• Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Cadastro
  • Publicar história
Logo
Login
Cadastrar
  • Home
  • Histórias
    • Recentes
    • Finalizadas
    • Top Listas - Rankings
    • Desafios
    • Degustações
  • Comunidade
    • Autores
    • Membros
  • Promoções
  • Sobre o Lettera
    • Regras do site
    • Ajuda
    • Quem Somos
    • Revista Léssica
    • Wallpapers
    • Notícias
  • Como doar
  • Loja
  • Livros
  • Finalizadas
  • Contato
  • Home
  • Histórias
  • Preciso Dizer Que Te Amo
  • Pressentimentos

Info

Membros ativos: 9525
Membros inativos: 1634
Histórias: 1969
Capítulos: 20,492
Palavras: 51,967,639
Autores: 780
Comentários: 106,291
Comentaristas: 2559
Membro recente: Azra

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Notícias

  • 10 anos de Lettera
    Em 15/09/2025
  • Livro 2121 já à venda
    Em 30/07/2025

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Recentes

  • Legado de Metal e Sangue
    Legado de Metal e Sangue
    Por mtttm
  • Entre nos - Sussurros de magia
    Entre nos - Sussurros de magia
    Por anifahell

Redes Sociais

  • Página do Lettera

  • Grupo do Lettera

  • Site Schwinden

Finalizadas

  • Fim da linha
    Fim da linha
    Por caribu
  • Encontros
    Encontros
    Por fmariano24

Saiba como ajudar o Lettera

Ajude o Lettera

Categorias

  • Romances (855)
  • Contos (471)
  • Poemas (236)
  • Cronicas (224)
  • Desafios (182)
  • Degustações (29)
  • Natal (7)
  • Resenhas (1)

Preciso Dizer Que Te Amo por escrita_em_atos

Ver comentários: 5

Ver lista de capítulos

Palavras: 4673
Acessos: 2107   |  Postado em: 12/07/2024

Pressentimentos

Pedro andava de um lado para o outro do escritório de Julia, o rapaz esperava a chegada da prima a mais de vinte minutos. Depois de passar uma semana frustrante tentando falar com Julia de todas as maneiras, mas sempre tendo um imprevisto ou outro, Pedro finalmente ia contar para a ruiva sobre o telefonema da mãe da moça na semana anterior. Quando a porta abriu ele parou de caminhar e respirou aliviado porque finalmente ia poder conversar com a prima, mas não era a ruiva que estava lá. Quem entrou pela porta foi uma Silvia totalmente compenetrada.

— Ela ainda vai demorar? — foi a primeira coisa que a advogada falou.

— Acho que não. Ela disse que já estava chegando e já tem um tempinho que estou esperando. — Pedro explicou.

— Como foi que a gente demorou tanto tempo para conseguir vir até aqui ter essa conversa? — Silvia falou.

— A julgar pela felicidade com que ela tem atendido ao telefone, eu diria que ela e a Manuela estão passando bastante tempo juntas. Se é que você me entende. — Pedro falou com tom de enfado.

— O que não justifica. Embora nós dois estejamos ocupados com toda essa coisa do casamento, nada explica a gente ter que fazer essa intervenção, parece até que a Julia está escolhendo ignorar essa situação. — Silvia falou pensativa.

— Mamãe, nós dois queremos e vamos ajudar a Ju, mas não tem como a gente se enfiar na cama dela junto com a Manu. — Pedro explicou.

— Cama de quem? — Julia falou entrando na sala, a tia e o primo se assustaram com a entrada repentina da ruiva e viraram para a porta.

— Sua cama, queridinha. — Pedro falou indo cumprimentar a prima.

— Minha? Nessa altura do campeonato você resolveu ter surtos de desejo heterossexual? — Julia falou divertida enquanto abraçava o primo.

— Antes fosse. — foi Silvia quem respondeu antes de abraçar a sobrinha.

