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Preciso Dizer Que Te Amo por escrita_em_atos

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Palavras: 3426
Acessos: 3129   |  Postado em: 01/06/2024

Conversas Inacabadas

A vida de Manuela estava exatamente onde ela queria que estivesse. Ela tinha sucesso profissional e amava seu trabalho, tinha amigos leais e se divertia com muitas mulheres. Existiam algumas memórias do seu passado que ela havia enterrado dentro de si e das quais preferia não se lembrar, mas isso era só um detalhe. Desde que decidiu trancar seu coração, ela havia se habituado a uma dor sempre presente, que agora já era uma companhia, essa dor era resultado de um amor grande demais para ser esquecido e com mágoas demais para deixar com que Manu vivesse totalmente em paz.

Aquelas três pessoas que estavam em seu apartamento naquele momento eram as únicas que conheciam aquela parte do passado de Manu e apenas uma delas havia visto o estado de Manuela na época e sabia como quase tudo aconteceu. Amanda era a única que havia adquirido o direito de tocar no assunto com Manuela, não que a amiga gostasse. Manu nunca falava sobre o assunto, a não ser que Amanda insistisse e, mesmo com todas as tentativas da médica, ela se mantinha resoluta em enterrar tudo aquilo sem olhar para trás. Ali, sentada, esperando uma explicação sobre toda aquela comoção em sua casa às dez da manhã, ela jamais poderia esperar pelo que viria a seguir.

— Sou toda ouvidos, gente. Podem começar a falar. — exigiu.

Willian foi o primeiro a tentar.

— Escuta, Manu, eu preciso que você fique calma e saiba que nós estamos aqui para o que você precisar.

Isabela tentou ajudar.

— É, Manu, a gente vai ficar do seu lado.

Manuela estava mais curiosa do que preocupada até aquele momento. Ela sabia que se alguma coisa séria tivesse acontecido seria Amanda quem lhe diria e foi só quando fitou o rosto da amiga que ela sentiu que as coisas não estavam bem.

— O que foi que aconteceu, Amanda? Me diz de uma vez. — ela falou se ajeitando no sofá e adquirindo uma expressão mais séria.

Amanda sabia que só poderia ser ela a contar para sua amiga que Julia havia voltado. Ela se lembrava perfeitamente do quanto Manuela sofreu e ainda sofria, e ela sabia o quanto aquele retorno afetaria a vida de Manu, embora ela certamente jamais fosse admitir esse fato. Ela encarou Manuela por alguns instantes, não existia nenhum paliativo. Tudo que ela podia fazer era dizer a verdade e esperar que Manu conseguisse deixar o passado para trás.

— Ela voltou.

Amanda não precisava dizer o nome, ela não precisava explicar sobre quem estava falando. Manuela sabia, pela maneira como sua amiga a olhava, que o seu passado tinha voltado para lhe atormentar. E era uma tormenta para a qual ela não estava preparada. Era irônico estar ali naquela situação, as lembranças vieram até ela como um turbilhão e ela se concentrou na última vez que havia visto Julia.


Seis anos antes.


— Não faz isso comigo. Não faz isso com a gente.

Manuela estava implorando entre lágrimas que Julia não a abandonasse. Elas estavam conversando na sala do minúsculo apartamento que Manu alugava próximo à faculdade.

— Eu sinto muito, Manu, mas eu não posso mais. Me perdoa.

Julia dizia tudo aquilo enquanto chorava, o que tornava ainda mais difícil para Manu entender. Elas não haviam brigado e não existia nada que Manuela julgasse forte o suficiente para justificar o que Julia estava dizendo.

— Ju, meu amor, por favor, me explica o que foi que aconteceu. A gente vai dar um jeito, mas você não pode terminar comigo dessa maneira.

— Eu não te amo mais.

Foram essas palavras que fizeram Manuela recuar. Não que ela acreditasse que Julia estivesse dizendo a verdade. Ela viveu aquele relacionamento, as duas viveram, sentiram e compartilharam aquele sentimento. Era de verdade. Manu sabia, mas ouvir aquilo de Julia foi demais. Se ela tinha recorrido a esse artifício para convencer a estudante do término do namoro, alguma coisa estava mesmo muito errada e talvez fosse melhor Manu dar um passo para trás e recuar enquanto achava a solução para aquela situação. Terminar nunca foi uma opção para Manuela e talvez seja aí que ela tenha sofrido mais. Acreditar que existia uma maneira de entender e consertar as coisas, quando Julia já havia sentenciado o relacionamento das duas marcando sua passagem para ir embora do país.


