastamento tenha valido a pena no final das contas. Era cedo para dizer, mas depois de meses convivendo com aquele sentimento de apreensão, Julia estava pronta para se apegar a qualquer quantidade de esperança.

— As coisas foram sempre tão complicadas entre nós que parece que é impossível a gente simplesmente escolher descomplicar elas agora.

— Elas não foram sempre complicadas, se você parar pra pensar. Elas ficaram complicadas depois de um tempo, mas não no começo se a gente desconsiderar que eu tive que praticamente te roubar do seu namorado Felipe. — Manu comentou com um sorriso.

— Você sabe muito bem o que eu estou dizendo e eu não sei se você relembrar o fato de que eu estava comprometida quando a gente se conheceu serve pra ajudar seu argumento de que as coisas foram simples no começo.

— Mas elas foram, não foram? A gente se apaixonou, resolveu o que tinha de resolver e ficamos juntas. Do jeito que eu me lembro, elas foram bastante simples.

— E por isso você acha que elas podem ser simples agora?

— Eu acho que elas podem ser se a gente quiser que sejam.

— E eu acho que essa sua versão relaxada, tranquila e vamos conversar sobre o passado é bastante assustadora.

Manuela riu e Julia também esboçou um pequeno sorriso, não era elas gargalhando juntas como velhas amigas, mas era algum avanço.

— Eu achei que você ia ficar feliz que eu estou conseguindo realmente superar o passado. — a publicitária falou por fim.

— E eu estou, de verdade. Isso não significa que não seja estranho de ver.

— Você vai se acostumar.

Julia concordou com a cabeça e notou que apesar do medo inicial a conversa entre as duas não tinha sido assim tão complicada. As duas não tinham exatamente falado sobre o fato de que quando Manu foi embora elas estavam praticamente em um namoro sério outra vez, mas elas tinham conseguido conversar e a raiva inicial de Julia já estava dando lugar a uma certa tranquilidade por saber que Manuela estava bem.

— Escuta, se você veio aqui hoje para me dizer que eu não preciso sumir porque você voltou, eu entendi o recado. Você quer que as coisas sejam simples, a gente pode tentar. Isso não significa que eu vou acertar tudo de primeira, mas eu vou tentar fazer a minha parte e lidar com os meus sentimentos, a gente vai vendo onde isso vai dar.

— Eu estou ciente de que a gente sempre vai ter essa bagagem, Ju, mas talvez ao invés de carregar ela pra todo lado a gente pode deixar ela em um canto e só visitar quando for realmente necessário. Eu ainda tenho que lidar com os meus sentimentos também, mas ao contrário de quando eu fui embora, tá bem mais fácil focar nos positivos agora e deixar os outros de lado.

— Talvez você devesse me ensinar a sua tática secreta.

— Não sei, eu sinto que esse segredo é pra ser dividido com as pessoas mais próximas, meus amigos, a família.

— Eu nunca ia conseguir ser sua amiga e a gente não é família, então lá se vai esse plano.

Manuela sorriu mais uma vez, era bom ver Julia relaxando e conversando sem a raiva do começo ou a tristeza do dia anterior. Fazia ela ter a sensação de que elas tinham uma folha em branco para escrever uma nova fase da história delas, não aquele monte de rabiscos e coisas confusas que elas tinham tido que lidar durante tantos anos. Talvez a esperança estava surgindo para as duas.

— Como assim você nunca ia conseguir ser minha amiga? Eu sou uma amiga excelente, fique você sabendo.

— Você realmente não sabe porque eu não posso ser sua amiga ou você está só jogando um verde pra cima de mim?

E isso era o motivo delas serem sempre tão fatalmente destinadas uma à outra. Existiam tantas cicatrizes que uma tinha causado na outra e tantas dores e sofrimento, mas mesmo assim elas não precisavam de mais que alguns momentos juntas para começarem a melhorar. Juntas ou pelo menos com a esperança de poderem estar juntas, elas conseguiam respirar com mais tranquilidade e encarar o futuro com muito mais coragem.

