Amizade
5. Amizade
- Vai no jogo hoje?
- Vou sim e você?
- Também. Tem alguém que estava com receio, achando que você não fosse aparecer. Ela anda tão tristonha.
- Somos amigas, claro que vou.
- Silêncio! (Advertiu a bibliotecária).
Elas finalizaram a leitura e quando o sinal tocou voltaram para as suas salas. Na saída do colégio Cecilie procurou por Aly.
- Brigite vai no teu jogo hoje.
- Sério?
- Sim! Então até mais tarde.
- Obrigada, até!
_♡♡♡_
Brigite chegou quando o jogo estava começando, Cecilie acenou e ela foi ao seu encontro na arquibancada.
- Achei que tinha desistido de vir.
- Depois do almoço acompanhei a minha mãe numa consulta que ela teve agora a tarde.
- Tudo bem com ela?
- Tudo sim, só rotina mesmo, para prevenção e você chegou faz tempo?
- Sim, vim com a Aly, ela me pediu para fazer uma trança nela antes do jogo.
O jogo foi bem equilibrado, os dois times jogaram com muito empenho, foram três sets a dois para o time da Aly, que venceu de virada, porém, ao término da partida, ela acabou se machucando e deixou a quadra chorando.
- Que aflição ver ela chorar e sair machucada.
- Foi naquele salto que ela deu para marcar aquele ponto.
- E é sério, está precisando até de cadeira de rodas. Espero que não seja nada grave.
As duas foram ao encontro dela.
- Que droga, tudo vem dando errado (reclamou cabisbaixa).
- O quê aconteceu? (Perguntou Cristopher que também se aproximou dela).
- Meu joelho esquerdo, dói muito!
- Vamos te levar para o hospital, para fazer exames e verificar o que aconteceu (disse o instrutor, que estava lhe socorrendo e dando todo o suporte necessário).
- Vai ficar tudo bem (Brigite afirmou secando suas lágrimas).
As amigas a acompanharam até o carro.
- Melhoras Aly (falou Cecilie antes de fechar a porta do automóvel).
- Vou indo.
- Quer carona? Meu pai vem nos buscar.
- Não precisa, moro perto e vai ser bom caminhar um pouco. Queria mesmo ter ido com ela, para fazer companhia, mas, o técnico já deve ter avisado os pais dela, por ser menor de idade é obrigatório a presença de algum responsável no hospital.
- Fica calma, ela vai se recuperar logo.
- Vai sim, até amanhã!
Infelizmente não comemoram a vitória como gostariam. Aly sofreu a sua primeira lesão esportiva, precisou de repouso e recebeu um atestado de dois dias, faltando no colégio.
- Tem notícias?
- Meu irmão só comentou que ela não veio e o pai dela avisou o professor, que ela só retorna na semana que vem.
- Poxa, que ruim isso.
- As meninas que jogam vôlei com ela, disseram que o treinador acredita que ela vai ficar afastada por um tempo, até se recuperar.
- É vai precisar estar 100% para voltar a jogar.
_♡♡♡_
Na segunda-feira a loira retornou, com o joelho imobilizado.
- Bom dia! Como você está? (Brigite quis saber e fez questão de carregar a mochila dela).
- Eu sei que no momento não posso fazer mais por nós, mas, eu sinto tanto a sua falta.
- Um dia vai deixar de ser complicado.
- Mas e se você me esquecer?
- Impossível. Você é inesquecível.
- Também sinto saudades dos nossos beijos, quero te beijar para sempre.
- Linda, não faz assim e o seu joelho?
- Ainda dói, não está mais inchado, foi uma lesão no ligamento, comum para quem faz atividades esportivas. Estou tomando remédio e o ortopedista recomendou fisioterapia.
- É importante fazer acompanhamento médico direitinho.
- Nos vemos no intervalo?
- Claro.
- O bom de ter me machucado, é que agora você não está fugindo de mim, ainda bem, pois, vai ser difícil correr atrás de você com essa tala.
- Só você mesmo, boa aula! (Devolveu a mochila em frente da sala da mais velha).
- Obrigada e para você também.
_♡♡♡_
No intervalo as três lancharam juntas e ficaram papeando até o horário de retornar para aula.
- Aly, você jogou tanto semana passada, seu time mereceu muito a vitória, a parte triste foi você ter se machucado.
- Nem me fale, queria ter comemorado, saí do estádio aos prantos e vou ficar um tempo de molho.
- Queria ter te acompanhado, mas, fiquei com medo. Seus pais te encontraram no hospital?
- Minha mãe.
- O quê você está desenhando Cecie?
- Uma cachoeira (mostrou o seu caderno e voltou a sua atenção para o desenho).
- Ano que vem vou fazer cursinho pré-vestibular a tarde.
- Já escolheu teu curso?
- Sim, odontologia. Quero passar numa pública, assim meus pais guardam o dinheiro da mensalidade e quando eu estiver formada me ajudam a abrir o meu consultório. E você?
- Ano que vem já e vou cursar arquitetura.
- Então vai dar continuidade no legado Fleming.
- Vou sim, admiro muito a trajetória profissional da minha mãe, ela é engenheira. A faculdade que vou cursar é perto do escritório dela, vai ser bom para estagiar.
- Que bacana!
- E você Pequena, também já começou a pensar nisso?
