Boa noite, leitoras que eu amo!
Atrasei o capítulo um pouquinho porque meu notebook estragou e estou tendo que me virar com um notebook que não é meu (e que, por isso, não tenho acesso o tempo todo). Mas dei meu jeitinho e consegui postar o quanto antes!
Espero que gostem...
Capitulo 22 – Novos termos
Sofia
Olho para a tela do meu celular pela milésima vez, para checar se a Júlia havia respondido alguma coisa. Eu tinha mandado algumas mensagens desde ontem à noite, quando saí da sua casa com a minha mãe, mas como ela não tinha me respondido, enviei no grupo da nossa família – sim, nós tínhamos um – uma propaganda em que dizia:
“Bom dia, na nossa loja tem muita economia”
“Oferta pra você e pra família”
“Avisa lá no grupo a sua titia”
E ainda mandei um link de um box de DVDs que eu tô namorando há meses, e marquei a Júlia, só para provocar. Era o que ela merecia por não me responder no privado. Mas, ainda não tinha recebido nenhuma resposta dela, de qualquer maneira, e a mensagem passou quase que despercebida, se não fosse pelo meu pai e meu irmão que reagiram colocando um coração e um emoji rindo, respectivamente.
Guardei o celular no bolso e voltei a separar os DVDs – de uma das milhares de entregas acumuladas – por sessões: shows, filmes razoavelmente novos e filmes antigos.
Estou fazendo isso quando sinto a presença do Seu Afonso atrás de mim.
– Sofia? – Ele chama por mim e eu ergo a cabeça, me virando para olhá-lo. – A Júlia está aqui, acho que quer falar com você. – Ele diz e o meu coração chacoalha só em ouvir o seu nome. Merd*.
Ela já tinha vindo aqui me pegar para almoçar um milhão de vezes antes, por isso o Seu Afonso já sabia até o seu nome, mas, o que eu realmente estava estranhando era o fato de ela ter vindo aqui agora, e sem avisar, sendo que nem minhas mensagens tinha respondido.
– Júlia? – Digo, assim que chego no hall de entrada e vejo ela ali parada, passando os dedos em uma estante qualquer de DVDs, acho que para se distrair enquanto aguardava. – Eu não esperava que viesse aqui. – Sou sincera. – Aconteceu alguma coisa? – Fico nervosa pela demora da sua resposta e pela visita inesperada e começo a pensar nas piores coisas possíveis. – Aconteceu alguma coisa com o João Pedro? Ou com o meu pai?
– Não, não... tá tudo bem. Eu só queria conversar com você. – Ela me tranquiliza de imediato e solto o ar, mais aliviada. – Pensei em te pegar pra almoçar, se você quiser. – Ela ensaia um sorriso, que sai bastante sem jeito, e eu olho para o relógio de parede que fica bem em cima do balcão do Seu Afonso.
– Pode sair uns minutinhos mais cedo, se quiser. – Ele fala por mim antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.
Pego a minha mochila e caminhamos para fora do Sebo, onde logo vejo a sua moto estacionada no pequeno acostamento.
– Nessas horas é bom eu ser a merd* da sua tia, né? – Ela diz me mostrando a tela do celular com a conversa do grupo aberta, e eu não consigo não rir.
Principalmente porque ela finge estar irritada, enquanto, no fundo, sei que está se divertindo com aquilo.
– Não foi você que disse que o melhor pra mim é te ter como minha quase madrinha? – Provoco. – Então... só estou me aproveitando disso da melhor maneira. – Digo colocando o capacete na cabeça, sorrindo.
Ela me olha com uma cara de quem está me xingando, em pensamentos, e o meu sorriso dobra de tamanho, enquanto vou me sentindo vitoriosa, ainda mais depois de ver ela deixando escapar um sorriso também, mesmo que contra a sua vontade.
– Agora sobe aí e cala a boca, vai. – Ela pede naquele tom de brincadeira que eu já conhecia muito bem, porque era exatamente assim que as coisas costumavam a ser entre nós duas.
