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Preciso Dizer Que Te Amo por escrita_em_atos

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Palavras: 3803
Acessos: 2181   |  Postado em: 09/07/2024

Entrelinha

Manuela acordou no sábado por volta das dez da manhã, ao seu lado Taís não parecia muito disposta a acordar e a publicitária sorriu ao ver a amiga resmungar alguma coisa quando ela levantou. Era bom ter Taís de volta. Manuela preparou o café enquanto pensava no que faria, ela precisava conversar com Amanda.

— Alô. — Isa atendeu o telefone depois de dois toques.

— Bom dia, flor do dia. — Manu falou com um sorriso.

— Manu! Bom dia, tudo bem? — Isa falou sorrindo de volta.

— Tudo e você?

— Tudo ótimo também. Como foi a viagem?

— Tudo tranquilo. Eu trouxe umas coisas pra vocês, aquelas típicas maravilhas que só tem no Ceará.

— Eu te amo tanto. Já falei isso hoje?

— Sei...

— Não duvide do meu amor, mulher!

Manuela deu uma gargalhada.

— Cadê sua esposa, tá aí ou no hospital? — Manu mudou de assunto.

— Acabou de chegar do plantão. Está aqui na minha frente se perguntando quem é a mulher que eu tô dizendo que amo essa hora da manhã. — Isa explicou rindo.

Manuela riu da amiga e ouviu Isabela ser repreendida pela mulher antes de passar o telefone para ela.

— Oi, Manu. — Amanda falou.

— Oi, Mandys. Tudo bem?

— Tudo e você?

— Tudo ótimo. Falei pra Isa que eu trouxe umas coisas pra vocês da viagem, passo aí depois do almoço pra levar e pra gente conversar. Pode ser? — Manu finalizou com um pouco mais de seriedade.

— Claro, eu fico te esperando. Você não quer almoçar aqui? — Amanda perguntou, ela sabia muito bem sobre o que a amiga queria conversar.

— Não, a Taís tá aqui em casa e eu duvido muito que ela saia antes do almoço. Você vai trabalhar hoje?

— Não. Só amanhã, pego às oito da manhã. — a loira explicou.

— Ok. Então a gente se vê mais tarde. — Manuela se despediu.

**

Amanda abriu a porta do apartamento e recebeu Manuela com um sorriso. As duas se abraçaram longamente.

— Nossa, parece que tem tanto tempo que eu te vi. — Manuela falou enquanto as duas entravam na sala.

— Bom, a senhorita agora vive viajando pra lá e pra cá. Nem sobra tempo na agenda pra visitar os amigos. — Amanda falou com um sorriso.

— Você fala como se a sua agenda fosse uma tranquilidade. Até parece. — Manu rebateu.

As duas se sentaram rindo.

— Cadê sua mulher, ela vai amar isso aqui. — Manu falou colocando uma sacola que ela trazia na mesa de centro.

— Ela saiu pra resolver umas coisas na rua, daqui a pouco ela deve estar de volta. O que tem aí? — Amanda falou olhando para a sacola.

— Maravilhas, você vai ver.

— Se você diz… Vindas daquela cidade só pode ser maravilha mesmo. Bebe alguma coisa?

— Não. Tô bem.

— Você disse no telefone que queria conversar. Sobre a sua mãe, eu presumo. — Amanda foi direto ao ponto.

— Você ajudou ela, não foi? — Manu falou com calma.

— Se por ajudar você quer dizer levar ela até o escritório da Julia, a resposta é sim. — Amanda explicou com tranquilidade.

— Sobre o que elas conversaram?

Amanda riu e balançou a cabeça negativamente.

— Eu jamais me intrometeria na conversa das duas e você sabe muito bem disso.

Manuela encarou o teto. Ela já sabia que Amanda não teria muita coisa para dizer sobre aquela conversa.

— Porque você levou a minha mãe até lá? — Manuela perguntou encarando o rosto da amiga.

— Porque ela me pediu.

— Mas você sabia que eu não ia aprovar uma coisa dessas.

— Não foi minha decisão, Manu. Foi da Alice, ela ia chegar na Julia com ou sem a minha ajuda. Você sabe muito bem disso. — Amanda falou.

