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  • Capítulo 25 – A destruição de propriedade

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Fogo Cruzado por Carol Barra

Ver comentários: 8

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Palavras: 4382
Acessos: 2051   |  Postado em: 19/06/2024

Capítulo 25 – A destruição de propriedade

Alice estava em um relacionamento exclusivo com Bruna. Esse pensamento a fazia sorrir toda vez! Ela podia estar tendo o pior dos dias, mas ela estava em um relacionamento exclusivo com a Bruna então quão ruim seu dia podia ser?

Ao mesmo tempo que a rotina delas praticamente não havia mudado, tudo havia mudado. Sim, porque agora elas estavam em um relacionamento exclusivo. Não era mais casual, era sério! Bruna não falava no assunto. O que elas fariam sobre a escola? Sobre os meninos? Quando se assumiriam para o resto do mundo? Alice queria respostas, mas havia prometido ser paciente e paciente ela era.

Ela aproveitava tudo que Bruna lhe oferecia. As duas continuavam com os mesmos encontros e rotina, mas sempre com um olhar a mais, um carinho a mais. Um sentimento a mais que estava se deixando ver.

Apesar de estar estupidamente feliz, Alice ainda sentia que Bruna precisava de mais tempo. Sempre que conversavam e falavam sobre algo do futuro, ela sentia Bruna tensionar e se fechar um pouco, como se estivesse ainda com barreiras erguidas. Era comum ouvir a menina fazer algum comentário sobre como eram de mundos diferentes e por mais que sempre fossem em tom leve, de brincadeira, Alice sentia que era uma preocupação real. Ela fazia o possível para passar segurança e mostrar para Bruna que ela estava entregue de uma forma que não a assustasse. Não era fácil se segurar em alguns momentos, mas ela estava em um relacionamento sério com Bruna e era isso que importava!

Setembro chegou mais rápido do que Alice previra e graças ao grupo de mensagens de mães da turma do Enzo, ela ficou sabendo que no inicio do mês seguinte seria o aniversário de Bruna. As mães estavam se organizando para comprar um presente para ela, o que era comum na escola. Alice nunca participava dessas interações, ela deixava outras mães decidirem o que iriam comprar e dava a sua contribuição financeira. No entanto, quando ela viu que queriam comprar para Bruna um par de sapatos que claramente não tinha nada a ver com ela, Alice precisou intervir e enviou algumas outras opções melhores que ela sabia que Bruna ia preferir.

Enquanto ela tomava sua segunda xícara de chá da manhã, assim que chegou em seu escritório, aproveitou para pesquisar o presente que ela daria para Bruna, tinha que ser algo especial!

Antes que pudesse decidir alguma coisa, foi interrompida pelo seu celular e surpreendeu-se ao ver que era Luíza, mãe de Ana.

– Oi, Luíza, está tudo bem? – perguntou, estranhando a ligação. Não era algo comum.

– Tudo bem, querida? Espero não estar atrapalhando o seu trabalho – a senhora falou de forma gentil, como sempre.

– Não se preocupa. Como posso te ajudar?

– Eu queria te pedir um favor – ela começou com calma – No meio da tempestade dessa madrugada um galho grande de uma árvore caiu no telhado da casa de uma amiga.

– Caramba... estão todos bem?

– Graças a Deus sim, mas infelizmente fez um grande estrago e eu queria pedir se você podia mandar alguém para dar uma olhada.

– Claro! – Alice falou prontamente – Me manda o endereço que eu mando alguém lá ainda hoje.

– Obrigada, querida. E quando você tiver um orçamento, manda para mim primeiro, por favor. É uma família simples e estou muito preocupada com o custo disso tudo – ela respirou fundo – Eu vou te mandar o endereço por mensagem, o nome dela é Maria Rosa – e como se lembrasse de algo completou – Você provavelmente deve conhecer a filha dela, ela trabalha lá na escola...

Alice soube a resposta antes de Luíza dizer o nome:

– ...Bruna.

A mente de Alice pausou por alguns segundos até a informação alcançá-la. Aconteceu um acidente na casa dos pais de Bruna.

– Sim – ela tentou se recuperar da surpresa e da preocupação – Ela é professora do Enzo.

