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Preciso Dizer Que Te Amo por escrita_em_atos

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Palavras: 4441
Acessos: 2423   |  Postado em: 06/07/2024

All I Want

Julia se sentou na cama automaticamente. Desde a vinda do ex-marido ao Brasil a arquiteta tentava falar com ele, sempre sem sucesso. Mateus parecia decidido a não falar com ela e isso deixava Julia absolutamente preocupada com qual seria a próxima atitude dele com relação a Manuela.

— Mateus? — ela falou um pouco surpresa.

— Eu recebi alguns documentos seus e estou encaminhando para o Brasil. Eu preciso que você confirme o endereço do seu escritório pra mim. — ele foi direto ao ponto.

— Espera aí. Porque você não tem atendido os meus telefonemas? Porque você veio ao Brasil sem me avisar e ainda por cima foi atrás da Manu? — Julia questionou incrédula.

— Eu só preciso que você confirme o endereço, por favor. — ele disse seco.

Os anos de convivência entre os dois serviram para que eles fossem capazes de se perceber. A despeito de todas as coisas envolvidas, de toda a carga que a relação dos dois tinha, eles haviam sido amigos e companheiros por tempo o suficiente para se conhecerem e reconhecerem as reações de cada um. Julia sabia que Mateus estava com raiva e contrariado, por isso ele havia vindo ao Brasil e era por isso também que ele não atendia as ligações dela.

— Você não vai me responder? — ela insistiu.

— Você perdeu o direito a qualquer resposta quando resolveu se separar de mim pra viver o seu amor da adolescência. — ele respondeu com raiva.

— Não seja ridículo, não combina com nós dois. Você sabe muito bem que a nossa separação, diferentemente do nosso casamento, não teve nada a ver com a Manuela. — Julia falou com seriedade.

— Isso é o que você diz.

— Isso é a verdade e você tem total consciência disso. — ela o interrompeu.

— Os documentos sobre os quais eu falei são importantes, você vai precisar deles e eu não os quero comigo. Eu vou falar para minha secretária encaminhá-los para você, confirme o endereço por e-mail com ela. — ele falou e cortou a ligação sem dar oportunidade para Julia responder.

Julia ficou intrigada com aquele telefonema. Obviamente Mateus poderia ter pedido a secretária desde o começo para tratar do envio dos documentos, então porque ele havia preferido ligar e falar com ela. A arquiteta ficou com a sensação de que talvez ele quisesse lembrá-la de que ele estava ali, que os dois sempre estariam ligados pelo passado e por todas as coisas que haviam acontecido entre os dois. Coisas que ainda a marcavam e ela certamente jamais seria capaz de esquecer. Aquelas lembranças ameaçaram a deixar triste, mas bastou ela se deitar novamente e sentir o cheiro de Manuela pela cama que aquela nuvem de tristeza se dissipou com uma facilidade reveladora.

**

Honestidade era provavelmente um luxo que Manuela não estava reservando para usar consigo mesma. O ato impensado do fim de semana não havia aplacado as dúvidas e muito menos tinha sido o suficiente para mitigar o desejo inconfessável que ela andava sentindo por Julia. A arquiteta, aliás, estava disposta a dar a Manuela o espaço necessário para ir e voltar quando quisesse. Julia acreditava que tudo aquilo fazia parte do processo para que Manu a perdoasse, mas apesar desse pensamento, era difícil resistir ao impulso de procurar pela publicitária agora que tinha certeza que ela iria ceder.

Julia entrou no escritório depois de uma reunião muito satisfatória com um cliente potencial. Era fim da manhã de segunda-feira e ela ainda não havia tido nenhuma notícia de Manuela. Apesar disso Julia estava feliz, aquela visita de Manu era a prova de que elas estavam mais ligadas do que a publicitária gostava de admitir e isso era mais que o suficiente para deixar Julia nas nuvens. É claro que fisicamente era mais difícil de se controlar, a simples lembrança da maneira como Manuela a havia conduzido para cama aquele dia, deixava a arquiteta de pernas bambas. O celular dela começou a vibrar sobre a mesa trazendo ela abruptamente para a realidade.

