XO
Manuela tinha acabado de chegar em casa, o dia no escritório não tinha sido nada fácil. Muitas reuniões, várias decisões para serem tomadas e a morena estava tendo que lidar com tudo sem muita ajuda de Willian, o rapaz estava atolado de coisas do casamento para resolver. Manu não reclamava, só de ver o quanto os amigos estavam felizes ela já ficava satisfeita de fazer a sua parte. Will inclusive tinha convidado a publicitária para jantar na casa da Silvia na noite passada, ele disse que queria agradecer a ajuda que a amiga estava dando e que ainda iria dar, mas Manuela já tinha combinado de jantar com Taís. Jantar esse que tinha sido providencial, visto que Julia também estaria na casa de Silvia e Manu não tinha a mínima ideia de como seria estar junto com a ruiva em uma saída social como essa na presença de outras pessoas. A morena estava remoendo as palavras de Amanda pela milésima vez e ficando mais uma vez irritada com a capacidade que a amiga tinha de dizer exatamente o que Manuela sabia, mas não queria admitir.
Ela e Julia tinham conversado rapidamente no dia anterior e naquele dia não tinha sido diferente. Manu notou, quando a ruiva falou com ela ao telefone no horário do almoço, que alguma coisa não parecia exatamente bem. A publicitária chegou a perguntar para Julia se a mãe dela tinha tentado mais algum contato, mas a arquiteta disse que não e falou que as duas conversavam sobre o assunto pessoalmente. Tinha sido incrível como Julia tinha soado como a namorada de anos atrás, Julia tinha um tom de voz para quando Manu fazia alguma coisa que ela não gostava e a morena ficou com a impressão de ter ouvido o mesmo tom naquela ligação de mais cedo. Por fim, Manu acabou rechaçando a ideia, devia ser coisa da sua cabeça. Afinal, ela não tinha feito nada, pelo menos não conscientemente. Ignorando o habitual, Manu não tomou banho assim que chegou em casa, naquela noite ela preferiu procurar alguma coisa para comer. Ela tinha passado uma tarde tão cheia de trabalho que ainda estava só com o almoço. Ela estava se servindo de um pedaço de bolo de chocolate que Joana tinha deixado, quando a campainha tocou.
Julia não retribuiu ao sorriso que Manu lhe deu ao abrir a porta. A morena ainda segurava o garfo que estava usando para comer o bolo e a ruiva imaginou que ela devia ter acabado de chegar em casa porque ainda estava vestida com as roupas sociais que costumava usar para trabalhar.
— Oi. — Manu falou desfazendo o sorriso.
— Oi. — Julia falou entrando no apartamento.
Manuela ficou parada na porta esperando por um cumprimento mais caloroso que não veio quando Julia passou por ela. Franzindo o cenho sem entender qual era o problema, Manu fechou a porta e se virou para Julia, que estava parada no meio da sala.
— Eu estava comendo um pedaço de bolo. Me acompanha? — Manu falou indo em direção a cozinha.
Julia seguiu Manuela sem falar nada. A ruiva estava tentando encontrar uma maneira de perguntar sobre Taís sem deixar toda a raiva que estava sentindo tomar conta de si. Aparentemente Manuela não fazia a mínima ideia do que estava acontecendo, o que só deixava a ruiva ainda mais inquieta com aquela sensação de ciúme tão inesperada.
— Come comigo? — Manu falou indicando para Julia o prato onde o pedaço do bolo estava.
— Não. Obrigada. — a ruiva falou se sentando em uma das cadeiras da mesa da cozinha.
— Aconteceu alguma coisa? — Manu perguntou também se sentando.
— Nada. — Julia falou observando a morena comer.
— Tem certeza?
— Absoluta. — Julia respondeu e sustentou o olhar analítico que Manuela lançava sobre ela — Como foi o seu jantar ontem? — ela disse observando a reação de Manu à pergunta.