- Sim! Totalmente diferente de vocês, não me vejo igual você e o meu irmão, seguindo o caminho dos nossos pais, ele sempre quis fazer administração e expandir os supermercados, ele fala que é o sonho dele ter muito sucesso com a rede Miyake. Também não me imagino igual a Bri, que já planeja até ter seu próprio consultório, Gorman Odonto. Admiro as escolhas de vocês, três áreas diferentes e interessantes. Eu vou fazer intercâmbio, primeiro para o Japão, depois também quero morar em outros países. Quero conhecer pessoas, ter contato com diferentes culturas, apreciar a arte do mundo, me descobrir, é isso que quero, me aventurar. Creio que serei feliz assim.
- Uau! (Brigite adorou).
- Nossa! Eu achava que você estava pensando, sei lá, que cursaria artes, já que desenha tão bem, nem imaginava que tem planos de conhecer o mundo.
- Tenho.
O sinal tocou e seguiram para as suas respectivas salas.
- Cris, tua irmã já te contou o que ela quer fazer quando concluir o ensino médio?
- Intercâmbio, vai morar no Japão e depois também quer conhecer outros países.
- Eu não sabia, ela acabou de nos contar. Que legal!
- Nossa mãe não acha, disse que não quer a filha dela desenhando mundo a fora, prefere que ela fique por aqui mesmo, faça faculdade como nós e dê continuidade nos negócios da família. O bom é que ela tem o meu apoio e o do meu pai, mas, vai ser puxado.
- Nisso minha mãe foi incrível comigo, me chamou para conversar disse que teve seus sonhos, realizou todos, tanto profissional como pessoal e por isso, não depositava suas frustrações em mim. Que ficava muito feliz por saber o que quero trilhar, que sente muito orgulho, mas, que posso me sentir livre para fazer o que quiser. Já o meu pai queria uma filha médica. Até parece, área da saúde tem que nascer com vocação.
- Concordo e eu detesto hospital, também não combina comigo. Você também vai fazer faculdade de manhã?
- Vou sim e na mesma que você. Nunca pensou em fazer intercâmbio?
- Não. Quero só viajar mesmo.
- Chega de falatório, prestem atenção que vou começar a explicação (avisou o professor de matemática).
_♡♡♡_
- Vou passar o final de semana na casa do meu pai, no sábado vou ficar sozinha, ele e o meu irmão vão testar um novo sistema. Podemos fazer algo.
- Eu topo!
- E você Bri?
- Não posso, tenho compromisso, com umas amigas mais legais (disse dando risada).
- Aly, ela está nos esnobando?
- Mais uma recusa para o meu coração sensível.
- Você entende que em nenhum momento me recusei? A questão é que somos muito novas para travarmos uma batalha tão complicada para que possamos ficar juntas.
- Eu sei.
- Eu estava brincando com vocês, sábado qual horário?
- Aprendi a fazer uma lasanha muito boa, pode ser no almoço.
- Combinado!
_♡♡♡_
- Cecie, me diz no que posso te ajudar.
- Já dei uma boa adiantada, vou só fazer a montagem. Vocês poderiam aproveitar para terminarem aquela conversa mal resolvida, porque no colégio é difícil, no meu quarto podem ficar a sós, que tal?
- Seria ótimo (a loira aprovou).
- Vocês duas armaram isso foi?
- Não! Mas, vocês poderiam aproveitar a oportunidade e assim que eu terminar o almoço aviso.
- Linda, por favor!
- ok vocês venceram, se precisar de ajuda me chama.
- Pode deixar, aumenta o som por favor, gosto de cozinhar ouvindo música.
Seguiram em silêncio para o quarto, enquanto Cecilie estava ouvindo Jota Quest na cozinha.
"Quero um amor maior
Um amor maior que eu
Eu quero ficar só
Mas comigo só eu não consigo
Eu quero ficar junto
Mas sozinho assim não é possível
É preciso amar direito
Um amor de qualquer jeito
Ser amor a qualquer hora
Ser amor de corpo inteiro"...
- Tem até trilha sonora e vocês querem me dizer que isso não foi combinado.
- Juro que não foi. Claro que adorei o convite dela para passarmos o sábado juntas, mas, nós não combinamos nada. Só que tenho que confessar que estou feliz e ela presenciou o nosso diálogo, foi só isso.
- Esses desenhos dela são incríveis.
- São mesmo, ela tem talento.
- E o seu joelho?
- Bem melhor, não sinto mais dor e estou fazendo fisioterapia uma vez na semana.
- Que bom.
- Só que ainda não descobriram exercícios de reabilitação para coração (lançou).
- É... desculpa sei que te provoquei e seduzi.
- Ei não se desculpe, tudo foi recíproco.
- Se eu soubesse teria evitado, é que acabei encantada por você e quis te conquistar.
- Ainda bem que não evitou.
- Só que agora temos que ser só amigas, é mais seguro.
- Mas e se acabarmos nos afastando.
- Temos que confiar no que sentimos.
- Estou com saudades do seu carinho, do seu beijo, do seu cafuné e estou com medo de não te ter de novo.
- Aly, assim fica difícil ser só sua amiga.
E as duas se beijaram, saudosas, com muito afeto e desejo.
Fim do capítulo
Feliz dia dos namorados! Feliz dia do amor!
Em especial para a minha namorada.
Amora, amo-te! É um privilégio celebrar essa data ao seu lado por uma década.
Beijos e abraços, May.
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