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Palavras: 4474
Acessos: 2120   |  Postado em: 08/07/2024

Espaço

Alice chegou a São Paulo aproximadamente às 10 da manhã. Ela estava decidida a procurar Julia há algum tempo, desde a última estada da filha em Belo Horizonte. Alice não gostava de se meter na vida dos filhos, especialmente na de Manuela. A filha detestava quando alguém se intrometia nos seus assuntos sem ser convidado, mas a mulher entendeu que naquele caso seria necessário que ela desrespeitasse o desejo da filha, Julia precisava ouvir certas coisas que, talvez, somente ela tinha o direito e a responsabilidade de dizer.

— Olá. — Alice disse assim que encontrou Amanda. A médica havia feito a gentileza de buscá-la no aeroporto.

— Como vai? — Amanda falou enquanto as duas se abraçavam — Tem tanto que a gente não se vê pessoalmente.

— É verdade. Eu não vim mais aqui, você não foi mais a BH. — ela disse com um sorriso.

— Pois é, nós precisamos parar de fazer essas coisas.

As duas saíram em direção ao estacionamento se atualizando das notícias sobre a família e o trabalho. Amanda tinha um carinho especial por Alice e por toda a família de Manuela na verdade. Ao contrário dos pais da cardiologista, os da amiga haviam apoiado a filha incondicionalmente quando souberam da sua orientação sexual e foi neles que Amanda também encontrou um porto seguro. Ela sempre era bem-vinda na casa de Manu, especialmente quando a sua família descobriu que ela também era lésbica. Atualmente os Albuquerque aceitavam Amanda, inclusive o seu casamento com Isabela, mas eles haviam passado por uma longa jornada para chegar até ali.

— Você quer ir direto ao escritório da Julia ou prefere tomar um café primeiro? — Amanda perguntou já dentro do carro.

— Eu prefiro que a gente vá direto. Podemos deixar para almoçar juntas, se não for atrapalhar a sua agenda. — Alice informou.

— Claro que não vai. Hoje eu só tenho plantão à noite, a gente aproveita pra convidar a Isa. Ela também está morrendo de saudade de você. — Amanda concluiu com um sorriso.

**

Julia estava concentrada, como há muito tempo não conseguia, quando o telefone do escritório tocou. Ela tinha uma visita. Uma que ela jamais esperou receber.

Amanda e Alice chegaram ao escritório de arquitetura, que ficava em um prédio charmoso, num bairro próximo ao centro da cidade, por volta das onze da manhã. Julia tinha um excelente gosto, isso não era segredo algum, mas ainda assim Amanda ficou encantada com o local. Ela e Alice não haviam discutido o que a mãe da amiga pretendia com aquela conversa, mas Amanda sabia que não seria fácil para nenhuma das duas. Na recepção foi Amanda quem tomou a iniciativa.

— Bom dia. Eu queria falar com a Julia Campana, ela é arquiteta. Eu subo direto para o andar dela ou preciso ser anunciada? — ela disse educadamente à recepcionista.

— Arquiteta? Não seria Julia Medeiros? —  a recepcionista corrigiu.

— Isso. Julia Medeiros Campana. — Amanda falou, ela não sabia que Julia não estava assinando com o sobrenome tradicional da família.

— Eu vou ligar para a secretária dela, quem eu devo anunciar? — a mulher falou com tranquilidade.

— Amanda Albuquerque, diga que eu vim em nome do primo dela, Pedro Magalhães, ela vai saber de quem se trata. — a médica explicou.

A recepcionista sorriu e acenou com a cabeça pegando o telefone para ligar para a secretária de Julia. As duas esperaram apenas alguns minutos e foram convidadas a subir. No elevador, Amanda observou que Alice parecia totalmente relaxada, pelo visto ela tinha tudo sob controle. Márcia, a secretária de Julia, as recebeu com um sorriso simpático e um olhar curioso.