Alice falou querendo na verdade dizer que conhecia Bruna muito bem, afinal, elas tinham um relacionamento exclusivo agora. Mas se era um relacionamento realmente sério, por que Bruna não havia ligado para ela? Ou mandado uma mensagem? Qualquer coisa! Ela sabia que Alice tinha uma empresa de construção!

– Não se preocupa, Luíza. Eu mesma vou lá agora – Alice falou já arrumando suas coisas.

Óbvio que ela não deixaria ninguém mais averiguar a situação!

– Muito obrigada, Alice! – ela falou antes de desligarem.

Em poucos minutos ela pediu para a sua secretária reagendar os compromissos que teria naquele dia e rapidamente saiu em direção ao endereço enviado por Luíza. No carro, ela tentou o celular de Bruna algumas vezes, mas caía sempre na caixa postal.

Por mais que Luíza tenha dito que todos estavam bem, Alice não conseguia evitar e preocupação. Bruna com certeza não estaria realmente bem. Apesar de ser a mais nova, Alice sabia que ela era o pilar da sua família e iria querer resolver tudo para os seus pais. Ela já havia conversado diversas vezes sobre a situação financeira deles e com certeza um acidente como o que acontecera teria um custo de reparo maior que do que eles poderiam pagar.

Alice deixou as preocupações e a ansiedade tomarem conta até estacionar em frente do endereço enviado. Então, de repente, a realização de que conheceria os pais de Bruna a tomou em cheio.

 

=====

 

– Pai, sai daí! – Bruna gritou pela décima quinta vez, atrás de seu pai que tentava subir em uma escada que levou escondido para o quintal para ver o telhado.

Bruna não podia deixá-lo sozinho por tempo nenhum! Ela já havia impedido ele de várias situações em que podia se machucar.

Ela estava exausta! Depois de ter sido acordada pela ligação de sua mãe às três e quarenta dois avisando do acidente, ela e sua irmã dirigiram no meio da chuva até a casa de seus pais.

Assim que chegaram, se depararam com uma situação ainda pior do que imaginaram. A sala da casa estava completamente alagada, mesmo com a chuva já tendo parado quando chegaram. Um galho enorme de árvore havia caído no telhado e a tia de Bruna estava com o tornozelo inchado depois de ter escorregado na sala molhada ajudando sua mãe a secar o chão.

Como sua irmã tinha carro, rapidamente se ofereceu para levá-la ao hospital, enquanto Bruna passou a ajudar seus pais com o que podia, tentando evitar o desespero de tomar conta.

Como grande parte de sua família morava no mesmo quintal, todos se prontificaram a ajudar como podiam cobrindo móveis e tirando pertences da sala.

– Eu só estou tentando ver como vamos tirar isso daqui! – seu pai argumentou.

– O tio Jorge já falou que o amigo dele está a caminho! – ela argumentou, mas seu pai era teimoso – Você esquece que já é idoso!

Seu pai claramente não gostou do comentário, mas obedeceu momentaneamente. Bruna sabia que ele tentaria novamente na primeira oportunidade.

O dano no telhado era tão grande que Bruna se perguntava como conseguiriam pagar pelos reparos. Uma obra daquele tamanho seria cara e era algo urgente. Seus pais não poderiam ficar na casa até que a situação se resolvesse. Sua irmã poderia até usar o cartão de crédito para parcelar o material, mas a mão de obra teria que ser à vista. Se não pagassem, não aconteceria.

Depois de ajudar durante a madrugada e no inicio da manhã, alguns membros de sua família tiveram que ir trabalhar, sobrando apenas ela e seus pais. Seu tio Jorge havia saído para comprar material para a retirada do galho, junto de seu filho. Sua avó, proibida de entrar na casa para não se acidentar, se propôs a fazer o almoço para todos como forma de ajuda e estava em sua casa, que era ao lado.

As milhões de preocupações assolavam Bruna quando sua avó apareceu no quintal para avisar que alguém estava entrando.

Bruna mal acreditou quando viu Alice vindo em sua direção. O alívio que sentira foi tão grande que ela só queria se jogar em seus braços e chorar.

– Bom dia – ela falou antes que Bruna conseguisse pensar direito.

– Alice, o que você está fazendo aqui? – ela perguntou surpresa, mas sem conseguir esconder o sorriso.

– Luíza me mandou para ajudar – ela falou claramente sem graça.

