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Preciso Dizer Que Te Amo por escrita_em_atos

Ver comentários: 12

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Palavras: 3702
Acessos: 2692   |  Postado em: 29/06/2024

Wicked game

Manuela estava narcotizada depois daquela conversa. Tudo aquilo parecia tóxico para os seus sentidos. Era muito, era demais para ela suportar. Seria preciso uma trégua depois daquele encontro, era momento de reagrupar e tentar se reerguer. E ela não era a única a ter sido abatida com aquele diálogo, Julia também estava desnorteada. Tempo provavelmente seria mais que necessário, seria vital para elas naquele momento.

**

 — E a Manu?

Isabela e Willian conversavam na sala do apartamento dela. Isa estava sentada no sofá onde apoiava o pé, que ainda estava com uma bota ortopédica, e olhava para o amigo que estava do outro lado da sala se servindo de mais um pouco de vinho. Nos últimos dias essa cena estava se tornando habitual, os dois ficavam na sala conversando enquanto Pedro e Amanda conversavam no escritório sobre o estado de Manuela e Julia.

— Nenhuma novidade. Já faz uma semana que ela está em BH e não tem nenhuma palavra dela que não seja sobre o escritório.

— Pelo menos a gente tem certeza que ela tá bem. A Amanda tem ligado pra Alice todos os dias pra ter notícias dela. — Isa argumentou.

— Ao menos isso, é melhor ela ficar com os pais do que desaparecer por aí sozinha. — Will concluiu.

Isa concordou com um aceno de cabeça.

— Do outro lado é a Julia que também sumiu. O Pedro liga pra ela todos os dias e até vai lá no apartamento dela, mas pelo visto ela não tá nem um pouco afim de falar sobre o tema. — o rapaz continuou.

— É, meu amigo, pelo visto essas duas ainda vão sofrer um bocado até conseguir resolver todo esse passado. Porque seja lá qual foi o teor da conversa entre elas, deve ter sido duro de suportar. — Isabela sentenciou.

No cômodo ao lado, Amanda e Pedro estavam tendo praticamente a mesma conversa dos últimos dias. Nenhum dos dois sabia como efetivamente tinha sido a conversa entre as duas, mas concluíram que Julia devia ter contado para Manu as razões de ter terminado tudo com ela no passado e depois ter se casado com Mateus. A realidade era que Manuela tinha ido para a casa dos pais sem nenhum aviso de quando voltaria e Julia não parecia mais disposta a explicar como havia sido o encontro entre elas.

— O que a Alice disse de novidade? — Pedro perguntou olhando para Amanda que estava de pé do outro lado do escritório.

— Na verdade ela só disse que a Manu ainda está no sítio e que pediu pra não ser incomodada, mas ela tem resolvido coisas do trabalho, como a gente sabe e não tem recusado as visitas dos pais pelo o que eu entendi. — Amanda explicou indo se sentar na poltrona ao lado da que o amigo ocupava.

— Bom, uma hora ela vai ter que sair da toca. Não tem como ela viver lá pra sempre.

— Eu acho que mais cedo ou mais tarde ela vai querer voltar. A questão é como ela vai estar depois desse isolamento. — Amanda falou pensativa.

— Como será que vai ser ela e a Julia agora? — Pedro perguntou.

— Acho que a gente vai ter que esperar pra saber, mas eu duvido muito que vá ficar mais fácil do que estava há uma semana.

— E pra variar essas duas se colocam e de quebra nos colocam nessa situação impossível de se resolver. — Pedro falou desanimado.

— Talvez agora as coisas se resolvam, Pedro. Era isso que a Julia pretendia não era? Encontrar uma forma de melhorar as coisas.

— Depois daquela insanidade delas se beijarem na casa da minha mãe, eu não sei bem se é atrás de uma solução que a Ju estava, Mandys.

Amanda olhou desconfiada para Pedro. Ela sabia muito bem o que ele queria dizer, obviamente ela mesmo já havia aventado aquela possibilidade. Se Julia realmente tinha ido à casa de Manu naquela noite com a intenção de conseguir mais do que um beijo, Amanda só podia supor, mas aparentemente a possibilidade deste plano ter dado certo era totalmente inviável, dado o atual cenário em que eles estavam.

— Ela não disse nada? — Amanda inquiriu.