Mas aí acontece uma coisa que jamais aconteceria antes: ela olha para a tal parte do meu rosto e inevitavelmente meus olhos caem sobre os seus lábios, também.
Merd*, se controla, Sofia Maria. Digo mentalmente enquanto subo atrás dela, na garupa da moto, e passo meus braços pela sua cintura, prendendo as mãos na sua barriga que – como sempre, porr* – está parcialmente descoberta pela sua blusa curta.
E desde quando a barriga dela é assim, tão definida? Acho que eu nunca tinha reparado antes, pelo menos, não desse jeito.
A sua pele estremece e treme por debaixo das minhas mãos, e eu sinto a corrente elétrica passar pelos meus braços, fazendo cada maldito pelinho se arrepiar.
Puta que pariu.
Eu sempre me senti segura nessa moto, com a Júlia aqui comigo, mas acho que não poderia dizer o mesmo agora.
Não mais.
– E então? – Pergunto, dando minhas últimas garfadas.
A comida do Dona Delícia é tão boa que a gente passou o almoço inteiro sem quase dizer uma palavra. Até porque aquilo era muito comum entre nós duas, na verdade. Tanto sair para almoçar aqui, quanto o próprio silêncio.
O silêncio que surgia vez ou outra entre a gente não era algo que costumava a nos incomodar.
Exatamente, não era.
– E então...? – Ela pergunta de volta, como se não soubesse do que eu estava falando. Mas, olhando no fundo dos seus olhos, sei que ela sabe. Talvez, só esteja nervosa o bastante para admitir isso.
– Pensei que quando você me buscou pra vir almoçar, queria algo um pouco mais profundo do que uma companhia para degustar esse salmão ao molho de maracujá... – Digo fincando o garfo no último pedacinho que está no meu prato. – Que a propósito, tá gostoso pra cacete. – Eu digo, colocando-o na boca de uma só vez, e ela ri. Depois, vai voltando a ficar um pouco tensa, de novo.
– É... Eu queria. Queria conversar com você, na verdade.
Eu a olho, mas não digo nada. Apenas aceno com a cabeça, incentivando-a a continuar.
Eu já tinha dito umas mil verdades na última vez que estivemos juntas, acho que estava na sua vez de me dizer algumas. E, a essa altura, acho que eu me sentia mais preparada, para quaisquer que fossem.
– É que as coisas ficaram um pouco estranhas entre a gente, depois que você foi lá em casa... – Ela fala, me mostrando uma Júlia completamente sem jeito que eu ainda não conhecia, e eu fico me esforçando para não rir. – Quer dizer, eu espero que você não tenha saído de lá pensando que eu não quero mais te ver, porque eu quero. – Ela diz e eu não consigo não sorrir, dessa vez. Sorrio até demais, para dizer a verdade, e começo a ficar com medo de estar parecendo boba demais, também. – Mas é que a gente meio que discutiu e... não sei, fiquei com medo de você ainda estar com raiva de mim, de novo. – Ela diz, parecendo verdadeiramente preocupada.
A Júlia acha mesmo que eu estava com raiva dela depois de tudo o que fizemos ontem? Quase deixo escapar uma risada, mas me controlo, guardando-a no fundo da garganta.
– Não tem nada de estranho entre a gente, Jules – quando é que ela ia se dar conta disso, aliás?? – e eu achei que tinha deixado bem claro que eu não estava mais com raiva de você depois que eu retribuí aquele beijo... – Eu digo e ela desvia o olhar, corando quase de imediato. – A única coisa estranha disso tudo foi a minha mãe ter aparecido justo naquela hora. – Digo, sem conseguir esconder o meu mau humor. – É sério, eu acho mesmo que ela é uma bruxa, Júlia, e não das boas. – Eu digo, fingindo estar levando aquilo verdadeiramente a sério e ela sorri, mas volta a ficar séria logo em seguida.
– Foi um sinal ela ter aparecido. – Ela fica pensativa e depois parece se envergonhar de novo, mas dessa vez, com seus próprios pensamentos. – Merd*, eu nem sei o que a gente teria feito se não tivéssemos sido interrompidas.