— Bom dia. — Amanda mais uma vez tomou a iniciativa — Eu não marquei nenhum horário, mas gostaria de conversar com a Julia, se for possível.

— Ela está livre para receber vocês, ainda mais se vieram enviadas pelo Pedro. A quem eu devo anunciar? — a secretária falou com educação.

— Amanda e Alice, ela vai saber de quem se trata.

Não demorou mais que um minuto para Julia abrir a porta e convidar as duas para entrarem na sala, a surpresa estava estampada no rosto da ruiva.

— Eu vou esperar aqui fora. — Amanda falou para Alice e encarou Julia antes de falar — Se você não se incomodar?

— Claro que não, fique à vontade. — Julia falou, tentando manter a calma diante daquela situação inesperada.

— Ótimo! Eu espero você aqui então. — ela disse para Alice mais uma vez.

As duas mulheres entraram na sala sem trocar nenhuma palavra e Amanda se sentou em uma das poltronas do lugar para esperar que aquela conversa terminasse.

Julia indicou uma das cadeiras, ainda em silêncio, para que Alice se sentasse. Ela se lembrava muito bem da mãe de Manuela, elas eram parecidíssimas. Julia havia estado com ela em algumas situações enquanto namorava Manu, ela sabia que Alice era uma mulher incrível, um exemplo que Manuela seguia e uma das pessoas que a publicitária mais admirava em sua vida. Por todos esses motivos e pelo fato de Alice sempre ter a tratado muito bem, Julia respeitava a figura da mulher a sua frente.

— Eu sinto muito se eu estiver atrapalhando a sua agenda com essa visita inesperada. — Alice começou, depois que as duas já haviam se sentado.

— Você não atrapalha, mas eu confesso que estou muito surpresa com a sua presença aqui. — Julia foi sincera.

— Não tinha como ser diferente, eu mesma não achei que precisaria te procurar, mas aqui estou eu.

Julia apenas concordou com um aceno de cabeça.

— E você já deve saber porque eu vim. — Alice concluiu.

— Claro. A sua filha.

— O nosso assunto em comum. — Alice falou com um sorriso — Eu vou direto ao ponto, não há porque fazer rodeios. Certo?

— Certo.

 — Você ainda ama a Manuela? — Alice questionou.

— Amo. — Julia respondeu imediatamente, sem hesitar.

— Eu imaginei que sim. — Alice respondeu reflexiva — A Manuela também ainda te ama. Se ela ainda não te disse, ela certamente irá dizer. — ela concluiu com tranquilidade.

Julia não soube como responder aquela afirmação. Na verdade, a ruiva ainda estava tentando entender porque Alice estava ali.

— Não se preocupe, eu não espero que você diga nada diante dessa informação. Esse é um assunto de vocês e eu não tenho a menor intenção de tentar entender ou elaborar as tramas dos sentimentos todos que vocês compartilham, eu vim aqui por um outro motivo.

— Que seria? — Julia perguntou com curiosidade.

— Quando você foi embora, a minha filha demorou muito pra se recuperar. A Manu ficou destruída. Nós passamos por um momento muito difícil e eu espero que ela nunca mais fique naquele estado. Talvez você não entenda porque não estava aqui, mas foi duro pra ela voltar a ser ao menos um pouquinho parecida com ela mesma outra vez. Levou tempo e um grau de comprometimento dela muito grande. — Alice explicou.

Julia escutou tudo em silêncio e com muita atenção. Alice não falava com um tom de raiva ou acusação, era mais uma tristeza que ela parecia querer esquecer.

— Mesmo assim eu preciso confessar que eu nunca vi a minha filha tão feliz como quando ela esteve com você. — a mulher prosseguiu diante do silêncio de Julia — Eu não gostei de saber que você tinha voltado, gostei menos ainda quando soube que era pra ficar. A Manuela me contou isso com um desespero no olhar que eu não via há muito tempo. O último período que ela passou em casa, depois daquela conversa com você, me pareceu muito com seis anos atrás e me deixou preocupada.