Manuela foi trazida de volta à realidade depois de sentir o toque de Amanda em seu ombro. Ela tinha ficado fora do ar com aquela notícia. Agora entendia todas as ligações em seu celular na noite anterior, entendia também o cuidado de seus amigos ao tentar lhe contar o que tinha acontecido.

— Manu, fala alguma coisa. — disse Amanda já ficando preocupada com o estado da amiga.

— Tem muita coisa na minha cabeça nesse momento e se não for pedir demais, eu gostaria que a gente conversasse outra hora. — Manuela nem se deu ao trabalho de levar os amigos até a porta, ela nem mesmo os olhou enquanto eles iam embora.

Isabela e Willian sempre ouviram de Amanda que aquele era um assunto delicado para falar com Manuela, eles mesmos haviam tido provas disso mais de uma vez. Fato é que os dois nem precisavam saber de todos os detalhes para ter absoluta certeza que a amiga ficaria abalada com a volta de Julia. Eles ainda tentaram argumentar, mas Manu não quis saber. Amanda decidiu por todos e antes de fechar a porta do apartamento se virou para a amiga, que ia em direção à janela, e disse: 

— Por favor, me chame assim que você precisar. Você não precisa passar por tudo sozinha e você sabe que para mim você não precisa se esconder.

Manuela somente acenou com a cabeça e se virou para a janela ouvindo a porta se fechar atrás de si. Ela não sabia o que fazer e menos ainda como se sentir com relação àquela situação. Foi então que um pensamento, que voltaria a lhe atormentar pelos próximos dias, lhe ocorreu, Julia estava lá fora em algum lugar daquela cidade. A mulher que lhe roubou a paz estava de volta.

**

— Eu não consigo acreditar que ela chegou e você não foi encontrar ela ainda, Pedro. — Willian e Pedro conversavam enquanto tomavam café da manhã.

— Como assim eu não fui me encontrar com ela? O que você esperava, Will, uma comitiva de boas—vindas?

— Considerando o que você me contou, vocês eram melhores amigos e ainda por cima são primos. Você tem que conversar com ela.

— Eu não acho isso, mas se ela me procurar eu não vou deixar de falar com ela. Ok!?

Pedro e Julia eram primos e melhores amigos, mas quando a arquiteta foi para Londres os dois deixaram de se falar. Pedro não concordou com a escolha da prima na época e continuava discordando, durante os anos em que Julia esteve fora ele só teve notícias dela através de outros familiares. A amizade dos dois foi profundamente abalada por todos os acontecimentos e não havia como eles voltarem a ser o que eram, era o que Pedro acreditava. Mas o rapaz não negava que sentia uma saudade imensa da companhia da prima e amiga, a quem amava como uma irmã, mesmo depois de toda mágoa. Ele não estava disposto a procurá-la pelo mesmo motivo que não falava sobre ela, o rapaz se sentia traído.

— E a Manu? Já soube que ela está de volta? — o rapaz falou mudando o rumo da conversa.

— Depois que você me contou eu contei pra Isa, ela contou pra Amanda e hoje eu fui do aeroporto direto para o apartamento dela para dar a notícia.

— E como ela reagiu? — o rapaz interrogou enquanto terminava o seu café.

— Eu até esperei que ela agisse como se nada tivesse acontecido. Afinal, toda vez que a gente toca no assunto ela diz que é passado e superado, mas ela ficou abaladíssima. — O rapaz disse enquanto se levantava da mesa.

— Posso imaginar, depois de tudo que aconteceu com elas.

— Pelo menos alguém pode imaginar, não é mesmo!?

— Nem adianta fazer essa cara. Essa história não é minha, meu querido. Se a Manu não gosta de tocar no assunto, não é culpa minha.

— O que eu não entendo é essa lealdade que você tem com ela. Eu sou seu namorado! Você devia me contar tudo. — Afirmou o rapaz, se apoiando na cadeira, já de pé.

— E eu conto. Aquilo que diz respeito a mim.

Volta e meia os dois tinham a mesma discussão, Will não entendia como era possível Pedro não lhe contar algo e achar isso totalmente comum. Pedro achava que era uma questão de respeito, entre todas as coisas que faziam parte daquela história, uma sempre ficou muito clara: Manuela não gostava que o seu passado afetasse o seu presente e isso incluía falar sobre o assunto. Nem mesmo Pedro entendia todas as partes do quebra-cabeça que era a ida repentina de sua prima para Europa naquela época.