– Vocês se conhecem? – sua mãe perguntou.

Bruna não sabia muito bem como agir com Alice na frente de seus pais. Vê-la ali era a última coisa que ela esperava naquele momento e a surpresa a manteve em silêncio por mais tempo que deveria.

– Sim – respondeu tentando controlar o nervosismo que fatalmente sua mãe havia reparado.

Elas tinham um bom relacionamento, mas ele estava sempre dentro de uma bolha. O universo delas consistia em Bruna e Alice apenas. Um dos maiores medos de Bruna era justamente serem de mundos muito diferentes e ela tinha dificuldades em imaginar esses mundos sendo compartilhados de forma harmoniosa. No entanto, naquele momento, sem nenhum aviso prévio os mundos haviam se chocado e Bruna não sabia muito bem como lidar com a colisão.

– Alice que está fazendo a obra da sede nova da escola – ela adicionou a informação quando ficou claro que apenas um “sim” não era suficiente para a feição questionadora de sua mãe.

A informação era verdadeira, apesar de não ser toda a verdade. Bruna não queria dizer que era professora do filho de Alice. Ela não estava pronta para aquele confronto e graças a Deus a sua irmã não estava lá no momento para fazer algum comentário impróprio.

– Sim – Alice concordou parecendo compreender o seu receio – Eu tenho uma empresa de construção e ficarei feliz em ajudar no que puder. Você deve ser a Maria Rosa – disse dirigindo-se à mãe de Bruna, com um sorriso simpático.

– Sim, prazer Alice. E muito obrigada por ter vindo tão rápido!

– Imagina! – ela sorriu fazendo o coração de Bruna bater mais rápido.

– Esse é meu marido Luís – sua mãe falou apontando seu pai.

Depois das apresentações e cumprimentos, Maria Rosa ofereceu café para Alice, que recusou gentilmente.

– Acho que tem chá na casa da minha avó. Posso pegar para você – Bruna ofereceu.

– Obrigada, mas eu estou bem por enquanto – Alice sorriu para ela e elas se perderam por alguns segundos em um olhar de reconhecimento que Bruna esperava ter passado despercebido pelos seus pais – Eu posso ver que o estrago não foi pequeno – falou apontando o acidente bem visível do quintal – Já desligaram a energia?

– Sim – o pai de Bruna confirmou – Foi a primeira coisa que eu fiz. Agora estamos aguardando a retirada da árvore.

– Vocês já têm alguém de confiança para fazer isso?

– Um amigo do meu cunhado está vindo. Ele trabalha com podas e retiradas de árvore para a prefeitura.

– Tem que tomar muito cuidado antes de retirar para ter certeza que não afetou nada da estrutura da casa e com certeza esse trabalho é para mais de uma pessoa.

Luís explicou que ele e outros familiares iriam auxiliar e Bruna teve certeza de que o terror do seu pai participando daquilo estava explícito em sua face.

– Eu liberei minha agenda para hoje então estarei aqui– ela falou olhando para Bruna com carinho e automaticamente sua preocupação diminuiu consideravelmente – E consigo mais algumas pessoas para ajudar – ela completou rapidamente pegando seu celular e digitando uma mensagem rápida apesar da insistência de Luís de que não era necessário, mas depois de Alice explicar de que aquele trabalho seria mais longo e cansativo do que ele havia pensado, ele acabou aceitando sem argumentar mais.

– Posso olhar? – Alice falou apontando o telhado e a escada.

– Claro! Fica à vontade! – Maria Rosa falou gentilmente – E se precisar de qualquer coisa, só pedir.

– Obrigada!

Sua mãe entrou para continuar a limpeza eterna da sala e Bruna queria ajudar, mas não conseguia afastar-se de Alice naquele momento. Parecia algo tão surreal tê-la ali na casa de seus pais!

– Vamos beber uma água antes de começar – falou precisando de uns minutos sozinha com Alice para ver se o seu mundo voltava ao normal.

– Você está bem? – foi a primeira coisa que Alice perguntou quando chegaram na cozinha e ficaram finalmente sozinhas.

Ela segurou sua mão forte e Bruna sentiu lágrimas ameaçando descer.

– Eu estou bem – falou e Alice olhou para ela como se não acreditasse – Obrigada por ter vindo! – disse sinceramente.