— Eu não tive e não tenho a mínima intenção de bagunçar a vida da sua filha. Eu disse isso pra ela e espero que você acredite em mim quando eu digo isso. — Julia falou.

— Eu não duvido de você. Essa é a razão de eu ter escolhido vir até aqui hoje. Eu não duvido das suas intenções, Julia, mas eu acho que você não tem consciência das consequências que as suas atitudes podem ter na vida da minha filha.

— Eu acho que eu sou capaz de imaginar. — Julia tentou.

— Eu acho que não, mas eu não estou dizendo que você é culpada por isso. As suas culpas são outras e não cabe a mim julgá-las, embora eu não entenda as suas atitudes.

— Me desculpa se eu parecer mal-educada, mas eu não entendo aonde você quer chegar com isso.

— Ela ama você. Ela fatalmente vai perceber isso, mais cedo ou mais tarde. Ela nunca deixou de te amar, provavelmente desde o dia em que ela te conheceu. Acontece que ela ainda não te perdoou e se você não tiver cuidado agora, ela vai se magoar mais uma vez. Você sabe tão bem quanto eu que a Manu sente tudo com intensidade demais, ela não suportaria sofrer outra vez. Não da forma que ela sofreu quando você foi embora.

 — Eu não pretendo repetir os meus erros do passado e eu também não suportaria ser responsável pelo sofrimento dela outra vez. — Julia falou com tristeza.

 — Ótimo! Eu espero sinceramente que essa sua resolução não mude. Tudo que eu quero é que a minha filha seja feliz e se essa felicidade depender de você, nós daremos um jeito de conviver outra vez.  Agora o que eu queria que você entendesse é que a Manuela vai precisar de certeza e você de paciência. Eu conheço muito bem a minha filha, eu sei que ela está dividida entre a mágoa e as sensações que a sua volta significam. Eu sei também que ela ainda não conseguiu te perdoar, eu nem sei mesmo se ela já conseguiu entender as coisas e o meu medo é que vocês atropelem as etapas desse reencontro e acabem estragando o que ainda nem começou.

— É tudo muito complicado, Alice, eu não vou negar, mas eu estou tentando fazer as coisas corretamente. — Julia falou de cabeça baixa.

— Eu sei que é complicado, mas tentar não é suficiente. Não existe uma cartilha pra você seguir, eu sei disso, mas é bom que você faça uso da cautela. Eu vim até aqui pra te pedir duas coisas, Julia. A primeira é que você tenha muito cuidado com a minha filha, ela não vai suportar ser magoada outra vez. A segunda é que você pense muito bem antes de agir, não tem como vocês passarem por tudo o que aconteceu, resolverem tudo em três meses e serem felizes pra sempre.

A seriedade de Alice era tão parecida com a de Manuela e as verdades que ela diziam cortavam com quase a mesma eficiência que algumas que Manu havia dito para Julia desde o seu retorno. Mas Julia entendeu muito bem o que Alice queria dizer e porque precisava ser dito. O risco de agir inconsequentemente diante daquela situação era o de perder Manuela de vez, havia muitas coisas que elas precisavam acertar e Alice estava ali para deixar claro para Julia que as coisas não eram tão simples como pareciam ser desde o telefonema de Manuela.

— Eu espero sinceramente que você entenda porque eu tomei essa atitude de vir até aqui hoje. Se dependesse de mim, a Manuela já teria te esquecido e tocado a vida dela. Infelizmente essa questão está totalmente fora das minhas mãos, então só me resta cuidar pra que ela ao menos não passe por tudo que ela passou no passado. Se você realmente a ama como diz amar, pense se agora você está realmente disposta a arcar com esse amor. Diferente do que você fez no passado, quando abandonou a minha filha.

Julia não soube como responder, por mais que ela detestasse admitir, Alice tinha toda razão. Julia havia sido fraca e por isso tinha perdido o amor da sua vida. Agora ela precisava provar não somente para Manuela, como para si mesma, que era capaz de sustentar aquele amor. Alice levantou e encarou o rosto da mulher à sua frente.

