Reflexão
Manuela só voltou a respirar normalmente depois de fechar a porta da biblioteca e resolveu ir ao banheiro antes de voltar à sala. Ela não conseguia raciocinar direito, aquele beijo tinha mesmo acontecido? Seria possível que depois de tudo que aconteceu ela ainda iria ceder e ficar com Julia outra vez? Respostas que ela não teria imediatamente. A única coisa que ficou absolutamente clara para Manu depois daquele beijo era que a consequência de deixar Julia se aproximar seria sempre a mesma: desejo.
Depois de quase dez minutos Manuela voltou à sala onde todos, inclusive Julia, já estavam reunidos. Julia procurou o olhar de Manu, mas a publicitária fugiu indo conversar com Amanda.
— Melhor? — Amanda perguntou preocupada com a expressão no rosto da amiga, Manu parecia mais perturbada agora do que quando Julia chegou.
— Vou ficar. — Manuela respondeu com pouca certeza.
Amanda simplesmente tocou o braço da amiga de forma carinhosa, como quem diz que estava ali para o que ela precisasse e Manuela olhou para a amiga com o sorriso agradecido. Julia observava as duas do outro lado da sala, ela sabia muito bem da intimidade e cumplicidade que existia entre elas. Provavelmente se Manu fosse falar com alguém sobre o que tinha acontecido na biblioteca, seria com Amanda, mas aparentemente as duas trocaram poucas palavras e seguiram Silvia que tinha acabado de anunciar que o jantar seria servido.
Julia estava muito feliz que Isabela estivesse presente naquele jantar. Embora Amanda a tivesse cumprimentado educadamente, Julia sabia que elas não iriam conversar como velhas amigas, mas Isa estava totalmente disposta a ser simpática com Julia e conversar com a arquiteta sem demonstrar nenhum tipo de prejulgamento. As duas estavam em um papo interessante sobre decoração quando Silvia anunciou o jantar e elas seguiram para a sala ao lado para se reunir aos outros.
Durante o restante da noite Manuela fugiu do olhar de Julia e se manteve firme até o fim. Por dentro as coisas não estavam tão calmas como aparentavam por fora, mas a publicitária ignorou isso e deixou para pensar no assunto mais tarde. Julia cumpriu a promessa feita ao primo e não causou problemas durante o jantar, mas não foi capaz de deixar de buscar o olhar de Manuela o tempo todo. Pedro observou a postura da prima durante a noite toda, o rapaz tinha certeza que alguma coisa tinha acontecido quando Julia saiu da sala por quase dez minutos e voltou depois com um sorriso muito satisfeito. Na primeira oportunidade que surgiu, logo depois do jantar, quando eles voltavam à sala de estar, ele se aproximou da prima.
— Posso saber o que foi que você aprontou? — Pedro falou.
— Como assim? — Julia se fez de desentendida e continuou analisando uma peça que decorava a sala da casa da tia.
— Não finge que não sabe do que eu estou falando. — Pedro respondeu com um sorriso falso.
— Mas eu realmente não sei. — Julia retribuiu ao sorriso do primo.
— Olha só, depois da nossa conversa de ontem você sabe que eu entendi bastante as coisas e talvez esteja disposto a te ajudar, mas isso não inclui ficar encurralando a Manuela a cada oportunidade. Se você conhece ao menos um pouquinho da personalidade dela, você sabe que isso não vai funcionar. — Pedro falou com seriedade.
— De onde saiu isso de encurralar? Você tá imaginando coisas. — Julia se fez de desentendida.
— Como se eu não te conhecesse, Julia Campana. Eu bem reparei no climão entre vocês duas e se você continuar insistindo nessa técnica, eu duvido muito que a Manu vai querer ouvir o que você tem a dizer.
Julia respirou fundo e deu uma olhadinha para o lugar onde Manuela estava.
— Tudo bem, desculpa. Foi mais forte que eu. — Julia disse por fim.
— Você costumava ser uma pessoa paciente. Desde quando você ficou assim?
— Se você tivesse feito as mesmas burradas que eu fiz no passado e agora ficasse de frente com a mulher da sua vida outra vez, você ia entender como eu me sinto. — Julia falou tristemente.
Manuela estava muito satisfeita por ter sobrevivido ao jantar, por isso resolveu não arriscar sofrer mais danos e decidiu que era hora de ir embora. Ela foi diretamente falar com Silvia, que conversava animadamente com Will, Amanda e Isa sobre os planos da cerimônia de casamento dos rapazes. Julia e Pedro estavam mais afastados em uma conversa particular, pelo que a publicitária pode notar.