— Primo. — ela atendeu com um sorriso.

— Oi, que felicidade é essa? — Pedro perguntou surpreso.

— Que felicidade? — Julia se fez de desentendida.

— No seu tom de voz, você tem andado toda pra baixo desde aquele dia. Tô surpreso com essa felicidade repentina. — Pedro falou.

— Não sei do que você está falando. Eu continuo normal, como estava anteriormente. — Julia desconversou.

— Sei. — Pedro respondeu desconfiado — Te liguei pra convidar pra almoçar, vamos? — ele continuou.

— Vamos. — Julia respondeu simplesmente.

Pedro deixou para insistir no assunto quando os dois se encontrassem pessoalmente, mas ele tinha certeza que alguma coisa tinha acontecido. Julia havia saído de um estado de potencial depressão para um de alegria tão grande que dava para sentir pelo telefone. Provavelmente Julia não ficaria surpresa quando ele dissesse que Manuela estava de volta a São Paulo, foi o que o rapaz imaginou. Os dois combinaram de se encontrar no restaurante e desligaram o telefone. Julia pensou que era melhor tentar controlar o seu entusiasmo com os últimos acontecimentos ou Manuela poderia acabar não cedendo outra vez.

**

Manuela chegou ao escritório na segunda-feira e encontrou Willian ainda no estacionamento. O sorriso com o qual ela cumprimentou o amigo deixou o rapaz intrigado, tanto que Manuela percebeu no rosto dele a reação.

— Que foi? — ela perguntou enquanto eles caminhavam em direção ao elevador.

— Que cara é essa? — ele perguntou analítico.

— Que cara? — Manu respondeu.

— Cara de quem comeu e gostou. — Willian respondeu debochado.

— Não sei do que você está falando. — Manu respondeu sem encarar o amigo.

— Se eu não soubesse do seu recente celibato, eu diria que o seu final de semana foi bastante proveitoso. — Willian continuou.

— Celibato?

Willian fechou os olhos e suspirou profundamente.

— Vamos nos poupar desse debate. Quem foi a responsável por tirar você desse limbo?

— Eu já disse que não sei do que você está falando. — Manuela respondeu saindo do elevador e indo em direção a sua sala — Bom dia, Teresa.

— Bom dia, Manu. — a secretária respondeu.

— Não pense que eu caí nesse papo furado. — Willian respondeu enquanto Manuela entrava na sala.

Manuela se sentou na cadeira e ligou o computador tentando entender como era possível Willian ter percebido tão rapidamente o que havia acontecido. Provavelmente ela tinha mesmo ficado muito diferente do habitual depois da volta de Julia, mas isso não foi lá grande surpresa. A chegada de Julia tinha realmente a tirado do prumo, ela mesmo tinha refletido bastante sobre isso na sua última estada em Belo Horizonte. Ela precisava se reencontrar e parecia que o caminho começava e terminava em Julia, por mais que ela teimasse em não aceitar.

Manuela estava concentrada em um documento no escritório quando Willian entrou, já no fim da tarde. Ela havia passado praticamente o dia todo dentro da sala sem sair nem mesmo para almoçar. Quando ela viu o amigo entrando, imaginou que ele não perderia a oportunidade de mais uma vez tentar descobrir a razão da aparente mudança no estado de espírito da morena.

— Atrapalho? — Willian perguntou se aproximando da mesa.

— Não, pode falar. — Manu respondeu encarando o amigo.

— A gente precisa ir pra Fortaleza amanhã. Eu acabei de falar ao telefone com o José Antônio, que você deve ter conhecido quando esteve por lá e está tudo pronto pra gente apresentar o nosso projeto. A reunião foi marcada para a quarta-feira pela manhã. — ele explicou depois de se sentar de frente para a amiga.