Julia percebeu imediatamente que a conversa era sobre algum assunto sério. A tia estava com a mesma cara que ela costumava ficar quando falava sobre algum processo importante em que estava envolvida e Pedro, mesmo tendo sorrido discretamente quando Julia entrou, também tinha o semblante de quem tinha algo delicado para contar.

— Quem morreu? — Julia falou tentando dissipar o clima de seriedade momentâneo. Ela colocou a bolsa em um canto e sentou na sua cadeira, esperando que alguém lhe explicasse o que estava acontecendo.

Pedro olhou para o rosto da mãe e os dois concordaram tacitamente com um aceno de cabeça em ir direto ao assunto. O rapaz indicou uma das cadeiras para a mãe se sentar e ocupou a que ficava ao lado dela, os dois estavam de frente para Julia e foi Silvia quem falou primeiro.

— A sua mãe me ligou na semana passada procurando por você e tentou mais algumas vezes depois disso. — Silvia falou calmamente.

— Como? — Julia falou, pega de surpresa com aquela notícia.

— Aparentemente ela tentou falar com você, não conseguiu e me ligou pra saber se eu tinha alguma notícia sobre onde você poderia estar. Dessa primeira vez eu conversei com ela, depois disso eu me fiz indisponível, por assim dizer. — a advogada terminou de explicar.

— Eu não acredito que ela está fazendo isso. — Julia falou pensativa.

— Pois é, mas ela está. — Pedro arrematou — E nós precisamos pensar no que a gente vai fazer a partir de agora.

— Exatamente. — Silvia concordou — Mesmo porque ela me pareceu bastante interessada no que você tem feito por aqui.

— Como assim? — Julia perguntou defensiva.

— Você deve imaginar, Julia. Obviamente ela já deve estar desconfiada que você e a Manuela estão, de alguma maneira, em contato novamente. — Silvia disse.

— Ainda assim, ela não pode simplesmente ligar pra vocês. Todo mundo sabe que depois do seu divórcio com o meu tio, ninguém da família manteve contato com você. — Julia argumentou.

— Mas todo mundo também sabe que a família Campana não se prende a formalidades quando o assunto é conseguir alguma coisa que eles querem. — Pedro falou com desgosto na voz.

— Você percebe o significado desses telefonemas, querida? — Silvia falou com carinho, olhando para o rosto da sobrinha.

Julia apenas acenou com a cabeça em concordância. Seus pensamentos estavam no passado, quando a mãe tinha conseguido bagunçar toda a sua vida e por consequência o seu relacionamento com Manuela. Agora ela não poderia deixar aquilo acontecer, custasse o que fosse.

— Eles quebraram o gelo, Julia. — Pedro chamou a atenção da prima — A sua mãe queria saber sobre você, sobre o que você tem feito por aqui. Sobre a nossa relação e isso quer dizer que, muito mais que simples curiosidade, ela estava avaliando onde vai precisar intervir. Parece que a família Campana quer participar da minha vida novamente, não porque eles me amam, mas porque eles acham que eu e a mamãe somos responsáveis diretos das coisas do seu passado e das decisões que você tem tomado agora. Eles não vão parar até se intrometerem em todas as partes das nossas vidas novamente e é bom a gente se preparar. — ele foi taxativo.

Julia olhou para o rosto do primo e sentiu um profundo remorso por não ter estado ao lado dele quando ele mais precisou. A única coisa que ela podia fazer era garantir que não repetiria os erros do passado.

— Eu não queria ser responsável por trazer essa situação até vocês, ainda mais sabendo de tudo o que isso representa. Eu sinto muito por isso. — Julia disse olhando de um para o outro.

— Você não precisa se preocupar conosco. Eu e o Pedro ficamos muito bem sem eles, o passado ficou no passado. A nossa preocupação agora é com você, nós dois sabemos bem o quanto eles são capazes de machucar os outros. — Silvia disse com tranquilidade.

— Você também sabe, Ju. Eu só quero ter certeza que as coisas não aconteçam da mesma forma que foram da primeira vez. Eu e a mamãe vamos ficar do seu lado, mas você precisa se preparar para o rolo compressor Campana que vem por aí. — Pedro disse com segurança.