– Você sabe sim, Júlia, e você queria. – Deixo escapar um sorrisinho e ela olha para o próprio prato, evitando o meu olhar por meio segundo. Quando volta a me olhar, no entanto, parece um pouco mais recomposta.
– Não deveria ter acontecido, Sofia. Eu não deveria ter deixado isso ir tão longe. – Ela diz e eu suspiro.
A Júlia continuava com aquele discurso de que “não deveria ter acontecido”, mas, ao mesmo tempo, estava nítido que já tínhamos avançado a um novo patamar aqui. Ela não estava mais negando, ou colocando a culpa no fato de estarmos bêbadas demais. Ela tinha acabado de chegar do trabalho, ontem, e estava completamente sóbria quando ela partiu pra cima de mim e me agarrou.
É, definitivamente aquela desculpa não colava mais.
– Quero dizer – ela continua – que porr*... eu sou a responsável aqui. – Ela me olha e depois desvia o olhar para o seu drink sem álcool, misturando-o com o canudinho.
– Não foi o que pareceu quando eu estava entre as suas pernas, ontem. – Eu dou um sorriso sacana (é mais forte do que eu e ele sai sem eu nem perceber), enquanto me lembro da maneira como ela apertou a minha bunda, com tanta força, conforme eu me roçava nela.
Droga, começo a latejar lá em baixo, só com o pensamento.
Eu a vejo corar de novo e quase fico com pena dessa vez. Mas não deixava de ser divertido, de qualquer maneira.
– Sofi... Nós temos que estabelecer algumas regras, não acha? Quero dizer, eu não quero mais me afastar de você, de nós, mas... você tem que concordar comigo que pra isso acontecer você não pode sair falando...
– A verdade? – A interrompo e vejo ela ficar sem jeito mais uma vez. A Júlia sabia que eu tinha razão por estar sendo tão franca, no final das contas. Mas me sinto um pouco mal por fazê-la ficar desconfortável tantas vezes, então dou uma amenizada. – Eu só estou querendo dizer que você não precisa trazer toda essa responsabilidade pra si mesma, Júlia. Eu estava com o meu corpo em você também, não estava? – Digo, e ela se encolhe. – Eu quis. – Tento ser menos provocativa, mais acolhedora.
– Sofi... Nós podemos continuar nos vendo, fazendo as coisas que fazíamos antes, mas só. – Ela diz como se ignorasse as minhas últimas palavras. – Mais nada além disso. – Vejo-a dar um gole no seu drink. Não sei se ela estava realmente acreditando em alguma dessas coisas, mas eu estava achando bastante engraçado, não vou mentir. – E seria bom nos vermos em público, ou com pessoas em volta, também.
Para o caso de uma de nós não conseguir conter os próprios hormônios.
É o que termino de pensar por ela.
– Tipo onde estamos agora? – Digo, entendendo o porquê dessa conversa estar acontecendo nesse restaurante e o porquê de ela não ter me dado tempo de ir atrás dela, dessa vez.
– Exatamente. – Ela concorda e fico pensativa por um momento.
– Se você não quer se afastar de mim... então prova.
– Como assim? – Ela pergunta, confusa.
– Vamos sair. – Vejo quando ela se assusta um pouco, e eu continuo, para tranquilizá-la. – Tá passando um filme que eu queria muito ir ver no Cinema. Vem comigo. – Era mais uma intimação, do que um pedido, na verdade.
Ela hesita, e então eu me adianto, sem dar espaço ou tempo para que pense demais.
– É um local público, e eu prometo não fazer nada que faça você ter vontade de pular em cima de mim outra vez. – Eu deixo escapar um sorriso provocativo, e ela cora de novo, mas deixa escapar um sorrisinho no canto dos lábios, dessa vez, enquanto olha para baixo.
Safada.
Ela também estava gostando de tudo aquilo, tanto quanto eu, não estava?
– Isso é algo que faríamos antes, né? – Ela pergunta, depois de um tempo, parecendo refletir sobre a ideia.
– Absolutamente, sim. – Digo, cinicamente, porque, bem, nós já tínhamos ido ao cinema antes. Na verdade, muitas vezes, desde que eu era criança. Não era nada demais.