— Manu, aí está você. Eu estava mesmo querendo trocar umas palavrinhas com você — Silvia abriu um largo sorriso com a aproximação da publicitária — Com licença, meninos. — ela falou se virando para os outros três.
Silvia sorriu para Manuela e as duas foram em direção ao outro lado da sala.
— A Julia me falou sobre um pequeno incidente com um copo de uísque na biblioteca. — Silvia falou quando as duas se afastaram dos outros.
Manuela apenas concordou com um aceno de cabeça e Silvia continuou.
— Ela não me falou mais que isso, mas eu fiquei preocupada com o que possa ter acontecido por lá.
— Nada com o que você precise se preocupar. — Manu falou com um sorriso educado.
— Desde a nossa última conversa você andou ausente, por assim dizer. Espero que a minha intromissão não tenha te ofendido. — Silvia falou com sinceridade.
— Claro que não, Silvia. Eu entendi muito bem o que você quis dizer naquele dia, a minha ausência não tem nada a ver com o que você falou. — Manu explicou.
— Eu fico mais tranquila sabendo que você entendeu o meu ponto de vista.
— Claro que eu entendi e você não precisa se preocupar com relação a isso.
— Eu ia me sentir terrivelmente chateada se a nossa amizade fosse afetada por isso.
— Bom, fica tranquila. A nossa amizade vai continuar amizade enquanto você quiser. — Manuela respondeu com um sorriso safado e uma picadinha que fez Silvia gargalhar.
— Esse tipo de cantada funciona? — Silvia perguntou divertida.
— Não com você. — Manu respondeu tentando manter o tom descontraído.
— Você também não pode esperar que dê certo sempre.
Manuela se aproveitou da descontração daquele momento para se despedir da anfitriã. Para imensa satisfação de Manuela, Silvia pareceu não perceber o que tinha acontecido entre ela e Julia. A publicitária já estava começando a se acostumar com o esforço que era necessário para não deixar os seus sentimentos transparecerem. Ela se despediu dos outros muito rapidamente, recusou a oferta de Amanda de ir com ela e saiu da casa de Silvia sem nem ao menos olhar na direção de Julia.
**
Manuela saiu do escritório na segunda-feira no horário do almoço para ir se encontrar com Amanda. Suspeitando que a amiga finalmente quisesse conversar sobre os seus sentimentos, Mandys preferiu que as duas não fossem almoçar fora e como Isa ainda estava impedida de trabalhar, as duas resolveram almoçar no apartamento da publicitária. Quando Manu chegou, Joana já havia ido embora, mas tinha deixado o almoço preparado e a publicitária não teve que esperar muito até a amiga chegar.
— Oi. Demorei? — Amanda perguntou enquanto cumprimentava a amiga com um abraço.
— Não, praticamente acabei de chegar. — Manu respondeu dando passagem para a amiga entrar e fechando a porta logo em seguida.
— Ótimo.
— Vem. Eu estava indo colocar a mesa. — Manu falou indo para a cozinha.
Amanda e Manuela haviam morado juntas durante muitos anos. As duas tinham se conhecido na escola, ainda adolescentes, e tinham se mudado para São Paulo juntas quando entraram para a faculdade. Desde que Amanda havia se casado com Isa, há mais ou menos quatro anos, Manuela tinha passado a morar sozinha. Elas resolveram almoçar na cozinha mesmo e quando se sentaram à mesa Amanda não resistiu ao comentário.
— Nada de uísque hoje? — ela falou desconfiada.
— Eu estou tentando te agradar. — Manuela respondeu com um sorriso displicente.
— Funcionou. — Amanda respondeu antes de começar a comer.
— Embora às vezes você não acredite, eu escuto as coisas que você me fala. — Manu falou.
— Eu sei que você escuta, mas na maior parte do tempo você prefere ignorar. — Amanda respondeu calmamente.
Manuela simplesmente concordou com um aceno de cabeça, provavelmente a amiga estava certa naquele caso. As duas continuaram o almoço conversando trivialidades, Amanda decidiu deixar Manu tocar no assunto quando quisesse, ao invés de ir direto ao ponto como havia feito das últimas vezes. Se a publicitária tinha convidado ela para ir até lá, em algum momento ela iria falar sobre o motivo do convite.