Manuela foi pega de surpresa por aquela pergunta e avaliou a situação antes de responder. Tinha alguma coisa ali que ela ainda não tinha compreendido.
— Foi ótimo. Porque a pergunta? — Manu falou com calma.
— Curiosidade. — Julia foi econômica.
— E seu jantar, como foi? — Manu falou voltando a se concentrar no bolo e tentando fazer sentido daquela conversa.
— Excelente. Quem é Taís? — Julia foi direto ao ponto.
Manu parou a garfada no ar. Como Julia sabia que ela tinha ido jantar com Taís e porque ela estava questionando sobre o assunto com aquele tom acusador?
— Como? — Manu tentou avaliar um pouco mais a situação.
— Quem é Taís? — Julia insistiu.
— Como você sabe da Taís? — Manu falou incrédula do ridículo daquela situação.
— Quem é ela?
— Foi o Willian quem falou sobre ela? O que ele te disse? — Ele era única alternativa, considerando que os dois haviam jantando juntos na noite anterior na casa de Silvia e Manu tinha comentado com o amigo sobre o encontro com Taís.
— O Will não tem nada a ver com isso. — Julia falou irritada.
— Porque você tá tão brava assim?
— Eu não estou brava, simplesmente te fiz uma pergunta. Você pode não responder se quiser. — Julia falou entre dentes.
Manuela ficou surpresa com o ataque. Seria possível que Julia estava com ciúmes de uma pessoa que ela nem mesmo conhecia? Manu não tinha a mínima ideia de como lidar com aquilo tudo, era tudo tão estranho.
— Quer saber? Esquece, eu não devia ter vindo aqui hoje. — Julia falou se levantando repentinamente e saindo da cozinha.
Manuela ficou alguns segundos paralisada de surpresa e depois saiu da cozinha atrás de Julia, que já estava na sala. A ruiva pegou a bolsa decidida a ir para casa, era melhor esfriar a cabeça e depois conversar com Manuela.
— Espera, Julia! Vamos conversar, por favor. — Manu falou parando entre Julia e a porta, no meio da sala.
— É melhor eu ir pra casa, a gente conversa depois. — Julia falou sem olhar no rosto de Manu.
— Como assim? Calma! Vamos conversar, tá legal!? Você não precisa ir embora assim e eu queria entender o que está acontecendo. — Manu argumentou.
Julia chegou a abrir a boca para responder, mas o celular de Manuela começou a tocar e a ruiva apensa largou a bolsa sobre o sofá e cruzou os braços. Manu entendeu que Julia não estava indo embora e que ela podia atender o telefone. Quando foi até a mesinha de centro para pegar o celular, deu um riso nervoso ao ler o nome no visor. Só podia ser brincadeira.
— Oi, Taís. Tudo bem? — Manu atendeu ficando de costas para onde Julia estava. A ruiva sentiu uma raiva imediata ao ouvir o nome da outra mulher. Era tão irracional e ela não fazia ideia de como explicar aquela situação nem mesmo para si mesma.
— Eu sei disso, mas não tem como eu resolver isso em um dia. Eu vou precisar de mais um tempo. — Manuela falou querendo encerrar a ligação o mais rápido possível.
Julia estava totalmente inquieta encarando a nuca da morena. Era inacreditável o timing daquela ligação, não era possível. Julia não conseguia ouvir o que Taís estava falando, mas as falas de Manu estavam sendo o suficiente para acabar com o restinho de paciência que ela tinha e o pior ainda estava por vir.
— Eu já marquei uma reunião amanhã cedo. A gente pode almoçar junto e eu passo as novidades pra você. — Manu falou ainda evitando olhar para a ruiva atrás de si.
Julia, que já não estava nada satisfeita, sentiu o sangue ferver com a próxima fala de Manu.