— Ótimo. Nós viajaremos amanhã à noite então?

— Na verdade, nós precisamos ir de manhã. O diretor executivo nos convidou para almoçar com ele e uns amigos e eu aceitei. Vai ser bom se a gente se colocar disponível pra ele, fazer uma social vai pegar bem.

— Ócios do ofício, não é mesmo!? — Manu falou — Mais alguma coisa? Porque se não tiver eu vou ir pra casa, como a gente vai viajar amanhã cedo eu preciso me preparar.

— Não, acho que é só isso. O nosso voo está marcado para às 7 da manhã. Teresa e Lia devem ajustar tudo sobre check in e essas coisas. — ele explicou.

— Tudo bem.

— Você vai sair agora? — ele questionou.

— Vou. Eu já terminei o que tinha pra fazer hoje, vou aproveitar pra dormir um pouco mais cedo.

— Então você podia me fazer um favor. Eu ia pedir um boy, mas como é caminho pra você. Tem uma pasta que eu preciso entregar pro Pedro, você pode deixar ela lá pra mim? — o rapaz questionou.

— Que tipo de pasta você precisa que um boy entregue pro seu futuro marido? — Manu perguntou curiosa.

— O tipo que fica lembrando ao meu futuro marido o tamanho da festa de casamento que nós vamos ter. — Will respondeu com simplicidade.

— E aí você joga pra cima de mim? — Manuela perguntou divertida.

— Você não precisa dizer pra ele que sabia do que se tratava.

— Sei. Eu posso pelo menos saber o que é?

— Modelos de convites de casamento.

Manuela concordou com um aceno de cabeça.

— Eu deixo lá então, mas não vai pensando que eu vou te ajudar a convencer o Pedro a aceitar o baile de gala que você e a Silvia estão organizando.

— Tudo bem, desde que você esteja lá desfilando toda essa beleza dentro de um vestido maravilhoso que te deixe ainda mais linda no altar como madrinha, tá tudo certo. — o rapaz falou saindo da sala.

Alguns minutos depois Manuela já estava dentro do elevador com a pasta do amigo em mãos. Ela achava toda aquela história muito divertida, mas concordava com Pedro que a cerimônia de casamento dos dois estava ficando muito maior do que o esperado. No fim das contas ela até gostou de ir até a escola de dança do amigo, já tinha algum tempo que os dois não conversavam a sós e ela estava com saudade dele. Quando chegou, Manu foi direto à recepção para saber em que lugar da escola Pedro estava, mas o rapaz não estava lá. Segundo a recepcionista ele tinha saído para almoçar e ainda não tinha voltado, como já passava das cinco da tarde, Manu imaginou que ele não voltasse mais por lá naquele dia.

A publicitária resolveu deixar a pasta na recepção mesmo e ir para casa. Ela já estava na porta da escola quando o telefone tocou, por isso ela não viu Pedro saindo de um carro e parando para conversar com o motorista com a porta do carona ainda aberta. Se concentrando nos detalhes que Teresa passava ao telefone, Manu não notou que tanto o amigo quanto a sua companhia já tinham visto ela ali. Quando Pedro pegou uma carona com Julia para voltar ao escritório depois de ter passado a tarde com a prima, não sabia que mais uma vez seria testemunha de um encontro entre as duas.

— Da próxima vez não vamos almoçar tão longe em plena segunda-feira, se você quer revisitar São Paulo e me levar junto, vai ter que ser no fim de semana. — Pedro falou com um sorriso.

— Qual é a vantagem de voltar a morar na minha cidade preferida se eu nem posso ir almoçar nos meus lugares prediletos quando dá na telha? — Julia perguntou divertida.

— Meu bem, a questão é que foi você quem esteve fora por seis anos. Eu não tenho nada a ver com isso. — o rapaz argumentou.