— Isso me lembra da época que a gente se mudou pra cá. — Amanda falou se levantando e levando os pratos até a pia.
— Então vamos fazer de conta que hoje é seu dia de lavar a louça enquanto eu te espero lá na sala. — Manu falou com um sorriso.
— Muito engraçado. Eu tiro a mesa, você lava a louça. — Amanda também riu.
— Eu posso fazer isso depois. Vamos pra sala? — Manuela falou se colocando de pé.
Amanda saiu atrás da amiga e as duas se jogaram no sofá. Manuela ligou a TV e ficou zapeando pelos canais.
— Eu odeio vir almoçar em casa porque eu nunca volto pro escritório depois. — Manuela falou sem tirar os olhos do televisor.
— Esse provavelmente é o lado bom de ser uma das donas.
— Acontece que hoje eu preciso voltar porque eu tenho uma reunião com a outra dona do escritório. No caso, o Will.
— Então você se ferrou, minha cara. — Amanda respondeu rindo da amiga. Manuela fez uma careta para a amiga e voltou a olhar para a televisão.
Manu deu um olhar enviesado para a amiga que também olhava para a TV. A publicitária tinha passado praticamente todo o domingo pensando no beijo de Julia, motivo pelo qual ela havia evitado o uísque. Manuela achou melhor não arriscar ficar bêbada, se consciente ela já não conseguia tirar o maldito beijo da cabeça, ela não queria nem imaginar o tipo de ideias que teria depois de algumas doses de bebida alcoólica.
— Lembra quando a gente costumava ser aquela coisa estranha que as pessoas chamam de melhor amiga e eu te contava praticamente tudo que acontecia na minha vida? — Manuela começou.
— Hum... Eu acho que você tá me confundindo com alguma outra pessoa. Eu e você nunca poderíamos ser melhores amigas, não com essa sua cabeça dura. — Amanda respondeu divertida.
— Agora que você falou, realmente seria impossível isso ser verdade. Eu devo realmente tá bastante lesada pra falar uma besteira dessas. — Manuela seguiu a brincadeira.
— Provavelmente! — Amanda falou sorrindo para a amiga — Mas suponhamos que você não estivesse enganada, o que você queria dizer com isso?
— Bom, é que eu talvez precise da minha melhor amiga de volta. — Manuela falou com os olhos baixos.
— No caso de você não ter notado, ela não foi a lugar nenhum. — Amanda respondeu carinhosamente.
— Sabe, Mandys, eu precisava de um tempo pra tentar entender as coisas. Por isso eu não queria conversar antes. — Manu começou a se explicar.
— Conhecendo você como conheço, eu imaginei que fosse algo assim, mas isso não me impediu de ficar preocupada e você sabe por quê.
— Provavelmente eu ia agir da mesma maneira se estivesse no seu lugar e eu não estou dando um tempo na bebida só hoje, se isso te deixa mais tranquila.
— Me deixa muito. — Amanda respondeu pensativa — Mas isso quer dizer que agora você tá pronta pra falar no assunto? — ela perguntou com cautela.
— Não, mas mesmo assim eu preciso.
Amanda sentiu que Manuela estava mais angustiada que o normal e ficou preocupada. A amiga não estava nada feliz desde a volta de Julia, mas mesmo assim Mandys sabia que ela só estava se preparando para quando precisasse se encontrar com a ex. Depois do choque inicial, Amanda desconfiava que a força de Manu fosse falar mais alto e ela ia querer resolver tudo aquilo de uma vez. Talvez tivesse se enganado, quando o assunto era Julia tudo podia acontecer.
— O que aconteceu? — ela perguntou preocupada.
— A gente se beijou no sábado. — Manuela não fez rodeios.
Amanda encarou a amiga por alguns instantes e depois olhou para as próprias mãos. Aquilo definitivamente era o que a médica podia chamar de surpresa.
— Eu achei que você não quisesse falar com ela. — Amanda disse depois de algum tempo.
— E não quero. Eu acho. — Manu respondeu incerta.
— Você vai precisar me ajudar a entender isso então, Manu. — Amanda falou voltando a encarar a amiga.
— Tudo bem, primeiro eu vou te contar o que foi que aconteceu nos nossos encontros. — Manuela passou alguns minutos relatando para a amiga tudo que Julia tinha dito nos encontros que elas tiveram. Amanda escutava tudo com bastante atenção e em determinado momento lhe ocorreu que a razão pela qual Manu finalmente tinha decidido contar tudo aquilo era o medo do que viria a seguir.