Só que não era nada demais antes.
Tenho certeza de que estar em uma sala escura, com ela bem do meu lado, vai ser sim algo demais. Principalmente agora, que nossas línguas já tinham aprendido o caminho para chegar até a boca uma da outra, ou que já tínhamos sentido a outra ficar excitada e molhada, por de baixo das nossas roupas.
Mas eu não iria lembrá-la desse pequeno – e importante – detalhe.
É claro.
xxx
– O que você quer fazer primeiro? – A Júlia me pergunta quando estamos entrando no Shopping, e eu não canso de olhá-la (apesar de já ter feito isso umas centenas de vezes desde que ela desceu da moto para me pegar, lá em casa).
Meus olhos percorrem a sua blusa branca que ela não tem o menor receio de usar sem sutiã e que deixa uma parte significativa da sua barriga à mostra. Depois descem para a calça jeans que eu acharia completamente brega em qualquer outra pessoa, mas não nela. Estamos falando de uma calça que parece ser meio saia na parte de cima – sim, isso existe – e que ainda tem furos largos nos joelhos e no início das coxas, o que me faz querer olhar ainda mais para elas.
Merd*, como ela conseguia ser tão gostosa assim?
– Quer comprar os doces antes ou depois dos ingressos? – Ela pergunta e eu sorrio ao perceber que o que quer que estivéssemos fazendo não tinha estragado isso.
Tem certas coisas, as nossas coisas, que eu não quero que mudem na nossa relação, e essa era uma delas. Desde criança a Júlia sempre ia comigo em uma das “estações” da Fini que ficam bem no meio do Shopping, e me deixava escolher todos os doces que eu quisesse para comermos juntas durante o filme. Nas primeiras vezes que fizemos isso, eu sempre acabava fazendo ela me dar um dos balões a gás, também. Até que um dia ele acabou se soltando da minha mão dentro da sala de cinema, sem querer – com ele terminando preso no teto durante a sessão inteira – e a Júlia acabou me convencendo de que talvez não fosse uma boa ideia.
Até hoje me pergunto como conseguiram tirar o balão de lá.
O fato é que, assim como uma porção de outras manias e tradições, aquilo virou algo nosso, e mesmo comigo já adolescente ou adulta, nós continuávamos fazendo.
A gente decide pegar os doces primeiro e eu vou logo pedindo os mesmos de sempre, que já saem no automático. Primeiro os meus: Ovos Fritos, Dentaduras, Tubes Tutti Frutti Azedinho, Finiburguers e Ursinhos. E os da Júlia: Amoras, Marshmallows estilo Camping, Beijos de Morango e Aros de Morango Azedinhos.
Antes eu só pedia os que eu gostava de comer – que eram os que eu achava mais divertidos – mas, com o passar dos anos, conforme fui ficando mais velha e tendo um pouco mais de noção, passei a escolher alguns dos que ela mais gostava também, afinal, o dinheiro era dela. Mas não era só por isso. Acho que conforme fui crescendo passei a querer agradá-la, também.
A gente chega no cinema, finalmente, que até que está com menos gente do que esperávamos, para uma quinta-feira à noite. Meu nariz é invadido pelo cheiro de pipoca e manteiga – a qual tinha um aromo único, que se misturava com o do próprio Shopping – enquanto caminhamos até a bilheteria eletrônica.
– Você quer ver esse filme? – A Júlia me pergunta quando dou alguns cliques e “Madame Teia” aparece na tela.
Eu a olho, um pouco intrigada, só então me dando conta de que ela tinha vindo sem nem saber que filme iriamos ver. Sorrio com a minha breve conclusão.
– Por que? – Devolvo a pergunta.
– É que você não gosta de filmes de heróis. – Ela dá de ombros.
Isso é verdade. Nem eu, muito menos a Júlia, mas...
– Não é qualquer herói. – Me justifico. – O poder dela tá na mente, e não no corpo, sem falar que é a Dakota Johnson. – Aquilo resume tudo, e a Júlia ri, parecendo concordar.