— Muito obrigada pela cortesia de me receber. Considere tudo que eu te disse hoje e não maltrate o coração da minha filha outra vez. — Alice falou olhando nos olhos de Julia — Tenha um bom dia. — dizendo isso ela saiu e deixou Julia sozinha com os seus pensamentos.

Alice esperava que a conversa tivesse efeito e que Julia realmente fosse mais cuidadosa do que havia sido no passado. Quanto a provável reação de Manu quando soubesse daquela visita, ela iria lidar depois, com a mesma habilidade com a qual lidava com a filha a vida inteira. No momento ela estava aliviada por finalmente ter dito tudo o que precisava para Julia, o resto se acertaria com o tempo.

**

Manuela voltou para casa exausta. A viagem tinha sido um sucesso, além de ter servido para a publicitária refletir longamente sobre os seus sentimentos e, especialmente, suas dúvidas. Quando ela abriu a porta do apartamento, na tarde de sexta-feira, após três dias de viagem, seu único desejo era um banho longo e uma boa noite de sono. Havia custado mais do que ela tinha imaginado aquele telefonema para Julia, se ela analisasse com um pouco mais de cuidado veria que tudo havia começado com aquela visita inconsequente à casa da ruiva. Manu tinha passado de uma total postura irredutível em relação à volta de Julia, para alguém que não sabia como resistir aos instintos do corpo. Ela estava se sentindo não apenas sufocada, estava imobilizada, presa na loucura que era ter Julia outra vez em sua vida. Ela sabia que precisava encontrar alguma calma no meio daquilo tudo para se reencontrar, como fazer isso é que era o problema.

Os planos da publicitária estavam indo muito bem. O banho havia surtido o efeito revigorante que ela ansiava e a cama já estava à sua espera para o descanso merecido. Manuela resolveu responder alguns e-mails antes de dormir e foi quando estava a caminho do escritório que a campainha tocou. O seu primeiro pensamento foi que Julia estava ali, mas ela se enganou. Ao abrir a porta a surpresa foi outra.

— Taís? — disse assim que colocou os olhos na amiga.

A mulher à sua frente deu um sorriso e se precipitou para abraçar a outra.

— Isso são modos de me receber? Com essa cara de susto ao invés de alegria? — Taís questionou ainda dentro do abraço.

— Uai, eu achei que você só voltaria em duas semanas. — Manu explicou enquanto desfazia o abraço e fazia a amiga entrar no apartamento.

— Adiantei a volta. Desisti das duas semanas de descanso depois do curso, preferi vir pra casa. — ela explicou enquanto entrava na sala e se sentava em um dos sofás.

Manuela apenas concordou com a cabeça. Ter Taís de volta não era um problema e poderia não ser a solução dos atuais, mas era um refresco. As duas eram amigas há um bom tempo, Manuela conheceu Taís em uma festa de uma amiga, as duas dormiram juntas logo na primeira noite e em muitas outras depois dessa. Elas tinham uma amizade com certos benefícios que funcionava muito bem para elas. Nenhuma queria compromisso, mas gostavam de se divertir juntas. Taís tinha passado os últimos quatro meses em Nova York fazendo um curso para aprimorar o seu currículo, a moça dirigia uma empresa herdada do pai e estava sempre procurando formas de melhorar a administração do negócio.

— E como foi o curso? — Manu questionou se sentando no sofá oposto ao que Taís ocupava.

— Maravilhoso! Vai ser bom para os novos projetos que estou querendo implantar na empresa.

— Que ótimo. E Nova York? Como está?

— A mesma maravilha de sempre. Um dia eu ainda me mudo pra lá e não volto mais. — Taís falou com um sorriso.

Manu retribuiu o sorriso da amiga, ela também tinha amado o tempo que passou na cidade.

— E por aqui? Tudo certo? — ela perguntou diante do silêncio de Manu.

— Tudo na mesma. — Manu economizou nos detalhes.

