Atualização do final de semana!
Capitulo 6- É como um ioiô, ilusão vai e vem
Estava chegando na faculdade, passei a manhã meio cabisbaixa, sei que parece ridículo mas, acho que pra quem sente é sempre pior, nunca é bobo se realmente magoa a gente.
-Estou realmente achando que quem está me seguindo agora é você.
Olhei para o lado, e Regina estava tomando um copo de café, com seus livros nas mãos, e com aquele sorriso de quem poderia consertar o mundo.
--Regina! Bom dia.
--Tudo bem? Está um pouco abatida.
-Impressão sua, apenas não dormi bem. Menti, estava me sentindo realmente boa em mentir para as pessoas sobre meus sentimentos.
--Compreendo, bem, tente tomar algum café e comer algo antes de entrar na sala, vai ajudar. -- disse, afastando-se para a entrada da sala dos professores.
--Claro, obrigada! –disse ensaiando um falso sorriso. E lá se foi ela com sua elegância e seu perfume amadeirado contagiante.
Procurei Rubs no pátio, no entanto não obtive sucesso. Me dirigi a sala, caminhando até o fundo dela, aula de Direito Civil, com um professor que era mais lerdo que uma tartaruga, pelo menos eu poderia dormir. Passados cinco minutos que eu estava de cabeça baixa Rubs chega e senta ao meu lado no fundo.
--E aí, você sumiu Liz! Te procurei mas você já tinha saído de casa.
--É eu acordei meio nostálgica, só isso. E após o episódio desta manhã, cê sabe né..
--É eu sei, o que vais fazer então?
--A mesma coisa, absolutamente nada. Não posso embutir sentimentos nas pessoas Rubs, ou elas sentem ou não sentem, e claramente minha crush não tem nada por mim, eu preciso crushar ela sem criar expectativa nenhuma, só isso.
–Só que… você parou pra pensar que está afim de uma pessoa cujo você nunca tentou nada pra conquistar ou se fazer presente? –disse retirando os livros da mochila.
–Eu.. eu sei, quer dizer o que eu posso fazer? Eu não consigo nem encarar ela direito sem ficar vermelha.. –falei um pouco sem jeito.
–Eu sei Liz, mas ela não simplesmente adivinhar que você tá afim dela, além do que olha a cadeia hierárquica, agora ela dá aulas pra nós, isso seria estranho né?
Não respondi, não tinha muito o que responder na verdade. Mas meu lado iludido não sabia disso completamente.
Após assistir uma aula interminável, Rubs e eu saímos da universidade, não encontrei a professora dona dos meus devaneios, Carolina. O carro dela nem estava na vaga, o que esmoleu meu coração.
--Ei, poderíamos ir ao shopping mais tarde né? –Rubs perguntou
--Hã, claro, porque não?
Continuamos caminhando com nossos pensamentos longe. Os meus sempre na mesma pessoa, não importa a forma que pensasse nela, ela sempre tinha uma forma de atrair meus pensamentos.
Quando chegamos ao café da tia Ellen, subimos rapidamente e trocamos de roupa, nos dirigimos ao shopping, havíamos acabado de receber, e isso daria para certamente comprar algo.
Estávamos no shopping, Rubs olhava freneticamente todas as lojas querendo levar tudo, mas sabia que não podia, eu menos ainda.
— Escuta Liz, eu vi uma menina conhecida passando ali, então eu já volto.. — disse toda animada.
— É sério que você vai simplesmente me largar no shopping por uma garota? Se você não lembra, foi você quem me chamou pra vir! E já estou arrependida. -- Esbravejei.
— Juro que vai levar 5 minutos, e eu te compenso com uma pipoca de cinema bem gostosa!
Pensei, era impossível negar isso, eu amava pipoca de cinema! Simplesmente maravilhoso.
—Olha, 5 minutos, nem 6 nem 7!
— Certo! Eu te amo! — Ela saiu saltitando.
Bufei, olhei em volta, não fazia ideia onde achar um calçado no meu orçamento. Resolvi ir até a livraria para me distrair! Adorava comprar livros, minha paixão era totalmente dividida entre comprar livros de Direito, e livros de romance e fantasia! Era um crime para mim, ter que escolher sempre entre esses dois!
Passei em frente à livraria, já me encantando pela vitrine, adentrei a mesma e fui até a sessão de mitologia grega, adorava alguns contos desse âmbito, me encantava sempre saber sobre deuses e suas parábolas que sempre tentavam explicar e nos convencer que o mundo ainda tinha esperanças.
Dedilhei suavemente sobre os livros, aspirando o cheiro, que para mim, se igualava ao cheiro de café fresco que eu amava.
—Não sabia que nutria certa paixão por este tipo de leitura.
Disse uma voz muito conhecida próximo aos meus ouvidos.
Olhei para trás e me surpreendi com a visão que estava à minha frente.
A professora Regina estava de calça de linho marrom clarinha, uma camisa de alcinha branca, e scarpins cor bege, os cabelos perfeitamente repicados até os ombros, estavam brilhando estonteantemente hoje, e claro como sempre o batom vermelho jamais abandonavam seus lábios.
Sorri, percebendo que havia demorado mais que o habitual na minha análise.
— Olá! Agora acho que é você quem está me seguindo! — disse tentando soar naturalmente. E por algum motivo meu “olá” saiu totalmente mudo com a voz esganiçada. Me senti deverás nervosa.
Ela gargalhou. Percebi que em seus braços estavam 3 livros, a outra mão no pequeno bolso da calça, aquele sorriso desconcertante.