— A gente pode ir no seu restaurante preferido, meu bem. Fica tranquila, tudo vai... — antes que Manu pudesse terminar a frase ela sentiu alguma coisa acertar a sua cabeça. Olhando para o chão ela percebeu que era o casaco de Julia e se virou imediatamente para o ver o que estava acontecendo.
Julia estava muito séria, totalmente concentrada em conseguir toda a atenção de Manuela para si. Se a ruiva não estivesse tão cega pelo ciúme, teria percebido que em nenhum momento Manuela foi carinhosa com Taís, na verdade até mesmo o ‘meu bem’ usado pela publicitária vinha acompanhando de uma certa ironia. Manu e Taís estavam às voltas com um favor que a empresária tinha pedido a amiga sobre um problema com a última campanha da empresa que a mulher comandava. Como de costume, Taís queria tudo resolvido rapidamente, mas Manuela não era capaz de fazer milagres. As duas já estavam acostumadas a trabalhar juntas e a lidar com qualquer tipo de situação, nada abalava a amizade delas e o tratamento usual que a intimidade lhes permitia.
Manuela precisou fechar os olhos e abrir de novo para ter certeza que não estava vendo coisas. Julia estava realmente tirando a roupa na frente dela e com um olhar nada satisfeito que fez Manuela sentir uma umidade instantânea entre as pernas. Julia desabotoava a blusa com uma lentidão ameaçadora e Manu se esqueceu totalmente de qualquer outra coisa que não fosse a mulher à sua frente. Ela ainda conseguia ouvir a voz distante de Taís falando alguma coisa, mas ver Julia se livrar da blusa e com a mesma precisão fazer a saia descer pelas suas pernas, era muito mais importante que qualquer outra coisa no mundo. Julia, por outro lado, sabia muito bem o efeito que queria causar e ver o olhar quase suplicante que já estava no rosto de Manuela era a melhor resposta que ela poderia ter.
Julia se aproximou lentamente de Manuela. A morena sentiu o coração acelerar e teve impulsos nada inocentes que envolviam, em suma, devorar Julia de todas as formas possíveis. A ruiva ficou extremamente satisfeita com o olhar que recebeu de Manu, era exatamente assim que ela queria a sua mulher, completamente louca de desejo. Quando a ruiva empurrou Manu para uma das poltronas da sala, a morena não ousou resistir. Aliás, a palavra resistir era o ato mais impossível que Manu poderia imaginar naquele momento. Julia já era naturalmente irresistível, mas quando ela decidia colocar a sua sexualidade para fora era humanamente impossível não ficar alucinada de desejo por ela. Julia pegou o celular da mão da morena, encerrou a ligação e se livrou dele. Em seguida colocou os braços de Manu apoiados nos braços da poltrona e os segurou de forma que a morena não pudesse mexer as mãos. Julia abaixou o rosto até ficar na altura do rosto dela.
— Agora nós vamos conversar. — Julia falou olhando dentro dos olhos castanhos.
Manuela engoliu em seco. Ela fez menção de abrir a boca para responder, mas aparentemente Julia não estava muito interessada em um debate justo. A ruiva aproximou a boca do pescoço da morena, a respiração dela tão próxima da pele de Manu que a publicitária prendeu a própria respiração. Ju não estava satisfeita, com uma lentidão torturante ela começou a beijar o pescoço de Manuela, o beijo se transformou em uma mordida que fez Manuela fechar os olhos e contorcer as mãos, ainda seguras por Julia, com vontade de tocar o corpo alvo da outra. Ainda de forma lenta, Julia passou a língua pelo pescoço da morena, subindo até o pé do ouvido dela, onde com um sussurro rouco ela decidiu restabelecer o diálogo.
— Quem é Taís? — ela foi direto ao ponto.
Manuela achou a pergunta totalmente descabida para aquele momento, ainda mais considerando que ela mal sabia o próprio nome naquele instante. Julia seguiu acariciando intimamente Manu enquanto aguardava uma resposta, mas Manu não estava exatamente em condições de falar qualquer coisa naquele momento. Julia parou de forma inesperada o contato da boca com o pescoço da morena e encarou o rosto de Manu. A publicitária viu a impaciência estampada no rosto da ruiva.