— Nenhuma palavra sobre como foi a conversa, mas eu percebi que tinha tido choro. Tudo que ela disse é que as duas iam precisar de um tempo pra se recuperar e que quando a Manu estiver pronta vai procurar por uma nova conversa. — Pedro explicou.

— Como ela pode ter tanta certeza de que a Manu vai querer outra conversa?

Pedro encarou o rosto da amiga antes de responder. Se Julia tivesse contado para Manuela metade da história que contou para ele, certamente a publicitária iria ter várias perguntas para fazer, o que não significava que isso realmente iria ser a atitude da publicitária. Pedro acreditava que a prima estava muito mais desejando do que falando de algo que ela realmente soubesse.

— Provavelmente é o que ela acha que vai acontecer, com essas duas nunca dá pra saber o que vem a seguir.

Amanda não insistiu depois da resposta de Pedro, a médica sabia que Julia já havia explicado para Pedro sobre o que havia acontecido quando ela foi embora do país. Pelo visto o rapaz não tinha a mínima intenção de compartilhar a informação com ela e ele estava certo em agir daquela forma. Amanda não estava preocupada com as explicações de Julia em si, ela estava muito mais receosa com as consequências de Manuela finalmente saber de tudo. Esse com certeza era um problema muito mais urgente a ser entendido.

**

Depois de três dolorosas semanas de uma angústia solitária e silenciosa, Manu decidiu tentar voltar para casa. Embora ela não gostasse de falar sobre as coisas do seu passado e todo mundo achasse que ela não queria deixar esse passado para trás, ela não estava disposta a cair no mesmo abismo que a havia consumido da primeira vez. E diante desse cenário de impossíveis soluções e infinitas possibilidades, Manuela fez o inesperado e por isso, provavelmente, respondeu ao seu desejo mais íntimo. Ela pediu socorro à única pessoa que ela sabia conhecer o sentimento incomensurável que ela trazia dentro do peito. A única com quem ela dividiu e partilhou aquela ligação.

Julia estava tentando se concentrar no desenho da planta de um apartamento, mas nas últimas três semanas manter o foco no trabalho estava sendo praticamente impossível. Manuela ocupava todo e qualquer espaço da sua mente, ela pensava na publicitária o tempo inteiro e aquilo a estava consumindo. A falta que sempre esteve presente parecia ter se convertido em uma necessidade imediata e a única coisa que ela queria fazer era estar com Manu. Ela sabia que aquele não era o fim da história, que elas ainda teriam outras conversas, outros encontros. Ela precisava acreditar nisso, porque o simples pensamento de que aquele encontro seria o último entre elas, fazia com que a ruiva perdesse o ar.

— Julia? — a arquiteta foi tirada dos seus devaneios pelo chamado da secretária que parecia ter se materializado na sua frente.

— Oi. — ela respondeu um pouco desconcertada.

— Eu trouxe os papéis que você me pediu para providenciar e já são seis horas. Você pediu para avisar quando fosse esse horário.

— Sim, muito obrigada. — Julia falou recebendo os papéis que a secretária oferecia para ela — Você já pode ir, eu também não vou demorar muito mais.

Julia andava tão aérea nos últimos tempos que precisou pedir a Márcia que a lembrasse do horário de ir embora. Não que ela se importasse de ficar até mais tarde, mas naquele dia especificamente ela havia prometido para Silvia que iria jantar com ela em sua casa. Enquanto arrumava as coisas, a arquiteta fez um exame mental e teve certeza que não queria ir jantar com a tia e o primo. Julia estava cansada de ouvir as mesmas perguntas sobre ela e Manu e de ter que dar sempre as mesmas respostas para coisas que ela não sabia e sobre as quais não queria falar. O desgaste que aquele jantar traria parecia uma excelente razão para ela ir para o próprio apartamento sozinha, onde ela não teria que conversar com ninguém e isso era o melhor que ela estava conseguindo nos últimos tempos.

Quando Julia saiu do elevador a sua ideia de ir para casa já havia virado uma resolução, ela saiu com o carro calmamente do estacionamento, olhando de um lado para o outro antes de sair para rua e foi nesse momento que seus olhos encontraram a figura de Manuela parada olhando para o carro dela, como se esperasse que Julia fosse aparecer a qualquer momento. O baque daquela visita inesperada deixou Julia momentaneamente sem reação, mas pelo visto Manuela sabia muito bem o que queria. Não sem um pouco de hesitação, mas com uma genuína força de vontade, ela caminhou até o carro e abriu a porta do carona. Foi só quando Manu se sentou ao seu lado no carro que Julia pareceu sair do seu transe e finalmente realizar o que estava acontecendo.