— De qualquer forma a Manu também não quis conversa, só pediu para ficar sozinha.

— Ela deve querer pensar um pouco. Melhor darmos espaço para ela nesse momento.

— A Amanda falou a mesma coisa, mas nesse momento eu quero saber é se você vai ou não falar com a sua prima?

— Eu já disse que vou, mas só se ela me procurar.

Willian resolveu encerrar o assunto com o namorado. Ele não queria que aquilo virasse uma discussão desnecessária, ele sabia o quanto Pedro se sentia magoado com Julia. O rapaz, aliás, ainda não conhecia a arquiteta, mas estava curiosíssimo para saber quem era aquela mulher que havia desaparecido sem deixar explicações e que resolveu voltar do nada para a vida deles.

**

— Amor, cheguei. — Amanda disse enquanto abria a porta do apartamento. Ela havia acabado de chegar em casa depois de um plantão, estava exausta. E ainda tinha a preocupação com Manuela, depois que ela recebeu a notícia da volta de Julia ela estava desaparecida.

— Oi, meu amor, como foi o plantão? —  Isabela vinha da cozinha e recebeu a esposa ainda na porta com um abraço.

— Tudo bem, foi tranquilo. Como você está? — A médica questionou logo após beijar a esposa nos lábios.

— Tudo bem.

— Alguma notícia da Manu?

— Não. O Willian me ligou ainda a pouco para perguntar se ela falou com uma de nós. — Isa explicou enquanto desfazia o abraço.

— Se eu soubesse que ela ia desaparecer desse jeito eu não tinha deixado ela sozinha.

— Teoricamente ela não desapareceu. Afinal ela mandou uma mensagem falando que ia ficar fora por dois dias.

Indo em direção ao quarto, Amanda concordou com a esposa com um aceno de cabeça.

— A Manu não é nenhuma irresponsável, até amanhã ela vai estar de volta ou vai mandar notícias.

— Você tem razão, nós temos que esperar. O que não quer dizer que eu não vou me preocupar. — Finalizou com um sorriso sem graça. — Vou tomar um banho.

Isabela voltou para a cozinha onde terminou de preparar o jantar das duas e tentou mais uma vez falar com Manu pelo telefone, sem sucesso.

**

Entre todas as coisas que Manu poderia fazer com aquela informação, com aquela inquietude que passou a acompanhá-la depois de saber que Julia havia voltado, a única coisa que ela realmente fez foi se jogar de cabeça no trabalho. O que aconteceu somente depois de dois dias sem se comunicar com ninguém. Foi quando ela retornou ao escritório decidida a agir como se nada tivesse acontecido. Manuela gostava do seu trabalho, ela o fazia com um prazer raras vezes sentido. Manu era formada em publicidade e comandava, ao lado de seu amigo Willian, uma das maiores agências publicitárias do país.

Quando ela chegou ao escritório naquela manhã, sua decisão de ignorar totalmente toda aquela situação já havia sido pensada e resolvida. Ela não se deixaria abalar, seis anos depois, pela volta da única mulher a quem amou e com quem sonhou um futuro. Isso tudo era passado e era onde ela pretendia que tudo ficaria.

— Bom dia, Teresa. Tudo bem? — Manuela disse chegando ao escritório naquela manhã.

— Bom dia, Manu. Tudo ótimo. Eu tenho alguns papéis para você assinar e dois telefonemas para você retornar.

— Ok! Vamos lá então. — a publicitária respondeu entrando em sua sala.

— Primeiro, a Amanda ligou. Disse que tentou seu celular e não conseguiu. Ela pediu para você ligar para ela ou ela virá hoje à tarde aqui para falar com você. — Teresa explicou enquanto Manu se acomodava em sua mesa.

— Como sempre uma exagerada, eu vou ligar para ela. E o segundo telefonema?

— Uma mulher chamada Amélia Fernandes, ela disse que você a conhece e deixou um número para você retornar.

— Amélia Fernandes?

— Isso. Por quê?

— Amélia foi uma das minhas professoras durante a graduação, há muitos anos ela se mudou para fora do país e nós nos falávamos às vezes, por e-mail. Mas eu não sabia que ela tinha voltado.

