A Detetive por Isis SM
Capitulo 35
Capítulo 35
Café, investigação e invasão
Rubí
O caso sobre a morte do advogado estava tirando meu sono há dias e hoje não era diferente, olhei Carolina que dormia ao meu lado tranquila e a invejei por ter um sono tão sereno, ela estava linda com seus cabelos esparramados no travesseiro a cobri com edredom e me levantei indo em direção ao quarto de Dália, abri a porta devagar e entrei no quarto a passos leves, Dália dormia encolhida com o edredom embolado em seus pés, sorri a cobrindo como sempre fazia quando era pequena, Arthur dormia tranquilo abraçado com seu ursinho inseparável na cama de baixo que era acoplada a de Dália, fiz um carinho em sua bochecha e em seu cabelo e sai do quarto tão silenciosa quanto entrei e depois de fazer um garrafa de café fui para o meu escritório trabalhar e tentar revisar algumas supostas pistas.
No quadro havia algumas fotos da cena do crime e anotações, sentei no chão encarando o quadro, a foto de Breno O'Neill estava ligado a foto da vítima, de acordo com Lisa tirando sua ambição ele não tinha nenhuma ligação com o ocorrido, segui o cordão vermelho ligado a foto da vítima que ligava a foto de um homem de sobretudo saindo do prédio do advogado na hora do assassinato porém não havia como identificá-lo, o cara era claramente um profissional, encarei por mais algum tempo a foto e comecei a me questionar algumas coisas que poderiam ajudar no próximo passo da investigação.
1- Quem o contratou?
2- Como tiveram acesso as câmeras de segurança para grampeá-las?
3- Qual o motivo do assassinato?
Respirei fundo fechando os meus olhos para me concentrar, revisei nossos passos até o momento e nada parecia errado, tomei um gole do café quente e me levantei para encarar o quadro de perto. Olhei as anotações sobre New Elegance e algo em mim dizia que algo estava muito errado, olhei o nome do gerente na anotação e seu depoimento vago.
"Esse cara não vai dizer nada, afinal ele nem conhecia o advogado, mas então quem conhecia?"
Passei a mão no cabelo o bagunçando já irritada com as poucas respostas que tinha, olhei a foto da vítima mais uma vez.
"Quem estaria muito puto contigo para chegar ao ponto de te matar?"
Enquanto me perdia em pensamentos e questionamentos ouvi o som de e-mail chegando, parece que havia alguém com insônia também, olhei a caixa de entrada e o e-mail de Gonzáles abriu na tela, os arquivos que recebi eram cópias de processos contra a New Elegance, eram alegações graves de trabalho escravo e desaparecimento de pessoas, a cada folha de arquivo uma alegação pior aparecia, não era de se surpreender que um advogado correto recusasse defendê-la, imprimi os e-mails e os fixei ao quadro ao lado da foto da vítima, algo me dizia que o culpado tinha haver com aquela empresa em particular e eu iria pegá-lo.
Dormi pouco, mas me sentia elétrica ao entrar no DP, Lisa chegou pouco depois de mim e sua aparência não era diferente da minha, esse caso estava sendo um dos mais difíceis até o momento, Gonzáles estava de folga e Enzi ainda verificava as finanças da empresa do falecido.
_Parece que não foi só eu que tive uma noite péssima. – Disse Lisa se sentando em minha frente com algumas pastas em mãos.
_Nem me fale, você recebeu os e-mails do Gonzáles? – Perguntei no automático.
_Sim e nossa que empresa podre, será que alguém queria vingança por ele não aceitar defendê-los? –Lisa parecia distraída.
_Lisa quem é o dono dessa empresa mesmo?
_Eu não sei, acho que Enzi lhe deu os nomes dos sócios majoritários ontem e você pôs na gaveta. – falou se levantando e indo para sua mesa.
_Que humor hein? Você já foi melhor. –Fingi um falso desapontamento.
_Eu ainda não tomei café então eu ainda não existo, por favor me ignore. –Se sentou ainda sem muita vontade de viver e ligou o computador.
Sorri balançando a cabeça negativamente, olhei a gaveta e lá estava à lista das filiais e empresas que continham os mesmos donos e sócios, marquei nomes que se repetiam e paralisei quando me deparei com um nome em específico, seria muito azar que meu destino estivesse ligado ao dessa mulher de todas as formas possíveis.
Empresas-
New Elegance:
Proprietário (a): Mônica Müller
My Model:
Proprietário (a): Mônica Müller
Antes que eu pudesse concluir o inevitável recebi uma ligação de Carolina transtornada e não consegui processar mais nada, a única coisa que consegui entender antes de pegar minhas coisas e ir para seu apartamento foi que alguém havia arrombado sua casa. Fiz o trajeto para o apartamento totalmente no automático e assim que cheguei ao seu andar alguns policiais que eu acabei reconhecendo já estavam lá e Carol prestava depoimento, mas o interrompeu para correr até mim e me abraçar, ela estava pálida e eu apenas a abracei forte para acalmá-la.