— Ela não é ninguém importante. — Manu respondeu e mais uma vez tentou soltar as mãos.
Julia olhou para as mãos ansiosas de Manuela, mas não afrouxou a forma como elas estavam seguras, não chegava a machucar, mas a mensagem era clara. Aproximando a boca do rosto da morena, Julia deu uma leve mordida no lábio inferior de Manuela, mas não deixou o beijo acontecer, se afastando assim que Manuela tentou aprofundar o contato. Manu arfou de indignação, pelo visto ela seria torturada até quando Julia quisesse. Como se ter uma ruiva só de lingerie e salto alto no meio da sua sala já não fosse o suficiente.
— Se ela não é importante porque você não me disse que ia jantar com ela ontem? — Julia tentou mais uma vez.
— Eu não sei. — Manu respondeu ainda tentando libertar as próprias mãos.
Julia mordeu o próprio lábio, ver Manuela se contorcendo naquela poltrona com vontade de tocá-la era uma delícia, mas ela não iria ceder até ter a resposta que queria e, por isso, ela aproximou os lábios do ouvido da morena mais uma vez.
— Porque o Will disse que ela é sua amizade colorida? — Julia falou impaciente.
Manu não conseguiu reprimir o gemido que subiu pela sua garganta ao ouvir a forma sussurrada como Julia falou ao pé do seu ouvido. Aquela mulher ia acabar a enlouquecendo.
— Eu não sei. — ela respondeu mais uma vez.
Julia encarou o rosto de Manuela mais uma vez com uma mistura de desejo e irritação. Ela queria uma resposta e ia ter.
— Você quer me tocar? — Julia perguntou com um sussurro.
— Quero. — Manu respondeu imediatamente.
— E eu quero que você me toque, mas antes eu preciso saber quem é Taís e eu já estou cansada de fazer essa pergunta. — Julia falou olhando nos olhos castanhos.
Manu engoliu em seco mais uma vez. Como era possível sentir tanto desejo por uma única pessoa?
— Ela costumava ser uma amizade colorida. — Manu tentou falar com calma, mas o desespero para conseguir tocar Julia era tão intenso que ela não conseguia pensar muito bem.
— Não é mais?
— Não.
— Desde quando?
— Desde que você voltou.
— E ontem? — Julia ainda encarava o rosto de Manuela.
— A gente jantou e foi só isso. Ela é minha amiga. — Manuela falava tudo com muita pressa. Ela não queria conversar, ela queria era que a ruiva soltasse as suas mãos para ela poder mostrar para ela o quanto ela a queria naquele momento.
Julia avaliou a resposta de Manu por um instante e depois voltou a aproximar a boca do ouvido dela. Antes de falar ela brincou com a língua por ali de uma forma que ela sabia que Manuela gostava.
— Eu não gostei de saber sobre essa mulher e eu acho bom isso não voltar a acontecer ou eu vou ser obrigada a te torturar de verdade. — dito isso a ruiva soltou as mãos da morena e escorregou o corpo pelo dela para se sentar no seu colo.
Manuela estava alucinada de vontade da ruiva. Ela não estava nem minimamente preocupada com o ciúme dela naquele momento, existiam coisas mais importantes para se preocupar. Como, por exemplo, a vontade insana que ela estava sentindo de fazer Julia goz*r. Se Julia havia ficado com o comando até aquele momento, agora era a vez da morena mostrar a ela quais eram as suas intenções. Manuela segurou Julia pela cintura com uma das mãos e a nuca com a outra. O beijo que veio a seguir não deixava dúvidas da maneira que as duas se desejavam, era imperativo. Nenhuma outra mulher tinha sido capaz de despertar em Manuela a mesma loucura que ela sentia por Julia, bastava a ruiva tocar o seu corpo e a morena se esquecia de qualquer outra coisa que não fosse a urgência de saciar o seu desejo.