Manuela não sabia muito bem o que estava fazendo, mas tinha certeza que era o certo. Quando chegou a São Paulo naquela tarde, ela já estava decidida a procurar Julia. Se alguém perguntasse de onde tinha vindo aquela ânsia de ver a ex-namorada, de quem ela havia passado os últimos meses fugindo de qualquer forma de contato, ela não saberia explicar. A única coisa que ela percebia era que esse desejo estava totalmente ligado àquele sentimento irrefreável que existia entre elas, porque depois de tudo que Manuela tinha ouvido, uma coisa era incontestável: ela se importava com tudo aquilo muito mais do que imaginava.

—  Eu sei que você estava esperando que eu viesse. — Manuela falou encarando o painel do carro.

Julia não soube o que dizer, ela olhava o rosto da mulher ao seu lado tentando acreditar que aquilo era real, que Manu estava realmente ali. Manuela não falou mais nada, simplesmente colocou o cinto de segurança e continuou olhando para frente impassível. Julia reconheceu a firmeza daquele ato, Manu estava ali porque era o único lugar onde poderia estar e as duas sabiam disso. A dimensão daquilo que as envolvia não deixava espaço para nenhuma outra interpretação, Manuela precisava de Julia para não apenas entender as direções que as levaram até ali, como também porque Julia era a única capaz de entender o tamanho de tudo aquilo.

Aquele momento significava uma trégua, as coisas do passado ainda pesavam sobre elas e agora com uma eficiência ainda maior. Mas o fato era que mesmo para poder resolverem o que fazer a seguir, elas precisavam estar inteiras e naquele momento a sensação era que elas precisavam de alguma maneira se remendar para conseguir continuar. Como as duas fariam isso elas não sabiam ao certo, mas era inerente ao processo que elas precisam fazer isso juntas. Julia seguiu com o carro e o simples fato de Manuela respirar ao seu lado era o suficiente para tornar a tarefa de dirigir quase impossível.

**

— A Manu já está em São Paulo. — Amanda falou entrando no quarto e olhando para Isa que estava deitada na cama mexendo no notebook.

— Era ela no telefone? — Isa perguntou encarando a esposa.

— Era. Ela disse que chegou hoje e que a gente pode almoçar amanhã se eu quiser. — Amanda explicou enquanto se sentava ao lado da mulher.

— Ela falou mais alguma coisa?

— Só disse que estava bem e que amanhã me explicava melhor. — Amanda disse.

— E o que você acha? — Isa questionou preocupada.

— Não sei, amor. Ela parecia bem, mas ela ficou três semanas fora e ela não teria feito isso se estivesse tudo realmente bem. Pelo menos ela ligou assim que chegou, isso é um bom sinal. — Amanda concluiu.

**

Julia estava de pé encarando uma Manuela que parecia observar todos os detalhes ao seu redor. A publicitária não pode deixar de constatar como as coisas ao seu redor faziam parte de Julia, aquele era o apartamento dela, não tinha como ser diferente. Julia sabia bem o que Manu devia estar sentindo, quando ela entrou no apartamento da publicitária, algumas semanas atrás, a sensação de estar dentro da vida da outra tinha sido muito forte e ela quis registrar tudo que pudesse sobre o local. As duas vieram durante todo o caminho até ali tentando entender as coisas dentro de si e a conclusão, não surpreendentemente, era mais um punhado de dúvidas e incertezas.

— Você quer beber alguma coisa? — Julia perguntou educadamente.

— Acho melhor não. — Manu respondeu se virando para Julia.

Julia concordou com a cabeça antes de voltar a falar.

— Senta, vamos conversar.

Manuela se sentou no sofá onde Julia indicou e a arquiteta se sentou ao seu lado. Desde o reencontro entre elas uma tensão havia se instalado em todas as vezes que elas se viram, mas ali, naquele momento, as duas pareciam provar de uma calmaria que não se lembravam de ser possível sentir estando no mesmo ambiente. Era incoerente e impossível de compreender, mas elas não estavam preocupadas em avaliar aquilo. Aquele momento não havia surgido do acaso, elas estavam ali por uma decisão. Julia sabia que a decisão tinha partido de Manu e ela só podia concluir que deixar a outra escolher onde e como conversar tinha sido a melhor ideia.