A gente já tinha se entupido de doces antes mesmo do filme começar, então, quando começa, eu repouso a minha cabeça sobre o seu ombro, e sinto a Júlia estremecer entre nossas peles.
Mas não é como se isso já não tivesse acontecido antes. Na verdade, eu estava fazendo exatamente o que ela tinha me pedido: agir como agíamos antes. Ela que tinha tido essa brilhante ideia, não eu.
Depois de um tempo, acho que ela vai ficando menos nervosa, pela sua respiração, até que sinto os seus dedos “pentearem” os meus cabelos, e dessa vez sou eu que estremeço com sua aproximação e toque inesperado.
Um gesto completamente simples antes, até bobo, mas que agora era capaz de fazer um estrago – e você sabe aonde. Tento regular a minha respiração e me acostumar com aquilo, por mais desconfortavelmente prazeroso que fosse.
Eu me ergo um pouco, para olhar nos seus olhos, e sorrio, sabendo o que está na cabeça dela. É a mesma coisa que está na minha:
Por mais que sejam os mesmos gestos, já não é mais a mesma coisa. Não é como era antes.
Mas é tão bom quanto.
Assim que o filme acaba, decidimos passar no banheiro de dentro do cinema (que geralmente não tem fila), pois eu já estava com vontade de fazer xixi desde a metade do filme. E, como já esperávamos, além de não ter fila, estava vazio.
A Júlia para em frente as pias, para lavar as mãos, eu acho, e dou um risinho para o seu reflexo no espelho antes de entrar em uma das cabines.
Eu abaixo o meu short para fazer o que tenho que fazer e, quando tiro a calcinha, vejo que fiquei molhada só com o pouco de contato que tivemos enquanto estávamos no cinema. Merd*, aquela mulher vai acabar comigo, porr*.
Eu quero ela, droga.
Preciso disso.
– Júlia, eu preciso da sua ajuda. – Digo, segundos depois de puxar a descarga.
– Hm, o que foi? Aconteceu alguma coisa? – Ouço bastante receio na sua voz, e uma boa dose de preocupação, também.
Merd*, sempre me esqueço desse seu senso eterno de preocupação.
– Nada demais, entra aqui rapidinho. – Peço.
Escuto os seus passos se aproximando e então abre a porta que destranquei para ela.
– Acho que o meu sutiã desprendeu ali atrás. – Digo e volto a trancar a porta novamente quando ela já está completamente dentro da cabine comigo.
Isso já tinha acontecido tantas vezes antes: o meu sutiã desprender – e até o dela, nas poucas vezes que usava um – e a gente pedir para a outra arrumar, porque era mais fácil do que tirar a roupa toda para colocar de volta no lugar. Por esse motivo, ela pede sem nem pensar duas vezes:
– Então vira para eu poder ver.
Eu ergo a minha blusa e me viro de costas pra ela. E dou um sorriso para a parede da cabine, já sabendo o que ela vai encontrar.
– Está tudo certo, Sofia. – Ela diz parecendo impaciente, e até um pouco irritada.
– Nem tudo, né? – Eu abaixo a blusa e me viro de frente para ela novamente. – Você conseguiu me deixar molhada só encostando no meu cabelo, Júlia. – Eu digo em um sussurro, sem conseguir esconder o quanto fico excitada só de lembrar.
– Sofia... – Ela arfa, numa tentativa completamente falha de me repreender. – A gente não combinou de agir como era antes? – Ela quase suplica com o olhar.
– Será que você não percebe, Jules? Já não é mais como era antes. – Eu encurto o espaço entre nós conforme apoio uma das minhas mãos na porta, logo ao lado da sua cabeça.
Não demora nem um segundo para nossa respiração já estar pesada e ofegante, o seu hálito quente batendo no meu rosto, e vice-versa. Eu molho os meus próprios lábios, enquanto encaro os dela – e ela os meus – até que o espaço encurta ainda mais e nossas bocas se tocam. Novamente, como se houvesse a porcaria de um ímã.