O amor, o verdadeiro amor, tem essa capacidade de permitir que você seja mais você estando junto do outro do que estando sozinho consigo mesmo. Ele te liberta das necessidades de tentar e te coloca na certeza de ser. Ele te entrega o mapa, o segredo, a chave mágica para lidar com qualquer situação que surja no seu caminho, por mais adversa que seja e por mais impossível que pareça, com amor tudo é realizável, é provável, é passível de ser conquistado e capaz de se tornar realidade.

Manuela e Julia tinham se conhecido, se entregado, se pertencido e depois se perdido uma da outra. Mas o tempo e a distância não tinha sido capazes de extinguir aquele sentimento que de tão grande, tinha a capacidade de causar grandes dores e também de permitir que eles estivessem ali, se reconhecendo e descobrindo estarem prontas para se redescobrir e se entregar e se pertencer de novo, na esperança que dessa vez elas não se perdessem em nada mais que não fosse uma na outra. Porque o amor também é esperança, na verdade é esperançar, é sonhar com o melhor fazendo o seu melhor e elas estavam dispostas.

— Se você não pode ser minha amiga, o que significa que por consequência eu também não posso ser sua amiga, eu acredito que a gente vai ter que descobrir o que mais a gente pode ser uma da outra, você não acha?

 

Em toda pergunta mora a possibilidade e isso era tudo que elas precisavam.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oiiii!! Mais um, menos um! Gente, essa é a penúltima postagem. Quando eu voltar amanhã (ou hoje, porque acabei de ver que já é quase 1 da madrugada) vai ser pra oficialmente concluir essa história.

 

Eu tive um dia super corrido, mas consegui ler os comentários e agradeço muito mesmo por eles e pelas leituras. Eu vou escrever mais agradecendo amanhã, mas vocês realmente me fazem muito feliz sendo tão gentis com a minha escrita.

 

Esse capítulo tem um título que já diz tudo, possibiliade é talvez o que Manu e Julia sempre precisaram e agora ela está aqui. Eu espero que vocês gostem.

 

É isso gente, beijo no coração e até o próximo e último encontro entre nós e essas complicadas personagens Manuela e Julia.

 

Abraço grandão! ♥


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Comentários para 50 - Possibilidade:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 03/08/2024

Vamos as possibilidades.

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patty-321
patty-321

Em: 02/08/2024

Ah já tô sofrendo por antecipação, queria tanto ver o fim dessa estória e agora que vai chegar, já sinto falta dessas duas e todo o carrossel de emoçoes que trouxeram. Agora elas podem de reconquistar. Se reconhecendo. Recomeços, possibilidades. 

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Brescia
Brescia

Em: 01/08/2024

.     Querida autora.

Acho que já posso dizer que foi emocionante, perturbadora, irracional, alegre, triste, mas realmente verdadeira e isso é o mais importante, vc não só tirou dos personagens, mas de nós, as emoções sentidas, sofridas e bem vindas como deve ser, uma escritora de verdade faz com que o seu público participe, interaja e finalmente ame o que foi escrito. Obrigada por tudo que conseguiu tirar de mim, pois foi gratificante fazer parte dessa aventura e que venham mais.

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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 01/08/2024

Ah, puxa vida, finalmente essas duas vão conseguir superar o passado e se redescobrirem! Uma esperança pelo menos para o ultimo (snif!) capítulo (snif, snif!)... 

Momento muito lindo, agora vamos torcendo pelo final feliz desse grande amor. E só acho que dando tudo certo elas, especialmente a Julinha, merecem um filho juntas, né?

Preparando o bolo de chocolate pra dona Liz (sorry, continuas como Liz ate o final dessa historia haha). Até mais! 

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edjane04
edjane04

Em: 01/08/2024

Que capítulo lindo! Esse trecho me emocionou:

"O amor, o verdadeiro amor, tem essa capacidade de permitir que você seja mais você estando junto do outro do que estando sozinho consigo mesmo. Ele te liberta das necessidades de tentar e te coloca na certeza de ser. Ele te entrega o mapa, o segredo, a chave mágica para lidar com qualquer situação que surja no seu caminho, por mais adversa que seja e por mais impossível que pareça, com amor tudo é realizável, é provável, é passível de ser conquistado e capaz de se tornar realidade."

 

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