— Eu queria ter avisado antes que eu iria te procurar, mas eu não tive como. — Manuela falou encarando as próprias mãos.

— Como você disse, eu estava esperando por você. — Julia falou com simplicidade.

As duas se olharam nos olhos e pela primeira vez em muito tempo elas realmente se viram. Elas não eram mais as quase adolescentes que se apaixonaram e decidiram viver aquele amor com toda a intensidade que ele trazia. Agora estavam ali duas mulheres adultas, bastante acostumadas com as dores e o sofrimento que aquele mesmo sentimento lhes proporcionou. Ainda assim elas se reconheciam por aquilo que nem o tempo foi capaz de mudar, a sensação de pertencimento. Manuela sabia os riscos de estar ali, de permitir que Julia entrasse na sua vida outra vez, mas aquela parecia a única alternativa.

— Eu queria te pedir desculpas por ter ido até a sua casa daquela maneira, eu devia ter esperado um melhor momento. — Julia continuou diante do silêncio de Manu.

— Você está arrependida de ter me procurado ou de ter me contado tudo aquilo? — Manuela perguntou defensivamente.

— Eu estou arrependida de várias coisas. Te contar a verdade, definitivamente não é uma delas. Mas talvez eu devesse ter esperado até você querer ouvir.

— Eu duvido muito que algum dia eu fosse escolher ter aquela conversa com você.

— Eu acho que ia sim, afinal aqui estamos nós. — Julia disse com cuidado.

— O único motivo de eu estar aqui é por tudo que você me contou, se eu não soubesse eu não teria vindo atrás de você. — Manu explicou e respirou fundo antes de continuar — Entre o incontável número de coisas que eu não entendo e as outras dezenas que eu tento esquecer quando o assunto é o meu passado, o denominador comum é você. Por isso eu estou aqui hoje.

Julia não soube como responder.

— Eu te disse aquele dia e eu continuo sem entender como você foi capaz de fazer tudo aquilo, me contar toda a história e depois me deixar com a responsabilidade de te perdoar. Como você acha que eu me sinto agora? — Manuela falou se colocando de pé e andando de um lado para o outro da sala.

— Eu não ousaria tentar adivinhar como você está se sentindo e eu te disse que eu não tenho a menor intenção de te torturar com tudo isso, mas o que mais eu poderia fazer além de te pedir perdão? — Julia tentou se explicar.

— Você podia não ter voltado, você podia ter ficado onde você estava ou pelo menos ter tido a cortesia de não me procurar. — Manu falou encarando o rosto de Julia.

As duas se encaram em silêncio. Não existia uma cartilha que pudesse ensinar a elas como lidar com tudo aquilo e isso era desesperador e frustrante ao mesmo tempo.

— O que você faria no meu lugar? — Julia falou com seriedade.

— Eu não teria ido embora. — Manu respondeu com convicção e amargura.

— Felizmente você é uma pessoa muito melhor que eu, mas isso nós já sabíamos. — Julia concluiu com tristeza.

— Afinal, o que você quer de mim? Mas me responde com sinceridade, porque essa situação de gato e rato não vai mais dar certo. Eu não consigo viver a minha vida assim, eu preciso saber porque você realmente voltou. — Manu falou se sentando no sofá oposto ao que Julia ocupava.

— Você já sabe a resposta para essas perguntas, eu voltei por que eu amo você e queria poder ao menos estar de novo no lugar onde nós vivemos a nossa história. A pergunta pra qual você realmente precisa de uma resposta não sou eu quem posso te dar.

— Você está insinuando...?

— Eu sei o que eu quero, Manuela. É você que precisa entender os seus sentimentos. — Julia foi direta.

Manuela se levantou mais uma vez. Ela caminhou pela sala e ficou de costas para Julia, ela não sabia como encarar o rosto da outra naquele momento.

— Porque você veio me procurar? — Julia perguntou com calma.

— Porque eu não sabia mais pra onde ir. — Manu falou depois de algum tempo.

— E porque mais ninguém sabe como você se sente. Não é mesmo?

Manuela concordou com a cabeça e, ainda sem se virar para Julia, começou a chorar. As lágrimas surgiram sem que Manu fosse capaz de controlar.

— Deixa eu tentar ajudar você? — Julia falou se aproximando e colocando a mão no ombro de Manuela.

