Capitulo 17- Querida mãe, eu não sei explicar mas…
Cheguei a unidade de pronto atendimento e encontrei minha mãe tomando soro juntamente com minha tia.
--Mamãe? –me aproximei dela a abraçando.
--Elizabeth! Não precisava ter saído da aula correndo, que saudades!
--Também estava com saudades, mas o que aconteceu?
--Apenas um mal estar querida, tontura, acredito que da viagem.
Fomos interrompidas pela médica que adentrava.
--Senhorita Hernandez Gonzalo, Parabéns você está gravida.
--É O QUE? –eu disse me levantando da cadeira.
Mamãe olhou assustada para a médica e para mim.
--Impossível. Eu já estou entrando na menopausa Dr.
--Pois então se considere sortuda. –a médica disse sorrindo.
--Doutora, a senhora não entendeu, minha mãe já tá velha tem 49 anos, quase caduca, não pode ser mãe! E eu também não pretendo ter irmãos.
Minha mãe em deu um tapa no braço.
--Aí mãe! Eu nem sabia que você e o papai ainda trans*vam, eu achei que isso diminuía com o tempo.
Outro tapa no braço.
--Que isso menina, mais respeito! –disse minha mãe envergonhada.
--Doutora a senhora tem certeza? –perguntou minha mãe angustiada.
--Absoluta Senhora, ouça eu sei que na sua idade não é comum, mas... pode ter certeza que não é a primeira vez que diagnostico um parto tardio. –disse a médica ruiva.
--Certo mãe, é do papai? –perguntei
Outro tapa, mais forte desta vez.
-Mas cadê a educação que eu te dei menina! Só porque agora ta morando em cidade grande perdeu as maneiras?
--Desculpa mãe, eu to nervosa –disse roendo as unhas.
--E tu acha que eu estou tranquila? Justo agora nessa etapa da minha vida ter que trocar fraldas? –disse ela.
A médica que assistia toda a cena curiosa, deu uma risada abafada, só naquele instante me atentei a ela, era ruiva, cabelos enrolados até as costas, olhos claros, verdes, era muito bonita, parecia estar na casa de uns 30 anos. Ela percebeu que eu a analisava e me encarou. Sorri fraco, e desviei a atenção para a minha mãe.
--Mãe você precisa falar para o papai.
--Eu sei menina, mas não nessa viagem, porque ele vai querer largar tudo e vir para cá! E sou eu quem não vai ficar tranquila, me lembro como se fosse ontem na sua gravidez, ele não me deixava nem comer uva passas, porque insistia que você iria nascer com caroços, dá para acreditar?
Comecei a rir, encarando minha tia madrinha que também sorria em negação, e a médica que observava curiosa toda a cena.
--Certo Doutora, o que a senhora me aconselha então? Ficarei 1 semana na cidade, mas quero começar desde já o acompanhamento.
--Claro, vem, vamos na minha sala e vou te passar as orientações, se quiserem podem vir também, -- disse encarando minha tia e a mim.
--Ah, vou deixar mamãe ir com você tia, preciso fazer uma ligação. –eu disse suspirando tentando inventar uma desculpa.
Elas assentiram e foram. Sai caminhando do hospital para a área externa, mas que diabos, um irmão? Isso era difícil assimilar.
Peguei o telefone na mão, que estava um pouco tremula devido a notícia, abri a mensagem de Regina várias vezes para ver se constava algo, mas nada. Abri a conversa de Ruby para tentar digitar algo mas nada, suspirei fundo, gostaria de ter o número da Carolina para poder pedir colo ao menos que fosse. Mas que idiotice Elizabeth, você nem sabe o que quer.
Comecei a caminhar pelos corredores do hospital, até dar no pátio arborizado. Minha mãe grávida. Difícil processar eu sei. Eu não tinha nada contra um irmão, na verdade até me agrada a ideia, me preocupava como isso iria afetar meus pais, nessa etapa da vida eu esperaria que eles aproveitassem, e não ficassem cuidando de um bebê.
Após terminado todo os procedimentos de verificação, nos direcionamos para a padaria, minha mãe ficaria hospedada junto com minha tia, já que a pequena peça que eu morava se limitava a um flat bem organizado, mas pequeno.