Passo a minha língua no seu lábio superior, lambendo... Ela não corresponde logo de primeira, mas também não me afasta. Então invisto de novo, sugando o seu lábio inferior, dessa vez, e acho que aquilo é o suficiente para despertar algo dentro dela, já que começa a abrir mais a boca e a dar passagem para a minha língua entrar e... em questão de instantes, já estamos ofegando conforme nos empurramos e nos esfregamos, seus seios roçando nos meus e nossas pernas entrelaçadas. Nós duas quase nos comendo ali mesmo naquele banheiro, por cima das nossas roupas, porque a gente nunca consegue ficar apenas no maldito beijo.
– Aposto que ele nunca te fodeu desse jeito em um banheiro de cinema, né? – Digo, arfando, enquanto me lembro da nossa conversa de mais de um mês atrás, na nossa última noite de filmes na piscina. Quando eu insinuei que o Clóvis era careta demais para fazer sex* em locais inusitados e ela tentou desconversar.
– Sofi... Eu... Eu não posso... – Ela diz num sussurro, parecendo bastante excitada, e eu derreto ainda mais.
Ela não pode... Ok, mas eu posso.
Volto a lhe beijar, e ela volta a ch*par a minha língua enquanto aprofunda mais e mais o nosso beijo, sua mão se encaixando na minha nuca e me puxando para mais perto.
– Então me deixa fazer por nós duas, tá bom? – Eu me afasto um pouquinho e digo com o tom de voz mais audível que consigo reproduzir no momento, porque, puta que pariu, tô completamente excitada, também. – Você não precisa fazer nada. – Digo aquilo olhando nos seus olhos, que estão nitidamente ardendo e queimando de tesão, assim como a porr* dos meus.
Encaro a sua blusa branca – que parece ainda mais transparente agora que estamos tão perto – e paro o olhar nos seus mamilos que já estão duros e empinados a essa altura, como se quisessem furar aquele maldito tecido.
Levo minhas mãos até a barra da sua blusa e, num movimento que sempre sonhei em fazer, levanto a sua roupa até deixar seus pequenos seios – mas perfeitamente arredondados – completamente descobertos. A Júlia deixa escapar um gemido quando eu o faço, em total expectativa, e meu clit*ris pulsa entre as pernas.
porr*.
Fixo o olhar nos seus pontos durinhos e rosados e quase babo. Eles estão bem na minha frente, são só meus e eu me sinto na porr* do paraíso.
Tento ir com calma, mas quando me dou por conta, já estou com uma mão em um dos seus seios, apertando – e enlouquecendo com a sensação do volume dele na palma da mão – enquanto desço com a boca pelo seu pescoço, passando pela sua clavícula e pelo seu tórax, até chegar no seu outro seio. Não estou a olhando agora, mas percebo que ela assiste o que eu faço com ela, e aquilo me deixa ainda mais acesa.
Dou uma longa lambida sobre o botãozinho endurecido do seu mamilo, e depois coloco-o todo dentro da boca, sugando e puxando-o para fora.
– Sofi... porr*... – Ela fecha os olhos e choraminga baixinho, arfando, é tudo o que consegue dizer, e minha bocet* lateja.
Caralh*.
Eu já me sinto completamente ensopada.
– É bom, não é? – Afasto minha boca minimamente para poder falar.
Sei que homens sabem fazer isso também, mas tenho certeza de que nós fazemos muito melhor.
Escuto o barulho da porta principal do banheiro sendo aberta, mas não paro, foda-se. Só espero que ela consiga fazer menos barulho, agora que não estamos mais a sós.
Volto a ch*par o seu mamilo, esticando-o na boca e voltando por mais e mais. Ela aperta a minha bunda com força quando espremo de leve um deles entre os dentes, provavelmente causando uma dor que deve ter feito ela latejar lá embaixo.
Deus, parece que ela gosta mesmo da minha bunda – sorrio em pensamentos – e de estímulos nos seios, também.
Eu escuto outro barulho – como o som de algo caindo no chão, dessa vez – o que ainda não me faz parar, na verdade, até que...