– Por que você não me ligou? Eu teria vindo antes.

Bruna nem sabia responder ao certo. Seria mentira se ela dissesse que não queria ter ligado. Depois de ter sido acordada às pressas e se vestido para sair, ela só reparou que havia esquecido o celular em casa quando já era muito tarde para voltar. Até para avisar na escola que não iria, precisou ligar para o fixo da escola pelo celular de sua irmã. A verdade era que Bruna só deu falta do celular quando quis enviar mensagem para Alice falando do ocorrido, mas ao perceber que não seria possível, ela até duvidou se era mesmo a melhor escolha. O que Alice faria? Não era o seu problema. Era um problema da Bruna e ela teria que resolver. Ela então já até havia decidido falar com Alice sobre o acidente apenas de forma superficial uma vez que estivesse novamente com seu celular. Ela só não contava com dona Luíza estragando seus planos. Ao invés de falar sobre toda a sua briga interna, ela simplificou.

– Eu e minha irmã saímos na correria de casa e eu esqueci o meu celular.

A resposta pareceu agradar Alice que foi aproximando-se aos poucos, como se tivesse receio de ultrapassar uma barreira que não podia.

– Quando a Luíza me ligou eu fiquei muito preocupada com você – falou de forma carinhosa, usando a mão que não estava na de Bruna para acariciar seu rosto.

– Eu estou bem – ela repetiu ainda sem muita convicção e diante do olhar questionador de Alice, continuou – Eu estou feliz que ninguém se machucou além da minha tia que torceu o pé. Podia ter sido pior, eu sei, mas estou preocupada com o tamanho do estrago.

– Não se preocupa. Vamos resolver! – Alice falou com uma certeza que aqueceu o coração de Bruna.

Antes que pudessem continuar, ouviram a voz de Maria Rosa reclamando com o marido.

– Desde agora daí!

Bruna revirou os olhos e quase correu para o quintal para impedir novamente o seu pai de subir na escada.

            Alice inspecionou o telhado da casa e a parte de dentro com calma e cuidado, anotando algumas informações em um pequeno caderno. Antes de terminar sua inspeção, o tio de Bruna já havia retornado e seu amigo chegou logo em seguida para iniciarem a retirada do galho.

            Apesar de todo o nervosismo que Bruna estava sentindo com a situação, ela não pôde deixar de sentir-se bem com a presença de Alice, que rapidamente tomou controle da situação. Ela havia planejado toda a sequencia de retirada do galho, de forma a não danificar mais o telhado ou a estrutura da casa. Mais dois rapazes que trabalham com ela conseguiram chegar ainda no período da manhã para ajudar, levando com eles equipamentos como cintas de segurança e suportes, que auxiliaram o processo.

            Bruna se pegou admirando Alice descaradamente durante a retirada do galho. Apesar de estar vestida com roupas formais, ela não se intimidou em colocar a mão na massa, retirando seus saltos e ficando descalça. Era no mínimo estranho ter Alice na casa de seus pais, junto de sua família, trabalhando incansavelmente e sujando sua linda roupa. Vê-la daquela forma despertou um desejo em Bruna que ela achou que não seria possível sentir diante da situação. Alice formal, de terno, era linda, mas fazendo trabalho braçal era ainda mais sensual. Bruna se pegou tendo sonhos eróticos enquanto estava acordada em vários momentos daquele dia.

            A pausa para o almoço não foi tão estranha como Bruna temia que seria, apesar do retorno de sua irmã. Sabrina se comportou muito bem na presença de Alice, apesar do olhar inquisidor direcionado à Bruna assim que chegou com sua tia de perna mobilizada e se deparou com a presença de Alice na casa.

            – Dona Luíza pediu para ela vir – foi a explicação simples que dera e Sabrina pareceu aceitar, pelo menos momentaneamente.

            O almoço foi rápido na casa de sua avó, afinal, todos tinham muito trabalho a fazer.

            Na parte da tarde, Bruna precisou tirar os olhos de Alice para ajudar a sua mãe e sua irmã a levar algumas coisas para a casa de sua avó, onde seus pais ficariam acampando na sala até que a situação se resolvesse. Tiveram que levar tanta coisa que pareceu uma mini mudança. Como não tinham energia, tudo da geladeira e congelador também precisou ser levado.