— Você não pode. — Manu falou fugindo daquele contato e se afastando de Julia enquanto enxugava os olhos — De todas as pessoas, você definitivamente não tem o direito de se oferecer pra esse papel.

— Então o que você quer de mim? Porque foi a mim que você procurou. — Julia falou encarando o rosto de Manu.

— Eu quero saber como é que eu faço pra seguir em frente depois de tudo que você fez e tudo que você me contou? Como é que eu faço pra esquecer tudo isso e seguir a minha vida?

— Se eu soubesse essas respostas você acha mesmo que eu teria voltado pra cá? — Julia falou com sinceridade.

— Talvez a vida fosse mais fácil se eu não tivesse te visto naquele dia há sete anos. — Manuela falou com pesar.

Julia deu um passo para trás diante da dimensão daquelas palavras. O peso daquela conclusão fez a ruiva perder o ar e Manuela soube disso assim que os olhos verdes encararam os seus.

— Você preferia nunca ter me conhecido? — Julia perguntou sem ar.

— Nós duas teríamos sofrido muito menos. — Manuela falou com os olhos cheios de lágrimas.

— E também teríamos sido bem menos felizes. Você não acha?

— E que diferença isso faz, se no fim das contas nós duas acabamos nessa situação.

— Faz toda diferença. Te amar é a melhor coisa que já me aconteceu, não importa quanto sofrimento isso signifique. E você não tem o direito de me dizer essas coisas, você não pode falar isso pra mim. — Julia concluiu com desespero.

Manuela ficou em silêncio durante alguns minutos, voltou a se sentar e encarou Julia antes de dizer ainda chorando.

— Me desculpa, mas eu acho que eu tenho. Você não ficou aqui, Julia. Eu acho que eu tenho direito a sentir o que eu estou sentindo.

As duas ficaram algum tempo simplesmente se olhando, Julia não sabia o que dizer, ou o que sentir e muito menos como resolver tudo aquilo.

— Mas a gente foi feliz? Não foi?

— Não o suficiente para você querer ficar.

— Eu não fui embora por causa do nosso amor, Manu, eu fui porque eu sou estúpida e eu não medi as consequências das minhas decisões. Mas eu nunca vou desejar não ter te encontrado nessa vida, a nossa relação foi uma das coisas mais incríveis que já me aconteceu. Estar com você, simplesmente ter essas memórias ainda agora, é suficiente pra eu te escolher todas as vezes. — Julia tentou argumentar.

— Não todas as vezes! Você não me escolheu uma vez e seguiu sem me escolher até aparentemente mudar de ideia agora e voltar pra minha vida do mais absoluto nada com a esperança de que eu vá conseguir te acomodar nela outra vez. — Manu foi dura.

— Você pode estar certa sobre isso, mas eu não acredito que você realmente ache que era melhor a gente nunca ter se conhecido. Eu estava lá, com você, durante todo aquele tempo. Eu sei o tamanho do sentimento, a cumplicidade… eu não inventei nada disso e você sentiu também.

Manuela reconheceu o desespero nos olhos de Julia, ela também tinha passado as últimas semanas tentando justificar que o namoro delas, os sentimentos todos, os bons momentos, eram suficientes para justificar todo o resto, mas ela não tinha sido capaz.

— Talvez eu pudesse concordar com você, talvez você até tenha razão e as coisas tenham sido como tinham de ser e a gente devesse ser grata pelo passado, mas nada disso muda onde nós estamos agora e a pergunta que eu tenho me feito sem parar é: o que nós vamos fazer? — Manu perguntou.

— Eu não sei. — Julia respondeu com lágrimas nos olhos porque de tudo que a volta dela ao Brasil significava, de todas as coisas dolorosas que ela vinha tendo que lidar, ouvir de Manuela que era melhor as duas nunca terem se conhecido era um golpe que ela realmente não sabia como lidar.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi, gente. Capítulo de hoje é inspirado na música 'Wicked Game' na versão do James Vincent.

 

Seguinte, tá tudo complicado, as conversas tão delicadas, tá tudo difícil e tenso, mas não tinha mesmo como ser diferente com a bagagem emocional que essas duas carregam. Deve ter alguma luz no fim do túnel, não me abondem e nós vamos chegar lá.

