Boa noite, capítulo da semana, como não postei na semana anterior, acabei postando ontem. Mas hoje é o capítulo das quintas feiras!Boa Leitura.
Capitulo 16- Inefável
Juntamos nossas mesas, para ler o artigo e discutir, a sala toda na verdade estava de burburinhos, mas aparentemente era perceptível que era pelo tema. Scott e Rubs discutiam sobre o assunto, eu de alguma forma fui transportada para outro universo, meu celular vibrava no bolso, era uma mensagem da operadora alertando que meu pacote de internet havia sido renovado. Então lembrei que não havia respondido Regina. Abri a conversa e enviei.
Eu: Certo, apenas por 30 dias, na verdade nem cia para café terei, Rubs não gosta de café, e eu acho que não tenho muitos amigos rs.
Enviei pensando se, ela era minha amiga, será que ela se ofenderia ficando nesta posição? Nunca precisei pensar na posição hierárquica que professores e alunos tinham. Se de alguma forma isso ultrapassaria a barreira diplomática.
Percebi que alguém se aproximava da minha carteira. Tratei de guardar o celular imediatamente. Quando virei minha cabeça para cima para ver, ouvi sua voz que rispidamente me dizia.
--Tenho certeza que você sabe tudo sobre o caso em questão senhorita Hernandez, pois ao que me parece, até tempo para usar o celular está tendo. -- disse a outra, com postura firme e braços cruzados.
Engoli em seco, pois minha vontade era dizer que eu não tinha como me concentrar em suas aulas, pois passava a maior parte do tempo admirando-a veemente.
Eu estava fodida.
--Me desculpe Senhora Shelter, isto não irá se repetir.
Ela nada respondeu, apenas continuou circulando pela sala.
Disfarçadamente eu fingia prestar atenção no que Scott e Rubs estavam conversando, mas minha atenção era transportada para ela que caminhava pelo recinto, e de vez em quando a pegava inerte no ambiente lá fora, se distraia por alguns instantes e logo voltava a sua atenção, com toda a seriedade. Mas eu precisava falar com ela, sobre o ocorrido, pois meu corpo apenas em lembrar de nossa proximidade queimava por dentro. Era como uma gastrite desumana que me consumia. O sinal tocou, alertando para o intervalo.
--Vocês estão liberados, após o intervalo iremos começar os debates. –ela disse se encaminhando a sua mesa e sentando em sua cadeira.
Rubs e Scott me convidaram para ir a cantina, mas eu disfarcei e disse que os encontraria em seguida. Rubs me olhou de canto de olho, sabendo que havia algo errado, mas preferiu ser arrastada por Scott. Continuei sentada em minha mesa, até que todas as pessoas e barulhos se dissipassem da sala, ela continuava ali imóvel, lendo algum material, ou fingindo, eu não sabia, mas ela não parecia perceber que eu ainda estava ali. Seus traços finos e firmes de seu rosto, a mandíbula bem delineada, me faziam imaginar loucuras, era normal alguém se sentir atraída assim por outra pessoa?
Ela levantou sua cabeça, me encarando firmemente, o que respondeu minha pergunta, ela sabia que eu permanecia ali sentada, no fundo da sala, encarando-a. Respirei fundo.
Ela se levantou, ajeitando sua roupa, e se dirigiu a saída, gelei, tremi, suei. Achei que ela fosse sair pela porta, mas ao invés disso, ela tocou a maçaneta e fechou a porta. Como se respirava mesmo? Esqueci.
Ela lentamente caminhou até mim, suas mãos suspensas, ao lado do corpo.
--Então Senhorita Hernandez, acredito que queira conversar comigo, estou certa? – disse se encostando na mesa a minha frente.
--Basicamente sim. –eu disse.
--Diga.
Eu devo ter ficado uns 2 minutos em silêncio, onde estava toda a coragem que eu achava ter?
Me levantei, um pouco trêmula, eu queria sentir aquela proximidade novamente, mas eu não tinha ideia se isso era possível, mas eu não sabia os limites...
Coloquei as mãos no bolso, eu parecia uma garotinha assustada, eu não queria que ela me visse dessa forma.
Ela arqueou uma sobrancelha, provavelmente impaciente. Tratei de falar a primeira coisa que vinha em minha cabeça.
--Quero me desculpar por estar no celular na sua aula.
Que estúpida. Céus.
Ela parecia me analisar. Profundamente.
--Entendo. Senhorita Hernandez, eu não quero que isto se repita, como havia lhe dito anteriormente, direito é dedicação. Mas não se preocupe, eu não sou uma carrasca.
--Certo, até mais então. –eu disse tentando sair daquele âmbito de imbecilidade que eu me meti.
Mas ela segurou em meu pulso, impedindo de sair dali. Me puxou para perto do seu corpo, minha cintura foi envolvida por seu braço, e sua outra mão apoiava na mesa, minhas mãos estavam rente a meu corpo, e eu respirava pesado neste momento, eu estava sentindo de novo aquela proximidade que me queimava por dentro. Suas mãos eram macias, porém com o toque firme, senti um cheiro amadeirado que ela exalava, aquilo estava me deixando débil.
--Não era isso que você queria me dizer não é? –ela disse languidamente, seu hálito de menta estava muito próximo, era quase uma brisa de outono.
Observei de perto seus olhos, sua boca, eram ainda mais convidativos do que no dia anterior.
--Me diga o que você quer. –ela disse autoritária.
Que você arranque minhas roupas aqui mesmo. Era isso que eu tinha vontade de dizer.