            Depois da retirada do galho, ainda precisaram colocar uma lona bem presa e à prova d'água para evitar mais danos caso chovesse mais. Já era quase noite quando finalmente terminaram e todos estavam exaustos. A equipe que trabalhava com Alice e o amigo de seu tio foram embora rápido, mas ainda assim Alice ficou mais um tempo analisando os estragos, trocando informações com seu pai e com seu tio. Por fim, enquanto todos estavam tomando café – ou chá visto que Bruna fez questão de preparar uma xícara para ela – Alice deu o seu parecer sobre os próximos passos.

–  A lona deve manter a casa seca até que possamos iniciar os reparos permanentes. Amanhã cedo eu venho avaliar melhor os danos estruturais no telhado e nas áreas internas afetadas. Parece que a água já causou algum dano ao teto da sala, então vamos retirar as partes danificadas e substituir por novas placas de gesso. Vamos também tratar qualquer sinal de mofo ou umidade para garantir que não haja problemas futuros de saúde ou de deterioração da estrutura. Além disso, vou trazer um eletricista de confiança para verificar a fiação elétrica e garantir que não houve curtos-circuitos ou outros danos que possam representar um risco.

– Quanto tempo você acha que vai levar essa obra? – Bruna perguntou receosa.

– A situação parece pior do que realmente é. Claro que eu ainda preciso ver melhor os danos estruturais amanhã, mas acredito que se não tivermos mais chuva atrapalhando deve levar cerca de uma semana a dez dias para consertar tudo. Isso inclui o tempo para garantir que todos os materiais estejam bem secos e seguros antes de finalizar os acabamentos. Já tenho uma equipe pronta para começar amanhã e eu mesma venho fazer inspeções regulares para garantir que não haja infiltrações ou outros problemas.

– Eu achei que demoraria mais – sua mãe falou aliviada.

– Eu vou dar prioridade para terminarmos o quanto antes e vocês poderem voltar para casa.

– E quanto essa brincadeira vai custar? – Luís perguntou tenso.

– Bom... eu ainda preciso fazer algumas contas, mas não se preocupem com isso – Alice falou querendo desconversar.

– A Luíza pediu para ver o orçamento primeiro, não foi? – sua mãe rapidamente perguntou, já conhecendo bem sua amiga.

– Talvez – Alice falou sem graça.

– Eu não aceito isso! Eu agradeço ela ter pedido para você vir, mas nós que vamos pagar pelo seu serviço – Maria Rosa falou firme.

Antes que Alice pudesse responder, Bruna reparou que ela claramente não tinha certeza do que falar naquela situação e a interrompeu antes que começasse.

– Mãe, relaxa! Eu e a Bri já conversamos e nós vamos resolver isso.

Seus pais discordaram e ela e sua irmã ficaram discutindo com eles por alguns minutos, enquanto Alice permanecia em silêncio sem saber muito bem como deveria agir.

– Hoje foi um dia cansativo. Vamos conversar sobre isso depois, pode ser? – Bruna propôs e todos concordaram, mesmo que a contragosto.

Em poucos minutos, Alice anunciou que era melhor ir embora e seus pais aproveitaram para liberar as filhas, insistindo que deveriam voltar para casa e descansar.

Bruna ofereceu para levar Alice até o portão, enquanto Sabrina foi lavar a louça do café, com certeza para dar um pouco de privacidade para as duas.

– Assim que você tiver um orçamento, não manda para Dona Luíza, está bem? Envia para mim – pediu assim que chegaram no portão do quintal, longe de todos.

Alice quase riu.

– Bruna, eu não vou cobrar nada de vocês. Eu só não sabia como falar isso na frente de seus pais.

Ela nem conseguiu acreditar, ficando em choque por alguns segundos.

– Claro que você vai! É o seu trabalho! – falou na defensiva.

– E é a casa dos seus pais! É claro que eu não vou te cobrar nada!

– Alice! – Bruna falou séria – Eu vou te pagar!

Assim que pronunciou a frase, Bruna tensionou. Ela não fazia ideia de como iriam pagar! Ela havia gastado quase todo o dinheiro que tinha guardado na viagem de presente de dia das mães. Sua irmã tinha uma reserva maior, mas com certeza não o suficiente para pagar tudo sozinha e ela sabia que seus pais não tinham a menor condição – Talvez eu precise de um tempo – ela admitiu – Mas eu vou dar um jeito e vou te pagar!