— Então na última conversa de vocês rolou um beijo. E agora? — Amanda perguntou depois de Manu terminar de falar.
— Eu não tenho a mínima ideia. — Manu respondeu pensativa.
— O ponto é que até agora ela não explicou muita coisa né!? E tem também que você não decidiu ainda se quer ou não saber o que aconteceu naquela época. Mas esse beijo, puta merd*. Onde é que você estava com a cabeça? — Amanda questionou.
— Eu não sei como foi que aconteceu, quando eu assustei já era tarde demais.
Amanda respirou fundo antes de voltar a falar. Estava claro que Manuela não tinha a mínima ideia do que fazer e muito menos de como se sentir.
— Quando você me falou a primeira vez sobre a Julia, há muito tempo atrás, eu soube que existia uma coisa muito forte acontecendo, pelo menos pra você. E eu não estava errada, você se apaixonou por ela de um jeito tão intenso que era difícil não reparar só de olhar pra você. Até aí eu fiquei meio preocupada, porque eu não conhecia a outra parte da história, mas quando eu vi vocês duas juntas era tão óbvio a tensão que existia entre vocês, que eu pensei que não tinha como dar errado. O que eu estou tentando dizer é que além do sentimento todo que vocês tinham uma pela outra, tinha aquela coisa incontrolável, aquela atração louca. Você lembra?
— É um pouco difícil de esquecer. — Manu respondeu amuada.
— Então, talvez essa atração não tenha passado afinal e vocês, agora que se reencontraram, tenham reacendido essa coisa.
Manuela olhou para o rosto de Amanda pensando se concordava ou não com o que ela dizia. A publicitária tinha decidido que ia conversar com a amiga, então era melhor falar todas as coisas.
— Isso não muda nada, Amanda. Tudo que ela fez, tudo que eu passei, continua sendo real. Ela não pode simplesmente voltar agora e a gente fingir que nada aconteceu. — Manu falou com convicção.
— Mas? — Amanda falou sugestiva.
— Eu tenho quase certeza que se ela insistir, eu não vou conseguir resistir. — Manu falou com sinceridade encarando o rosto da amiga.
— Ok. A minha dúvida é: que vocês sentem uma atração sexual grande e que isso sobreviveu a todo esse tempo, tudo bem, mas como é que ficam os sentimentos? Ela disse que ainda te ama, que nunca te esqueceu. Isso deve ter te atingido de alguma maneira.
Manuela remoeu a pergunta por um tempo antes de responder.
— Nos últimos anos eu tenho me recusado até mesmo a pensar no assunto. O que aconteceu me afetou tão profundamente que eu preferi fingir que a dor que eu senti não podia me perturbar mais. Eu aprendi a conviver com essa mágoa, esse pedaço que faltava. No começo existia uma esperança de que tudo fosse se resolver, mas com o passar do tempo tudo que ficou foi uma tristeza e uma dúvida que eu pensei que fosse me consumir. — Manu fez uma pausa para secar uma lágrima que rolou pelo seu rosto — No fim das contas eu acabei me acostumando. A ausência de resposta, de entender porque tudo aconteceu, foi ficando como um lugar comum pra mim. A vida continuou, eu me esforcei e tentei da maneira como eu sabia me cuidar e seguir com a vida. Você sabe disso, você estava aqui o tempo todo. Mas eu nunca tive dúvida alguma de o que eu senti por ela, o que eu vivi com ela, ia ser a coisa mais intensa na minha vida, mas eu parei de imaginar que ela pudesse voltar. Eu me conformei, eu acho, já tinha passado tempo demais.
Amanda ouviu tudo sem interromper, parecia que Manuela estava fazendo uma reflexão de como se sentia. Mandys imaginou que aquela era a primeira vez que ela expunha, até mesmo para si, todos aqueles sentimentos sempre tão bem guardados. Depois de secar os olhos, Manuela continuou.
— Mais do que ninguém você sabe tudo que eu passei, Mandys. Não foi fácil, mas as coisas foram se ajeitando. Eu meio que consegui seguir em frente e quando eu dei por mim já tinham se passado seis anos. Seis anos! E nos últimos tempos eu cheguei a pensar que eu tinha superado tudo isso, que era passado e que era onde ia ficar. — nesse momento Manuela olhou nos olhos da amiga e Amanda viu muitas outras lágrimas se formarem — Eu não tenho a mínima ideia de como me sentir, do que fazer agora. De como eu devo lidar com isso. Eu simplesmente não sei.