— Eu vou cuidar disso. A minha mãe não vai conseguir fazer o mesmo que ela fez no passado, não importa o quanto isso vá me custar. Ela não vai se meter entre mim e a Manuela outra vez. — Julia disse com determinação.

Pedro ficou feliz de ouvir aquelas palavras da prima, mas ele e a mãe compartilharam a impressão de que Julia não estava avaliando todos os detalhes daquela situação. A ruiva, por outro lado, começou a pensar em como ela iria afastar a mãe da sua vida em São Paulo. Na cabeça de Julia, ter a mãe rondando a sua vida era um risco iminente ao seu, ainda frágil, relacionamento com Manu.

— Eu preciso ir, só queria ter certeza que você soubesse que nós estamos ao seu lado para o que você precisar. — Silvia falou segurando carinhosamente a mão de Julia sobre a mesa — Você vem, meu filho? — ela questionou olhando para Pedro.

— Eu vou ficar mais um pouco, mamãe. — Pedro falou com um sorriso.

A advogada se despediu dos dois e foi embora.

— Agora somos só nós dois. — Pedro falou para Julia assim que a mãe deixou a sala.

— Eu soube que você está preocupado com a aproximação entre mim e a Manu. — Julia falou, aproveitando a chance de finalmente levantar aquele assunto com o primo.

— Pelo visto eu sou o único. — Pedro falou.

— Talvez se você me explicar o que exatamente está te preocupando, eu poderia te ajudar. — Julia tentou.

— Eu acho que vocês duas não estão pensando nas consequências dessa aproximação. — Pedro falou com cautela.

— Como assim?

— Vocês conversaram? Resolveram tudo o que tinham pra resolver? Acertaram todas as coisas? — Pedro perguntou olhando o rosto da prima.

Julia sabia muito bem o que o primo queria dizer com aqueles questionamentos e precisava confessar para si mesma que não gostava nenhum pouco das respostas que surgiam dali.

— Não faz essa cara de quem comeu e não gostou, você sabe muito bem que eu tenho razão de estar preocupado com isso. — Pedro argumentou.

— O que você quer que eu diga? — Julia falou contrariada.

— Que você pelo menos sabe que o fato de vocês terem passado a última semana revezando a cama uma da outra não significa que a Manu tenha te perdoado, muito menos que um dia ela vai ser capaz de superar tudo isso. — Pedro foi duro.

— Você realmente acha que eu não penso nisso? — Julia questionou tentando ignorar o incômodo gerado pelas palavras do primo.

— Eu honestamente acho que não e eu acho que você sabe disso também. — Pedro foi sincero.

Julia não respondeu de imediato. Pedro tinha razão, mas o que ela poderia fazer a respeito? Ela estava consciente de que ela e Manuela ainda não haviam resolvido tudo o que era preciso, mas se aquilo era tudo que ela poderia ter da morena, ela não iria recusar.

— Eu sei muito bem que ainda existe um abismo entre nós duas, eu consigo sentir, mas se isso é tudo que ela pode me dar no momento, eu aceito. Qualquer coisa é melhor do que ficar sem ela. — Julia disse por fim.

— Eu não acredito nisso e vocês duas também não. Você voltou ao Brasil dizendo que a única coisa que você precisava era uma chance, pois bem, você conseguiu uma. Agora vocês duas não podem estragar tudo simplesmente porque não conseguem conversar sobre aquilo que realmente importa.

— Mais uma vez eu preciso perguntar o que você quer que eu diga? O que espera que eu faça? — Julia falou.

— Corta a conversa fiada, Julia, você está com medo e isso não é um bom jeito de construir um relacionamento. Não um que vá durar. Você contou tudo pra ela? — Pedro foi direto.

— É claro que eu contei. Eu não ousaria mentir pra ela, não depois de tudo que eu fiz. — Julia falou aborrecida com a pergunta.