— Ela disse que agradeceria se você ligasse o mais rápido possível. Parece que ela queria mesmo falar com você.

— Tudo bem. Obrigada, Teresa. Eu vou ligar, mas antes vou adiantar esses papéis para você.

— Certo, eu vou segurar o resto da agenda e você me diz depois como quer a parte da tarde.

Teresa era secretária de Manu há quase três anos, ela sabia reconhecer o humor da publicitária assim que ela colocava os pés para fora do elevador. O fato de sua chefe ter desaparecido por dois dias no meio da semana sem dar notícias era algo incomum, mas Teresa sabia que não devia tocar no assunto. Manuela não gostava de falar de assuntos pessoais, embora fosse sempre muito cordial e educada. A secretária sabia que ela não suportava que a sua suposta simpatia fosse confundida com intimidade, ela acreditava que a sua discrição era o que mantinha o seu emprego seguro de qualquer revelia que pudesse surgir. Enquanto voltava à sua mesa ela assimilou a impressão de que Manu estava diferente de alguma maneira, algo parecia atormentá-la mesmo com todas as tentativas de esconder.

Assim que a secretária saiu, Manu ligou para Amanda e marcou de almoçar com ela no dia seguinte. A médica pediu que elas se encontrassem naquele mesmo dia, mas a publicitária estava com a agenda uma bagunça por ter faltado dois dias seguidos. Elas não falaram sobre a volta de Julia pelo telefone, a conversa ficou para quando elas se encontrassem pessoalmente. O que para Manu significou que Amanda não ia se satisfazer com as saídas sempre oportunas dela para não aprofundar o assunto, dessa vez ela realmente ia querer conversar sobre Julia.

**

Julia sabia que entre os arranjos que precisava fazer no processo da sua volta ao país, estava se encontrar com Pedro. Ela imaginava que, embora o primo se negasse a admitir, o carinho e cumplicidade dos dois continuava o mesmo e que para a relação dos dois se restabelecer só faltava uma conversa franca. A moça estava pensando sobre isso em um restaurante próximo ao hotel enquanto aguardava a chegada do corretor de imóveis que Tatiane havia lhe indicado. A vinda tão repentina para o Brasil não deixou espaços para planejamentos, Julia não havia sequer pesquisado possíveis lugares para morar. Por isso decidiu que a primeira coisa que precisava arranjar era uma casa para chamar de sua.

— Boa tarde, eu sou o Joaquim Ferreira. — O homem se apresentou logo que chegou à mesa.

— Boa tarde, Julia Medeiros Campana. — A arquiteta disse esticando a mão para cumprimentar o corretor.

— A Tatiane me disse por alto o que você pretende. Eu vou precisar de mais informações para selecionar suas opções. — Ele disse já sentado à mesa enquanto abria uma pasta.

Julia o encarou e pensou que se ele fosse tão eficiente em sua profissão quanto era objetivo, achar um lugar para morar seria fácil.

— Sim, imaginei mesmo que seria necessário.

— Ela mencionou que você é arquiteta. Está pretendendo adquirir algo que possa reformar? — Inquiriu Joaquim.

— Para falar a verdade não. Eu quero algo funcional, arejado e com uma localização estratégica.

— Imaginei que você fosse querer refazer o lugar.

— Eu acabei de voltar ao país e não vou ter tempo para me dedicar à dor de cabeça que pode ser uma obra. O que eu preciso é de algo pronto. — Explicou a arquiteta.

— Sendo assim acho que eu tenho algo que talvez possa lhe interessar. É uma cobertura que apareceu para mim ontem e eu ainda não mostrei pra ninguém. Se você quiser podemos ir visitar, pra você dar uma olhada.

— Ótimo. Pode ser agora?

— Por mim, ótimo.

Os dois saíram do restaurante sem almoçar. A cobertura era exatamente o que Julia precisava. Os dois fecharam negócio ainda aquela tarde. Ficou acertado que os detalhes burocráticos seriam resolvidos no início da próxima semana. Se tudo saísse como planejado, até a quarta-feira da semana seguinte, no máximo, Julia já poderia se mudar. Já de volta ao hotel Julia ouviu o celular tocando.

— Oi, Tati. Como vai?

— Oi, querida, tudo bem e você?

— Tudo ótimo. O Joaquim é um excelente corretor. Já consegui um apartamento. — Julia explicou enquanto ia andando para a varanda do quarto.