— Isso não torna a sua atitude melhor. — Manu falou contrariada.

— Então nós estamos julgando atitudes? — Amanda provocou.

Manuela olhou nos olhos da amiga, Amanda a conhecia bem demais. As duas se conheciam.

— Eu não disse isso. — Manuela recuou.

— Mas foi o que pareceu. — Amanda não perdoou — Porque toda essa preocupação com essa conversa entre as duas? Qual o seu medo?

— Medo nenhum! Eu só não quero ninguém se metendo na minha vida, isso incluiu a dona Alice e você também. — Manu foi taxativa.

— Muito bem, eu tenho tentado controlar os meus impulsos. Quanto a sua mãe, essa conversa você precisa ter com ela. Só toma cuidado pra não ser injusta com ela, como você está sendo agora. — Amanda falou com seriedade.

— Não é nada disso, Amanda. Desculpa, eu me expressei mal. Eu sei que você não se mete na minha vida, muito pelo contrário, a única coisa que você tem feito nos últimos meses é se preocupar. Eu sei disso. — Manuela se apressou em explicar.

— Ótimo. — Amanda falou com um tom de ressentimento.

— Mandys, desculpa? Você sabe que quando o assunto é a Julia eu acabo enfiando os pés pelas mãos. Eu não quis ser injusta com você, eu nunca quero. — Manu falou segurando a mão da amiga entre as suas.

— Sabe a quanto tempo eu não vejo você fazendo essa cara de cachorro que caiu da mudança? — Amanda falou divertida.

— Menos tempo do que deveria. — Manu falou tentando segurar o sorriso.

— Me conta o que foi que aconteceu, você tá diferente. — Amanda falou voltando ao tom sério.

— Eu não sei nem por onde começar. — Manuela falou se deitando no sofá e colocando os pés no colo da amiga. Ela não ia conseguir contar tudo que tinha acontecido enquanto encarava o rosto da amiga.

— Foi tanta coisa assim? — Amanda tentou.

Manuela ficou algum tempo em silêncio, encarando o teto.

— Nós dormimos juntas. — ela despejou a informação.

Amanda tirou os pés da amiga de cima do colo e também se deitou no sofá.

— Surpreendente, mas previsível. — ela falou também encarando o teto.

— Duas vezes. — Manu despejou mais uma vez e Amanda fez uma careta antes de responder.

— Depois da primeira fica mais fácil, né!? — ela tentou.

— Provavelmente.

— E como foi?

— Bom? Assustador? Maravilhoso? Irresistível?... Eu não sei como definir. — Manuela falou depois de um suspiro.

 — Então… definitivamente vai acontecer de novo?

— Ela me deu um ultimato antes da minha viagem, disse que ou a gente conversa sobre como as coisas estão ou era melhor a gente não ficar junto de novo. Ela disse que não quer só sex*, que ainda me ama.

— E você?

— Eu não disse nada. O que eu ia dizer? Mas depois eu liguei pra ela, quando eu já estava lá em Fortaleza.

— E...?

— Eu disse pra ela que não sabia o que fazer e que provavelmente a gente ia precisar conversar.

— Justo. Afinal, se vocês ainda se gostam e vão tentar se acertar, é melhor conversarem mesmo. — Amanda conclui.

— Quem disse que a gente vai tentar alguma coisa? — Manuela questionou surpresa.

— Você acabou de dizer, uai.

— Eu não disse nada.

— Você quer me explicar? — Amanda falou se sentando no sofá e olhando para o rosto da amiga.

Manuela acabou se sentando também.

— Eu ainda não sei se eu sou capaz de perdoar, Mandys. Eu tenho consciência que fisicamente eu, provavelmente, não vou conseguir me controlar. Mas isso não muda a realidade dos fatos, não muda tudo que aconteceu e eu não acredito que eu vou conseguir passar por cima de tudo isso. — ela tentou explicar.

— Você ainda ama a Julia? Já tem muitos anos que eu te faço essa pergunta e você sempre se recusa a responder. Talvez esteja na hora de parar de fugir dessa resposta. — Amanda falou com calma.