Taís não sabia do passado de Manuela e ela pretendia que continuasse dessa maneira. Essa era uma das melhores coisas da amizade com ela, Manu não precisava se explicar sobre o seu passado, Taís simplesmente ignorava as coisas que haviam acontecido antes delas se conhecerem e Manu gostava que fosse assim, sem pesos desnecessários.

— Nunca muda, não é mesmo!? — ela falou com um sorriso — O que a gente vai fazer hoje? — ela mudou de assunto.

— Você, eu não tenho a mínima ideia, mas eu vou dormir muito.

— Fortaleza foi assim tão cansativo?

— Como você sabe que eu estava em Fortaleza? — Manu perguntou curiosa.

— Na verdade eu cheguei tem dois dias e fui te fazer uma surpresa lá na iDraw, aí eu descobri que você estava viajando. Daí eu até pensei em ligar, mas preferi adiar a surpresa e aqui estou eu.

— Entendi e fico muito feliz por você ter voltado, mas sair hoje nem sob decreto. — Manu determinou.

— Tem certeza que não aconteceu nada enquanto eu estive fora? — Taís perguntou desconfiada.

— Eu que faço essa pergunta. Se fosse há um tempo você já teria entrado no meu apartamento tirando a minha roupa ou a sua. — Manu fugiu da pergunta.

— Estou treinando movimentos mais suaves agora. — Taís respondeu com um sorriso.

Manuela gargalhou antes de responder.

— Você? Me engana que eu gosto.

— Você duvida que eu possa ser mais sutil?

— Não! Eu tenho certeza que você não pode. — Manu tripudiou

— Pois saiba a senhorita, que eu posso sim ser sutil e suave nas minhas conquistas. O caso é que você não saberia disso, porque a nossa relação é outra. Eu não preciso te conquistar, nós já passamos dessa fase há muito tempo. — a empresária se explicou.

— Então tem alguém para ser conquistada? É isso mesmo que eu entendi?

— Talvez. — Taís falou com um sorriso de lado enquanto olhava as unhas.

— Eu me recuso a acreditar que você está me dizendo que se apaixonou. Não tem como isso ter acontecido. — Manu falou incrédula.

— Os brutos também amam, minha cara. — Taís disse com um sorriso — Sua hora também vai chegar.

Manuela pensou na ironia que era aquela afirmação.

— Você não pode tá falando sério. — ela disse, encarando a amiga com desconfiança.

— Mas eu estou. Já que você não quer sair e, vou confessar, eu também não estou muito no clima. A gente pode pedir uma pizza e assistir um filme naquela sua cama maravilhosa. — Taís falou enquanto tirava os sapatos e se deitava confortavelmente no sofá.

— Parece que você já decidiu a nossa noite, não é!? — Manu falou rindo da amiga — Eu vou aceitar com uma condição: eu quero que você me explique essa história de paixão aí.

— Será um prazer. Agora vai lá pedir a pizza.

As duas pediram a pizza e esperaram por ela na sala mesmo, cada uma jogada em um sofá. Elas tinham muito assunto para colocar em dia e Manuela ficou extremamente feliz pela volta da amiga. Embora ela não tirasse Julia da cabeça nem por um segundo, era ótimo estar com alguém que não sabia de nada. Alguém que a fizesse perceber que existia muito mais coisas em sua vida do que aquela bagunça em que ela estava desde a volta da ruiva.

— Eu encontrei a sua mãe, te falei isso? — Taís falou depois de muitas gargalhadas e da pizza já ter sido devorada pelas duas.

— Minha mãe? Como assim? — Manuela perguntou sem entender o que a amiga estava dizendo.

— Eu encontrei ela depois que eu cheguei de viagem. — Taís explicou.

— Você foi fazer o que em BH?

— Quem disse que eu fui pra Minas?

— Ué, como foi que você encontrou a minha mãe então? — Manu não estava entendendo o que a amiga estava dizendo.