— Eu não estou dizendo que você mentiu, mas talvez você tenha omitido algumas coisas. — Pedro disse no mesmo tom sério.

Julia se levantou incomodada, ela não queria ter que voltar naquele assunto. No dia em que ela e Pedro haviam tido a conversa definitiva, na qual Julia havia contado tudo o que tinha acontecido nos anos em que eles estiveram separados, ela dividiu com ele todos os momentos, as angústias e os sofrimentos. Coisas que ela não tinha contado pra mais ninguém e que acreditava que não contaria.

— Eu não posso falar sobre esse assunto com ela. — Julia falou depois de um tempo.

— Porque não? — Pedro questionou.

— Ela não precisa saber e eu não quero contar. — Julia explicou com simplicidade.

— Eu discordo de você. Ela tem direito de saber e você precisa contar pra ela. Não somente por ela, mas principalmente por você. Dividir isso com ela é natural, visto que vocês duas se amam. — Pedro falou com cautela.

— As coisas não são simples assim. — Julia argumentou.

— Você realmente acredita que é uma boa ideia recomeçar a história de vocês guardando uma coisa desse tamanho só pra você?

— Eu acho que é meu direito não querer falar nesse assunto. Eu não posso exigir que a Manuela entenda algo desse tamanho e menos ainda esperar que ela queira dividir isso comigo.

Pedro respirou fundo antes de falar qualquer coisa. Ele achava que a prima estava cometendo um engano, por isso decidiu insistir um pouco mais.

— Escuta, eu não estou dizendo que você deva pedir perdão por causa disso, você não precisa. Mas, a Manuela que eu conheço gostaria de ouvir de você e por mais que eu entenda a complexidade dessa situação, com a aproximação iminente da sua mãe, eu tomaria cuidado de não deixar que ela distorça a situação e estrague o que você e a Manu estão tentando recuperar. Abre seu olho, Julia. — Pedro falou gentilmente.

**

Manuela andava bastante concentrada em seu trabalho nos últimos dias. Ela e Julia passavam quase todas as noites juntas, mesmo com o status do relacionamento delas não tendo evoluído para nenhum compromisso, a morena não abria mão de estar com Julia sempre que podia. A publicitária sabia que em algum momento as coisas precisariam ser esclarecidas, mas estava disposta a ver até onde elas iriam antes de se preocupar com os detalhes. Volta e meia ela se pegava pensando se queria saber mais sobre os anos em que estiveram separadas. Desde a confissão de saudade mútua que as duas tinham trocado em seu apartamento, ela e Julia estavam evitando qualquer tipo de menção que pudesse mexer nas feridas do passado.

É claro que Manuela sabia que aquela situação não era a ideal. Se ela analisasse com atenção, perceberia que a diferença entre o que elas tinham no passado e o que elas estavam vivendo naquele momento, era enorme. Racionalmente ela entendia que não havia como tudo ser do mesmo jeito que havia sido da primeira vez, mas bem no fundo ela sentia que, por mais próximas que elas pudessem estar, iria existir sempre algo entre elas que não podia ser resolvido. Manu não tinha certeza se aquela era apenas uma sensação ou se era algo real. O fato é que as conversas que elas evitavam, até mesmo por não saber o que dizer, podiam ser exatamente o caminho para solucionar aquela impressão na morena. Mas, a aceitação era a metade desse caminho e elas andavam aproveitando cada segundo da negação.

**

Willian chegou ao apartamento do namorado sonhando em tomar um banho e cair na cama. Ele estava agradecendo aos céus que Manuela tinha voltado à velha forma, ela praticamente tinha comandando o escritório sozinha na última semana. Com todos os preparativos do casamento, o rapaz estava atolado de coisas para resolver. Desejando que Pedro tivesse pelo menos pedido o jantar, ele abriu a porta do apartamento e, no primeiro momento, pensou que não tivesse ninguém ali, até ouvir vozes que vinham do escritório.