– Bruna! – Alice segurou sua mão e olhou no fundo dos seus olhos – Isso é ridículo! Eu não vou deixar você pagar nada. Você não me deixou pagar quando ficou de babá dos meus filhos.

– Isso é diferente! – ela falou achando a comparação absurda.

– Por que? Aquele era seu trabalho e esse é o meu!

– Isso é muito mais caro! Nem se compara!

– Não é minha culpa que a profissão de educador não é valorizada!

O comentário fez Bruna rir, sentindo-se leve pela primeira vez naquele dia.

– Quando eu trabalhei de babá era apenas eu doando o meu tempo, nesse caso tem uma equipe de pessoas que vai vir, material para comprar! É muito mais do que apenas você doando seu tempo.

– A equipe que está vindo é da minha empresa e eles vão receber o salário deles normalmente – Alice respirou fundo e falou de forma carinhosa, mas firme – Não existe nenhuma possibilidade de eu cobrar alguma coisa de você, Bruna! Isso nem devia ser uma discussão!

– Alice – falou séria, mas menos na defensiva – Eu não quero que você se sinta obrigada a fazer tudo isso por mim sé porque a gente...

Bruna não conseguiu terminar a frase. “Só porque a gente namora?” O que afinal elas tinham? Era um relacionamento exclusivo, mas elas eram namoradas? Parceiras? Tinham algum futuro juntas para ser algo considerado tão sério a ponto de Alice gastar tanto dinheiro e tempo com a sua família?

– Não é uma obrigação! Eu quero! – ela falou com uma certeza que fez Bruna estremecer por dentro, como se aquela resposta fosse sobre todos os seus questionamentos internos e não apenas sobre a obra.

– Mas eu não quero – Bruna falou novamente na defensiva, mas um pouco incerta se ela queria mesmo dizer aquilo. Independente das dúvidas, ela seguiu em frente – Isso é meu problema! Cuidar dos meus pais é minha responsabilidade e eu vou resolver!

Alice respirou fundo e levou a mão até o rosto de Bruna, acariciando com tanta gentileza, que ela sentiu as pernas bambas.

– Bruna, eu sei que você quer cuidar dos seus pais como você sempre faz e eu sei que você é capaz de fazer isso sozinha, mas você não precisa! Me deixa ajudar! – Alice suplicou com os olhos.

Aquele pedido não era apenas sobre a obra. Aquela conversa não era apenas sobre a obra. O olhar de Alice era tão gentil e vulnerável que Bruna não conseguiu impedir pequenas lágrimas de escorrem. Todo o estresse daquela manhã pareceu alcançá-la.

– Você cuida de todo mundo! – Alice continuou – Deixa eu cuidar de você!

Bruna só teve forças para ficar em silêncio. Ela não conseguia negar nem aceitar. Parecendo ler a sua confusão e vulnerabilidade pelo olhar, Alice a puxou para um abraço e Bruna se agarrou a ela como se estivesse perdida e ela fosse o mapa do caminho certo.

– Está tudo bem, meu bem – ela ouviu Alice dizer e só então reparou que chorava – Nós vamos resolver!

Bruna de repente deixou todas os receios que havia trancado em si desde de que acordara saírem. O medo de perder seus pais foi o primeiro. Assim que ouviu sua irmã falar do acidente, tudo o que pensou era que se o galho tivesse caído metros para o lado, teria caído no quarto deles. Em uma tempestade ela poderia ter perdido os dois! Depois ela sentiu a dor que jogou para o lado quando chegou e viu a sua casa de infância destruída.

Ela não pôde naquela manhã deixar a dor assumir lugar nenhum em si. Ela precisou ser forte diante do desespero de sua família. Sua tia com o tornozelo inchado. Sua avó passando mal de nervoso e precisando de um calmante. Sua irmã ficando completamente perdida e Bruna com o medo daquele episódio trazer de volta a sua depressão. O seu pai tentando mexer onde não devia e Bruna atrás dele para que não se machucasse. Sua mãe revirando os objetos da sala destruídos, chorando e partindo ainda mais seu coração. A televisão nova que seu pai ainda estava pagando totalmente quebrada. O quadro com a foto do casamento de seus pais quebrado. Outras fotos de momentos importantes da infância da sua irmã e da sua também quebrados. Tantos cacos de pedaços de suas vidas destruídos no chão da sala.