— Deixa de ser resmungão. Até parece que você... — Julia parou de falar abruptamente quando notou a presença de Manuela saindo pela porta da escola de dança do primo. Ela parou ainda na porta e aparentemente estava ao telefone, totalmente distraída. Julia congelou. Seria a primeira vez que elas se veriam desde que haviam dormido juntas na casa da arquiteta.

— Julia? Que foi? —  Pedro perguntou preocupado e como a prima não respondeu ele acabou olhando para o lugar que Julia encarava fixamente. O primeiro pensamento do rapaz foi que aquilo só podia ser uma piada de muito mal gosto com ele, não era possível que ele fosse estar naquela situação mais uma vez.

— É melhor você ir. Eu vou lá falar com ela e a gente conversa depois. — Pedro falou e se afastou do carro batendo a porta.

Manuela só notou Pedro quando ele estava quase nos degraus de entrada do prédio, quando ela desligou o telefone, ela  sorriu para o amigo.

— Manu, que surpresa encontrar você aqui. — Pedro falou ao chegar em Manu.

— Eu vim em uma missão especial. — Manu brincou enquanto os dois se cumprimentavam com um abraço.

— Vamos entrar e a gente conversa melhor. — Pedro falou tentando afastar Manuela, visto que Julia continuava com o carro estacionado.

— Tem certeza? Não quero atrapalhar você, eu achei que você nem fosse voltar mais hoje. Por isso não te esperei lá dentro. — Manu falou.

— Tenho! Vamos entrar. — Pedro falou.

— Se eu não te conhecesse ia ficar desconfiada de você. — Manu falou rindo da pressa do amigo.

— Como assim? — Pedro perguntou surpreso.

— Eu soube lá dentro que você saiu para almoçar e só está voltando agora, quer me fazer entrar logo lá dentro como se tivesse fugindo de alguma coisa. — Manuela explicou divertida.

— Deixa de ser ridícula. Você acha mesmo que eu trairia o Willian? — Pedro perguntou tentando conduzir Manuela em direção a entrada do prédio, mas ela parecia estar se divertindo em dificultar a tarefa.

— Claro que não. Minha teoria é que você está planejando uma saída estratégica com volta prevista pra depois da data do seu próprio casamento.

— Muito engraçado, mas não é esse o caso. Agora será que nós podemos entrar, por favor? — ele perguntou indicando com a mão a entrada da escola de dança.

— Na verdade eu só vim deixar uma pasta que o Willian mandou pra você. Se você tem mais algum compromisso eu não quero atrapalhar, a gente conversa uma outra hora. — Manuela falou com um sorriso carinhoso para o amigo.

Pedro olhou em direção ao carro de Julia mais uma vez, a prima aparentemente não pretendia sair do lugar. Ele avaliou qual a melhor maneira de sair daquela situação incômoda, mas nenhuma ideia brilhante surgiu na sua mente.

— Eu não tenho nenhum compromisso, a gente pode entrar e conversar lá dentro. — ele falou.

Manuela, ainda alheia ao fato de que Julia acompanhava a conversa dos dois à distância, preferiu não acompanhar o amigo. Ela queria mesmo passar um tempo com Pedro, mas também queria ir para casa descansar antes da viagem de três dias que viria a seguir. Pensando no assunto, ela achou melhor ir e marcar com o amigo para quando ela voltasse.

— Não, melhor eu ir para casa. Amanhã eu e seu digníssimo futuro esposo vamos viajar cedo. Quando eu voltar a gente almoça junto, pode ser? — ela falou.

— Pode, claro. Aliás, porque o Willian fez você vir até aqui me entregar uma pasta se ele vai dormir comigo hoje à noite? — ele perguntou intrigado.

— Hoje à noite você pergunta a ele antes de vocês dormirem. — Manu respondeu divertida.

— Aposto que ele e a dona Silvia aprontaram mais alguma. Tem certeza que não quer entrar? — Pedro insistiu uma última vez.