Willian não sabia quem estava lá, mas parecia que Pedro estava tentando acalmar a pessoa. Chegando mais perto da porta ele notou que era Julia quem estava junto com Pedro, a ruiva parecia nervosa e estava com cara de quem tinha chorado recentemente. Sem saber direito o que fazer, Willian ficou alguns segundos simplesmente parado no corredor, por fim ele resolveu anunciar a sua presença. Dando alguns passos para trás ele falou em voz alta.

— Amor, cheguei. — Will notou que a conversa dentro do escritório silenciou por alguns segundos e logo em seguida Pedro apareceu na porta.

— Oi, lindo. Tudo bem? — o rapaz disse indo em direção ao namorado.

— Tudo e você? — Will falou depois de beijar o namorado.

— Tudo ótimo. — Pedro respondeu pegando o namorado pelo braço e conduzindo ele para longe da porta do escritório — A Julia tá aqui. — Pedro falou olhando na direção do cômodo que a prima ocupava.

— É mesmo?  Deixa eu ir dar um oi pra ela então. — Will falou com um sorriso, tentando fingir surpresa com a informação.

— Claro. Você vai lá e fica conversando com ela um pouco, fingi que não notou que ela está um pouco abalada. Eu preciso ligar pra Manu, você diz pra Ju que eu fui pegar um vinho pra gente. Pode ser? — Pedro falou.

— Pode. — Will respondeu — Mas pra quê você vai ligar pra Manu? — o rapaz perguntou antes de ir para o escritório.

— Porque a Julia precisa. Agora vai. — Pedro falou empurrando o namorado pelo corredor.

**

Manuela estava em casa pensando se ligava ou não para Julia. Ela tinha conversado com a ruiva rapidamente durante a tarde e pareceu que alguma coisa tinha acontecido, mas Julia não quis entrar em detalhes e simplesmente falou que ligava para Manu depois. O sexto sentido de Manuela dizia que ela devia ligar, que provavelmente tinha acontecido alguma coisa, mas a publicitária não sabia se era uma boa ideia seguir os seus instintos. Afinal, se Julia não quis dizer nada, era porque acreditava que Manuela não precisava saber. Enquanto conjecturava possibilidades em sua cabeça, o celular tocou.

— Pedro! Tudo bem? — Manu falou ao atender.

— Oi. Tudo e você? — Pedro perguntou.

— Tranquilo.

— Eu preciso de um favor seu. — Pedro foi direto.

— Aconteceu alguma coisa? — Manu falou preocupada.

— Aconteceu e não sou eu quem deve te contar. Você pode vir aqui em casa agora?

— É ela? — Manu falou já de pé.

— É.

— O que aconteceu? — Manu perguntou enquanto ia em direção ao quarto para pegar um casaco.

— Ela precisa de você, mas acha que não tem o direito de te pedir ajuda. Escuta, Manu, eu confio em você e no seu julgamento de como lidar com a história de vocês duas. Eu não quero me meter, mas eu entendi que mesmo sem assumir oficialmente, vocês estão de alguma forma juntas outra vez. Se eu estiver certo e eu duvido muito que eu não esteja, você se preocupa com ela e nesse momento ela precisa de você. — Pedro explicou da melhor forma que pôde.

— Eu estou indo. Não deixa ela sair antes de eu chegar aí. — Manu falou simplesmente.

**

Julia tinha tido uma discussão totalmente desagradável com a mãe por telefone, por isso tinha ido procurar o primo. Ela precisava conversar com alguém e ele era a sua única opção. Julia tinha evitado encontrar Manuela pessoalmente naquele dia, por mais que a ruiva quisesse estar nos braços de Manu, ainda mais naquele momento, ela tinha medo de como a morena poderia reagir aos últimos acontecimentos. Julia achava que era melhor manter Manu o máximo possível afastada daquela situação. Julia estava no escritório da casa do primo decidida a ir para casa. Pedro já tinha ajudado o bastante ouvindo, ela não queria continuar incomodando, ainda mais agora que Willian havia chegado. E foi exatamente Will quem entrou retirando Julia de seus devaneios.