— Aqui em São Paulo, né sua lesa. Na quinta-feira eu encontrei ela, a Amanda e a Isa no restaurante que eu estava almoçando.

Manuela ficou muito confusa com aquela informação. Ela tinha falado com a mãe na quinta-feira e ela não tinha dito nada sobre estar em São Paulo. Naquele mesmo dia ela havia falado com Amanda também e a amiga não tinha dito nenhuma palavra sobre o assunto. Alguma coisa estava errada naquela história e Manu teve um pressentimento de que era algo que ela não ia gostar nenhum pouco de saber.

— Você conversou com elas? — Manu questionou.

— Rapidamente. Eu já tinha almoçado e estava de saída. Eu só soube que ela tinha vindo rapidinho, só pra conversar com alguém e voltou na quinta mesmo pra BH. Mas foi ótimo ver a sua mãe, ela é uma fofa. — Taís concluiu com um sorriso.

Manuela não queria acreditar que a mãe tivesse tido coragem de fazer aquilo. Não era possível que ela tinha vindo até São Paulo para conversar com a Julia, sem que Manuela tivesse conhecimento. Nesse momento o telefone de Taís começou a tocar.

— Nossa. Preciso atender essa, já volto. — ela falou indo em direção à varanda para atender o telefonema.

Manuela não pensou duas vezes, pegou o celular e ligou para a mãe.

— Você veio até aqui na quinta-feira? — ela disse assim que a mãe atendeu.

— Boa noite pra você também e sim, eu estive aí. — Alice sabia que a filha descobriria sobre essa viagem mais cedo ou mais tarde. Ela não tinha porque negar — E antes que você me pergunte, sim. Eu fui conversar com a Julia.

— Porque você fez isso, mamãe? — Manuela falou com um tom de censura na voz.

— Eu precisava, foi por isso que eu fiz. Se você quer conversar comigo sobre o teor da minha conversa com ela, saiba que nós só faremos isso pessoalmente. Na semana que vem, quando você vier para o aniversário do seu pai, a gente volta nesse assunto. — Alice foi taxativa e Manuela, mesmo estando totalmente contrariada, sabia que não adiantava discutir.

A única razão de ter ligado para a mãe, foi para ter certeza de que ela realmente havia procurado Julia. Manu não estava nada satisfeita, mas a mãe não era como os outros. Com ela, Manuela precisava ser diferente do habitual e escutar muito mais do reclamar sobre seja lá o que fosse que a mãe decidisse fazer. As duas se despediram e Manu se preocupou com o que a mãe poderia ter dito para Julia. Se preocupou especialmente com como Julia estava depois dessa conversa.

**

Julia tinha passado muito tempo pensando se ligava ou não para Manu. A dúvida havia desaparecido depois da conversa com Alice, era melhor Julia esperar. Claro que a saudade de Manu estava lá, sólida como uma pedra que pesava no seu coração. Mas as palavras de Alice a fizeram refletir sobre o futuro das duas, principalmente sobre o que aquele futuro exigiria delas. No fim, a sua consciência de que o caminho seria árduo ficou mais sólida com o entendimento de um detalhe: as duas precisavam encontrar uma forma de se perdoar. Manuela precisava perdoar Julia e a ruiva precisava realmente aprender a conviver com os seus erros, os encarando de frente para não os cometer nunca mais.

Julia havia acabado de sair do banho quando o celular começou a tocar. A arquiteta sentiu o coração ir parar no estômago quando leu o nome de Manuela no visor. Depois de respirar fundo ela atendeu.

— Alô.

— Oi. — Manu respondeu do outro lado da linha — Atrapalho?

— Nunca. — Julia respondeu enquanto se sentava no pé da cama.

— Eu cheguei hoje de viagem e soube que você recebeu uma visita ontem. — Manuela não protelou o assunto, ela queria saber como Julia estava depois da conversa.

— É. Foi. — Julia não sabia o que dizer.

— Eu não sei nem por onde começar a me desculpar pela atitude da minha mãe. — Manu falou com sinceridade.