— Tenho. Daqui a pouco anoitece e eu preciso arrumar a minha mala ainda. — Manu falou.

Os dois se despediram e Manu caminhou na direção oposta à que o carro de Julia estava estacionado, para alívio de Pedro, embora a morena tenha brincado no começo, ela não pareceu muito interessada em com quem ele havia almoçado fora do escritório. Pedro viu Julia ligar o carro e achou que já era seguro ele ir para dentro da escola, ele imaginou que no fim das contas tinha dado tudo certo. Embora Pedro tivesse passado boa parte do almoço tentando arrancar alguma informação de Julia, a prima não havia contado nada sobre ela e Manu. A arquiteta achava que aquele momento era das duas e não devia ser compartilhado com mais ninguém. Quando Julia reparou que o primo havia entrado no prédio ela pegou uma rua lateral e estacionou o carro, logo em seguida ela saiu do carro e foi em direção ao lugar que Manuela ia.

Manu caminhava tranquilamente em direção ao próprio carro quando ouviu seu nome e sentiu alguém tocar o seu ombro. Mesmo que Julia não tivesse dito o seu nome, Manu saberia, só pela forma que o seu corpo reagiu ao contato, que era Julia quem estava ali. Quando a morena se virou, houve aquele momento de choque que sempre acontecia quando as duas se olhavam nos olhos. Manu levou apenas alguns segundos para entender o que tinha acontecido, era Julia quem estava no carro e era por isso que Pedro parecia tão nervoso. Julia agiu por impulso, ela não podia ver Manu ir embora sem ao menos tentar falar com ela. Não depois da noite que elas tinham tido.

— Você foi embora sem se despedir. — Julia falou olhando nos olhos da morena.

— Eu não quis acordar você. — Manu respondeu com a primeira coisa que lhe veio à mente.

— Essa é sua desculpa? — Julia perguntou com um sorriso cético.

— O que você quer que eu diga? — Manu perguntou se encostando no carro e cruzando os braços.

— A verdade. Você foi embora porque não sabia como agir depois de tudo o que aconteceu. — Julia foi direta.

— Não é bem assim. — Manu falou defensiva.

— Então é o quê? — Julia questionou.

— Eu não sei o que você achou que ia acontecer, mas aquele dia foi...

— Para, nem termina essa frase. — Julia interrompeu a explicação de Manu — Até quando você está pretendendo fingir que não tem nada entre a gente? Depois daquele primeiro beijo, depois de você invadir a minha casa e me levar pra cama onde nós duas passamos a noite inteira fazendo amor. Depois disso tudo eu achei que você no mínimo iria admitir que existe muito mais do que um passado entre a gente. — Julia falou com veemência.

A resposta de Manuela pareceu ter sido construída nos segundos em que ela ficou em silêncio simplesmente se perdendo na imensidão daqueles olhos verdes.

— Eu não estou pretendendo negar nada. A realidade é que a única coisa que nos liga é o nosso passado e quanto a isso não existe nada que você possa fazer. — Manuela falou com seriedade.

Julia encarou o rosto de Manuela sem acreditar no que estava ouvindo. Não era possível que ela simplesmente não percebesse, que ela simplesmente se negasse a assumir o que estava sentindo. Julia resolveu apelar para aquilo que ela sabia que Manuela não seria capaz de negar.

— Tudo bem, você acredita mesmo nisso? Ok. — ela falou dando dois passos e ficando a centímetros do corpo da morena — Mas não é o que o seu corpo me diz toda vez que eu me aproximo.

Mesmo que quisesse, Manu nunca seria capaz de negar a verdade daquelas palavras. Aquela aproximação de Julia já havia sido suficiente para arrepiar todos os pelos do corpo da publicitária e ela sabia que não tinha nada no mundo que a impediria de ser de Julia, se a ruiva decidisse que a teria.