Julia adorou a forma como Manu escorregou a boca pelo seu pescoço, causando arrepios por onde passava, até chegar aos seus seios. Com uma agilidade impressionante, Manu se livrou do sutiã da ruiva e se apossou do colo dela com a boca, os lábios e a língua. Julia gem*u de forma incontrolável. Foi com mais agilidade ainda que Manu driblou a calcinha da ruiva e se apoderou do sex* dela com a mão. No momento em que os dedos da morena tocaram o seu ponto de prazer Julia puxou os cabelos de Manu com loucura, quando ela sentiu os dedos da morena se movendo dentro de si, teve a impressão de que tudo ao seu redor desapareceu e só existiam ela e Manuela no mundo inteiro. Manu sentia um prazer indescritível ao ter Julia em suas mãos se derretendo de desejo e luxúria. Não demorou muito para a ruiva atingir o orgasmo. Rápido demais para o que Manuela pretendia.
A morena tratou de levar as duas para o quarto. As peças de roupa de Manuela ficaram pelo caminho e na altura em que elas chegaram à cama já estavam totalmente nuas. Era incrível como mesmo depois de ter passado os últimos dias dormindo praticamente todas as noites juntas, a vontade que elas sentiam uma da outra parecia não ter fim. Era como se elas estivessem praticando uma maratona para recuperar os anos perdidos. Julia se deitou na cama e teve o corpo contemplado pela morena que ainda estava de pé. Manu adorava olhar o corpo da ruiva, gostava ainda mais quando ele estava jogado na cama esperando por ela.
Julia se arrepiou inteira com o olhar de Manu que percorria o seu corpo. A ruiva esticou uma das pernas sugestivamente em direção a Manuela, como um convite para a morena se deitar sobre ela, convite que Manu aceitou imediatamente. Julia recebeu Manu entre suas pernas e circulou a cintura da morena, tornando o contato dos sex*s irresistível. Os gemidos se misturaram. Manuela sentiu as unhas de Julia cada vez mais fortes em suas costas. Os corpos se buscaram em um movimento de vai e vem envolvente. Na iminência do prazer os olhos não se desgrudaram e as duas goz*ram juntas.
Julia amoleceu sob o corpo da amada, mas Manu ainda não estava satisfeita. Com um desejo que parecia incansável ela foi escorregando a boca pelo corpo de Julia até o meio das pernas, onde Manu primeiro seduziu com beijos e mordidas nas partes internas das coxas, ao ponto que Julia precisou suplicar para que Manu satisfizesse o seu desejo. Quando a boca da morena começou a percorrer o seu sex*, Julia achou que fosse desfalecer. O contato forte, íntimo e profundo da língua de Manu dentro dela fez a ruiva gem*r de forma primitiva e causou uma pontada de prazer no baixo ventre de Manuela. O orgasmo foi delicioso para as duas e Manuela literalmente saboreou até a última gota do prazer de Julia.
A ruiva estava fora do ar, ela ainda tentava recuperar o fôlego quando Manu se deitou sobre ela distribuindo beijos pelo seu rosto de forma carinhosa. Um sorriso bobo se instalou em seus lábios e ela só sabia que não existia nada no mundo capaz de deixá-la mais feliz do que quando ela fazia amor com Manuela. Ela olhou o rosto da morena e soube que nunca haveria palavras o suficiente para descrever o quanto elas se pertenciam. Foi Julia quem procurou os lábios de Manu para mais um beijo apaixonado, passional e cheio de desejo. Com um movimento firme a ruiva inverteu as posições dos corpos e começou a passear pelo corpo da morena. Primeiro o pescoço, ponto fraco de Manuela, lugar que fazia a morena se contorcer inteira. Depois os seios, onde Julia se perdeu nos gemidos de Manu. A barriga, lugar que merecia uma atenção especial e onde Julia adorava distribuir mordidas. As coxas, que Julia abriu com uma facilidade reveladora. Por fim, o lugar onde ela queria chegar, o lugar onde Manu exigia ser tocada. Julia cadenciou os gemidos da morena a cada passada de língua, cada estocada dos dedos. Manuela só pode sentir e como era gostoso ser conduzida por Julia. E depois de um orgasmo intenso, foi a vez de Manu tentar recuperar o fôlego.