– Ei, desculpa, acho que o meu rímel caiu aí dentro. – Uma garota fala, do outro lado da porta, e eu me afasto dos seus seios, puta da vida.
Esse curto período de tempo é o suficiente para fazer a Júlia abaixar a blusa e colocá-la de volta no lugar.
Droga.
Olho para o chão, à procura do tal rímel, e quando o encontro, chuto o objeto com tanta força que acho que ele vai parar lá do outro lado, perto das pias.
Que inferno de empata foda do caralh*.
– Foi mal. – Digo para a garota com o meu tom mais perverso e a Júlia me repreende com o olhar, mas depois deixa escapar um sorriso, enquanto se recompõe e...
porr*, acho que nunca vi ela sorrindo desse jeito.
xxx
– Como foi o cinema? – Minha mãe pergunta assim que passamos pela sala até chegarmos na cozinha, onde ela está.
Um curto e constrangedor silêncio se instala conforme eu e a Júlia trocamos um olhar.
– Foi muito, muito bom. – Corto o silêncio, por fim, enfatizando cada palavra e dando a entender, pelo menos para a Júlia (óbvio) que eu não estava me referindo ao filme.
– É... A Sofia adorou. – Ela diz, cinicamente.
– Só eu? – Ergo uma de minhas sobrancelhas, sugestionando.
– Você sabe que não. – Ela diz e nós duas trocamos um sorriso que mais ninguém entenderia, só a gente.
– O que acham de pedirmos uma barca de sushi? – Minha mãe sugere, do nada, e ela está tão de bom humor que quase me faz esquecer de como ela é de verdade e de que só está feliz assim porque a Júlia voltou com o Clóvis.
Argh.
– Eu posso preparar um sunomono. – A Júlia diz, animada, e logo depois começa a cortar os pepinos enquanto minha mãe faz o pedido pelo ifood.
Nós trocamos um sorriso ou outro enquanto fico assistindo e ajudando a Dona Marta a escolher as peças da barca.
Eu não sei ela, mas eu poderia me acostumar com esses nossos novos termos.
Fim do capítulo
Boa noite, de novo!?
Então... O que estão achando dessa “nova fase” das duas?? E dessa Sofia Maria ousada?? kkkkkk
Foram dois capítulos seguidos da Sofia, porque agora vem dois capítulos seguidos da Júlia!
Não deixem de me dizer o que estão achando, por favooor, e saibam que ainda teremos bastante emoções pela frente, viu?
Não me abandonem! E não esqueçam de comentar também, por favor!
Obrigada por estarem comigo, pelos comentários, pelo engajamento, pelo carinho, por tudo. E até semana que vem!
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Sem cadastro
Em: 23/06/2024
Eu ADOREI o capítulo...a Sofia está dando show!!!
Brescia
Em: 11/06/2024
Oi autora.
Baita capítulo, amei cada detalhe, cada diálogo, cada toque, cada sentimento que emanava das duas. Confesso que li de madrugada ( um entregador do i-food teve a brilhante ideia de ligar , por engano, para o celular do trabalho que não sei por que estava na minha cama, mas valeu só por poder ler antes do amanhecer).
Deixa eu te dizer, parabéns pela linda escrita, poderia facilmente escrever livros, inclusive acho que essas duas merecem ser a protagonistas do seu 1°, caso ainda não tenha escrito nenhum.
alinavieirag
Em: 11/06/2024
Autora da história
Ooi Brescia, tudo bem? Obrigada pelo carinho e pelo comentário! Sim, assim que eu terminar de publicar ele aqui, vou começar a me planejar para revisar a história e escolher a melhor maneira de publicação, ainda não me decidi, mas espero encontrar a melhor forma, até lá. Mas sim, "Ela não é a minha tia" vai ser o primeiro livro que vou publicar!
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solbezerra
Em: 11/06/2024
Maravilhoso, queria ter essa coragem da Sofia rsrs.
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Sem cadastro
Em: 10/06/2024
Eu ADOREI o capítulo...a Sofia está dando show!!!
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S2 jack S2
Em: 10/06/2024
Eu ADOREI o capítulo...a Sofia está dando show!!!
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