— Mesmo que ainda ame, eu não sei se isso vai ser o suficiente, especialmente com todas essas sensações que ela me trouxe de volta. Eu estou me sentindo numa corda bamba tem hora, a última vez que eu me senti assim, quando eu caí foi o pior tombo da minha vida e isso me deixa particularmente inquieta sobre tudo isso. — Manuela falou com calma.

— Você não é mais aquela pessoa, Manu. E se você consegue reconhecer essas inquietações, também pode se preparar melhor pra lidar com elas.

— Eu sei disso e eu tenho tentado fazer a minha parte, o que não significa que seja uma situação confortável.

— Você é uma das pessoas mais fortes que eu conheço e você não está sozinha, então a gente vai lidar com isso. Quando é que vocês vão conversar? — Amanda mudou o rumo da conversa.

— Ela foi pro Rio, quando voltar eu não vou estar aqui e depois eu vou pra BH. Provavelmente a gente deve marcar alguma coisa na semana que vem. — Manu explicou.

— Então é deixar as coisas acontecerem e depois que vocês conversarem, você decide o que fazer.

— Eu acho que eu não tenho outra escolha. — Manu concluiu.

Não demorou muito para Isabela chegar. As três passaram a tarde colocando o papo em dia. Manuela explicou que iria passar o próximo fim de semana em BH por causa do aniversário do pai, nesse ano ele não faria nenhuma grande celebração de aniversário, seria apenas um almoço em família, mas Manuela não perderia o aniversário do pai sob hipótese alguma e as amigas lamentaram não poder acompanhar Manu na viagem. A tarde tinha sido muito agradável e elas se divertiram muito com a companhia umas das outras.

**


7 Anos antes


Manuela entrou no banho com o intuito de acordar. Ela precisava viajar para Belo Horizonte aquela manhã, mas o cansaço era tão grande que um banho parecia a única maneira de realmente acordar antes de encarar a ida para casa dos pais. Ela detestava ter que acordar tão cedo no sábado, mas infelizmente ela não podia deixar de ir para Minas naquele fim de semana. Ela estava molhando os pés antes de se colocar debaixo do chuveiro, hábito que tinha desde a infância, quando sentiu as mãos de Julia a enlaçar pela cintura.

— Bom dia. — a ruiva sussurrou no ouvido de Manu.

Se Manu pensou em responder, Julia não soube. O fato é que o contato das peles, naquela carícia íntima, fez a estudante se esquecer de tudo. Julia colou o corpo nas costas de Manu e se ocupou de beijar e morder a nuca da outra. Golpe baixo, foi o que Manuela pensou. Enquanto uma das mãos da ruiva passeava pelo ventre de Manu, causando arrepios, a outra já havia se ocupado de acariciar um dos seios. Manuela nem pensou em resistir, seria impossível mesmo se ela quisesse.

Julia sorriu ao sentir a umidade entre as pernas da namorada. Elas tinham aquele efeito uma na outra, era só estar perto que o corpo inteiro se acendia de desejo. Manuela precisou apoiar as duas mãos na parede do banheiro para conseguir se manter de pé. A água do chuveiro escorria pelos corpos como um ingrediente a mais e Julia se aproveitava da entrega de Manuela.

Não demorou muito para os gemidos encherem o banheiro. Julia conduzia Manu com as mãos para o ápice do prazer. A ruiva levava Manu ao delírio com o ritmo de vai e vem dentro dela. Julia sabia que Manuela estava perto do orgasmo e foi com um prazer imenso que ela sentiu a namorada alcançar o máximo prazer em suas mãos. Julia fez Manuela se virar de frente para ela e a abraçou apertado. As duas sorriam.

— Bom dia. — Manu falou com um sorriso depois de se recuperar.

— Começando assim, vai ser um dia maravilhoso. — Julia respondeu também sorrindo.

— Eu achei que você fosse dormir até mais tarde. — Manu falou enquanto distribuía beijos pelo pescoço da ruiva.

— A cama fica muito vazia sem você. — Julia disse fechando os olhos com o prazer daquela carícia.

Manuela colocou Julia encostada na parede com um movimento rápido e as duas se beijaram.