— Você pode negar com palavras o quanto quiser. — Julia falou liberando os braços de Manu e a enlaçando pela cintura — O seu corpo sempre vai me dizer a verdade e eu sei que você me quer. — a ruiva falou ao pé do ouvido de uma Manuela rendida.

Manu não resistiu. Suas mãos se ocuparam de guiar o rosto de Julia para o beijo que ela desejava, que ela necessitava. A insanidade que sempre se apoderava delas quando estavam juntas ainda era a mesma do começo do relacionamento e elas pareciam dispostas a se perder naquela loucura. Foi um beijo longo e torturante. As duas queriam ir além, elas precisavam de muito mais.

Existia uma mudança significativa na maneira como as duas haviam chegado até aquele momento em comparação a última vez. Dessa vez era Julia quem estava decidida a encontrar, perdidas pelo corpo de Manuela, as respostas para todas as suas dúvidas e fazer com que a outra percebesse as certezas que existiam entre elas. Julia queria saciar sua vontade, coisa que Manu não deixou que ela fizesse da última vez. Elas tinham seguido no carro da publicitária até o apartamento de Julia sem trocar quase nenhuma palavra. O acordo tácito era não pensar e simplesmente deixar as coisas acontecerem.

Manuela estava extasiada com a maneira com a qual Julia a estava conduzindo. O prazer que a ruiva era capaz de proporcionar era deliciosamente assustador. Manu se sentiu transportada para o passado, quando Julia decidia que a queria e a fazia alcançar o prazer de todas as formas possíveis, sem dar tempo da morena se quer se recuperar. Manu sabia bem do que Julia era capaz e se negar a sucumbir ao poder de Julia seria uma insensatez sem tamanho.

As roupas mais uma vez foram largadas pelo caminho, quando elas chegaram no quarto não existia mais nenhuma peça que atrapalhasse o contato dos corpos que se buscavam. Julia deitou Manuela na cama e se dedicou a percorrer todo o corpo da morena com a boca. Quanto mais Manu gemia e se contorcia, mais Julia a torturava com aquelas carícias. Só quando a morena implorou, foi que Julia cedeu e deu o que ela queria. Quando Manu sentiu Julia dentro dela foi como se despedaçar em partículas de luz e integrar todo o universo. Ser amada por Julia era transcendental.

Julia controlava o ritmo e Manuela era levada para onde a ruiva quisesse. Não demorou muito tempo até que a morena chegasse ao ápice do prazer e Julia se sentiu levada para o mesmo ponto pelo simples prazer de ter Manu daquela forma em seus braços. A ruiva sabia que sempre seria de Manuela e que ela sempre seria sua, por isso pareceu natural para ela confessar.

— Eu te amo.

Aquela confissão sussurrada ao pé do ouvido depois do momento que elas haviam acabado de compartilhar deixaria marcas em Manuela. A publicitária não teve nenhuma dúvida naquele momento. Ela passou o resto da noite mostrando para Julia o que ainda não era capaz, como a ruiva, de colocar em palavras.

Julia acordou no dia seguinte com um sorriso no rosto. Sorriso que se perdeu assim que ela reparou que Manuela já estava de pé, se vestindo e provavelmente pretendendo ir embora mais uma vez.

— Indo embora sem se despedir mais uma vez? — ela perguntou sem mudar de posição na cama.

Manuela levantou os olhos e olhou para a mulher deitada na cama. Julia era linda. Linda demais. Naquela madrugada, assim como na primeira em que dormiram juntas, Manu havia passado um bom tempo simplesmente observando a beleza de Julia. Era sempre impactante quando Manu a olhava, parecia que ela nunca estava preparada para o que seus olhos iriam ver.

— Desculpa, eu não queria acordar você. — ela falou simplesmente.

— Claro que não. É muito mais fácil sair de fininho, sem ter que se explicar. — Julia falou com sarcasmo.

— Não é isso. Eu realmente preciso ir, eu tenho um compromisso agora cedo. — Manu tentou se explicar.