— Talvez, pra variar, você esteja exigindo muito de si mesma. — Amanda falou com um sorriso carinhoso — Toda essa história é muito confusa e a volta repentina de tudo isso pegou todo mundo desprevenido. É totalmente normal que você se sinta dessa maneira, Manu. Você vai precisar de tempo pra acertar as coisas na sua cabeça e isso é absolutamente natural.
— É. — Manuela respondeu sem muita convicção.
— Eu sei que você tá sempre racionalizando todas as coisas, porque é como você age. E tudo bem ser racional, afinal faz parte de quem você é, mas eu não acho que tentar racionalizar vai funcionar agora.
— Só falta você dizer que eu preciso seguir meu coração. — Manu desdenhou controlando as lágrimas.
— Não seria má ideia. — Amanda riu — Mas eu estava pensando mais em deixar as coisas acontecerem. Você passou os últimos dois meses fugindo de tudo e todos por causa da Julia e não funcionou, afinal na primeira oportunidade que vocês tiverem olha aí o resultado. Talvez você devesse simplesmente deixar as coisas acontecerem. Entender uma ou duas coisinhas sobre o seu passado não podem fazer tanto mal assim.
— Você continua achando que eu tenho que escutar o que ela tem a dizer? Mesmo que você não aprove o fato dela ter voltado?
— Nada disso, eu nunca falei que não aprovava ela voltar ao Brasil. O que eu não aprovo é o que ela fez com você e acho que ela não tem nenhum direito de voltar e ficar te procurando sem você querer, mas a gente precisa concordar que as coisas mudaram um pouco de perspectiva. Além do mais eu sempre fui a favor de você superar tudo isso, entender como tudo aconteceu é naturalmente o primeiro passo.
— Eu não sei se concordo com essa sua teoria.
— Porque você está com medo. — Amanda falou olhando no rosto da amiga — Não adianta olhar pra mim com essa cara, nós duas sabemos que eu estou certa.
Manuela demorou um pouco para responder, tempo em que ela conseguiu perceber que a conversa tinha sido uma excelente ideia. Ela já se sentia mais leve e isso certamente iria ajudar a encarar o que viria a seguir. Quando voltou a falar o seu tom de voz era resoluto.
— De uma forma ou de outra eu não acho que eu tenha muita escolha. A julgar pela maneira como as coisas aconteceram da última vez, eu tenho certeza que ela não vai desistir de falar comigo até ter conseguido. E eu só não quero ficar presa nesse ciclo de passado de novo, eu não fiz nada de errado quando o assunto é o meu relacionamento com ela e eu só quero conseguir voltar a viver a minha vida em paz.
Amanda não falou nada, mas ela sabia que agora não ia ser só em conversar que Julia estaria interessada. Ao menos Manuela finalmente havia falado sobre como estava se sentindo e isso não era pouca coisa. Só restava esperar para ver como as coisas iriam acontecer dali para frente.
Fim do capítulo
Ei, gente! Capítulo de hoje é um dos meus favoritos pq eu confesso que gosto muito de desvendar um pouquinho como funciona a cabeça da Manu. Espero que vocês também gostem.
Sobre os comentários no cap de ontem: sim! @Mmila, essas duas é coisa de pega fogo mesmo kkkkk
Sim, @jake! Estamos agora na metade da história praticamente.
Sim, @gmvv! Ansiedade faz parte, mas um dia de cada vez e nesse caso um capítulo de cada vez a gente chega lá hahahaha
Sim, @NovaAqui! Julia não tem medo de causar a perturbação, eu concordo.
Sim, @jeslima! Está muito fácil pra Julia, a Manu coitada vai dizer o que né!? A outra respirou do lado dela e ela já tacou lhe um beijo kkkkkkkk
E por fim, @patty-321, Manu boladona também poderia ser o título dessa história pq eu tenho a sensação q a bicha tá sempre brava.
Gente, eu leio todos os comentários e queria que a gente pudesse fazer tipo um clube do livro pra ficar de papo sobre essas personagens todas, pq é bom demais. Muito, muito, muito OBRIGADA pela gentileza de lerem e ainda escrevem as suas impressões aqui pra mim.
Como sempre, falando demais kkk Beijo no coração e até amanhã. ♥
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