— Minha vez. — Manu falou dentro do beijo. Com uma mordida no lábio inferior da ruiva, que fez Ju arfar de desejo, Manu começou um percurso de beijos e mordidas pelo corpo de Julia. Manuela não tinha pressa, ela queria se aproveitar do corpo da namorada, mas Julia parecia mais interessada que Manu chegasse logo ao seu ponto principal de prazer.

Quando Julia sentiu a boca de Manuela se apossar da sua...


— Julia!

Julia foi tirada das suas memórias tão bruscamente que chegou a se assustar com a entrada da mãe em seu quarto. Quando ela menos esperava, as lembranças do seu passado apareciam e a tiravam do ar. A arquiteta estava na casa dos pais para um jantar importante que aconteceria dali a algumas horas. Julia detestava as formalidades que envolviam a família Campana, não ter que fazer parte daquilo era uma das vantagens de morar na Europa. Morando em São Paulo, por outro lado, ficava mais complicado da ruiva declinar daquele tipo de convite. Julia encarou o rosto da mãe imaginando como ela reagiria se soubesse onde a cabeça da Julia estava há alguns segundos.

— Você não está me ouvindo falar com você? — disse a mulher.

— Desculpa, mãe. Eu estava distraída. — Julia explicou.

Helena Campana era uma mulher séria e compenetrada. Julia não tinha herdado muitas características físicas da mãe, na adolescência Julia havia duvidado muitas vezes se era realmente filha dela. As duas eram opostos completos, mas a ruiva fazia de tudo para manter uma boa relação com ela.

— Você tem andado bastante distraída nos últimos meses, não só distraída pra falar a verdade. — Helena alfinetou.

Julia virou os olhos antes de responder, ela sabia bem onde aquela conversa iria parar.

— Eu achei que a gente não iria discutir hoje.

— Certamente nós não iremos. Afinal, você tem tomado todas as decisões sem consultar a mim ou ao seu pai.

— Decisões sobre a minha vida, mãe. Eu acho que eu tenho o direito de tomá-las sozinha. — Julia falou com calma.

— Isso não quer dizer que você não precisa explicá-las. — Helena falou encarando o rosto da filha.

— Qual parte a senhora ainda não entendeu? Eu ficaria imensamente feliz de explicar mais uma vez. — Julia falou em tom de exasperação.

— Porque você ainda está insistindo em morar em São Paulo? Se você queria voltar ao Brasil, a melhor decisão era vir para o Rio.

— Eu gosto de São Paulo, sempre gostei. Além do mais, o meu escritório já está funcionando lá. — Julia explicou.

Helena ficou em silêncio por alguns segundos. Todas as conversas com a filha, ultimamente, acabavam chegando nos mesmos temas.

— E o Mateus? — ela falou sabendo que Julia não gostaria nem um pouco da pergunta.

— Nós estamos separados, mãe. Se a senhora quer saber dele, liga diretamente pra ele. Eu não tenho o menor interesse nesse assunto. Vou tomar meu banho. — Julia falou indo em direção ao banheiro, encerrando o assunto.

Helena observou a filha entrar no banheiro e depois deixou o quarto. Alguma coisa dentro dela dizia que Julia estava querendo cometer os mesmos erros do passado, mas dessa vez ela não seria tão tolerante.

**

No domingo à tarde Manuela caminhou pela casa procurando pela mãe. Ela tinha chegado na casa dos pais na sexta-feira, depois de passar boa parte da semana no Rio de Janeiro, mas ainda não tinha conseguido nenhum momento a sós com a mãe. Com o aniversário do pai, a casa havia ficado mais movimentada que o habitual. Finalmente, no domingo, as coisas pareciam ter  se acalmado. Ela achou a mãe na cozinha conversando com Marcos e Débora.

— Oi, cunhada. Achei que você já tinha voltado pra São Paulo. — Débora falou assim que notou a presença de Manu.

— Mais tarde. — ela disse se aproximando do irmão e o abraçando pela cintura.

— Decidiu voltar hoje mesmo, filha? — Alice perguntou.

— Uhum. Eu tenho uma reunião logo cedo amanhã. — ela explicou.