— Eu disse para você que ele era bom. E vocês conseguiram arranjar tudo assim tão rápido?

— Ainda faltam alguns detalhes burocráticos, mas já está acertado que o apartamento é meu.

— Fico muito feliz em ouvir isso. Viver em hotel não é nada agradável.

— Não mesmo.

— Eu te liguei porque queria saber sobre o encontro com o Joaquim e também para te contar algo que aconteceu hoje. — A advogada fez uma pausa e respirou fundo antes de continuar. — Encontrei o Pedro.

Julia suspirou ao ouvir essa informação. A moça tentava decidir se queria ou não saber o que Pedro disse a respeito da sua volta.

— Ele perguntou por mim? — Inquiriu a arquiteta.

— Mais ou menos. Ele pareceu não querer saber, mas quando eu toquei no assunto ele não se absteve de falar sobre.

— E o quão bravo ele está?

— Não acho que ‘bravo’ seja a palavra. Ele já sabia que você tinha voltado e supôs que nós nos encontramos. Quando eu ofereci para ele o endereço do hotel em que você está, ele recusou.

— Ele não vai vir falar comigo. É eu que tenho que ir, eu já sabia disso. Ele fez alguma pergunta direta?

— Perguntou se eu sabia por que você voltou.

— E?

— E eu disse a ele que fizesse essa pergunta a você. — Explicou.

Julia suspirou mais uma vez.

— Ju, você sabe que essa não será uma conversa fácil, mas necessária. Vocês eram tão amigos, não fica enrolando muito esse encontro.

— Pode deixar, eu vou procurar o Pedro ainda essa semana. Só estou tentando me preparar pra todos os fantasmas que certamente serão arrastados para a nossa conversa. — Desabafou.

— Muitos fantasmas eu imagino. Entre eles uma em especial, não é mesmo!?

Julia permaneceu em silêncio. Não havia o que dizer.

— Julia, você tem que superar esse seu passado. Eu sei que é tudo muito complicado quando o assunto é a Manuela, mas já se passaram seis anos. Está na hora de deixar isso para trás e seguir em frente.

Julia fechou os olhos tentando absorver o efeito do nome Manuela. Era sempre muito difícil falar sobre ela, por isso ela nunca falava o nome dela em voz alta. Era uma tentativa quase ridícula de fingir que estava tudo bem, que Manuela não fazia mais parte de quem ela era. O silêncio de Julia fez Tatiane se consternar pela amiga mais uma vez.

— Desculpa, Ju, vamos deixar esse assunto para lá. Você não quer sair para jantar?

— Não, estou um pouco cansada, prefiro ficar aqui e descansar.

— Me desculpa, está bem? Eu não queria ser tão dura, sinto muito.

— Não se preocupa, Tati. Como você disse, vamos deixar isso de lado. — Sentenciou a arquiteta.

 

Tati ainda insistiu para que elas saíssem para jantar, mas Julia não mudou de ideia. Depois de desligar o telefone ela ficou na varanda olhando a cidade e pensando onde estaria Manuela àquela hora.


Fim do capítulo

Notas finais:

Oi, gente.

Quero agradecer todas as leituras e a gentileza dos comentários, vocês aquecem meu coração demais. Queria avisar também que essa história tem quase 50 capítulos (talvez eu faça um epílogo nessa altura do campeonato, vamos ver hahahah) e eu estou terminando a revisão, mas 90% já está fechado e revisado e eu vou ir postando aqui com essa rotina de dois em dois dias.

Beijo no coração de todo mundo e bom fim de semana. ♥


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Comentários para 3 - Conversas Inacabadas:
Rafaela L
Rafaela L

Em: 29/10/2024

Curiosa,pra saber o porquê desse término.

P.s : tu escreve muito bem!

Responder

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jake
jake

Em: 14/06/2024

Queria saber oque fez Julia terminar com a Manu. 

Responder

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Marta Andrade dos Santos
Marta Andrade dos Santos

Em: 05/06/2024

Você perdeu a chance de saber dela quando foi embora.

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patty-321
patty-321

Em: 01/06/2024

Julia e sua escolha de deixar manu apesar do grande e inesquecível amor por ela. Bjs

Responder

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NovaAqui
NovaAqui

Em: 01/06/2024

Pedro e Julia como será que vai ser essa conversa 

Se quiser postar todos os dias, não tem problema não kkkkk

Bom final de semana 

Responder

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