— Oi, Ju. — Will disse assim que entrou.

— Oi. — Julia respondeu tentando sorrir.

— Tudo bem? — Will perguntou enquanto a cumprimentava com um abraço.

— Tudo. — Julia mentiu — E você?

— Um pouco cansado com os preparativos do casamento. Senta, o Pedro foi buscar um vinho pra gente. — Will falou.

— Não, eu não quero incomodar. É melhor eu ir. — Julia tentou recusar.

— Incomodar? Claro que não, senta aqui e me conta uma coisa: o Pedro já te falou do convite? — Willian seguiu falando para Julia não ter oportunidade de sair do escritório.

— Que convite? — Julia falou depois de se sentar ao lado do rapaz.

— Pra ser madrinha.

Pedro entrou no escritório nesse exato momento e agradeceu aos céus pela capacidade que o namorado tinha de contornar aquele tipo de situação.

— Nós não tivemos tempo de falar sobre o assunto ainda e eu achei que era melhor quando você estivesse junto, amor. — Pedro respondeu.

— Muito bem, nós resolvemos convidar as nossas amigas para serem madrinhas do nosso casamento e você está incluída no pacote. — ele concluiu.

— Eu? — Julia falou surpresa.

— No começo nós não sabíamos como ia ser, a gente chegou a cogitar ter só uma pessoa como padrinho ou madrinha, já que a nossa união não vai seguir nenhum padrão. Aí nós concluímos que seria legal ter as nossas amigas junto conosco no altar e eu quis que você também estivesse lá. — Pedro explicou.

— E eu concordei imediatamente. Imagina como você vai ficar maravilhosa naquele vestido azul marinho maravilhoso que a Silvia escolheu. — Willian falou animado.

— Bom, eu fico muito feliz pelo convite. Vai ser uma honra. — Julia falou com um sorriso, era bom finalmente ter uma boa notícia naquele dia.

— Ótimo. Cadê o vinho pra gente comemorar? — Will falou.

— Eu vim ver o que a gente vai jantar antes de escolher. — Pedro desconversou.

— Eu realmente estou muito feliz com o convite pra ser madrinha de vocês, mas talvez a gente devesse comemorar em outro momento. É melhor eu ir para casa. — Julia falou ficando de pé.

— A gente vai ter um momento pra celebrar o convite com todas vocês, não se preocupe, a mamãe e o Will já colocaram isso na lista, mas você não precisa ir, a gente vai adorar se você ficar pra jantar. — Pedro falou olhando sugestivamente para Willian.

— Isso mesmo. Além do mais tem vários detalhes sobre o casamento que a gente quer te contar. Fica pelo menos pra uma taça de vinho. — Will tentou.

**

Manuela estacionou em frente ao prédio onde Pedro morava uns vinte minutos depois do telefonema do amigo. No elevador ela tentou acalmar a inquietação que tinha tomado conta dela depois de desligar o celular. Se Pedro havia tomado a iniciativa de entrar em contato com ela, provavelmente sem Julia saber, era porque alguma coisa tinha acontecido. Ela tocou a campainha e foi Willian quem atendeu.

— Oi. — Will atendeu com um sorriso.

— Oi. — Manu falou e beijou o amigo no rosto antes de entrar — Ela ainda tá aqui?

— Está, lá no escritório. Vem. — Will respondeu conduzindo a amiga.

— Olha quem eu encontrei perdida no corredor. — Will falou entrando no escritório.

— Oi, Manu. — Pedro falou com um sorriso satisfeito por ver a amiga ali.

— Oi. — Manu falou retribuindo o sorriso do amigo e o cumprimentando com um abraço.

Julia não falou nada, era a primeira vez que ela e Manu ficavam juntas com outras pessoas desde que haviam começado a acertar o compasso entre elas. Ela não sabia como agir, como cumprimentar Manuela e muito menos imaginava que a publicitária estava ali por sua causa. Manuela tomou a iniciativa de se aproximar de Julia, ela notou imediatamente que a ruiva tinha chorado e que alguma coisa estava fora do lugar.