— Que horas é o voo? — Marcos perguntou ainda abraçado a irmã.

— Sete.

— Eu posso te levar no aeroporto então. — ele falou.

— Ótimo.

— Vou procurar o papai. — Marcos falou dando um beijo na cabeça da irmã e saindo da cozinha.

— Vamos todos. — Alice falou para a nora e para a filha.

Elas saíram atrás de Marcos, Manuela aproveitou a oportunidade para convidar a mãe para acompanhá-la até o escritório, deixando os outros na sala.

— Achei que você ia embora sem me chamar pra essa conversa. — Alice falou com um sorriso.

— Falta de oportunidade, dona Alice. — Manu explicou.

— Realmente, essa casa andou movimentada nos últimos dias. — Alice concordou.

Manuela encarou o rosto da mãe antes de voltar a falar.

— De onde surgiu essa ideia brilhante de ir até São Paulo? — Manuela começou em tom acusativo.

— Porque você está tão preocupada? Até algumas semanas atrás a mínima menção ao nome da Julia era o suficiente pra te tirar do sério. — Alice também foi incisiva.

Manuela balançou a cabeça negativamente antes de responder.

— Não tenta inverter a situação, mamãe. Se eu não queria nem ouvir o nome dela, como foi que a senhora concluiu que eu gostaria do que você fez?

— Não sou eu quem está invertendo as coisas aqui, Manuela. É você e sem nem mesmo perceber.

— Lá vamos nós. — Manu debochou.

— Porque você está brava comigo?

— Não é óbvio?

— Pra mim é, pra você eu não tenho tanta certeza.

— Então me explica, mamãe. — Manu falou exasperada.

— Você veio até aqui pra brigar comigo porque eu fui a São Paulo conversar com a Julia e na sua opinião eu não tinha esse direito. Mesmo sem ter a mínima ideia do teor da minha conversa com ela, isso pra você não importa, o que eu não podia ter feito é procurá-la. — Alice explicou.

— E eu estou errada? — Manuela perguntou.

— Não. Mas existe uma sutil diferença entre não querer que eu me meta na sua vida e exigir que eu não procure a Julia por medo do que eu tenho a dizer pra ela.

Manuela não respondeu, ela encarou o rosto da mãe por alguns minutos e compreendeu exatamente onde ela queria chegar.

— Eu não vou brigar com você, nem discutir a minha escolha de ir conversar com a Julia. Eu fiz porque achei e continuo achando que era o certo. Eu não ultrapassei nenhum limite naquela conversa, eu tenho a mais absoluta convicção disso. Se isso era tudo que você queria saber, agora você já sabe. — Alice disse em tom de encerramento da conversa.

— Mamãe, desculpa. Não é isso. — Manu falou ao ver a mãe pronta para deixar o escritório.

Alice se virou para a filha e cruzou os braços, esperando o restante da explicação. Manuela conhecia bem aquele olhar, era exatamente daquela forma que a mãe a questionava quando ela ainda era criança, um olhar sugestivo e interrogador ao mesmo tempo.

— Eu só fiquei preocupada com essa conversa de vocês, isso tudo é tão confuso e envolve tantas coisas. Eu acho que eu tenho direito de me preocupar. — Manu tentou se explicar.

— Eu não disse que você não tinha o direito, muito menos que você não iria se preocupar, mas você consegue notar a diferença na sua preocupação?

Manuela abaixou a cabeça contrariada, ela não queria admitir as coisas para a mãe. Aquela posição deixava a publicitária pouco confortável.

— Filha, olha pra mim. — Alice falou se aproximando de Manuela — Eu não vou julgar você, quando foi que eu fiz isso?

— Nunca.

— Exatamente. Eu também não quero que você me julgue. Eu fiz uma escolha de procurar a Julia, eu não me arrependo e também não acho que deva uma explicação pra você sobre o teor da minha conversa com ela. Não quando você nem mesmo consegue admitir o quanto os seus sentimentos mudaram desde a última vez que você esteve aqui. — Alice concluiu.

— Eu não quero mentir pra você. — Manuela falou num fio de voz.

— Você não precisa.