_Ei calma, respira e me fala o que aconteceu. –Segurei seu rosto amavelmente.
_Eu precisei vir buscar uma pasta com alguns documentos aqui e quando cheguei a porta estava escancarada e todo o apartamento tinha sido revirado, eu simplesmente entrei em pânico e liguei para a polícia e para você, meu medo era que alguém ainda estivesse aqui. Amor e se meu filho e eu estivéssemos aqui na hora? Eu não quero nem pensar. – Carolina estava aflita, acredito que em sua cabeça cenários horríveis já se desenhavam e eu apenas a abracei na tentativa de acalmá-la
_Fica calma, eu vou falar com os rapazes e eu preciso que você entre e confira se algo foi roubado tudo bem? – Falei acariciando seu rosto e tendo como resposta um "ok" sussurrado.
Eu precisava pensar racionalmente e após conversar com os policiais, concluímos que tirando o vandalismo e a falta do DVD nada mais havia sido roubado e isso me deixou preocupada, afinal que ladrão iria levar apenas um aparelho podendo levar todos? Talvez ele não tivesse tido tempo, mas ainda não me senti confortável com a ideia. Olhando o pequeno apartamento revirado e depredado eu não pude mais adiar o que precisava fazer, Carolina precisava ir morar comigo e eu não iria aceitar não como resposta, não depois de tudo o que havia acontecido. Depois de prestar queixa na delegacia e registrarmos a ocorrência, levei Carolina para almoçar já passava das duas horas da tarde e não havíamos comido nada, paramos em um restaurante e mesmo ela alegando estar sem fome fizemos os pedidos.
_Carol, nós precisamos conversar. – Disse atraindo sua atenção.
_Eu detesto quando alguém me diz isso, essa frase nunca é sinal de algo bom. – Disse ela preocupada.
_Não! Quer dizer eu acho que será algo bom, pelo menos eu espero que seja. – Ri de nervoso. _Olha eu venho pensando nisso a pelo menos um mês, mas achei que poderia ser cedo demais, eu queria fazer isso de forma mais romântica, mas algum ladrão imbecil me tirou essa oportunidade. – Falei rindo e segurando suas mãos nas minhas, Carolina parecia nervosa demais para falar algo então eu continuei. _ O que eu quero dizer... É... Carolina você quer ir morar comigo? - Carolina juntou as sobrancelhas em confusão e depois começou a rir.
_Amor, eu jurava que você iria me pedir em casamento, mas enfim eu aceito ir morar com você, depois de hoje eu não me sentiria segura naquele apartamento e acredito que Arthur nem pensa em sair de perto de você então acho que vou fazer esse sacrifício. – Disse entrelaçando nossos dedos e eu ri aliviada, almoçamos com um clima o mais descontraído que conseguimos e depois de deixá-la em seu apartamento para fazer as malas pedi que dois amigos policiais a vigiasse e a escoltasse até meu prédio só então segui para o trabalho mais tranquila.
Eu e Lisa passamos a tarde e início da noite cruzando informações, até o momento concluímos que as duas empresas foram anteriormente de Gerard Müller fundador das indústrias têxtil Master Jeans e Le Meilleur, simplesmente estávamos lidando com uma das famílias mais influentes e bilionárias do país, não poderíamos errar ou nossas carreiras iriam ir por água a baixo, ainda estava processando a ideia de investigar a ex-mulher da minha namorada e concluímos isso após algumas pesquisas básicas em reportagens e meu choque ainda não havia passado, olhei o celular e já passava das 19h o escritório já começava a ficar mais vazio, Lisa e eu ainda tínhamos muita coisa para apurar se quiséssemos concluir alguma nova linha de investigação, passei minhas mãos no rosto para espantar o sono e a pequena dor de cabeça que começava a apontar nas têmporas, Lisa digitava algo em seu celular e parecia tensa com algo.
_O que houve problemas com a nova namorada? – Falei bocejando.
_O que? Não... A Luna não é minha namorada, depois do beijo que demos da última vez mal conseguimos nos ver, ela vai fazer uma palestra importante em Boston e nosso tempo livre não bateu... – Disse ela suspirando antes de continuar. _ E por falar em tempo livre, minha mãe vai fazer um jantar de ação de graças e pediu para eu chamar meus amigos do trabalho para confraternizarmos e você e sua família estão mais do que convidados, não aceito não como resposta. – Disse me entregando quatro convites.
_Nossa obrigada Lisa, estaremos lá pode deixar, mesmo ainda faltando muito para o feriado. –Disse divertidamente. _ Agora que tal tomarmos um café antes de continuarmos porque hoje só saio daqui com algo mais que nomes em uma folha.
Trabalhamos até tarde, mas conseguimos identificar alguns pontos suspeitos a respeito do envolvimento das empresas de Mônica e o assassinato do advogado em questão, porém eu precisava ir com calma afinal ela já havia deixado claro sua amizade com meu chefe e quanto a isso Lisa também concordava. Mônica poderia ter a influência que fosse, mas nada a livraria da cadeia se estivesse envolvida.
Fim do capítulo
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