— Sim, sou uma serial Killer que segue meninas indefesas até a livraria.
— Oh senhora Serial, você seguiu a menina errada, eu lutei por três anos de judô! Não te aconselho a se meter comigo! — disse tentando parecer forte.
—Bom, até seriais killers erram não acha?
Dei uma risada tímida.
Fomos interrompidas por um homem que se aproximava dela, era bem mais alto que ela, cabelos um pouco mais longos, até a nuca, olhos claros, usava uma jaqueta de couro camisa preta, calça jeans escuras, se eu me atraísse por homens, com certeza me atrairia por ele, sua barba mal feita se destacava em seu rosto.
—Sabe Gina, não consigo pensar em mais nada para te dar de aniversário! — disse o homem não percebendo minha presença.
—Já disse que não precisa Jonas. -- disse Regina firme.
Ele de repente notou minha presença, se virou para mim e disse:
— Ah, Olá. Sou Jonas, e você é quem?
— Oi. Sou a Elizabeth.
—Prazer Elizabeth... Então Gina, vou no caixa pagar esses livros e te aguardo lá fora.
—Certo, obrigada.
Jonas saiu e Regina parecia estar desconfortável.
— É seu aniversário? — Perguntei curiosa.
— Amanhã na verdade. — disse sem alegria.
—Você não parece gostar do seu aniversário.
— Está certa nesta observação Senhorita Hernandez.
Ficamos em silêncio por breves minutos constrangedores. Fiquei imaginando se aquele era seu namorado, marido talvez. Para chamar ela de Gina, parecia conhecê-la muito bem.
—Então... eu vou indo. — disse Regina.
—Claro, nos vemos por aí.
— Até breve Elizabeth!
—Até.
Regina sorriu e se virou para ir embora, os dois saíram lado a lado, ele parecia tentar animá-la, ela virou as costas me enxergando na porta da livraria parada, sorrimos de lado, me virei para ir, precisava encontrar Rubs, ela deveria estar paquerando meio shopping.
Estava caminhando pelo shopping no segundo andar, quando encontrei Rubs escorada no balcão da loja de telefone.
Assim que ela me enxergou, disse algo para a moça que sorriu, e veio ao meu encontro.
— Liz, estava te procurando, onde estava?
— Encontrei a professora Regina na livraria...
— É mesmo? Conversaram? — Inquiriu Rubs.
— Brevemente, ela estava com um cara... não sei se era amigo, talvez namorado não sei. — disse sem importância.
— Que pena, eu estava a fim de tentar algo com ela algum dia desses, mas pelo visto é hétero mesmo.— disse dando dando de ombros.
Acenei positivamente, esquecendo o assunto.
— Então vamos achar um calçado para você Liz.
Seguimos com nosso passeio ao shopping por mais 1 hora mais ou menos, até chegarmos ao final da busca, comprei um all star, e voltamos a padaria, estava escurecendo já, subimos e ficamos de papo furado no sofá da sala da tia Ellen.
— Então! Conseguiu fazer todos os trabalhos que a Carolina passou pra nós?
— Sim, faz tempo... — disse distraída.
— Você parece distraída Liz, o que pensas?
—Nada...
Rubs não insistiu mais, e eu continuei quieta com meus pensamentos. Na verdade eu estava pensando no aniversário de Regina, e como ela parecia triste com ele. Ela sempre foi tão legal comigo na faculdade, achei justo presenteá-la com algo. Mas eu não tinha muito dinheiro...
O dia seguinte chegou, e com ele as obrigações de trabalho e estudo. Levantei mais cedo que o habitual, havia tido uma ideia na noite anterior, iria fazer um cupcake para Regina de aniversário, era algo simples que eu sabia fazer, e tinha tudo o que precisava aqui, só faltava pedir a tia Ellen que me deixasse ajudar.
Me dirigi a cozinha, tia Ellen estava ao telefone, assim que me viu abanou para que eu me aproximasse. Ela me deu o telefone para que eu falasse.
— Alô?!— eu disse na linha
— Filha!!
— Mamãe! Que saudades, estava me perguntando quando ligaria na verdade!
— Perdão filha, fiquei umas semanas fora, a escola nos pagou um curso excelente! Mas lá a operadora do meu celular mal funcionava!
— Tudo bem mãe, como você está?
— Muito bem! E você!!?
— Estou bem, seu pai lhe manda lembranças!
— Mande abraços a ele, sim?
Meus pais eram casados a muitos anos.
— Filha, estou programando uma viagem para te ver! O que me diz? — disse animada.
— Mas com certeza mãe, vou ficar ansiosa esperando! — eu estava animada com a visita, desde que havia me mudado ela ainda não havia aparecido aqui.
— Vou deixá- la trabalhar, minha filha! Eu te amo, até mais.
— Certo mãe. Eu te amo, beijos.
Desliguei o telefone, contente com a notícia, olhei para o lado e tia Ellen estava fazendo massinha de bolo. Era a hora perfeita para pedir a ela um pouco de ingrediente para fazer um cupcake.
--Tia Ellen posso pedir algo?
--Oi querida, claro. O que é?
--Queria um pouco de ingredientes para fazer um cupcake para uma amiga que esta de aniversário.
--Não precisa nem pedir minha querida, podes pegar o que quiser.
Tia Ellen deu um beijo no topo da minha cabeça, e me deixou só na cozinha.
Eu sabia algumas receitas caseiras da minha mãe, nada muito sofisticado, mas o que vale é a intenção não é?
Fim do capítulo
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