— Não precisa inventar nenhuma desculpa. — Julia falou com raiva enquanto se enrolava no lençol para poder se levantar.

— Não é uma desculpa. Eu realmente...

— E depois, Manuela? Você vem, passa a noite comigo e de manhã vai embora como se nada tivesse acontecido. Como se fosse coisa de uma única vez. Como se depois você não fosse passar o tempo todo pensando em como vir parar aqui, na minha cama, de novo. — Julia interrompeu Manuela.

Manu estava tentando se concentrar, mas com Julia nua, apenas enrolada em um lençol e de pé no meio do quarto estava sendo complicado. E pelo visto a morena não estava conseguindo esconder as suas reações, porque a ruiva parecia admirada com o que estava vendo.

— Você mal saiu da minha cama e já está querendo voltar, não é verdade? E mesmo assim você insiste em negar e fingir que não tem nada acontecendo. Inacreditável! — Julia falou exasperada.

— Não é nada disso. — Manu falou um pouco envergonhada pelo flagrante — Eu realmente preciso ir e realmente não queria te acordar, porque ainda é muito cedo.

— Você não respondeu a minha pergunta. — Julia falou sem acreditar na explicação da outra.

— Qual pergunta?

— E depois? Como é que vão ser as coisas depois? — Julia insistiu.

Manuela respirou fundo antes de voltar a falar.

— Você fica me fazendo as mesmas perguntas como se as respostas fossem mudar, mas você sabe muito bem que não existe essa possibilidade. — Manuela falou com sinceridade.

— Se você tem mesmo tanta certeza que não existe mais nenhuma possibilidade é melhor você realmente ir embora. — Julia falou com tristeza — Mas eu não quero que você volte, porque eu não estou interessada no meu passado com você, Manuela. O que eu quero é um futuro, o futuro que eu sei que nós duas podemos ter. Mas se você não é capaz de viver esse futuro comigo, se você prefere continuar no nosso passado, é melhor que a gente termine por aqui. — Julia falou e foi em direção ao banheiro.

Manuela não soube como reagir. Julia tinha conseguido, mais uma vez, dizer muito mais coisas do que Manu era capaz de assimilar com todos aqueles sentimentos envolvidos.

— Eu te disse uma vez que não sabia se tinha sido uma boa ideia voltar, hoje eu tenho certeza que foi a escolha mais sensata que eu fiz na minha vida. Ter você outra vez foi a melhor coisa que me aconteceu, mas eu não posso ter você pela metade. Não quando você me tem inteira. — Julia falou com a voz embargada e depois se trancou no banheiro.

 

Existiam várias coisas que Manuela queria ser capaz de dizer, mas ela ainda não estava pronta e acreditava que ainda demoraria muito tempo para estar.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi, gente. Mais um! *-*

 

Hoje estou super, hiper, mega corrida e por isso não consegui ler os comentários de ontem, mas vou fazer isso com calma e respondo tudo com cuidado em breve.

 

Beijo pra vocês, muito bom fim de semana e muito obrigada pela paciência de sempre.

 

♥


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Comentários para 27 - All I Want:
Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 07/07/2024

Fica não fica decide logo Manu.

Julia minha querida tu caí fora leva 6 anos e volta na cara de pau exigindo.

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 06/07/2024

Esse final... Manu se tortura mas não consegue ficar e nem dizer adeus, é complicado. O passado ainda dói e muito. Julia com esperança de um futuro, mas seria melhor ela viver sem expectativas, ir reconquistando a manu pouco a pouco. Bjs 

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 06/07/2024

Apostando em você Julia!

Deixe Manu louquinha kkkkl

 

Responder

[Faça o login para poder comentar]

Mmila
Mmila

Em: 06/07/2024

Manu contra a parede.

Precisar voltar na psicóloga.

Acredito na dedicação da Júlia em ter um futuro real com a Manu.

 

Responder

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