--Eu...eu, quero sentir você –disse um pouco timidamente, fechei meus olhos, pois não queria ver a reação dela. Sentir? Mas que diabos em duplos e triplos sentidos aquela frase soou?
Então senti seus dedos passarem pelo meu rosto suavemente. Foi como um choque, abri meus olhos, para encarar seu rosto tão próximo, tão próximo...
Ela aproximou um pouco mais seus lábios do meu rosto, eu não resisti, colei meus lábios aos dela.
I N E F Á V E L.
Era isso que eu sentia, impossível descrever, eu sei que as pessoas esperam algo, esperam uma descrição exata do momento, mas eu simplesmente não conseguia, inefável era a única palavra que vinha a minha mente, era gostoso demais, para ser mais breve. Ela apertou ainda mais meu corpo ao dela, podia sentir um certo calor emanando de nós, era absurdamente bom estar junto a ela. A pior parte foi ter que nos separar.
Ela se afastou de mim, e era como se o inverno tivesse chegado naquele momento. Ela se virou dirigindo-se para sua mesa, eu fiquei ali parada, olhando suas reações, ela estava fugindo? Ela pegou sua bolsa, caminhou até a porta, abriu, mas antes de sair me olhou, e disse;
-- Você me descontrola menina.
E saiu, me deixando ali, morrendo de vontade de gritar, correr, sorrir e chorar, eu havia beijado ela, e foi maravilhoso, incrível na verdade. Foi muito melhor do que eu tinha imaginado.
Sai da sala, entrando naquele corredor movimentado, não consegui enxergá-la, mas eu nem precisava, era algo incrível. Andei depressa para a cantina,
Cheguei na cantina, mas a vontade de estar ali era zero, eu queria estar em outro lugar com outra pessoa. Rubs me olhou de canto de olho, percebendo que algo não estava bem, mas ela continuava conversando com o tal do Scott, nem me incomodei, pois sabia que mais tarde sentaríamos e quando eu contasse a ela, a mesma não acreditaria, peguei uma mesa e me dirigi para a sala, eu parecia uma tonta, não sabia para onde ir ou o que fazer, eu só desejei que chegasse logo o início da aula para eu poder ver aquele monumento que tanto me perturbava. No caminho para a sala, passei pelo estacionamento a fim de cortar caminho.
Quando a vi novamente fiquei sem ar, mas dessa vez algo me perturbou, me escondi atrás de um pilar, para poder entender. Carolina estava conversando com um rapaz, eu não pude decifrar com quem era, pois o mesmo estava de costas, ela tocava no braço dele carinhosamente, como se tivesse o aconselhando? Quando ele foi embora, afagou o braço dela também, e ela sorriu de leve. Jonas? Irmão da Regina? Achei aquilo estranho, uma pulga começou a morder atrás da minha orelha, e eu não fazia ideia do porque. Sai apressadamente para a sala de aula, quando cheguei o sinal tocou, me sentei no lugar de antes, os alunos começaram a chegar naquele instante. Ao que me lembrava Regina não parecia ser muito íntima de Carolina, mas o tal Jonas irmão de Regina será?
Meu celular vibrou alertando uma mensagem, era da minha mãe. Não abri, estava inquieta não sabia o porquê. Rubs e Scott chegaram conversando animadamente, me perguntava como ainda tinham assunto.
Carolina chegou da mesma forma de antes, neutra, não expressava nada, era muito difícil lê-la. Eu não conseguia saber o que ela pensava ou sentia, e isso me incomodava profundamente.
--Ta tudo bem Liz? –Perguntou Rubs ao meu lado.
--É eu acho que sim. Não sei, depois conversamos.
Disse eu tentando disfarçar meu incômodo. Normalmente eu prestava atenção em tudo o que ela falava em suas aulas, mas hoje não, ela e o irmão da Regina pareciam tão íntimos... Velhos conhecidos, afinal? Amigos? Algo a mais? Eu não tinha nem o direito de questionar, mas aquilo estava me consumindo, eu estava com ciúmes dos toques que vi, apesar de não ter nada demais ali, mas um sinal de alerta ligou em meu cérebro.
--Senhorita Elizabeth?
Fui desperta pela diretora da universidade que adentrou a sala, informando que tinha um recado importante para mim, me levantei rapidamente e sai da sala, sem olhar a reação da minha amada deusa.
--Senhorita Elizabeth, tudo bem?
--Sim Senhora Maria. Que recado gostaria de me dar?
--Sua mãe tentou lhe avisar, mas ao que parece você não recebeu sua mensagem, ela está no pronto atendimento da cidade com sua tia, passou mal na viagem.
--Minha mãe? –droga eu havia esquecido completamente o fato de que ela vinha esta semana me ver.
--Será que posso sair para vê-la? –perguntei mais por educação do que permissão.
-Absolutamente que sim Senhorita.
Agradeci a diretora pela gentileza de me informar, adentrei a sala, arrumei minhas coisas e pedi licença, fui acompanhada por um olhar confuso da Carolina, mas quase imperceptível, ela seguiu a aula como se nada tivesse acontecido, talvez Rubs tivesse razão, e eu deveria tirar essa mulher da minha cabeça. Mas como? E o que eu esperava que ela fizesse? Saísse correndo para ver o que havia acontecido?
Fim do capítulo
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Brescia
Em: 06/06/2024
Oieee.
Estranho, muito estranho...
A Regina é tão fofa.
PoetizaVazia
Em: 06/06/2024
Autora da história
Ela é!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 06/06/2024
Eita o que foi isso em Liz.
Estranho mesmo.
PoetizaVazia
Em: 06/06/2024
Autora da história
Vai ficar mais estranho ainda
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