— Eu continuo não sabendo o que fazer, mãe. É só que... algumas coisas parecem incontroláveis.

— E o que tem de errado nisso? — Alice incentivou a filha a continuar.

— Tudo. Eu não posso brincar com ela desse jeito, nada me dá esse direito. Eu também não posso fazer isso comigo, não se eu ainda mal consigo respirar toda vez que eu lembro tudo que aconteceu. — Manuela desabafou.

— Eu sempre tenho que te dizer a mesma coisa e você parece nunca entender. Você é muito exigente, minha filha. Essa sua mania de sempre querer demais, sempre querer tudo no lugar certo, sempre querer todas as explicações. Pra algumas coisas isso não funciona.

— Eu não sei ser diferente, mamãe. Quem dera eu soubesse. — Manu falou angustiada.

Alice caminhou até onde a filha estava e a abraçou. Se pudesse, ela tiraria toda aquela confusão de dentro da filha. Manuela tinha o hábito de digladiar as emoções dentro de si e por isso ela sofria sempre demais. Manu se deixou abraçar pela mãe e sentiu a intensidade do amor incondicional que existia entre elas.

— O amor é imperioso, voluntarioso, filha. Não existem meios termos. E quando ele decide ser devastador ele é, mas ele nunca machuca. Amar não é sentir dor, é sentir paz. É o melhor que você pode estar, é o lugar ao qual você pertence. Dentro de você existem as respostas que você precisa, a solução pra toda essa inquietação que eu estou vendo nos seus olhos. Filha, essa mágoa, o ressentimento e muito menos as coisas ruins que ficaram guardadas, esse não é o caminho. Não foi o amor da Julia que te machucou, foram as atitudes dela e isso são coisas totalmente diferentes. O que você precisa se perguntar é o que é mais importante para você? O que foi responsável por você continuar lutando consigo mesma todo esse tempo, mesmo quando não havia a menor possibilidade? O quê, meu amor? — Alice questionou.

 

Manuela não respondeu, ela não precisava. Alice não queria ouvir a resposta da filha, o que ela realmente queria era que ela pensasse no assunto. A maior esperança que ela poderia ter era que Manu conseguisse enxergar as coisas no fim das contas.


Fim do capítulo

Notas finais:

Olá, meu povo!

 

Vi aí que algumas pessoas não gostaram da minha questão filosófica sobre o que é a felicidade e os seus mistérios... Do futuro não se pode saber, meu povo, mas nós vamos chegar lá. Espero que vocês gostem pelo menos da minha amiga Alice tentando desvendar os mistérios do amor e enfiar alguma coisa na cabeça pouco dura da nossa querida Manu.

 

Enfim, vamos indo aí que em algum lugar a gente chega.

 

Beijo gigante nos corações e até amanhã! ♥


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Comentários para 30 - Entrelinha:
jake
jake

Em: 12/07/2024

Eita autora eu estou amando a história. Bom a má mãe da Ju já está desconfiada .Bom agora cabe a Julia ser forte e lutar principalmente com as atitudes da mãe já que ela disse que dessa vez não será tão tolerante.#forçamaju #autoramandaamaedajupraeuropa.

O futuro delas está nas suas mãos. Hehehe

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 10/07/2024

Uma luz no final...

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Mandys
Mandys

Em: 10/07/2024

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 09/07/2024

Muita sabia a Alice. Manu vai refletir bastante.  O  amor não machuca, mas como seres em evolução, ainda estamos aprendendo a amar, verdadeiramente. Nos confundimos, nos equivocamos, etc. Manu deve ir devagar, reconhecendo esse relacionamento, Júlia precisa mostrar que é confiável, novamente. Bjs

Responder

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Mmila
Mmila

Em: 09/07/2024

É, as questões do amor são complicadas.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 09/07/2024

Eu sou adepta de romances com final feliz sempre.

Sempre!

Eu amei o Livro Mesa 27 até o penúltimo capítulo kkkk 

O último capítulo poderia não ter existido

 

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 09/07/2024

E a senhora Campana apareceu! Vamos ver o que essa senhora irá aprontar 

Eu espero que Alice continue tentando enfiar alguma coisa na cabeça da filha

 

Responder

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