— Oi. — Manu falou olhando para o rosto de Julia.

— Oi. — Julia respondeu sem se mexer.

As duas ficaram se olhando durante alguns segundos. Pedro e Willian não ousaram falar naquele momento.

— Vocês podem nos dar um minuto, por favor? — Manuela pediu.

— Claro. — Pedro respondeu e saiu levando Willian consigo.

Manuela esperou os amigos saírem da sala e se sentou ao lado de Julia.

— O que aconteceu? — ela falou olhando nos olhos de Julia.

— Nada. — Julia respondeu baixando os olhos.

— O Pedro me ligou e disse que você estava precisando de mim. Ele não ia fazer isso se não tivesse acontecido alguma coisa. — Manu argumentou.

— Eu não pedi ele pra te ligar e nem era pra ele ter feito isso. — Julia falou sem encarar o rosto de Manu.

— Você pode olhar pra mim, por favor? — Manu falou pacientemente.

Julia hesitou por um instante, mas acabou encarando o rosto de Manuela. Ela sabia que nunca ia conseguir esconder nada daqueles olhos castanhos que pareciam ler a sua alma. Manu sempre ia saber quando alguma coisa estava fora do lugar.

— O que foi que aconteceu? — Manu insistiu.

— Eu não quero que você se preocupe com esse tipo de coisa. — Julia tentou desconversar.

— Bom, esse plano não deu certo. Eu já estou preocupada. — Manu argumentou.

— Mas você não precisa, eu posso cuidar de tudo. — Julia falou decidida a não envolver Manuela no meio da sua briga familiar.

Manuela concordou e ficou em silêncio por um momento. Antes de voltar a falar ela segurou uma das mãos de Julia.

— Eu sei que existe um milhão de coisas que nós duas ainda não resolvemos e que provavelmente vão levar um tempo até a gente ser capaz de solucionar. Eu sei também que boa parte dessas coisas vão demorar mais tempo por minha causa e eu estou tentando de toda maneira que eu posso acertar as coisas aqui dentro de mim, pra poder acertar elas com você também, mesmo sem poder prometer o que isso significa pra mim ou pra você. É um processo e não é fácil, mas de todas as coisas que nós duas precisamos entender uma já me parece bastante clara. A gente funciona melhor quando tenta resolver as coisas juntas. Você não acha? — Manu questionou.

— Eu não sei se esse é o caso. — Julia falou triste.

— Foi você quem me convenceu disso. Ou agora você não acha mais que a gente precisa resolver as coisas juntas? Você mudou de ideia? — Manu falou.

— Eu não disse isso, é só que algumas coisas não são tão simples. — Julia argumentou.

— Quando o assunto for eu e você elas nunca vão ser simples. Eu bem queria que fosse, mas a gente passou da fase do simples muito tempo atrás. — Manu falou soltando a mão de Julia e ficando de pé.

— Eu disse pro Pedro não te envolver nisso, eu sabia que você ia acabar se irritando.

— Eu não acho que ele tenha errado de me ligar. — Manu falou cruzando os braços e se escorando na escrivaninha que ficava de frente para o sofá que Julia ocupava — Ele me disse que você precisava de mim, mas não achava que tinha o direito de me pedir ajuda. Se for alguma coisa relacionada ao...

— Não é nada disso. — Julia cortou a fala de Manuela, ela sabia que a morena ia falar sobre Mateus e aquele era um assunto que definitivamente Julia sabia que Manu não queria discutir.

— Ótimo. — Manu respondeu aliviada — Então eu não posso perceber o que poderia ser tão ruim assim a ponto de você não querer que eu saiba.

— Eu não disse que não quero que você saiba, só que é algo que eu posso resolver sozinha. — Julia argumentou.

— Então me conta e eu prometo que não vou me envolver. Que mal pode fazer você conversar comigo sobre o assunto? — Manuela indagou.