**
Mateus ouviu pela milésima vez o recado deixado pela sogra em sua caixa postal.
“Querido, me ligue assim que puder. Eu acho que já é hora de você vir ao Brasil, nós precisamos ter uma conversa. Eu, você e a inconsequente da minha filha. Nós vamos acabar com essa situação ridícula o mais breve possível. Aguardo a sua ligação”.
O empresário sabia o quanto os pais da, agora, ex-mulher estavam insatisfeitos com o divórcio deles. Julia tinha tratado de resolver legalmente todas as pendências antes de contar para os pais. Na altura que Helena e Wladimir Campana souberam da separação, já era fato consumado, mas pelo visto eles ainda achavam possível reverter a situação. Mateus vinha conversando quase diariamente com a sogra sobre uma provável ida ao Brasil, o empresário não tinha ficado satisfeito com a visita à São Paulo alguns meses atrás. Ele não tinha conseguido resolver as coisas como queria e por isso se sentia impelido a voltar o mais rápido possível e dessa vez com mais tempo. Era só uma questão de semanas até ele poder finalmente embarcar para a sua terra natal e ele não via a hora de poder falar algumas verdades para Julia e Manuela.
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Entre carícias e orgasmos elas nem viram o tempo passar. Depois de exaustas da maratona sexual, elas estavam deitadas tentando recuperar as energias. Manuela estava de bruços com os olhos fechados enquanto Julia, deitada de lado e apoiando o rosto em uma das mãos, acariciava as costas da morena. Os arranhões que a ruiva tinha feito ali tinham deixado visíveis marcas vermelhas na pele de Manuela. As duas ficaram em silêncio por muito tempo, tanto que Julia achou que Manu tinha pegado no sono, mas a morena não só estava acordada como também resolveu quebrar o silêncio.
— Eu não lembro de você ser tão ciumenta. — Manuela falou sem abrir os olhos.
Julia não respondeu, mas parou de acariciar as costas de Manu e se deitou encarando o teto do quarto. Manu abriu os olhos e observou o rosto da ruiva. Diante do silêncio de Julia, Manu resolveu insistir.
— Se você não me falar, como é que eu vou saber o que está te incomodando?
— Porque você não me diz quem é Taís? — Julia falou, dando o braço a torcer.
— A minha confissão sob tortura não foi suficiente? — Manu falou com um sorriso, se divertindo com o aborrecimento visível no rosto de Julia.
— Posso saber qual é a graça? — Julia falou aborrecida.
— Você e esse ciúme de uma pessoa que você nem conhece. — Manu falou rindo da cara de indignação da ruiva.
— Você vai ou não vai me explicar essa história? — Julia falou impaciente.
— Tudo bem, não precisa se estressar. — Manu falou também se virando para encarar o teto — O que foi que o Willian falou?
— Que você tinha ido jantar com a sua amizade colorida. A Taís. — Julia falou com desgosto na voz.
— Eu fui jantar com a Taís, mas no momento ela é só uma amizade. A fase colorida já passou. — Manu explicou com paciência.
— Tem certeza? O Will também comentou que você não é exatamente uma santa. — Julia falou com um tom de acusação.
Manuela olhou para o lado incrédula com a acusação de Julia.
— Eu acho que eu vou precisar ter uma conversa séria com o meu sócio, aparentemente ele anda acabando com a minha imagem por aí sem o menor remorso.