Minha mãe estava pensativa, adentrou a casa, sentou-se na cozinha com minha tia, logo cheguei, e minha tia saiu deixando-nos a sós.
--Mãe a senhora está bem?
--Estou querida, apenas um leve susto com isso, não pense que estou calma com isso. Mas enfim aconteceu e agora só tenho que encaixar em minha vida. –disse sorrindo levemente.
--Mãe, você está na cidade grande, vamos, tenho o resto do dia livre, e quero te levar ao shopping, vamos passear! Afinal foi para isto que veio né?—eu disse me levantando
--Querida, eu vim para te ver.
--Sim, então me veja enquanto passeamos no shopping. –sorri
Mamãe gargalhou mas concordou. Nos arrumamos e saímos, Rubs ainda não havia chegado da faculdade, deixei recado com madrinha avisando que sairíamos.
Mamãe se encontrava deslumbrada com a cidade, o shopping ela poucas vezes entrou em um tão grande, saímos comprando tudo que nem podíamos, e tudo que o cartão de crédito dela permitia, me comprou roupas calçados.
--Mãe acho que está bom né? –disse mostrando as sacolas.
--Minha filha roupa nunca é demais, e além do que, as suas estão bem velhas, sei que o que ganha dá para pagar a faculdade e o resto se aperta, mas não ouse esconder de mim quando precisa de ajuda financeira. –ela disse caminhando lado a lado comigo.
--Mas mãe...
--Falando nisso, como andam as paqueras querida? –disse sorridente.
--Não sei do que falas. –disse desviando do assunto.
--Sei, espera aqui vou ali pegar uma água, disse apontando para a pequena banca de café.
Larguei as bolsas em um banco próximo, meu celular vibrou no bolso.
Mensagem da operadora. Abri a conversa de Regina novamente, comecei digitar.
Aposto que está adorando ficar longe de seus alunos...
Apaguei.
Que tipo de mensagem era esta... outra vez.
Muita neve por ai? Adoraria um dia ver neve.
Ridículo Elizabeth. Apaguei.
Bufei, olhei para frente e vi a livraria na qual nos encontramos outro dia, bati foto e enviei com a legenda.
Atualizando as leituras.
Enviei e logo em seguida me arrependi, que mensagem idiota. Quando desligava a tela do aparelho, o mesmo apitou sinalizando uma mensagem dela, fiquei olhando estática. Abri a mensagem e recebi uma foto da janela, havia muita neve na rua, parecia mais um chalé nas montanhas, a janela de madeira pintada de verniz, ela segurava um livro, era possível ver apenas suas mãos, mas não o livro, no fundo a neve contrastava perfeitamente bem. Sorri.
--Tenho certeza que sua paquera não vai se importar se você der uma ajudinha a sua mãe para carregar esses cafés para nós. –disse piscando.
--Mãe não é paquera, é apenas uma professora da faculdade, uma amiga. –disse com toda naturalidade do mundo.
--Hum. –me olhou pensativa e seguimos conversando amenidades
Fim do capítulo
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Luna_ally
Em: 07/06/2025
Volta mulherrrrr.....
PoetizaVazia
Em: 07/06/2025
Autora da história
Oi Luna tudo bem? Sinto muito por decepcionar e não continuar. Eu tenho mais alguns capítulos escritos, a verdade é que eu havia pausado a história. Eu tenho um certo apego por ela… Farei o possível para voltar a escrever, visto que há mais comentários seus nos anos anteriores.
Sem cadastro
Em: 07/06/2025
Oi Luna tudo bem? Sinto muito por decepcionar e não continuar. Eu tenho mais alguns capítulos escritos, a verdade é que eu havia pausado a história. Eu tenho um certo apego por ela… Farei o possível para voltar a escrever, visto que há mais comentários seus nos anos anteriores.
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Luna_ally
Em: 14/06/2024
Olá autora , lhe acompanho desde olhos do destino uma chefe desprezível, fiquei triste pela pausa. Saiba que vc tem um dom lindo que nos faz fantasiar os próximos capítulo. Comecei hj esse essa história vc não me decepcionou estou ansiosa pro pox capítulo, até logo .
Hailey
Em: 16/07/2024
Verdade, concordo plenamente!
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Marta Andrade dos Santos
Em: 09/06/2024
Nossa um irmão(a) para Liz.
Acho que Liz gosta da Regina.
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