Julia encarou o rosto de Manu e avaliou a situação. Da última vez que a mãe tentou separar as duas, Julia escolheu não conversar com Manuela e as coisas não tinham dado muito certo. Talvez fosse melhor ela dividir ao menos aquela parte com ela, especialmente porque toda aquela preocupação da publicitária era um ótimo sinal. O único problema era que existiam coisas naquela história que Julia não pretendia contar para Manuela e isso era algo que, mesmo Pedro tendo insistido no contrário, ela achava difícil de mudar em sua cabeça.

— Tudo bem, mas eu preferia que nós fossemos embora. Eu já aluguei demais os meninos por hoje. — Julia falou também ficando de pé.

Manuela ficou surpresa com a mudança de ideia da ruiva, mas não comentou o assunto. As duas foram para sala, onde os amigos estavam e se despediram dos dois. Pedro ainda aproveitou o momento para dar um último conselho a Julia.

— Conversa com ela. — ele insistiu enquanto os dois se abraçavam.

— Eu vou. — Julia respondeu.

— Sobre tudo. Não subestime a capacidade da Manu. — Pedro argumentou antes de se separar da prima.

 

Julia não disse mais nada, apenas sorriu e saiu do apartamento dos dois junto com Manuela. A morena fingiu não notar a conversa entre Julia e Pedro, mas o seu pressentimento de que a ruiva não estava lhe contando algo ficou ainda mais forte.

Fim do capítulo

Notas finais:

Olá!! Mais um, meno um... e assim vamos seguindo rumo ao final, mas ainda tem mistérios...

 

Gente, eu amei que assim, a Helena é simplesmente a mais odiada né!? Ou será que é o Mateus? Mais mistério... Eu, particularmente, tenho sentimentos positivos por todos as minhas personagens, mesmo quando o sentimento tá guardado bem lá no fundo, quase invisível a primeira vista. Enfim, todo mundo contribui de alguma forma, até os mais ruinzinhos...

 

Muito obrigada pelos comentários, pelas leituras e pela companhia aqui nessa caminhada de reencontrar todas essas personagens. 

 

Vocês são maravilhosas! Beijo no coração e bom fim de semana. ♥


Comentar este capítulo:
[Faça o login para poder comentar]
  • Capítulo anterior
  • Próximo capítulo

Comentários para 33 - Pressentimentos:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 13/07/2024

Misericórdia senhor quando um some aparece outro pra atrapalhar revezamento ou é Matheus ou Helena duas mísera.

Responder

[Faça o login para poder comentar]

patty-321
patty-321

Em: 12/07/2024

Aí ai Julia. Não cometa os mesmos erros do passado. Pedro tem razão, vc precisa contar tudo or Manu. Afffz  

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mmila
Mmila

Em: 12/07/2024

Lá está a Júlia embolando o meio de campo. Conta logo toda a história, quem sabe assim a Manu não repensa o posicionamento dela!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

NovaAqui
NovaAqui

Em: 12/07/2024

Julia, minha filha! Desembucha logo! Conta tudo! Não deixa nada guardado 

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mmila
Mmila

Em: 12/07/2024

Lá está a Júlia embolando o meio de campo. Conta logo toda a história, quem sabe assim a Manu não repensa o posicionamento dela!

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Informar violação das regras

Deixe seu comentário sobre a capitulo usando seu Facebook:

Logo

Lettera é um projeto de Cristiane Schwinden

E-mail: contato@projetolettera.com.br

Todas as histórias deste site e os comentários dos leitores sao de inteira responsabilidade de seus autores.

Sua conta

  • Login
  • Esqueci a senha
  • Cadastre-se
  • Logout

Navegue

  • Home
  • Recentes
  • Finalizadas
  • Ranking
  • Autores
  • Membros
  • Promoções
  • Regras
  • Ajuda
  • Quem Somos
  • Como doar
  • Loja / Livros
  • Notícias
  • Fale Conosco
© Desenvolvido por Cristiane Schwinden - Porttal Web