— Você não precisa. A sua mãe tinha as razões dela pra me visitar, eu acho que ela também tinha direito a essa conversa. — Julia falou com tranquilidade.

— Ainda assim, ela não devia ter se metido dessa maneira.

— Ela devia sim, Manu. Ela fez a coisa certa em vir me procurar.

Manuela não sabia o que aquilo queria dizer e pelo visto Julia não iria entrar em detalhes. Por isso, as duas ficaram em silêncio durante alguns minutos.

— Eu... — Manuela hesitou por alguns segundos — A gente precisa se ver.

Julia fechou os olhos absorvendo o prazer que era ouvir aquelas palavras vindas de Manu.

— Eu sei. — ela respondeu depois de se deitar na cama — A gente precisa conversar.

As duas voltaram a ficar em silêncio, mas aquilo não importava. Sem perceber as duas estavam restaurando algo que elas nem mesmo se lembravam de ter tido um dia. Cumplicidade.

— Talvez a gente devesse marcar alguma coisa, ao invés de esperar até se encontrar por acaso, de surpresa. — Julia continuou.

— Provavelmente essa é uma boa ideia. — Manu concordou.

— Eu viajo pro Rio amanhã e só volto na terça. Quando eu chegar, a gente pode sair pra almoçar.

— Na terça sou eu quem vai pro Rio e de lá eu viajo pra BH, vou passar o fim de semana lá. — Manu explicou um pouco contrariada.

— Quando você voltar então, vai ser bom a gente ter mais esse tempo pra pensar. — Julia argumentou.

— Você acha?

— Você não?

Manuela pensou por alguns segundos antes de responder.

— Talvez. — ela admitiu por fim.

Julia sorriu antes de voltar a falar.

— Vamos fazer assim, a gente espera mais esses dias, pensa bastante e almoçamos na segunda, depois que você voltar. Enquanto isso, a gente pode se falar pelo telefone se for preciso. — Julia propôs.

— Tudo bem. — Manu falou — Você tem certeza que a conversa com a minha mãe não te incomodou? — questionou preocupada.

— Absoluta. Você não tem por que se preocupar com isso. — Julia disse com segurança.

— Ok então. Menos mal.

— É.

Depois de mais um tempo de silêncio, Manuela resolveu desligar.

— Então, boa noite. — ela disse.

— Boa noite. — Julia falou com um sorriso.

 

As duas desligaram e se perderam em pensamentos que por enquanto não pareciam indicar nenhum caminho para soluções.

Fim do capítulo

Notas finais:

Ei, gente! Espero que estejamos todas muito.

 

Vi aí que temos #MAJU rolando, povo dando força aí pro perdão e o final feliz do casal? Mas o que é o final feliz não é mesmo? Felicidade pode ser muita coisa... fica aí a reflexão.

Capítulo de hoje nos apresenta um encontro diferente e uma personagem boa demais de escrever, eu espero que vocês gostem.

 

Amanhã tem mais viu!? Muito, muito, muito obrigada pela gentileza de sempre e até mais! ♥


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Comentários para 29 - Espaço:
angelica ap
angelica ap

Em: 22/08/2024

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jake
jake

Em: 11/07/2024

Tá lentoooo,rsrsrsrsr

Agora falta a megera, ops a mãe má ops da Julia...

Adoro essa história 

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 10/07/2024

Tá caminhando.

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patty-321
patty-321

Em: 08/07/2024

Gostei da postura da mãe da Manu, mandou a real pra Júlia. Agora é vida q segue, Júlia realmente precisa mostrar que mudou, vamos ver quando a mãe aparecer na estória. Bjs

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Mmila
Mmila

Em: 08/07/2024

Felicidade é #MAJU.

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 08/07/2024

Final feliz são elas juntas

Não inventa, autora, por favor 

 


LeticiaFed

LeticiaFed Em: 08/07/2024
Assino embaixo! Pode parar de invenção! ;)


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