 

Beijo enorme no coração de todas, muito obrigada pela gentileza sempre e bom fim de semana. ♥


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Comentários para 25 - Wicked game:
machines
machines

Em: 04/02/2025

Queria ver a Julia sofrer um pouco antes de conseguir a Manu de volta de forma definitiva. Tá muito fácil pra ela.

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patty-321
patty-321

Em: 04/07/2024

Olá autora linda. Vc tá bem? Espero que sim e que volte logo com as postagens. Deus te abençoe.

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Giih.Rosa
Giih.Rosa

Em: 03/07/2024

Autora KD vc??? 5 dias! 5 dias, isso não se faz... Volta logo, por favor!!! :( cry

E quando voltar 5 capítulos extras pelo seu sumiço. :)) sealed


Hellen28

Hellen28 Em: 04/07/2024
Apoiado ????????????tbm estou TDS os dias abrindo o site p ver se tem atualização n aguento mais ansiedade atacadissima


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LeticiaFed
LeticiaFed

Em: 30/06/2024

Querida autora, nem tenho palavras pra te dizer como estou feliz de ver essa história voltar!! E só vi agora, atrasada, mas tudo bem.

Tinha te prometido um bolo de chocolate na outra versão, dessa vez só quando postar o último capítulo, combinado? ;)

Sigo torcendo pelas duas, mas Júlia...aaaah Júlia...hahaha

Bom retorno, vou começar a ler novamente. 

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Lilian Santos
Lilian Santos

Em: 30/06/2024

Faz assim Autora:

Coloca a Manuela para fazer terapia com uma mulher deslumbrante e faz ela se apaixonar pela terapeuta ou por outra qualquer e esquecer de vez a Julia de vez.

A Julia? Deixa ela sofrer até ela quase morrer aí antes disso ela entra para um convento e vira a Madre superiora e vai ser feliz pra sempre também  kkkkkk seria ótimo esse final. A Julia trocou a Manu por uma mariola e agora quer voltar, eu hein 

Responder

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Raf31a
Raf31a

Em: 29/06/2024

Elas se amam e ponto. 6 anos se passaram e o sentimento não acabou, parece até mais forte hoje, então creio que Manuela terá que escolher entre "ser feliz" ou o "orgulho". 

Se abandonada e traída (casar com o melhor amigo da ex é TRAIÇÃO pesadíssima) é muito doloroso, mas não vejo outra saída para Manu a não ser engolir o orgulho ferido e tentar ser feliz com a mulher que ama. 

Antes que elas não fiquem "juntas para sempre", acho que o único jeito de superar e seguir em frente é viver esse amor com todas as dores e sabores que ele carrega.


Raf31a

Raf31a Em: 30/06/2024
Ainda que


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jake
jake

Em: 29/06/2024

E agora?

Autora....PERDOAR OU NAO PERDOAR.

 

Responder

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Mmila
Mmila

Em: 29/06/2024

Será que a Júlia merece o perdão da Manu?!?!?!?!?

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 29/06/2024

Misericórdia senhor, Manu manda a Júlia pastar oxe para de muido mulher tenha amor próprio.

Responder

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patty-321
patty-321

Em: 29/06/2024

Sim, é isso mesmo. A confusão na cabeça da manu é super compreensível. Será ela capaz de perdoar? De passar a limpo e escolher o amor, de novo? E Julia? Cadê a família? Ainda tem muito peso na vida dela? Agora está formada, é fina da sua vida, creio que tudo está diferente. Mas a manu vai acreditar? Confuso. Muitas perguntas e vou amar conhecer as respostas que vc com maestria irá trazer, tenho certeza. Grata. Bjs

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 29/06/2024

É!

Só Julia para te entender, Manu!

Espero que a conversa continue 

Muita mágoa ainda existe por parte da Manu

Todos os capítulos são "novos" para mim! 

 

 

Responder

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jeslima
jeslima

Em: 29/06/2024

A luz no fim do túnel é a Manu se desvincular desse sentimento que só traz sofrimento e seguir a vida dela.

Sinceramente, a Júlia levou esse casamento adiante por anos e, simplesmente, um belo dia resolveu voltar certa de que tem direito de atormentar a vida de quem ela fez sofrer. Desde que ela colocou os olhos em Manuela, tudo que ela faz é bater o pé como uma criança que quer o brinquedo que não pode ter. Esse comportamento em uma criança é compreensível, em uma mulher adulta que diz ter mudado e amadurecido, não. 

Acho que a Manuela merece alguém melhor. ????

Responder

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