— Ele não disse de forma negativa, na verdade ele estava tentando me acalmar. Ele disse que desde que eu voltei você está menos mulherenga. — Julia explicou.
Manuela ficou em silêncio por um tempo. Era estranho pensar que outras pessoas estavam contando coisas da sua vida para Julia.
— Você era? — Julia falou depois de um momento de silêncio.
— Era o quê?
— Mulherenga?
— Talvez um pouquinho. — Manu não soube como falar sobre aquele assunto.
— Hum. — Julia falou simplesmente.
As duas voltaram a ficar em silêncio encarando o teto. Cada uma com seus pensamentos.
— Eu tive uma conversa ontem com a Amanda e ela me fez pensar em umas coisas. — Manu voltou a falar, mudando totalmente o tema da conversa.
— Que coisas? — Julia perguntou curiosa.
— O quanto nós ficamos diferentes nesse tempo separadas e como isso pode afetar a gente agora. — Manu explicou.
— Como assim? — Julia falou se virando de lado para olhar o rosto da morena, ela queria entender como Manu estava se sentindo.
— Nós mudamos. O que aconteceu fez a gente mudar. A vida fez a gente mudar. Agora a gente meio que se reencontrou e por mais que algumas vezes eu sinta que eu te conheço melhor do que qualquer outra pessoa no mundo, talvez a gente precise se redescobrir um pouquinho. — Manu falou olhando para o rosto de Julia.
— É o que você quer? — Julia falou com carinho, tocando o rosto de Manuela.
— Eu acho que é o que a gente precisa. — Manu falou também se virando de lado.
As duas ficaram se olhando, frente a frente, por um tempo. Manu beijou o rosto de Julia de forma carinhosa antes de voltar a falar.
— Você não precisa se preocupar com a Taís. Ela ainda é minha amiga, mas nós não dormimos juntas mais e se isso voltar a acontecer em algum momento, o que eu acho difícil, eu não vou mentir para você. Tudo bem?
— Tudo ótimo, desde que vocês nunca mais durmam juntas de novo e que a sua fase pegadora tenha acabado definitivamente. — Julia falou séria.
Manuela gargalhou e encerrou a conversa com um beijo nos lábios da ruiva.
— Eu tô morrendo de fome. — Julia falou depois que o beijo terminou.
— Eu também. Vamos procurar alguma coisa na cozinha. — a morena respondeu.
As duas, como habitual, se esqueceram do mundo lá fora e aproveitaram o resto da noite juntas alheias às tempestades que pareciam querer se aproximar.
Fim do capítulo
Ei, povo! Esse capítulo, especialmente a primeira parte, é inspirado na música 'XO' da Beyoncé. Aliás, vale dizer que esse é um capítulo que eu achei difícil de escrever na época e fui reler agora e continuo achando ele complicado, mas espero que tenha agradado vocês que é o mais importante.
Bom, seguimos aí com previsão de sol entre nuvens e segredos sendo escondidos, verdades sendo negadas, mistérios no ar e não muitas explicações... O que me lembra que é sempre um dia bom quando eu leio os comentários de vocês e vejo vocês teorizando e aprofundando na análise da história e das personagens, isso realmente faz meu coração mais feliz. Muito obrigada!
De resto é dizer que amanhã tem mais, desejo uma semana boa para todas, não se esqueçam de beber bastante água e beijo nos corações. ♥
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Marta Andrade dos Santos
Em: 16/07/2024
Hum eita a ruiva pegou deliciosamente pesado.
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Marta Andrade dos Santos
Em: 16/07/2024
Hum eita a ruiva pegou deliciosamente pesado.
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LeticiaFed
Em: 15/07/2024
Pois Júlia ciumenta está divertido de se ver...só falta acertarem algumas/muitas pontas soltas. Não vou palpitar porque ainda lembro de alguns detalhes da primeira versão, aguardemos ;) E xô praga Mateus e ex-sogra...afff!
Ótima semana pra vc!
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