Toda a dor que viveu durante aquela manhã e que precisou ignorar voltou com força. Ela precisou ser forte para a sua família a manhã inteira, mas ali, nos braços de Alice, Bruna não precisava ser forte. Ela só precisava ser ela mesma.

Fim do capítulo

Notas finais:

Oi, meninas!

Desculpa pelo atraso do capítulo. Fiquei doente semana passada, mas já estou melhor!

Ele é um pouco mais grandinho então espero que compense e que tenham gostado!


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Comentários para 26 - Capítulo 25 – A destruição de propriedade:
Mmila
Mmila

Em: 20/06/2024

Saúde autora. Cuide-se.

Capítulo criando boas perspectivas.

Acredito que agora, depois do ocorrido, a relação mudo pra outro patamar.

 


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
A relaçao mudou e continua evoluindo!
Obrigada pelo comentario! Estou me cuidando :)


Responder

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jake
jake

Em: 20/06/2024


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
Oi, jake!
Esse comentário não apareceu mas espero que tenha gostado do capítulo!


Responder

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Mahinju
Mahinju

Em: 20/06/2024

Olá!!! Autora desejo melhoras e que a saúde faça morada em sua vida. 

Alice uma fofa apaixonada " relacionamento exclusivo com Bruna" fiquei encantada. 

A relação familiar vai começar a extreitar a partir desse contato de Alice com a família de Bruna. 

Se Maria Rosa for fazer um bolinho de aniversário para Bruna vai convidar Alice certeza rsrsr

Que momento de sensibilidade e cuidado de Alice com Bruna/família quem amar cuida essa é a verdadeira frase do Amor. 

Bruna pode até negar, mas nos braços de Alice ela se sente segura e cuidada como mostra no final do capítulo. 

Já estou pronta para o próximo capítulo. 


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
Bruna com certeza se sente mais segura com Alice. Elas se cuidam e isso que eh o mais bonito nesse relacionamentp. Elas foram construindo aos poucos um laço lindo!


Responder

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Raf31a
Raf31a

Em: 20/06/2024

1°: que bom que está melhor. Muita saúde pra você e obrigada por dedicar um pouco do seu tempo.

2°: que capítulo maravilhoso. Não há demonstração maior de amor e cuidado do que ganho sua parceria cuidado também da sua família. Isso é AMOR. 

3°: esse romance já está no meu TOP 3 do Lettera. Já sei que vou reler ele várias vezes quando terminar. Se tiver livro físico eu também quero. Parabéns, você arrasa!


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
Fico muito feliz que a história já esta no seu top 3! Espero que continue gostando até o final!
Nao pretendo fazer um livro fisico, mas eventualmente vou colocar na amazon com todos os meus livros. Ice Quinn vai ser o primeiro a sair!


Responder

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patty-321
patty-321

Em: 19/06/2024

Que capítulo emocionante, poxa ,foi tão real esse perrengue que eles passaram. Alice foi de uma sensibilidade tocante e Bruna conhecendo um lado que ela não conhecia da Alice. Foi lindo. Constatar que não se está só num momento desse é muito revigorante. Parabéns pelo capítulo, pela estória, cada vez melhor. Bjs


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
Obrigada, Paty!
Realmente foi um capitulo para mostrar que elas estao juntas para o que der e vier, apesar dos prpblemas!


Responder

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Brescia
Brescia

Em: 19/06/2024

    Boa noite autora e que bom que já esteja bem.

A Alice é uma fofa e está cada dia mais apaixonada pela Bruna, quando se ama se faz qualquer coisa pela pessoa amada e ela não medirá esforços para provar isso a Bruna.

 


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
A Alice faz tudo pela Bruna mesmo! Isso foi só mais uma prova!


Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 19/06/2024

Que tenso 

Ainda bem que Alice vai ajudar 

 


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
Muito bom uma ter a outra para enfretarem problemas juntas!


Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 19/06/2024

Tá desenrolando.

Alice conhecendo os sogros.


Carol Barra

Carol Barra Em: 10/11/2024 Autora da história
Siiim! Conquistando os sogrinhos!


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